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Aprovado em 3º lugar na PF, Alexandre Allgayer, fala sobre dificuldades na preparação: “estudava na hora do almoço”

“Eu venho de família pobre, não estudei nas melhores escolas, já tenho 34 anos e sou formado em Educação Física (área que não ajudou em nada nas provas escritas). Mesmo trabalhando 8 horas por dia, eu consegui uma aprovação expressiva em um concurso muito concorrido, aprendendo todas as matérias do zero. Não quero me vangloriar, mas quero deixar a mensagem que todos somos iguais e todos temos as mesmas possibilidades de alcançar o sucesso, sem desculpinhas e sem “mimimi””

Confira nossa entrevista com Alexandre Allgayer, aprovado no concurso da Polícia Federal (Provas objetiva, discursiva e TAF) em 3º lugar no cargo de Agente:

Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?

Alexandre Allgayer: Sou formado em Educação Física e tenho 34 anos. Me criei em Porto Alegre. Morei 11 anos no interior do Rio Grande do Sul (sendo 6 e meio em Rosário do Sul, onde fui militar temporário do Exército) e 5 em Santa Maria, como proprietário de uma academia de musculação e ginástica. Em 2015 voltei à Porto Alegre, após ser aprovado no concurso do Conselho Regional de Educação Física – CREF/RS.

Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Porque a área Policial?

Alexandre: Infelizmente a situação do empresário/proprietário de um estabelecimento de pequeno porte é bem complicada no Brasil. Na academia eu chegava a trabalhar 16 horas em alguns dias, nunca menos do que 12, e sem qualquer tipo de compensação como férias, segurança financeira, etc.

Eu estava muito estressado naquela época e quando abriu o edital do CREF, com vaga específica para Profissional de Educação Física e com regime de 40 horas semanais, foi quando tomei a decisão de estudar para concurso.

Em relação à área Policial, eu já tenho uma influência e identificação muito forte pelo meu tempo como Oficial do Exército Brasileiro. É bem comum os militares temporários acabarem “migrando” para as carreiras policiais. Além disso tenho muitos amigos e conhecidos que são policiais civis, militares e bombeiros. A carreira na Polícia Federal era um sonho, que eu resolvi encarar!

 Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?

 Alexandre: Nunca tive a oportunidade de não trabalhar e somente estudar para concursos.

No caso do concurso do CREF, quando ainda era proprietário da academia, estudava por lá mesmo, no balcão, mas precisando parar para atender os clientes.

Para o concurso da Polícia Federal, estudava durante o intervalo de almoço, no trabalho, e à noite, em casa.

Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?

Alexandre: No meu último ano de Exército, em 2010, prestei concurso para cadastro reserva de Professor de Educação Física, em um município do interior do Rio Grande do Sul. Acabei sendo chamado muito rápido e ainda não havia nem sido dispensado do Exército. O salário era baixo, minha vocação não é o ensino escolar e eu ainda perderia toda a rescisão do tempo de serviço militar, acabei desistindo de assumir.

Depois, em 2015, fui aprovado em 1° lugar no Conselho Regional de Educação Física, como Assistente de Fiscalização. E, agora, no concurso da Polícia Federal, em 3° lugar para o cargo de Agente.

Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados nas primeiras fases do certame e ainda no topo da lista?

Alexandre: Eu acreditava que tinha grandes chances de ter a minha redação corrigida e  ver meu nome ali foi uma sensação de dever cumprido! Mas após montarem a lista com a classificação e eu ver que fiquei em 3° colocado, não pude acreditar! Busquei várias fontes, várias listas e seguia lá no topo meu nome! Ainda não caiu a ficha direito. Estou muito feliz, mas sentindo uma responsabilidade enorme para as próximas fases, em manter o nome lá!

Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?

Alexandre: Durante a preparação para esse concurso, dei uma reduzida drástica na vida social, nas redes sociais e também das atividades físicas. Todos foram a um patamar básico, mínimo de sobrevivência (rsrs). Apenas saía em eventos mais obrigatórios, como os aniversários e as refeições em família.

Não postava mais nada e saí de grande parte dos grupos de WhatsApp. Os treinos físicos, que eram todos os dias, foram para 2 vezes por semana, apenas para uma manutenção básica e, por conta disso, também engordei alguns quilinhos (rsrs).

Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?

Alexandre: Saí de casa aos 19 anos, quando fui servir como Oficial do Exército no interior do RS. Já fui casado, mas me divorciei e não tenho filhos.

Atualmente moro com minha namorada e tivemos uma certa “sorte” na questão dos estudos para o concurso. O período coincidiu com uma grande carga de estudos do mestrado dela. Ambos tiveram que trabalhar e estudar muito!

Foram meses bem estressantes para ambos, mas conseguimos aguentar bem o fardo. Nos apoiamos e superamos a fase com sucesso!

Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?

Alexandre: Sim, caso a pessoa não tenha uma certa disponibilidade, principalmente de tempo, para estudar para o concurso dos sonhos. Acredito que investir em um concurso “menor”, mais fácil de passar, inicialmente seja o mais indicado. Depois que estabilizar a vida, com mais tranquilidade e tempo disponível, aí sim vale a pena cair de cabeça no objetivo principal.

Caso tenha a possibilidade de “ser sustentado” por alguém, então acredito que não valha a pena estudar para outra coisa que não seja para a área do foco principal. A maior vantagem é ter tempo disponível para estudar, e quem o tem, deve aproveitá-la ao máximo!

Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?

Alexandre: Comecei a estudar para o concurso da Policia Federal praticamente 1 semana depois que ele foi autorizado, em março deste ano. Foram 6 meses de estudo até a prova.

Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?

Alexandre: Desde o início deste ano comecei a dar uma estudada nas matérias mais focadas para a área policial. Havia comprado em janeiro uma apostila, de um curso aleatório, para o concurso da Abin. Mas foi um desastre! Ela estava incompleta, não tinha todo conteúdo do edital. Também não fui tão focado e dedicado como para o da Policia Federal.

Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?

Alexandre: Estudei pelos cursos do Estratégia e pelas questões do TEC Concursos.

Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?

Alexandre: Quando o concurso da Policia Federal foi autorizado, já tinha desistido da ideia de apostilas e comecei a pesquisar na internet qual seria a melhor maneira de estudar online. Acabei caindo em algum fórum de concurseiros e lá indicaram os cursos do Estratégia como a melhor opção para se estudar em casa e uma empresa com altíssimos índices de aprovações.

Assisti então no Youtube uma transmissão do Estratégia, que havia sido feita sobre a autorização do concurso. Após isso tive confiança,  decidi comprar o curso, seguir direitinho as orientações e me dedicar ao máximo. Deu certo!

Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?

Alexandre: Na transmissão que havia assistido sobre o concurso, o professor Luis Eduardo demonstrou uma análise detalhada dos concursos anteriores e de como estudar. Vi a carga de questões por disciplina; as matérias com mais chance de cair; a importância de fazer revisões e qual a periodicidade indicada; como e quanto resolver de questões; e como montar a tabela do plano de estudos em cima daquelas informações.

Inicialmente estudava 6 disciplinas ao mesmo tempo. Fazia as breves revisões de 24 horas após ver a matéria. Depois reiniciava toda a disciplina em revisões e exercícios, isso quando chegava nos 50% dela. Quando finalizava uma disciplina, apenas mantinha a revisão e exercícios e  iniciava outra disciplina.

Chegou um momento em que eu já havia finalizado todas as disciplinas, isso a aproximadamente 2 semanas antes da prova. Daí fazia apenas revisões e exercícios.

Eram de 3 a 4 horas LÍQUIDAS de estudo por dia durante a semana e o dobro nos finais de semana e feriados.

Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?

Alexandre: Antes de sair o edital, estava com uma grande dificuldade em economia, que havia caído no concurso anterior. Quando o edital foi publicado, fiquei muito feliz que essa disciplina havia saído e entrou estatística em seu lugar.

No começo, ainda descritiva, a estatística estava sendo uma matéria bem gostosa de estudar mas, quando começou a aprofundar a parte de estatística inferencial, foi bem complicado!

Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?

Alexandre: A semana que antecedeu a prova eu já havia visto toda a matéria. Apenas mantive o foco em revisões e exercícios.

No dia anterior, assisti à transmissão ao vivo do Estratégia e complementei com exercícios de outras matérias. Não teve descanso!  

Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?

Alexandre: Estudei as aulas do curso, entendi como funcionava a sistemática das questões discursivas do CESPE e então busquei uma professora aqui em Porto Alegre, para corrigir algumas redações que fiz.

Mesmo que acredite ter facilidade em redações, vale a pena entender como a banca trabalha com as discursivas e treinar fazendo redações.

Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF?

Alexandre: Essa foi a parte que considerei mais fácil, até porque sou formado em Educação Física. Logo que fui aprovado, resolvi fazer um simulado, para me planejar como iria treinar até o TAF. Todas as provas consegui pelo menos o índice mínimo, com exceção da natação.

Precisaria fazer os 50 metros em 44 segundos, mas os fiz em 52! Sempre soube nadar sem problemas, mas nunca havia tirado tempo. Tive então que me matricular em uma escola de natação para aprender e aprimorar bem a técnica, pois o tempo é bem apertado e, somente com condicionamento físico. não dá para bater o tempo! No TAF consegui fazer a prova de natação em 37 segundos e o resto das provas foi bem mais tranquilo.

Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? 

Alexandre: A matéria que menos fiz pontos foi estatística. Se tivesse dispensado mais tempo para estudá-la, talvez pudesse ter ido melhor.

Outro ponto que pesou bastante durante a prova foi o tempo. Terminei a prova faltando 2 minutinhos para entregar a folha de respostas. Acho que poderia ter treinado mais simulados completos, cronometrados. Sempre os fazia sem pressa, sem calcular tempo. Na hora da prova o tempo apertou demais. O último parágrafo da dissertativa foi sem rascunho mesmo!

Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?

Alexandre: O mais difícil, com certeza, foi manter o ritmo de estudos todos os dias. Não cheguei a pensar em desistir, mas foram muitos os momentos em que precisei buscar forças e motivação extra para negar os convites de outras atividades com amigos e parentes e seguir focado, estudando, enquanto os outros curtiam bons momentos.

Estratégia: Qual foi sua principal motivação?

Alexandre: A Polícia Federal é um sonho para mim. É uma das instituições com maior credibilidade e que realiza um trabalho nobre, árduo e de extremo valor para a sociedade. Se tudo der certo nas próximas fases, terei um orgulho sem tamanho em servir na corporação e contribuir para um futuro melhor para nossos filhos e para a nação brasileira.

Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Alexandre: Eu venho de família pobre, não estudei nas melhores escolas, já tenho 34 anos e sou formado em Educação Física (área que não ajudou em nada nas provas escritas). Mesmo trabalhando 8 horas por dia, eu consegui uma aprovação expressiva em um concurso muito concorrido, aprendendo todas as matérias do zero. Não quero me vangloriar, mas quero deixar a mensagem que todos somos iguais e todos temos as mesmas possibilidades de alcançar o sucesso, sem desculpinhas e sem “mimimi”.

Basta mentalizar bem o objetivo, planejar e focar os estudos de acordo com o concurso dos sonhos seguir e confiar nos conselhos de quem entende do assunto, abstrair tudo o que não for necessário para atingir aquela meta e estudar, estudar, estudar! Você só precisa de 1 vaga, a sua! =)

Estratégia: Obrigada Alexandre pela entrevista e, mais uma vez, parabéns pela aprovação! Que dê tudo certo até o final do concurso.

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Depoimentos de Aprovados
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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Me mande um e-mail! [email protected]

Grande abraço!

Thaís Mendes

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Veja os comentários
  • Parabéns Alexandre, Acredito que de fato essa foi uma conquista épica na sua vida, e obrigada pela sua entrevista que além de estar sendo um fator motivador importantíssimo para quem quer seguir a carreira (assim como eu, pretendente ao cargo), nos mostrou que seu esforço foi além do objetivo de ocupar um cargo publicou, mostrou a real importância e o comprometimento que você terá com a população brasileira, e isso nos enche de orgulho. Atte. Clarice S. Cassoli
    Clarice em 17/04/19 às 13:34