Engatinhar, andar e correr.
Esta é uma técnica milenar (creio que utilizada desde o tempo de Adão e Eva), mas vou tentar reproduzir, aqui, em termos de concurso público.
– Engatinhar: Esta é a fase do candidato a cargo público que, quando sai um edital, o que mais lhe chama a atenção é o ganho (ou quanto vai entrar na conta no final do mês). Este é o primeiro erro (que pode ser fatal), pois ele não avalia a sua condição de competir pela vaga, mas sim o quanto irá ganhar.
Nesta linha de raciocínio, o resultado é uma catástrofe. Não virá nenhum raio laser do céu e transformará você num ciborgue. Você será simplesmente mais um reprovado.
Se você sobreviver a esta primeira pancada, a coisa começa a ficar interessante. Você passará para a segunda fase, que, verdade seja dita, é mais difícil que a primeira. Mas vamos em frente.
– Andar: aqui você começa a ter uma noção da competição. Começa a conhecer a banca (ou o que ela mais cobra), começa a ver o perfil dos candidatos que foram aprovados e você sente que ainda falta muito tempo de estudo.
Aí você começa a usar a técnica. Uma aula por vez, ciclos de estudo, resumos… Ainda que você tenha pressa, você não consegue pular as fases. Se você tentar correr antes de engatinhar, vai acabar se matando, pois verá que seu esforço é inútil.
A maioria dos candidatos não entende isso. É como você se preparasse para uma maratona e treinasse pouco tempo. A decepção é certa e você pagará o preço de seu erro. Começa “correndo” e acaba “se arrastando”.
Nesta fase (correr), se você não manter o foco, estará perdido. Estará cada vez mais próximo de seu objetivo, mas ainda não chegou a sua vez. De uma coisa tenha certeza: você não é o escolhido por Deus. Vai ter de ralar muito para conquistar a vaga.
Depois de algumas reprovações, bate o desespero. Aí você verá que a questão do ganho financeiro (ou do salário bom) é proporcional ao seu conhecimento. Assim, só resta uma alternativa: se fortalecer no conteúdo e “demolir” a prova. Para isso, pegue sua faca de combate (que, no seu caso, é uma caneta esferográfica, preferencialmente de cor azul, feita de material transparente) e vá à luta.
Aí você pergunta: será que eu vou passar? Vou dizer algumas coisas, e você compreenderá a mecânica:
– Você tem foco e não fica correndo atrás de um edital sedutor;
– Você estuda uma etapa por vez, sem técnicas da Nasa de aprendizagem;
– Você não espera um momento mágico, pois sabe que a sua situação não irá se resolver do dia para a noite; e
– O seu rendimento de estudo está ficando bom.
Se você faz isso e leu este artigo até aqui, é porque a vitória está muito próxima. Assim, vamos para a última fase.
– Correr: Aqui, acontece o seguinte: quando sai um edital, aquelas matérias básicas (português, raciocínio lógico, direito constitucional, direito administrativo e, de quebra, alguma discursiva) você nem estuda, pois “já está no sangue”. Você foca nas matérias específicas (que geralmente tem peso 2) e somente revisa as matérias básicas (que geralmente tem peso 1).
Neste momento, você entende que a persistência é fundamental. Não se engane. Todos, em maior ou menor grau, construíram suas aprovações no silêncio de seus ambientes de estudo. A cada página lida, a cada questão respondida, este movimento foi ganhando força, até que a vitória fosse conquistada.
Assim, fica o recado: “De hoje em diante, considerarei o esforço de cada dia como um golpe do meu machado no poderoso carvalho. O primeiro golpe pode não causar tremor na madeira, nem o segundo, nem o terceiro. Cada golpe pode parecer insignificante e sem nenhuma conseqüência. Contudo, a custo de tais golpes, o carvalho finalmente tombará. Assim também será com meus esforços de hoje. Persistirei até alcançar êxito.”
Sucesso e te espero do lado de cá!!