DF não detém o pior Índice de Gini do Brasil
Estava dando aula, no dia 16 de junho, do nosso curso extensivo de Conhecimentos sobre o Distrito Federal, quando um aluno postou várias vezes no chat um comentário dizendo que eu estava errado em dizer que o DF possui o segundo pior Índice de Gini do Brasil na comparação com os estados.
Segundo este aluno, e outros que também comentaram, em uma aula que assistiram de uma professora e em uma correção de simulado que assistiram de um professor, foi dito que o Distrito Federal detém a pior classificação neste indicador.
Respondi aos alunos que sou um professor bastante cuidadoso com números e dados, principalmente por que eles sempre mudam e há muita informação sendo produzida; que iria verificar se foi disponibilizado um dado mais recente. E que, se houvesse um dado novo, iríamos atualizar nos nossos cursos.
Pois bem, veremos na sequência que eu não estava errado. Estava e continuo estando com a informação correta.
Leiam, e quando forem falar disso, podem me citar e também a fonte da minha informação!
O Índice de Gini ou Coeficiente de Gini é um parâmetro internacional usado para medir a desigualdade de distribuição de renda de um território determinado (país, estado ou município). O coeficiente varia entre 0 e 1, sendo que, quanto mais próximo do zero, menor é a desigualdade de renda, ou seja, melhor a distribuição de renda. Quanto mais próximo do um, maior a concentração de renda.
Neste artigo, utilizo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cuja excelência e referência na produção de informações e de estatística no Brasil, dispensa comentários. Em 06/05/2020, o Instituto divulgou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua – divulgação anual, com dados do ano de 2019.
A pesquisa traz os dados mais recentes do IBGE para o Índice de Gini pelo rendimento médio mensal real recebido de todos os trabalhos e pelo rendimento médio mensal real domiciliar per capita.
O primeiro é com base em todos os trabalhos, com base na renda de todos os que trabalham. O segundo, engloba o rendimento de todas as fontes, o que inclui o rendimento do trabalho e de outras fontes: aposentadoria e pensão, aluguel e arrendamento, pensão alimentícia, doação e mesada, programas de transferências de renda, rentabilidade de aplicações financeiras e outros rendimentos.
Tomando como base os dados atuais, verificamos que o Distrito Federal não detém o pior Coeficiente de Gini do Brasil. Na comparação com os estados, não é mais o que está no topo do ranking, com a pior desigualdade na distribuição de renda do país, já foi, não é mais.
Pelo rendimento médio mensal real recebido de todos os trabalhos, ano de 2019, o pior Índice de Gini é o de Sergipe (0,552), o Piauí e o DF estão em segundo (0,551).
Pelo rendimento médio mensal real domiciliar per capita, ano de 2019, o pior Índice de Gini é o de Sergipe (0,580), seguido de Pernambuco (0,573), Ceará (0,561), Paraíba (0,559), Bahia (0,556), Rio Grande do Norte (0,555) e Distrito Federal (0,553).
Dito isto, vamos a algumas orientações importantes:
1º – O Índice de Gini do DF é maior que o do Brasil e o da região Centro-Oeste.
2º – A desigualdade no DF é muito elevada, na comparação com os estados, possui um dos piores Índices de Gini do Brasil.
3º – Não é necessário decorar números, para as provas é suficiente saber o que escrevi na primeira e na segunda orientação.
Para quem gosta de se divertir com tabelas, com montanhas de dados, segue o link de onde coletei as informações para este artigo:
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Bons estudos!
Leandro Signori