Hoje voltaremos a falar sobre Engenharia de Software, uma das áreas de Tecnologia da Informação queridinhas das bancas nos concursos públicos de alto nível. O tema escolhido para o nosso papo foi levantamento de requisitos, um tópico gostoso e leve para estudar.
Além de entender para que serve, você terá a oportunidade de conhecer as técnicas mais clássicas de levantamento de requisitos. Não temos bola de cristal, mas sabemos que o tópico de hoje esteve no passado, está no presente e estará no futuro das provas. Veja o que vamos abordar:
Recomendamos fortemente o conteúdo de hoje a todos os alunos que estudam para provas de áreas concorridas (por exemplo, área fiscal) e, claro, para provas da área de TI. A boa notícia é que não há pré-requisitos para a leitura. Este artigo é democrático, para todos.
Atendendo a pedidos, preparamos a publicação em formato reduzido, de forma que você não perca muito tempo. Afinal, você tem várias disciplinas para estudar e muitas questões para exercitar. Chega de “papo furado” então? Vamos começar.
Tempo de leitura aproximada: 5 a 10 minutos
O levantamento de requisitos é o processo de elicitar as necessidades do projeto de software. Em outras palavras, vamos identificar tudo o que o sistema deve ter.
Normalmente, o levantamento de requisitos é feito junto aos usuários da aplicação, pois eles detêm o conhecimento das possíveis funcionalidades atreladas ao negócio. Porém, isso não é regra. É perfeitamente possível levantar os requisitos sem a participação do usuário.
Um erro que normalmente ocorre nessa fase refere-se ao envolvimento das pessoas (stakeholders). Ao invés de levantar os requisitos com quem efetivamente vai utilizar o sistema, os analistas são direcionados aos responsáveis pela gestão, que não conhecem as necessidades do negócio.
Outro problema comum é a substituição dos usuários do sistema. Os originais saem da empresa, após fornecer todas as informações para o projeto, e novos entram em seus lugares, com entendimentos diversos a respeito da solução.
Veja que os problemas aparentam ser simples, mas tenha certeza de que isso é crucial para fazer com que o projeto não dê certo. E por quê? Porque levantar requisitos com pessoas diferentes implica novos pontos de vista. E isso provoca mudanças no sistema.
Quando os usuários efetivos respondem que a solução não atende às necessidades, o levantamento de requisitos é refeito. Refazer todo um trabalho prévio (ou seja, um retrabalho) é um prejuízo aos cofres públicos, ainda que indiretamente.
Há muitas técnicas de levantamento de requisitos difundidas no mercado. Neste artigo, selecionamos algumas bem conhecidas: entrevista, etnografia ou observação, questionário, workshop, Joint Application Design (JAD) e prototipação. Vamos falar um pouco sobre cada uma delas.
Entrevista: esta é a técnica mais conhecida e utilizada, disparada. O analista entrevista o usuário para saber o que ele precisa. As perguntas podem ser abertas (definidas conforme o desenrolar da entrevista; mais comum) ou fechadas (definidas antes da entrevista começar).
Etnografia ou Observação: nesta técnica, o analista observa de perto o trabalho do usuário e/ou o contexto do ambiente para extrair os requisitos. Em outras palavras, ele senta ao lado por uma tarde, uma semana, 1 mês (acordam o tempo previamente) para fazer o levantamento.
Questionário: técnica utilizada quando o grupo de usuários é grande ou está separado geograficamente. As perguntas são pré-definidas em uma espécie de formulário. Posteriormente, o analista casa as respostas para identificar os requisitos da solução. Para facilitar, muitas vezes elas estão em formato de múltipla escolha.
Momento Curiosidade: o questionário é uma técnica um pouco engessada, que não permite grandes mudanças. Já fui mais utilizada no passado, quando a comunicação à distância era limitada. Atualmente, a maioria dos analistas prefere fazer uma videoconferência com os usuários.
Workshop: como o próprio nome indica, essa técnica levanta os requisitos por meio da formação de grupos de trabalho. Os usuários se reúnem para discutir a solução, na presença do analista. É uma técnica bastante utilizada quando o software envolve perfis variados na empresa, de áreas distintas.
Joint Application Design (JAD): evolução do workshop, com um viés colaborativo. Usuários participam de reuniões com dinâmicas de grupo, visando levantar os requisitos. O encontro conta também com a presença de um moderador ou mediador (geralmente alguém de fora da situação).
Prototipação: técnica clássica, em que os analistas elaboram um protótipo para a validação do usuário. Por meio do protótipo, são feitos ajustes nos requisitos coletados inicialmente. Veja que ele é uma técnica que precisa de combinação com outra, que de fato fará o levantamento inicial.
Você Sabia? O protótipo idealiza a interface e o funcionamento do sistema, antes dele ficar pronto. É possível classificá-lo de forma estática, sem interações nas telas, ou de forma dinâmica, com recursos de navegação.
Antes de terminar o artigo, preparamos um fechamento dos conceitos em grande estilo, por meio de um mapa mental. Esperamos que o nosso esquema ajude-o na fixação do conteúdo e nas próximas revisões.
Se você gostou do mapa mental e achou que ele fez a diferença nos estudos, salve-o nos seus arquivos pessoais. Alternativamente, você também poderá armazenar este artigo para ler e reler quantas vezes quiser.
No artigo de hoje, falamos sobre levantamento de requisitos, um assunto com grande incidência nas provas de Engenharia de Software. Assim, se você entendeu os conceitos apresentados, o próximo passo será realizar muitas questões para sedimentar o conhecimento.
Historicamente, alunos aprovados realizam várias baterias de exercícios e simulados para atingir seu objetivo. Acesse o Sistema de Questões do Estratégia Concursos pelo link: https://concursos.estrategia.com/.
Além disso, não esqueça de retornar ao tópico de tempos em tempos para fazer revisões. Aproveite o mapa mental disponibilizado neste artigo para isso, pois irá ajudá-lo nesta jornada.
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Bons estudos e até a próxima!
Cristiane Selem Ferreira Neves é Bacharel em Ciência da Computação e Mestre em Sistemas de Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de possuir a certificação Project Management Professional pelo Project Management Institute (PMI). Já foi aprovada nos seguintes concursos: ITERJ (2012), DATAPREV (2012), VALEC (2012), Rioprevidência (2012/2013), TJ-RJ (2022) e TCE-RJ (2022). Atualmente exerce o cargo efetivo de Auditora de Controle Externo – Tecnologia da Informação no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), além de ser colaboradora do Blog do Estratégia Concursos.