Confira nossa entrevista com Fabiana Braga, aprovada no concurso da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para o cargo de Técnico Administrativo:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nosso leitor possa te conhecer melhor. Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Fabiana Braga: Sou mineira de Betim (região metropolitana de Belo Horizonte), bióloga, formada pela Universidade Federal de Minas Gerais e tenho 34 anos.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos?
Fabiana: Eu estudava de uma forma totalmente equivocada antes de me mudar para Brasília. Estudava por apostilas ruins e não conhecia bem a rotina de um concurseiro. Nessa época tinha acabado de me formar na Universidade e não fazia ideia de como era estudar as matérias do Direito. No final de 2010 quando vim para Brasília (por ter passado no meu primeiro concurso) ainda demorei muito para começar a estudar seriamente. E quando tomei essa decisão já estava trabalhando. Então tive que conciliar os estudos com trabalho.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último?
Fabiana: Sinceramente eu perdi as contas de quantos concursos já prestei. Mas os que eu passei foram no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério do Turismo, Instituto Estadual de Florestas/MG, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (esse foi o último concurso e o motivo dessa entrevista). Em outros, fui classificada e acompanho no Diário Oficial da União as nomeações como o do Superior Tribunal de Justiça, Conselho Nacional de Justiça e Polícia Rodoviária Federal.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Fabiana: Foi muito bom porque sou bem cética. Mesmo sabendo que tinha feito uma boa pontuação eu precisava ver o meu nome na lista. A sensação de contar para meus pais que eu realmente tinha passado e ouvir a reação deles foi melhor ainda.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social para passar no concurso o mais rápido possível?
Fabiana: Eu nunca fui de sair muito. Então, não foi nem um sacrifício negar a alguns amigos uma balada ou outra para estudar. E como minha família está toda em MG, final de semana me dedico a ler ou ir para a biblioteca. Porém, nunca abri mão de um bom papo de boteco e de assistir futebol com amigos (adoro fazer isso) para ficar estudando em casa. Sabia que se quisesse curtir esses momentos, eu deveria estudar antes e mais. Era assim que fazia. Interessante, que nesse concurso da Anvisa, eu saí uma noite antes. Mas fui consciente de que precisava voltar cedo para casa para ficar relaxada e bem fisicamente no dia seguinte.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Fabiana: Minha família apoia totalmente meus estudos, sempre apoiou. Meus pais não possuem nem o ensino médio, mas sempre se dedicaram intensamente aos meus estudos e aos dos meus irmãos. Acho que porque sempre acreditaram que, para nós, que não temos muitas condições financeiras, só poderíamos mudar de vida estudando. E foi assim durante toda minha caminhada.
Estratégia: Ao longo de sua jornada, você tentou outros concursos, para treinar e se manter com uma alta motivação ou decidiu manter o foco apenas naquele concurso que era o seu sonho?
Fabiana: Comecei fazendo concursos destinados a biólogos, mas quando eu percebi as possibilidades que o serviço público oferecia, decidi encarar o desafio de começar do zero (já que não tenho formação nenhuma na área do direito) e me engendrar por outros caminhos.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Fabiana: Acho que hoje em dia, nos concursos, são exigidas muitas matérias com um grau de profundidade cada vez maior. Então, ficar sem foco não é uma boa estratégia. Acho que temos que escolher áreas específicas e estudar as matérias comuns aos concursos dentro da área. Hoje, depois de ter passado na Anvisa, me dedico ao Tribunal de Contas da União. É um enorme desafio considerando que muda muito as matérias que estou habituada a estudar. Mas decidi encarar a caminhada e não mudar de foco mesmo tendo outros concursos bons prestes a sair.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo, contando toda a sua preparação? Durante este tempo de estudo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos mesmo naqueles períodos em que não havia edital na mão?
Fabiana: Estudo há um bom tempo, mas estudava sem orientação, de forma esparsa e desorganizada. Comprava apostilas de concursos específicos e estudava por elas. Nos últimos dois anos comecei a mudar o meu jeito de estudar porque percebi que me dedicar intensamente quando um edital saía, e só naquele momento, não estava dando certo. Com o concurso da Anvisa previsto e sabendo que a concorrência ia ser pesada, até pela falta de concursos em 2016, estudei toda a parte de raciocínio lógico (fazia uns 50 exercícios por dia), de administração e de português antecipadamente. Quando o edital saiu, já estava bem adiantada com relação a essas matérias. Acho que esses foram os diferenciais para mim: estudo antecipado, rotina pesada com relação a resolução de questões e material de qualidade (estudei todos as disciplinas por meio dos PDfs do Estratégia Concursos).
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Fabiana: Para o concurso da Anvisa especificamente, estudei por cursos em PDF na maior parte do tempo. Mas, quando estava fazendo alguma atividade que não me permitia ler o material, ouvia os áudios books que Estratégia Concursos disponibilizou como o da Lei 8.112/90 e da Lei do SUS. O bom dessa versatilidade de materiais é que percebi que consegui absorver mais conteúdo quando exercitei os diferentes sentidos, ora a audição, ora a visão.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Fabiana: Conheci o Estratégia por indicação de um amigo que me disse que era um site especializado em concursos públicos que disponibilizava os melhores materiais em PDF.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e re-leitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?
Fabiana: Para o concurso da Anvisa eu estudei antecipadamente português, raciocínio lógico e administração. Quando o edital saiu, eu comecei a fazer somente exercícios dessas três matérias e somente exercícios de direito constitucional e administrativo (porque já tinha uma base nessas disciplinas também). Como trabalho o dia todo, eu estudava, à noite, duas horas cada matéria. E foi assim, desde a publicação do edital até umas três semanas antes da prova, a minha rotina: articulei duas disciplinas por dia e fiz muitos exercícios. Mais próximo ao dia da prova, me dediquei a ler as leis específicas.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Fabiana: Sempre tive muita dificuldade em raciocínio logico e administração (seja ela geral ou pública). O jeito que encontrei para fixar mais os conteúdos foi estudando antecipadamente, fazendo anotações e, principalmente, fazendo exaustivamente muitos exercícios.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como você levou seus estudos neste período? Você se concentrava nas matérias de maior peso ou distribuía seus estudos de maneira mais homogênea? Focava mais na re-leitura, em resumos, em exercícios, etc ?
Fabiana: Nas semanas anteriores à prova, foquei na legislação específica e quando dava (enquanto estava dentro do ônibus ou na fila de restaurante, etc) fazia exercícios das outras disciplinas.
Estratégia: Na semana da prova, nós sempre observamos vários candidatos assumindo uma verdadeira maratona de estudos (estudando intensamente dia e noite). Por outro lado, também vemos concurseiros que preferem desalecerar um pouco, para chegar no dia da prova com a mente mais descansada. O que você aconselha?
Fabiana: Acho que cada um deve observar como o corpo reage nas diferentes situações e analisar o desempenho posterior. Percebi que, para mim, não dá muito certo acelerar demais na semana da prova. Para fazer uma boa prova tenho que estar descansada física e emocionalmente. Uma lida em algum regimento ou lei específica ajuda muito um dia antes, mas sem exageros.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Fabiana: Eu não estudei para a prova dissertativa. Já fiz cursos presenciais anteriores que me ajudaram bastante, mesmo porque conhecimentos são acumulativos, não é?! O que faço atualmente pensando numa prova dissertativa é ler, sempre que possível, diferentes assuntos de diferentes fontes. E sempre quando faço um concurso que tenha redação, eu vou até o site da Instituição para a qual estou prestando aquele concurso tentando encontrar alguma informação que possa indicar um possível tema.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Fabiana: Acho que os acertos foram: preparação antecipada das disciplinas que tinha mais dificuldade, estudo por meio de um material muito bom e realização de centenas de exercícios.
Os erros que já cometi em concursos anteriores foram: não ter foco, esperar o edital sair para começar uma rotina extremamente estressante e pesada de estudos e somente ficar lendo e assistindo aulas sem fazer exercícios.
Estratégia: Pela sua experiência e contato com outros concurseiros, diga-nos quais são os maiores erros que as pessoas cometem quando decidem se preparar para concursos?
Fabiana: Acho que um dos maiores erros é a falta de foco e falta de planejamento de estudos.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? E qual foi sua principal motivação?
Fabiana: Acho que uma das maiores dificuldades foi encarar a incerteza. Sem saber se o que eu estava fazendo iria dar certo ou não. Lidar com a dúvida gera um pouco de desmotivação. Mas sempre quando o cansaço batia, eu tentava imaginar o que eu poderia fazer com o meu trabalho novo, desde aprender coisas novas até colher os frutos de uma boa remuneração e consequentemente de poder dar mais conforto para minha família.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Fabiana: Acredito que antes de qualquer coisa, o melhor a fazer é escolher a área específica de atuação (policial, fiscal, legislativa, etc). É bom frisar que acho que essa escolha não deve ser pautada apenas pela remuneração. Existem outros aspectos a serem considerados para se que se evite surpresas desagradáveis posteriormente. Não temos como prever como será efetivamente nosso futuro cargo, mas quanto mais informações tivermos, menos riscos corremos de não nos adaptarmos àquela atividade específica.
Num segundo momento a escolha dos materiais é fundamental. Materiais e professores bons fazem a diferença. E isso o Estratégia tem de sobra.
Um bom plano de estudos (com o devido grau de flexibilidade) também é fundamental. Nos deixa mais focados e com mais possibilidades de irmos caminhando nas disciplinas.
A resolução de exercícios também é muito importante. Eu sempre ouvia isso de várias pessoas. Mas nunca levei a sério. Como no último concurso não teria tempo de ler todo o material em PDF apostei nos exercícios e deu super certo.
E por último, mas não menos importante, é ter fé e não desistir. Acreditar que está somente nas nossas mãos e nas nossas atitudes diárias a tão sonhada aprovação.
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