ENTREVISTA: Bruno Guilhermino – Aprovado em 4º lugar para Técnico em Regulação de Petróleo e Derivados, Álcool Combustível e Gás Natural no concurso ANP
“Dificuldades todas as pessoas no mundo passam, mas é o modo como encaramos essas dificuldades que faz diferença no futuro.”
Desempregado desde 2014, Bruno Guilhermino viu nos concursos públicos sua chance de driblar a crise e alcançar sua estabilidade profissional. Formado em Engenharia de Petróleo pela Universidade Federal Fluminense, esse mineiro de apenas 26 anos sonha em se tornar um Auditor Fiscal da Receita Federal. Mas enquanto isso não acontece, ele segue trilhando seu caminho e não desperdiçando as oportunidades.
Confira nossa entrevista com Bruno Guilhermino, aprovado em 4º lugar para Técnico em Regulação de Petróleo e Derivados, Álcool Combustível e Gás Natural no concurso ANP:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nosso leitor possa te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Bruno Guilhermino: Sou natural de Ubá-MG, mas moro a 8 anos em Niterói. Mudei-me para Niterói quando passei no vestibular no fim de 2007. Formei-me em Engenharia de Petróleo pela UFF e tenho 26 anos.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos?
Bruno: Dedico-me inteiramente aos estudos. Estou desempregado desde o fim de 2014 por causa da crise econômica que nosso país enfrenta com o adicional dos escândalos da Petrobras. Como minha área é o petróleo, ela foi muito afetada com a crise da Petrobras que acaba puxando as outras empresas.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último?
Bruno: Dentro do número de vagas fui aprovado em 4º lugar no concurso para Técnico em Regulação de Petróleo e Derivados, Álcool Combustível e Gás Natural da ANP. Fui aprovado para Fiscal de Posturas em Niterói mas fora do número de vagas do edital.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Bruno: A melhor possível, de que todo o esforço no final vale realmente a pena. Nós nos dedicamos muito para esse momento, planejamos tanta coisa para fazer, mas na hora você acaba ficando um pouco sem reação. A minha sensação foi mais de alívio, de tirar um peso das costas, pois tanto tempo desempregado e apenas 6 meses me dedicando aos estudos e já ser aprovado em um concurso da magnitude e concorrência como o da ANP é muito gratificante.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social para passar no concurso o mais rápido possível?
Bruno: Existiram fases durante a preparação, aliás, ainda existem, pois ainda não me satisfiz por completo então os estudos continuam até alcançar o verdadeiro objetivo. Um mês e meio antes da prova da ANP adotei uma postura mais radical e minha vida social era pouca ou praticamente nenhuma. Mas um pouco antes disso e agora na minha preparação para a Receita Federal de vez em quando saio com amigos ou família porque precisamos de um momento para relaxar, arejar a cabeça. Se você não fizer isso chega um momento em que os estudos não rendem apesar de passar horas e horas estudando pelos pdf’s ou assistindo vídeo-aulas. Acho que o ideal é fazer uma preparação equilibrada até o edital sair, conciliando momentos de lazer e muitas horas de dedicação aos estudos (tudo tem sua hora). Assim que o edital sai acho que chega a hora de intensificar os estudos, dar aquele gás final para chegar muito bem no dia da prova.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Bruno: Sou solteiro e não tenho filhos. Moro com a minha irmã que se forma esse ano em Medicina pela UFF. Minha mãe apoiou 100% como em todas as vezes que precisei de apoio familiar, seja com apoio financeiro quando precisei ou aquele apoio moral nos momentos que você pensa em fraquejar, desistir. Qualquer pessoa que estuda, seja para vestibular ou concursos, vai passar por momentos complicados em que os estudos começam a não render e você pode fraquejar e pensar em desistir. Nessas horas é muito importante ter amigos, familiares que te apoiam e incentivam ser aquele braço que te segura para não cair.
Estratégia: Ao longo de sua jornada, você tentou outros concursos, para treinar e se manter com uma alta motivação ou decidiu manter o foco apenas naquele concurso que era o seu sonho?
Bruno: Meus primeiros concursos foram para a prefeitura de Niterói (Fiscal de Postura e Fiscal de Tributos). Meu desempenho para fiscal de tributos não foi satisfatório o que me fez perceber que estava estudando de um modo errado. Acho que é muito importante fazer concursos para treinar, saber onde você está errando e para começar a pegar o ritmo de concurso. Você deve ter um foco e fazer concursos com matérias semelhantes ou cargos semelhantes para ir treinando até chegar o dia do concurso desejado.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Bruno: Acho que vale a pena sim. Compartilho tanto dessa opinião que fiz isso. Meu foco é Receita Federal, mas como tenho conhecimento da área de petróleo por causa da minha formação fiz o concurso da ANP e quando for nomeado irei assumir. Hoje estudo com o foco totalmente voltado para a Receita Federal, mas farei os concursos de fiscos estaduais e municipais que estiverem ao meu alcance para ir treinando ou até mesmo se eu passar dependendo do lugar e se eu gostar do trabalho “desistir” do sonho de ser Auditor Fiscal da Receita Federal.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo, contando toda a sua preparação? Durante este tempo de estudo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos mesmo naqueles períodos em que não havia edital na mão?
R: Até o momento da prova da ANP foram 5 meses de estudo. Mas desde então não larguei os estudos e me dedico de forma exclusiva aos fiscos. Eu mantive e hoje mantenho minha disciplina pensando se eu não fizer isso outras pessoas estarão fazendo e passarão na minha frente. Existem várias formas de se motivar: remuneração dos cargos, imaginar os frutos que você colherá ao assumir seu tão almejado cargo e até as dificuldades financeiras que passamos hoje servem como motivação para manter os estudos com afinco mesmo sem o edital na praça. Você não pode deixar o trem passar e não entrar a bordo.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Bruno: Usei cursos em PDF e vídeo-aulas. Para mim o que ajudou mais foram os cursos em PDF, usava as vídeo-aulas apenas quando não conseguia assimilar bem o conteúdo dos PDF’s. Vídeo-aulas são importantes, mas como é repetida muitas vezes a mesma coisa quando você entende a primeira vez acaba “perdendo tempo” de estudo. Não vejo desvantagens nos PDF’s e aulas presenciais já tive em outros tempos e são muito boas, pois você tem o contato direto com o professor, dúvidas são esclarecidas imediatamente, mas normalmente são os cursos mais custosos.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Bruno: Conheci através de buscas na internet e fóruns de concursos. Matérias que não tinha conhecimento como os direitos, contabilidade e administração fui pesquisando quais eram os bons professores nessas áreas e acabei chegando ao Estratégia Concursos.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e re-leitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?
Bruno: Montei de acordo com as minhas maiores dificuldades. Para o concurso da ANP como tenho bom conhecimento da área de petróleo eu resolvi focar na parte do edital que não tinha conhecimento profundo. Estudava normalmente no mínimo três matérias por dia, pois assim rendia mais. Esse modo eu só percebi na tentativa e erro porque no início dos meus estudos eu pegava uma matéria por dia e estudava durante horas a mesma coisa chegando num ponto em que eu conseguia estudar, mas não absorvia nada mais. E claro, em relação a ANP peguei as matérias da parte específica e estudei de forma mais intensa, pois eram as questões que tinham peso três na prova. No início dos estudos para o concurso fiz um ciclo com todas as disciplinas até a data da prova no excel. Nem sempre conseguia cumprir tudo do dia, mas aquilo servia para orientar meus estudos, saber o que já tinha feito e o que estava faltando para estudar. Não cheguei a fazer resumos porque na maioria das aulas do curso do Estratégia os professores colocavam um pequeno resumo da aula no fim e pra mim já era suficiente. Em relação ao enfoque era assim: colocava três aulas de disciplinas diferentes por dia. Estudava a teoria e fazia os exercício da aula em questão, se eu conseguisse terminar todo o conteúdo daquela disciplina eu estudava novamente desde a aula zero.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Bruno: A parte que eu mais foquei foi Defesa da Concorrência porque nunca tive contato com essa disciplina e percebi na primeira vez que estudei que não seria uma coisa simples. Como ela estava na parte específica e tinha maior peso tendo “apenas” cinco aulas consegui estudar várias vezes todo o conteúdo.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como você levou seus estudos neste período? Você se concentrava nas matérias de maior peso ou distribuía seus estudos de maneira mais homogênea? Focava mais na re-leitura, em resumos, em exercícios, etc ?
Bruno: É um período bem estressante porque você já está cansado de estudar as mesmas disciplinas e é um acúmulo de coisas, a pressão aumenta bastante. Nas últimas duas semanas intensifiquei os estudos na parte específica, mas sem largar totalmente os conhecimentos básicos. Fazia também pelo menos três provas de português da banca do concurso para me acostumar com o estilo. Os estudos continuaram da mesma forma: leitura da teoria e exercícios relacionados àquele assunto em seguida.
Estratégia: Na semana da prova, nós sempre observamos vários candidatos assumindo uma verdadeira maratona de estudos (estudando intensamente dia e noite). Por outro lado, também vemos concurseiros que preferem desalecerar um pouco, para chegar no dia da prova com a mente mais descansada. O que você aconselha?
Bruno: Foi uma mescla disso. Na primeira parte da semana encarei como uma maratona, estudando muito durante o dia e a noite (descansava indo para a academia, lá conseguia relaxar). Na segunda parte da semana fui desacelerando para chegar no dia da prova com a cabeça boa, descansada. A pressão que colocamos em cima de nós mesmos automaticamente é muito grande, então acho que deve haver essa desaceleração para chegarmos de forma mais leve no dia. Se você não fizer a preparação de forma adequada não são dois ou três dias estudando 15 horas por dia que farão diferença. Vejo em dias de prova vários concurseiros com seus materiais momentos antes da prova lendo, acho isso um erro porque se você fez tudo certo não precisa daqueles minutos a mais ali. Esse momento antes da prova é hora de concentração e foco no objetivo.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Bruno: O maior acerto pra mim foi fazer um bom ciclo de estudos e perceber que estudando várias disciplinas em um dia o estudo rendia mais. Acho que o maior erro foi o tempo de estudo, poderia ter começado um pouco antes podendo balancear melhor o tempo de estudos durante os dias. Como comecei a estudar após o lançamento do edital tive que correr muito com os estudos, acabou dando certo, mas não é algo que dá certo sempre. Mas aprendi com esse erro e hoje estudo sem saber quando será lançado o edital, o foco você deve manter mesmo que ache que o objetivo esteja longe.
Estratégia: Pela sua experiência e contato com outros concurseiros, diga-nos quais são os maiores erros que as pessoas cometem quando decidem se preparar para concursos?
Bruno: O maior erro que vejo são pessoas estudando por dias seguidos a mesma disciplina. Vários amigos meus começaram estudando assim, acho que é um erro de principiante, coisa que também passei. E também falta de material de qualidade. Devemos pesquisar muito antes de adquirir qualquer tipo de material pela internet, existem muitos fóruns e sites espalhados pela internet em que concurseiros compartilham experiências. É importante procurar sobre isso antes de tomar qualquer decisão.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? E qual foi sua principal motivação?
Bruno: O mais difícil pra mim é viver sem ter uma fonte de renda, sem receber o seu salário. Eu como já trabalhei e ajudava em casa pagando contas, colocava muita pressão nos ombros para uma aprovação rápida. Ao mesmo tempo isso servia de motivação também. Porém minha maior motivação foi e sempre será me imaginar no cargo almejado, você sempre tem que se imaginar e saber que um dia não muito longe de hoje você estará lá.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Bruno: O que todo mundo aconselha, nunca desistir. Dificuldades todas as pessoas no mundo passam, mas é o modo como encaramos essas dificuldades que faz diferença no futuro.
Outras entrevistas em:
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