Este artigo busca trazer para os candidatos do Concurso Nacional Unificado (CNU), organizado pela banca CESGRANRIO, dicas para o momento da prova. Foi utilizado o modelo de prova do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), aplicada pela banca recentemente, e de alto nível, semelhante ao do CNU.
Primeiramente, é uma característica da banca CESGRANRIO, responsável pela prova do CNU, apresentar, em suas provas de concurso, algumas questões fáceis e diretas. Exemplificando, o enunciado pode contextualizar e conceituar alguma definição, e as alternativas apresentarem o nome do conceito. Consequentemente, a questão pode parecer fácil demais, ou até mesmo “óbvia”.
Geralmente, em provas de concurso, ocorre uma regra de Pareto, de forma natural. Ao classificar o nível de dificuldades, percebe-se que 50% delas são de nível fácil, 30% de nível intermediário e 20% de nível difícil. Algumas bancas, como a VUNESP, a FCC e a própria CESGRANRIO, em suas questões fáceis, utilizam questões “óbvias” nas provas.
Além disso, a prova do CNU possui cargos altos em suas vagas, o que a torna uma prova de alto nível. E a existência de questões “óbvias” nas provas pode gerar uma fonte de ansiedade e desconfiança para os candidatos, na hora da prova.
Por fim, a dica para encarar a Cesgranrio na prova do CNU, neste ponto das questões “óbvias”, é saber que elas existem. O “desconfiômetro” de pegadinhas deve se manter ligado, mas saber que a aceitação do “óbvio” pode ajudar evita que quem gere a pegadinha seja o próprio candidato.
Na prova do IPEA, a existência de grandes textos antes dos comandos das questões foi notável. Alguns eram necessários, porém muitos eram meramente motivadores e não afetavam a resolução da questão em si. Além das provas de língua portuguesa, os textos longos perduravam por toda a prova.
Como a prova do CNU tem alto nível, semelhante ao nível do IPEA, pode ser que o fato se repita. Além dos longos textos, uma diversidade muito grande de matérias em suas questões formam o exame. O concurso ocupa dois períodos do dia, e num dos períodos provas objetivas e discursivas coexistem.
Em relação aos textos longos, a dica para a prova do CNU, aqui, é otimizar a leitura dos textos. Como sugestão, uma opção é ler o comando (frase imediatamente anterior às alternativas, que traz a pergunta da questão, em si), e analisar se é necessária a leitura do texto inteiro, ou não.
Porém, essa dica para a prova do CNU, assim como a anterior, deve ser usada com prudência. E nunca deve ser encarada como uma regra, apenas como uma dica. Portanto, o candidato deve sempre fazer o que deve fazer, para não tornar a dica a fonte do seu erro. Então, se ela não for aplicável, não aplique.
É fato que o CNU é um concurso inovador, e uma de seus fatores mais marcantes foi a multidisciplinaridade de seus editais. Em termos práticos, no Bloco 7, por exemplo, conhecimentos de Contabilidade Pública e Administração Financeira e Orçamentária, típicos da carreira de Contador, com conhecimentos de Comunicação Social, típicos da carreira de Jornalista compõem o mesmo edital.
Ademais, na prova do IPEA, a multidisciplinariedade dentro das disciplinas da própria prova se fez presente no concurso do IPEA. As abordagens de tema transverso não impediam a resolução da questão apenas com o conhecimento da disciplina cobrada na questão, mas o interesse de uma análise transversal da prova era evidente.
Como dica para o dia da prova, fazer a prova consciente que a banca deseja e incentiva a multidisciplinaridade na mente dos candidatos pode ajudar bastante.
Às vezes, uma leitura de uma questão de disciplina posterior pode ajudar na resposta de uma questão de uma disciplina anterior. Em algumas ocasiões, as questões objetivas podem ajudar na construção da questão discursiva, e o texto motivador da questão discursiva pode ajudar nas questões objetivas. Pensar de forma multidisciplinar pode ser muito útil.
Seguindo a linha de raciocínio da dica anterior, e tomando a liberdade para “adivinhar” uma abordagem da prova discursiva, a próxima dica é justamente para o texto e tema da discursiva da prova do CNU.
Caso a abordagem da prova discursiva caminhe para a multidisciplinaridade, o importante será ligar as palavras chave do texto motivador e do comando da questão de forma racional e coerente. Evidenciar a ligação de diferentes conceitos a um só tema ou problema, mostrando domínio dos conceitos em si.
É fato que a banca CESGRANRIO, e o próprio Governo Federal, tanto na prova do IPEA quanto no CNU querem uma abordagem mais prática, moderna e contextualizada dos problemas sociais e da máquina pública. Tornou-se notável quando matérias clássicas e mais teóricas foram substituídas por matérias mais modernas e práticas, no edital da prova do CNU.
Pode ocorrer, também, da questão ser específica em um tema só, porém, neste caso, deve-se abordar um problema prático. Ademais, deve haver coerência de trazer a teoria para a prática de forma coerente, justificada e lógica.
Por fim, a dica mais importante, para a prova do CNU: dicas são apenas dicas. Ou seja, não foram elaboradas para serem seguidas à risca, nem mesmo é necessário que concordem com elas.
Em suma, o objetivo das dicas é facilitar o processo da prova, que geralmente é cansativo, e pode haver pegadinhas. Apresenta, ainda, o objetivo maior de motivar o candidato na sua caminha na aprovação.
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