Aprovada para Técnico do MPU, Fernanda Hirayama conta como foi sua vida de concurseira; “a rotina era bem puxada”
“Desde quando estava na graduação, já sabia que prestaria concursos públicos. Tenho um tio que é Auditor da Receita que sempre comentava sobre a estabilidade, sobre os ótimos salários, sobre as oportunidades nesse mundo dos concursos. Eu escutava ele e pensava: quero isso para a minha vida também”
Confira nossa entrevista com Fernanda Hirayama, aprovada no concurso do Ministério Público da União, em 197º lugar, para o Distrito Federal no cargo de Técnico na Especialidade Administração:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Fernanda Hirayama: Sou bacharel e licenciada em Dança pela Unicamp, tenho 31 anos e moro em Campinas (SP). Sou servidora da Unicamp e exerço o cargo de técnico administrativo.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Fernanda: Desde quando estava na graduação, já sabia que prestaria concursos públicos. Tenho um tio que é Auditor da Receita que sempre comentava sobre a estabilidade, sobre os ótimos salários, sobre as oportunidades nesse mundo dos concursos. Eu escutava ele e pensava: quero isso para a minha vida também.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Fernanda: Tive que conciliar trabalho e estudo. Antes de ser aprovada no concurso da Unicamp, trabalhava em uma cafeteria do shopping e a rotina era bem puxada, trabalhava na maioria das vezes no turno do fechamento entre 14h30 e 23:30. Quando tinha algum concurso em vista, fazia cursinho presencial na parte da manhã, ia direto para o trabalho e aproveitava também o horário de almoço para estudar. Depois que entrei na Unicamp, trabalhando de segunda a sexta, das 8h30 às 17h30, consegui ter mais tempo para estudar para outros concursos melhores.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Fernanda: Fui aprovada em 327º para escriturário da Caixa Econômica (2012), 78º para técnico administrativo da Unicamp (2013), 13º para agente administrativo da PF (2014). Mesmo a colocação estando longe fui chamada nesses três concursos. Optei por continuar na Unicamp depois de pesar os salários, descontos e vantagens.
Este ano prestei para técnico do TRT 2, fiquei lá no final da lista em 2826º, TRT 15 fiquei em 183º (aguardando recurso da discursiva) e o último foi para técnico do MPU, fiquei em 197º no DF e na lista nacional posso ficar entre 269º e 278º.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Fernanda: Neste último concurso do MPU, confesso que esperava uma colocação melhor, quando vi a classificação fiquei um pouco decepcionada no início, mas depois fiquei feliz pois acho que tenho chances reais de ser nomeada, mesmo sabendo que a quantidade de nomeações talvez seja bem menor que 2013. Acho que comemorei mais quando o Cespe liberou o gabarito, pois havia acompanhado as correções extraoficiais e a princípio tinha ido mal. Então quando eu vi que tinha feito 88 pontos, fiquei feliz demais!
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Fernanda: Sou uma pessoa bem caseira, então acabei ficando mais caseira ainda, ia ao cinema só de vez em quando e viagens somente no Natal.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Fernanda: Sou casada e ainda não tenho filhos. Tenho sorte de ter uma família que também estuda para concursos e que me apoia e incentiva muito, dando totais condições para que eu possa estudar durante todo o tempo livre que tenho.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Fernanda: Nessa minha caminhada no mundo dos concursos, já tive a fase de prestar os concursos que iam aparecendo, independente da área. Hoje, diria que é de suma importância escolher uma área e focar nos concursos com conteúdo semelhante.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovada?
Fernanda: Comecei a estudar em meados de abril de 2017. Havia uma expectativa que o edital do MPU fosse publicado até o final do ano, o que não ocorreu. Em janeiro de 2018, como não havia mais notícias desse concurso resolvi estudar para o TRT 15 e TRT 2. Fiz as provas em julho e em agosto enfim saiu o tão esperado edital.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Fernanda: Como disse na questão anterior, em abril comecei a estudar, mas não com tanto afinco, tinha dias que estudava, dias que ficava com preguiça de acordar cedo para estudar. Já havia tentado MPU em 2010 e 2013, e como ser servidora deste órgão era um dos meus objetivos, parei para pensar um pouco sobre as tentativas e fracassos que havia cometido até então.
Tinha muita vontade, mas não me empenhava tanto quanto eu sabia que poderia fazer. Estava com 30 anos e resolvi que dessa vez faria diferente, que era o momento de mudar a estratégia. Em setembro, após pesquisar um pouco sobre o programa de coaching, resolvi contratar o serviço. O acompanhamento do prof. Yuri Moraes com certeza foi essencial para que eu tivesse disciplina para estudar todos os dias.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Fernanda: Estudei pelos materiais do Estratégia, comprei o pacote completo e também passei a assinar o Tec Concursos. Estudei basicamente pelos PDFs e depois que já tinha lido e revisado todo o material, passei a estudar através de resoluções de questões. Vídeo aulas assisti mais na fase final da preparação, aquelas aulas extras, mais resumidas e na velocidade 2. Foi a primeira vez que me preparei resolvendo muitas e muitas questões da banca e posso dizer que realmente faz uma diferença gigantesca, faz com que você chegue de fato competitivo para encarar a prova.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Fernanda: Em 2014 fui para Brasília prestar a prova de Agente de Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados. Na saída, enquanto esperava o táxi para ir para o aeroporto, conversei com uma menina que contou que havia estudado pelo material do Estratégia. Foi assim que fiquei conhecendo o Estratégia.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Fernanda: Antes tinha a meta de ler um PDF por dia, estudava todo o conteúdo de uma disciplina para depois começar outro. Depois, com o acompanhamento do prof. Yuri, durante a semana passei a estudar duas disciplinas por dia durante 80 minutos cada e fazia 20 minutos de revisão do que havia estudado no dia anterior. Estudava uma disciplina e fazia revisão de uma matéria de manhã, antes de ir para o trabalho e após as 19h retomava os estudos até bater a meta estipulada.
No sábado estudava quatro disciplinas e tirava 60 minutos para revisar. Domingo era dia de descanso. Comecei estudando pelos PDFs, apenas grifando e fazendo marcações, depois resolvi muitas questões e por último passei a fazer resumos de matérias que eu tinha mais dificuldade.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Fernanda: Administração Pública sem dúvidas foi a matéria mais difícil de estudar. Dei graças a Deus quando Raciocínio Lógico e Informática ficaram de fora. AFO, por sorte, já tinha estudado para os TRTs, pois o conteúdo veio bem puxado.
Sabia que precisava melhorar em Administração, praticamente cada aula (19 aulas) do material que o prof. Carlos Xavier preparou tinha cerca de 100 questões. Resolvi todas as questões, revisei todas que eu tinha errado, tinha hora que eu não suportava mais a matéria, mas eu sabia que tinha que continuar. No concurso as questões de Administração foram bem subjetivas, mas fui muito bem. Tenho certeza que a bateria interminável de exercícios comentados fez com que eu entendesse como o Cespe costuma pensar sobre alguns assuntos e isso fez muita diferença na hora da prova.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Fernanda: Tirei trinta dias de férias no trabalho para esta reta final, de segunda a segunda começava a estudar às seis da manhã, tirava duas horas para almoçar e descansar um pouco, retomava às duas da tarde e parava às dez da noite, fazendo pausa de 1h30 para tomar banho, jantar e de vez em quando fazer uma atividade física, nem que fosse só alongamento para manter a sanidade mental.
Na última semana só revisão, relendo anotações de questões e lei seca. No sábado resolvi desacelerar para descansar a mente e chegar bem no domingo, revisei algumas leis e só. No dia da prova até levei todos os meus resumos na mochila, mas no fim nem peguei nada para ler.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Fernanda: O maior erro foi ter passado anos prestando concurso sem ter uma direção certa, sem buscar estudar de maneira eficiente. Maior acerto foi ter buscado o acompanhamento de um coach para que enfim eu passasse a estudar de forma mais estratégica. O contrato do serviço de coaching foi de setembro até julho pois o edital dos TRTs já tinha sido publicado. Quando saiu o edital do MPU fiquei em dúvida se renovaria ou não, mas optei por caminhar por conta própria pois senti que já tinha a disciplina necessária para seguir sozinha sem correr o risco de fracassar e jogar todo o trabalho por água a baixo.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Fernanda: MPU sempre foi um dos meus objetivos e, desta vez, estava disposta a dar o meu máximo em busca de uma aprovação. Desistir não passou pela minha cabeça nem quando veio aquele balde de água fria que não teria concurso em 2017, estudaria o tempo necessário até sair o edital.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Fernanda: Admiro tanto o MPU que só isso serve como principal motivação. Sou servidora pública da Unicamp desde 2013, confesso que acomodei um pouco depois que passei neste concurso e diante da falta de perspectiva de carreira para os funcionários, em 2017 resolvi que era hora de mudar, pois senão passaria o resto da vida insatisfeita com o atual salário e carreira. Sabia que a mudança só dependia da minha força de vontade e determinação, pois havia inúmeras oportunidades melhores…bastava apenas estudar!
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Fernanda: Nessa hora eu só consigo pensar nessas frases que ecoam na minha cabeça nos momentos difíceis e que para mim fazem muito sentido hoje,:
“O segredo do sucesso é a constância no objetivo” (Vi escrito em um vidro de uma sala do Estratégia…=))
“No concurso você tem que estudar até passar, ficar na fila que uma hora chega a sua vez” (tio que é Auditor da Receita)
“Treinamento difícil, combate fácil” (prof. Sérgio Mendes)
Estratégia: Obrigada Fernanda pela entrevista e, mais uma vez, parabéns pela aprovação!
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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Me mande um e-mail! [email protected]
Grande abraço!
Thaís Mendes