ENTREVISTA: Matheus Barbosa de Oliveira e Silva – Aprovado no concurso TRF 2 em 5º Lugar no cargo de AJAA e em 11º Lugar no cargo de TJAA
"Aconselho que a pessoa se descubra: que não se importe em copiar os outros, que filtre o que funciona, qual o melhor material para ela, qual o ritmo de estudo adequado e que não desista! Às vezes, parece que o concurso não vai sair e que tudo o que estamos fazendo será em vão, pois é muito concorrido, tem gente mais experiente, etc! Acho que tem que esquecer esse discurso pessimista e continuar “na luta” que na hora certa chega!"
Confira nossa entrevista com Matheus Barbosa de Oliveira e Silva, aprovado no concurso do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, em 5º Lugar no cargo de Analista Judiciário Área Administrativa e em 11º Lugar no cargo de Técnico Judiciário Área Administrativa:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Matheus Silva: Meu nome é Matheus Barbosa de Oliveira e Silva, tenho 26 anos, de Vitória, Espírito Santo. Sou Engenheiro Eletricista.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos?
Matheus: Eu já sou concursado, portanto trabalhava 08 horas por dia. Costumava acordar mais cedo e estudar 1 hora antes de ir para o trabalho e, quando chegava em casa, estudava cerca de 3 horas. Quando era possível, aproveitava uns 30 min do meu horário de almoço para estudar.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último?
Matheus: Antes do TRF2, só havia sido aprovado em um concurso para assistente administrativo na Universidade, onde trabalho atualmente.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Matheus: É uma sensação indescritível! Faz a gente relembrar tudo o que passou até chegar à aprovação: as horas mal dormidas, os finais de semana, todas as coisas de que abrimos mão. É uma sensação de dever cumprido.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social para passar no concurso o mais rápido possível?
Matheus: Não fiz nada radical. Obviamente, durante a semana eu não saía, já que trabalhava o dia inteiro e o meu tempo para estudar era à noite. Nos finais de semana, 01 vez por mês eu costumava sair (aos sábados). Apenas quando faltavam 03 meses para a prova que eu radicalizei um pouco e me privei das saídas, do lazer.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Matheus: Sou solteiro, não tenho filhos e moro com meus pais. Minha família foi bem compreensiva, me apoiou bastante. O fato de morar com os pais já facilita muito. Além disso, sempre que eu me isolava para estudar, não era incomodado, não havia distrações.
Estratégia: Ao longo de sua jornada, você tentou outros concursos, para treinar e se manter com uma alta motivação ou decidiu manter o foco apenas naquele concurso que era o seu sonho?
Matheus: Em 2016, quando ainda estava me preparando e na expectativa de sair o concurso do TRF, tentei o da DPU e o do INSS. Para a DPU, eu não estudei muito, fiz mais porque nunca havia feito prova Cespe. Para o INSS, eu estudei bastante, acabei me desviando um pouco das matérias do TRF2. No fim, isso acabou me ajudando, pois o Edital do concurso de 2017 da Justiça Federal aumentou muito, contemplando as matérias que eu havia estudado para a DPU e para o INSS (previdenciário, administração de materiais, etc).
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Matheus: Eu acho que vale a pena sim, principalmente se o seu concurso desejado ainda não tem data definida para sair. Eu fiz o seguinte: um mês antes do concurso do INSS, eu “abandonei” um pouco o foco para o TRF e fui me preparar. Acho que quanto mais provas fazemos, mais aprendemos a controlar o tempo, a ansiedade, aprendemos o estilo da banca, como raciocinam, etc. No meu caso, como eu disse anteriormente, foi até uma vantagem, uma vez que as matérias acabaram caindo no TRF2 (tanto técnico quanto analista adm.). Pretendo seguir prestando outras provas até alcançar meu objetivo: Auditor de Tribunal de Contas.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo, contando toda a sua preparação? Durante este tempo de estudo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos mesmo naqueles períodos em que não havia edital na mão?
Matheus: Estudei cerca de 1 ano e 5 meses para o TRF2. Nesse período, creio que tenha ficado apenas 15 dias sem estudar por conta de férias do trabalho. Isso varia de pessoa para pessoa, mas eu prefiro estudar sem o edital na praça. Creio que assim posso ir no meu tempo, sem ficar desesperado em fechar o edital. Por isso, para mim não havia problemas em estudar sem edital. Simplesmente peguei o edital do último concurso e fui estudando por ele. A minha motivação era fechar o edital antigo antes de o novo ser publicado.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Matheus: Usei um pouco de tudo, exceto as aulas presenciais. Acho que vamos descobrindo o que funciona melhor pra gente. Além disso, você pode estudar de formas diferentes, conforme a matéria. Direito Administrativo e Constitucional, por exemplo, vi videoaulas, li pdfs e revisei por livros. Outras, como direito tributário, administração de materiais e direito do trabalho, só li os pdfs.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Matheus: Uma amiga concurseira me indicou o Estratégia quando estava começando a estudar para concursos. Eu achei o material bem completo, organizado e bem didático. Tudo o que eu precisava, pois não sou formado em Direito e precisa começar pelo bê-a-bá.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e re-leitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?
Matheus: Eu sempre estudei cerca de 04 matérias por vez, mas 02 ao dia. Sempre que fechava uma, introduzia outra. No princípio, fiz resumos para fixar melhor o conteúdo. Depois, comecei a seguir somente por videoaulas + PDF + doutrina. Nos finais de semana, eu tirava para fazer exercícios. O meu plano de estudos era bem flexível (sem horários), mas contemplava revisões periódicas para que eu não esquecesse o conteúdo.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Matheus: Tive muita dificuldade em Direito Penal, Direito Processual Penal e Direito Processual Civil. Para contornar essas dificuldades, revisei com mais afinco essas matérias e fiz mais exercícios na véspera da prova, para deixar o conteúdo mais fresco na cabeça.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como você levou seus estudos neste período? Você se concentrava nas matérias de maior peso ou distribuía seus estudos de maneira mais homogênea? Focava mais na re-leitura, em resumos, em exercícios, etc ?
Matheus: Minha reta final teve dois momentos: no primeiro, revisei de forma rápida as matérias que já dominava e fiz exercícios. Fiz cerca de 50 exercícios por matéria. No segundo momento, aproveitei que o feriado de carnaval antecedia as provas para terminar de estudar Direito Penal, Processo Penal e Direito do Trabalho.
Estratégia: Na semana da prova, nós sempre observamos vários candidatos assumindo uma verdadeira maratona de estudos (estudando intensamente dia e noite). Por outro lado, também vemos concurseiros que preferem desalecerar um pouco, para chegar no dia da prova com a mente mais descansada. O que você aconselha?
Matheus: Como eu ainda precisava fechar conteúdos pontuais em algumas matérias, eu não desacelerei. Mas também respeitei meus limites. Mantive minhas 3, 4 horas diárias de estudo e consegui terminar o Edital 02 dias antes de cada prova (téc. e anal.adm). Como as provas foram nos domingos, aproveitei o sábado para assistir à maratona do estratégia. Quando acabou, tirei o resto do sábado e a manhã de domingo para descansar.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Matheus: Minhas discursivas eram redação para os dois cargos. Assinei um site de correção de redações e fiz algumas. Obtive notas boas nas redações, mas poderia ter me preparado melhor, feito mais textos e lido um pouco mais sobre isso. Nos próximos, pretendo trabalhar a discursiva concomitantemente ao estudo dos conteúdos.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Matheus: Um acerto foi ter realizado revisões periódicas. Dois erros foram: não ter atualizado o edital com base em provas de outros tribunais e ter demorado a treinar a redação.
Estratégia: Pela sua experiência e contato com outros concurseiros, diga-nos quais são os maiores erros que as pessoas cometem quando decidem se preparar para concursos?
Matheus: Acredito que os maiores erros são: não revisar periodicamente o conteúdo, estudar pouco o assunto e ir direto para os exercícios e não ter regularidade para estudar: estudar 8 horas num dia e ficar 4 dias sem estudar não é uma boa. Creio ser melhor estudar um pouco todos os dias, mantendo a disciplina.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? E qual foi sua principal motivação?
Matheus: O mais difícil era conciliar trabalho com estudos. Às vezes, o cansaço batia e dava vontade de chegar em casa e ficar à toa. Mas sempre que isso acontecia eu lembrava do meu objetivo, de obter a aprovação para um cargo bacana, com boa remuneração.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Matheus: Aconselho que a pessoa se descubra: que não se importe em copiar os outros, que filtre o que funciona, qual o melhor material para ela, qual o ritmo de estudo adequado e que não desista! Às vezes, parece que o concurso não vai sair e que tudo o que estamos fazendo será em vão, pois é muito concorrido, tem gente mais experiente, etc! Acho que tem que esquecer esse discurso pessimista e continuar “na luta” que na hora certa chega!
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