ENTREVISTA: Moema Machado – Aprovada em 1º lugar no concurso do TRF 2º Região para o cargo de analista judiciário, apoio especializado em arquitetura
"O mais difícil foi conciliar estudo com trabalho, falta de dinheiro e dívida, sou bem sincera. Na prova do TCM, o que me derrubou foi o emocional, fiquei muito nervosa na hora da prova. Fiquei arrasada, pois sabia que poderia ter ido muito melhor, mas, me lembrei da frase de um professor do Estratégia: “A cada derrota, estamos mais perto da vitória”, chorei um dia inteiro e, no dia seguinte, continuei a estudar"
Confira nossa entrevista com Moema Machado, aprovada em 1º lugar no concurso do Tribunal Regional Federal da 2º Região para o cargo de analista judiciário, apoio especializado em arquitetura:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que as pessoas que nos assistem possam te conhecer melhor. Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Moema Machado: Eu sou formada em arquitetura e urbanismo, tenho 45 anos, nasci na cidade do Rio de Janeiro e moro em Niterói.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos?
Moema: Eu trabalhava e estudava. Eu tinha um escritório de arquitetura, o qual fechei por causa da crise no mercado imobiliário, e comecei a trabalhar em casa, onde fiz um home office, trabalhando em conjunto, mas, cada qual em sua casa, com meu sócio e mais um arquiteto. Tendo que trabalhar, estabeleci uma meta de estudar, no mínimo, 4 horas líquidas por dia, sendo que no final-de-semana estudava mais.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último?
Moema: Tive que fazer uma pesquisa na minha própria vida, pois, quando decidi voltar a estudar para concurso no ano passado, havia 15 anos que eu não estudava.
Eu me formei pela UFF em janeiro de 1995, tinha 22 anos e, apesar de amar arquitetura, resolvi estudar para auditor fiscal da Receita Federal, mas, ao mesmo tempo, montei um escritório de arquitetura com uma amiga. Quando desfizemos nossa parceria, fui trabalhar em casa e resolvi fazer um cursinho para concurso, estudei 8 meses, e fui aprovada no concurso para Fiscal do INSS, fiquei em 175º, fora das vagas.
Meu escritório estava indo bem, logo, os outros concursos que fiz foram cíclicos, nunca havia estudado direto entre dois concursos.
Em 1999, fiz concurso para cargo de arquiteto para a Caixa Econômica Federal, fui aprovada, mas, só havia 1 vaga.
Em 2000, fiz concurso para Analista de Transporte e Trânsito da Transbetim, fiquei em sexto e fui chamada.
Em 2001, fiz concurso para redator da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, os 200 primeiros tiveram as suas redações corrigidas e eu perdi na redação.
Em 2016, voltei a estudar, fiz o concurso para o TCM-RJ e fui aprovada fora das vagas, foi quando descobri que havia cargo para arquiteto em 2 concursos: ALERJ e TRF 2º Região. Estudei bastante, praticamente, fiz outra faculdade de arquitetura em 4 meses, fui aprovada nos dois, no TRF, em primeiro lugar, e, na ALERJ, em décimo sexto.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Moema: Maravilhosa! Parece que não caiu a ficha ainda! Gritei muito!
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social para passar no concurso o mais rápido possível?
Moema: Adotei uma postura radical. Só trabalhava, estudava e fazia Crossfit, o que me ajudou muito a manter a garra e segurar a ansiedade.
Estudava de segunda a segunda, com exceção dos dias nos quais o trabalho não me permitia.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Moema: Sou casada e tenho dois filhos, um casal, a Mariângela que vai fazer 15 anos e, o Bernardo que fará 14. Temos, também, um Beagle, o Max, meu companheiro em toda a jornada, quantas vezes ele ficava roncando do meu lado enquanto eu estudava!…
Minha família me entendeu e me apoiou, compreendendo que o concurso era importante para todos nós e não me cobrando a presença e as costumeiras saídas de final-de-semana, como praia, cinema… no dia dos pais saíram para almoçar fora sem mim, no Carnaval, viajaram para Belo Horizonte e eu fiquei em casa só estudando.
Minha mãe também me apoiou muito, na reta final, se mudou para minha casa e ficava do meu lado sem poder falar comigo, afinal de contas, estava sempre com minha planilha de horas líquidas de estudo aberta!
Meu filho trazia misto quente e café para mim, minha filha, às vezes, ficava lendo livro do meu lado e eu sentia um orgulho silencioso e preocupado do meu marido a me apoiar.
Estratégia: Ao longo de sua jornada, você tentou outros concursos, para treinar e se manter com uma alta motivação ou decidiu manter o foco apenas naquele concurso que era o seu sonho?
Moema: Na realidade, não posso dizer que tive uma jornada como concurseira, sempre estava trabalhando e nunca conseguia estudar um ano direto. Mas, com certeza, para quem está nessa jornada, é muito importante fazer outros concursos para treinar, principalmente, o psicológico, a divisão do tempo da prova, a marcação do cartão resposta, quer seja para se ambientar ao clima da prova.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Moema: “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena” Podemos tirar proveito e crescer em todas as situações de nossa vida.
Mas, essa questão de fazer ou não concurso com foco diferente do seu objetivo é muito subjetiva.
Eu, a princípio, não pretendo fazer outro concurso, pois creio que reunirei, no TRF, duas áreas que eu amo, arquitetura e direito. Também, não é o meu foco ganhar muito, com muito esforço e dedicação já conquistei muitas coisas, construí uma família linda, moro em uma casa que nunca sonhei em morar, agora, estou procurando qualidade de vida, paz e estabilidade.
Ser empresário no Brasil é muito difícil, o mercado imobiliário é muito cíclico, a incerteza é grande, a preocupação em não saber o que vai ganhar ao longo do mês é imensa, a preocupação com as pessoas que trabalham conosco, enfim, já tive 2 crises de ansiedade e, nessa crise econômica de agora, fiquei muito mal, foi quando pensei em voltar a estudar, que eu adoro.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo, contando toda a sua preparação? Durante este tempo de estudo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos mesmo naqueles períodos em que não havia edital na mão?
Moema: Comecei a estudar para o TCM-RJ em junho de 2016 e o edital saiu em julho. Fiz a prova dia 16 de outubro e, no dia 18, descobri que a inscrição para a ALERJ havia sido prorrogada, nem sabia que tinha cargo para arquiteto. Logo depois, assisti o aulão de ressaca do Estratégia que me deu um super ânimo para continuar estudando e descobri que teria concurso para o TRF 2º Região, o qual, também, tinha cargo para arquiteto! E eu, simplesmente, desconhecia todos esses concursos!
O pouco tempo que estudei sem edital, para o TCM-RJ, eu foquei só no material do Estratégia, aliás, depois que saiu o edital, também, acreditei, completamente, no curso, e, como tinha pouco tempo, só segui as dicas dos professores.
Para a ALERJ, o edital já tinha saído há muito tempo, sendo que eu o desconhecia e, para o TRF, eu foquei no edital do concurso anterior, além de assistir aos aulões ao vivo do Estratégia.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Moema: Comecei estudando pelos pdfs e videoaulas do Estratégia, mas, logo vi que não ia dar tempo e passei a estudar somente os pdfs, isso para o TCM-RJ.
Já para o TRF, não consegui nenhum curso on-line para o cargo de arquiteta, logo, aproveitei o que eu já havia estudado para o TCM, para as matérias de conhecimentos gerais, que eram 6 e, ao todo, só valiam 10 pontos e foquei na matéria de conhecimento específico, que era gigante e valia 90 pontos de 100.
Como eu tinha pouco tempo e não fazia a menor ideia do que era cobrado nas provas para cargo de arquiteto, comecei fazendo provas anteriores, fiz umas 50 provas, sendo 39 só da Consulplan. E, à medida que os assuntos iam surgindo nas provas, eu ia fazendo meu plano de estudos e pesquisando normas e materiais na internet, “perdi” muito tempo essa pesquisa.
Já para as matérias de conhecimentos gerais, fui assistindo aos aulões ao vivo do Estratégia e estudei os pdfs de Direito Penal e Sustentabilidade, mas, confesso, que a correria foi tão grande que só deu para estudar os resumos dos pdfs e assistir ao aulão de véspera, e deu para acertar as 2 questões dessas 2 matérias, tenho muito a agradecer a todos os professores do Estratégia, sinto em vocês um brilho nos olhos, uma dedicação pelo nosso sucesso. Os 7 pontos de 10 fizeram toda a diferença no meu primeiro lugar.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Moema: Quando resolvi estudar para concurso em 2016, estava, completamente, por fora desse mundo e não conhecia ninguém que estive nele. Comecei pesquisando, muito, na internet, vários cursos, primeiro o presencial que eu tinha feito há 20 anos atrás, depois, descobri os cursos on-line e fiquei na dúvida se eram bons mesmo.
Assisti a algumas videoaulas gratuitas de alguns cursos e me apaixonei pelo curso do Estratégia, comecei a estudar alguns pdfs disponíveis e, depois, comprei o curso completo.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e re-leitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?
Moema: Eu comecei a estudar como eu estava acostumada, tinha uma meta de terminar uma aula em pdf para iniciar outra e fazia resumos, às vezes, ficava estudando uma aula durante 2 dias, pois estudava a teoria e fazia todos os exercícios.
Depois, aprendi uma técnica de estudos em um curso de memorização do Renato Alves, o qual só consegui assisti às primeiras aulas, e comecei a planejar o meu estudo até o dia da prova.
Logo depois, assisti a uma aula do Estratégia sobre técnicas de estudo, como planejamento, rodízio de matérias e ciclos de revisão e recebi, por e-mail, uma planilha de ciclo de estudos para o TCM, no primeiro ciclo, segui a sugestão enviada e, a partir do segundo ciclo, fiz o meu próprio plano de estudos, cada vez mais aperfeiçoando a planilha, depois, fiz outra para o TRF. (Confira no final da entrevista)
Estudava, em média, 3 matérias por dia, mais as revisões. Apesar de eu adorar fazer resumos, não daria tempo, foquei nos exercícios.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades
Moema: Não tive dificuldade em nenhuma disciplina, sempre gostei de português, raciocínio lógico, direito e, é claro, arquitetura. Mas, creio que a minha maior dificuldade foi rever as matérias específicas, pois, além de eu estar formada há 22 anos, não tinha ninguém para me direcionar sobre o que estudar e o edital não tinha bibliografia, no começo, fiquei bastante perdida.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como você levou seus estudos neste período? Você se concentrava nas matérias de maior peso ou distribuía seus estudos de maneira mais homogênea? Focava mais na re-leitura, em resumos, em exercícios, etc ?
Moema: Foi uma correria louca, pois eu ainda tinha muito material que queria estudar, foquei em provas e, ainda tive que estudar Penal, Acessibilidade e Sustentabilidade, matérias que não faziam parte do concurso do TCM e que eu tinha estudado quase nada.
Na véspera, além de assistir ao aulão do Estratégia, reli as Resoluções do CNJ e CJF que estavam no Edital, como eram poucas as legislações citadas no Edital, eu tinha que estar afiada nessas, sem dúvida.
Eu sou daquelas que estudam até a hora de entrar na sala para fazer a prova.
Estratégia: Na semana da prova, nós sempre observamos vários candidatos assumindo uma verdadeira maratona de estudos (estudando intensamente dia e noite). Por outro lado, também vemos concurseiros que preferem desacelerar um pouco, para chegar no dia da prova com a mente mais descansada. O que você aconselha?
Moema: Eu aconselho a estudar até o final, mas, também, fazer exercícios físicos para combater o stress.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Moema: Infelizmente, não tive tempo para estudar para os estudos de casos, e fiquei bastante tensa com isso na hora da prova, o tempo era curto, só fiz rascunho para um estudo e os outros dois escrevi direto na folha de respostas, foi bem tenso, fui a última a entregar a prova na minha sala.
Acho importante essa etapa e aconselho a treinar para essa parte discursiva, treinando questões, escrevendo e fazendo questões de concursos anteriores. Cheguei a comprar um livro de discursivas de outros concursos para cargo de arquiteto, mas, não deu tempo de estudar.
Notei que muitas pessoas foram reprovadas na discursiva, só nove foram aprovadas.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Moema: Um erro foi não ter estudado para a discursiva, acertos: ter encontrado um excelente curso, um bom planejamento, ter feito ciclos de revisão e bastante provas anteriores. No dia da prova do TRF fiquei, relativamente, calma, pois já estava bem familiarizada com o tipo de prova.
Estratégia: Pela sua experiência e contato com outros concurseiros, diga-nos quais são os maiores erros que as pessoas cometem quando decidem se preparar para concursos?
Moema: Eu não tive contato com muitos concurseiros, mas, creio que a palavra-chave é disciplina aliada a uma estratégia.
Um erro, ao meu ver, é deixar de fazer atividade física.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? E qual foi sua principal motivação?
Moema: O mais difícil foi conciliar estudo com trabalho, falta de dinheiro e dívida, sou bem sincera. Na prova do TCM, o que me derrubou foi o emocional, fiquei muito nervosa na hora da prova. Fiquei arrasada, pois sabia que poderia ter ido muito melhor, mas, me lembrei da frase de um professor do Estratégia: “A cada derrota, estamos mais perto da vitória”, chorei um dia inteiro e, no dia seguinte, continuei a estudar.
Enquanto a maioria estava reclamando da crise, quebrando, eu estava indo atrás de um sonho antigo, aproveitando a oportunidade para estudar, para aprender e crescer. Tentando fazer com que essa crise virasse motivo de agradecimento no futuro.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Moema: Acreditem! Corram atrás de seus sonhos! Não deixem ninguém desanimar vocês! Mergulhem de cabeça, nós nunca estamos perdendo tempo enquanto estamos estudando.
Cuidem do corpo e da mente, fazendo exercícios e meditando.
Estudem sem pensar na concorrência, sem pensar no número de vagas, estudem para gabaritar a prova.
PLANO-DE-ESTUDOS-TRF-2º-região-Moema
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