Aprovada no concurso INSS
“Foram muitos dias de choro, frustração e ansiedade. Quando isso acontecia, e aconteceu muito, eu buscava meus amigos e minha família. E minha maior motivação foi lembrar sempre do motivo de eu ter escolhido esse caminho – escrevi em um papel e deixava visível. Cada um tem o seu e o meu estava bem claro e foi o que me manteve com motivação ao longo dos dias”
Confira nossa entrevista com Michelle Kato, aprovada no concurso do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com apenas 3 meses de estudo:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que as pessoas que nos assistem possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Michelle Kato: Meu nome é Michelle, sou de São Paulo, tenho 26 anos e sou formada em Publicidade.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos?
Michelle: Até janeiro deste ano eu trabalhava na minha área, com pesquisa de mercado. Sempre gostei do que fazia, mas nos últimos anos eu comecei a repensar a relação que eu tinha com o trabalho e também percebi que trabalhar com comunicação já não me trazia mais a mesma satisfação.
Então, comecei a cogitar a ideia de entrar no serviço público. Eu estava com uma viagem marcada para fevereiro e aproveitei o momento para finalmente tomar a decisão de pedir demissão. Não foi uma decisão fácil, mas pensei que se não tentasse mudar, eu provavelmente estaria no mesmo lugar e com as mesmas insatisfações no futuro. Então, aproveitei que ia viajar e fiz dessa viagem um momento de descanso total para a cabeça, de despedida da minha antiga carreira e preparação para voltar com foco 100% no mundo dos concursos.
Como eu sabia que não iria conseguir estudar e trabalhar ao mesmo tempo, pois o escritório me exigia muitas horas e muita energia, fiz um planejamento financeiro para poder aguentar mais ou menos 2 anos sem renda. Então, voltei de férias e no meio de fevereiro comecei a estudar em tempo integral para o concurso INSS.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último?
Michelle: O concurso do INSS foi o meu primeiro, eu nunca havia prestado nenhum antes dele. No começo, quando me inscrevi, pensei que seria bom para começar, já que grande parte das matérias seriam úteis para outros concursos. Mas no final, acabei gostando muito de Direito Previdenciário e fui me envolvendo cada vez mais com a ideia de trabalhar no INSS.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Michelle: Foram muitas emoções. Estudar para concurso é uma montanha russa, cheia de altos e baixos. Mesmo com pouco tempo de estudo, eu pude sentir bem a pressão que é “só estudar”. Envolve muita disciplina, muita vontade e muita maturidade emocional para enfrentar a incerteza, os julgamentos, a concorrência imensa e a dificuldade das matérias. Então, finalmente ver seu nome ali na lista depois de tudo é uma coisa meio inacreditável. É uma sensação de conquista e merecimento.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social para passar no concurso o mais rápido possível?
Michelle: Passei a sair menos, mas não deixei completamente de ver amigos ou de passar tempo com minha família. O que fiz foi tomar cuidado para não me cansar muito e para manter o meu planejamento de estudo em dia.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Michelle: Moro com meus pais e eles apoiaram 100% a minha decisão. Meu pai e meu irmão são concursados, então minha família já sabia como era essa vida de concurseiro. Minha mãe e meu namorado foram os que mais acompanharam minha rotina de estudos e os que mais tiveram que ser compreensivos com meus abalos emocionais. Acho que a compreensão de quem está próximo é fundamental. Meus amigos também me ajudaram muito nesses últimos meses.
No meu caso, a forma como me ajudavam mais era me escutando desabafar. Eu falava cem vezes as mesmas coisas, mas precisa deles escutando cem vezes e repetindo cem vezes que ia dar certo e que era para eu ficar tranquila. Eles sabiam que eu precisava disso e foi isso que fizeram e me ajudou mais do que eles imaginam.
Estratégia: Ao longo de sua jornada, você tentou outros concursos, para treinar e se manter com uma alta motivação ou decidiu manter o foco apenas naquele concurso que era o seu sonho?
Michelle: Foquei no INSS, porque não tinha muito tempo. Eram 3 meses até a prova e eu não tinha noção de nada. Então, decidi estudar apenas as matérias desse concurso, o que já era muita coisa para pouco tempo. Pensei que depois seria útil, então não seria perdido de qualquer modo.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Michelle: No meu caso, prefiro focar, porque consigo me planejar melhor. Mas, ao mesmo tempo, eu prefiro focar em coisas que sejam mais palpáveis, mais próximas. No caso do INSS, foi muito bom para mim, porque a prova seria em poucos meses e eu consegui me dedicar com mais vontade, já que estava tão perto.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo, contando toda a sua preparação? Durante este tempo de estudo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos mesmo naqueles períodos em que não havia edital na mão?
Michelle: Foram mais ou menos 3 meses de estudo. Como eu comecei a estudar depois do edital, já sabia quais eram as matérias. Então, a ideia era passar por todo o conteúdo do edital em 1 mês e meio e depois focar em revisar tudo até a prova. Montei uma tabela de estudo no primeiro mês para conseguir finalizar as matérias pelo menos uma vez. Depois, refiz essa tabela para manter uma rotina de revisão e de exercícios. E bem no final, refiz novamente essa tabela e foquei só em revisão e nos exercícios que eu havia errado. O que me ajudou muito foi revisar o meu planejamento a cada etapa do meu estudo. Assim, eu consegui manter a motivação, pois fui mudando a forma de estudo ao longo dos meses.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Michelle: Eu utilizei apenas os cursos online do Estratégia. Comprei o pacote completo do INSS e depois comprei alguns pacotes de exercícios e simulados focados no CESPE. E utilizei também alguns aplicativos para celular de questões de concursos, que usava muito quando estava no transporte público. Era uma forma de revisar a matéria mesmo quando não estava em casa ou quando estava cansada de ler muitos textos.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Michelle: Meu irmão estudou com o material do Estratégia e me recomendou.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e re-leitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?
Michelle: Sim, no geral eu fiz um revezamento das matérias. Acho que isso é fundamental, porque não adianta garantir só a matéria específica, acredito que o equilíbrio de todas as matérias é o que mais te deixa preparado para a prova. Até porque se alguma matéria estiver muito difícil, você consegue garantir os pontos com outra. Meu planejamento de estudo mudou bastante, eu ia adaptando de acordo com minha necessidade. Por exemplo, no começo, eu dediquei mais horas para as matérias de direito. Mas depois eu comecei a equilibrar mais e no final eu coloquei um pouco mais de tempo para a matéria específica. E duas semanas antes fiz um reforço para Informática, porque vi que estava com algumas lacunas nessa matéria.
Também fiz 2 resumos – um mais completo no caderno e outro mais resumido em fichas. Mas eu fiz assim porque minha memória funciona melhor quando eu escrevo, então, escrever duas vezes o conteúdo funciona melhor para mim do que assistir 50 vezes aos vídeos ou ler os PDF’s. Teve matéria que eu não assisti nenhum vídeo, só li o PDF. Tem matéria que eu fiz os dois. Cada uma eu fiz do jeito que via que funcionava melhor. Eu via tudo que tinha disponível e depois escolhia a forma mais prática e mais útil para mim.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Michelle: Sim, eu tive muita dificuldade com Direito Administrativo e Informática. O que eu fiz foi reforçar os estudos dessas disciplinas. Fiz mais exercícios e li mais vezes o conteúdo e foquei bastante nos exercícios que errava, fiz um resumo só de “erros”. E também busquei outras fontes de estudo na internet.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como você levou seus estudos neste período? Você se concentrava nas matérias de maior peso ou distribuía seus estudos de maneira mais homogênea? Focava mais na re-leitura, em resumos, em exercícios, etc ?
Michelle: Eu distribuía meus estudos em todas as matérias. Foi só na última semana que eu foquei um pouco mais em Direito Previdenciário. Mas no geral eu estudei de forma mais homogênea, porque queria cobrir tudo o que fosse possível, afinal cada ponto é importantíssimo, ainda mais para um concurso tão disputado. No último mês eu dei mais importância para fazer e refazer exercícios e treinar bastante o estilo da prova do CESPE, principalmente porque é muito difícil treinar a cabeça para saber quando é melhor deixar a questão em branco e quando é melhor arriscar.
Estratégia: Na semana da prova, nós sempre observamos vários candidatos assumindo uma verdadeira maratona de estudos (estudando intensamente dia e noite). Por outro lado, também vemos concurseiros que preferem desalecerar um pouco, para chegar no dia da prova com a mente mais descansada. O que você aconselha?
Michelle: Eu preferi desacelerar. Mantive uma rotina regular de estudo, mas estudei menos no final, preferi descansar a cabeça. No primeiro mês eu estudava umas 10 horas por dia. No segundo, eram umas 8 horas e já no último mês eu tinha reduzido para 6 ou 4 horas de estudo por dia.
Eu acho difícil dar um conselho para isso, porque depende muito de cada um. O que eu aconselho é testar e ver o que funciona melhor para você. Se precisa descansar, descanse. Mas depois avalie se esse descanso foi bom mesmo ou se atrapalhou. Se precisa passar muitas horas estudando, estude. Mas avalie se esse estudo foi de qualidade. Por exemplo, no início, eu lutava contra o sono, porque sabia que se não acelerasse o ritmo, não ia conseguir cobrir o edital em tempo de fazer a revisão. Mas já no último mês, eu já estava revisando várias vezes e achei melhor descansar quanto tinha sono.
Acho que o mais importante é fazer essa autoavaliação constante do que funciona e do que não funciona e também do que deve ser mudado e adaptado ao longo dos seus estudos, pois o que funcionava no começo talvez não vai funcionar quando você estiver perto da prova. Meu conselho no final das contas é se conhecer muito bem. É importante ler sobre outras pessoas e suas experiências, eu fiz isso quando comecei, até para me dar um guia de como começar. Mas depois fui vendo o que era melhor ou pior para mim. O importante é não ter preguiça de testar vários métodos e várias estratégias.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Michelle: Acho que o pior nos meus estudos foi o emocional. Eu sou muito ansiosa e me cobrei demais durante esses meses, principalmente porque havia largado meu emprego para estudar e isso foi muito desgastante para mim e para quem estava próximo.
O melhor acho que foi ter uma visão estratégica do estudo. Fazer um bom planejamento e ir adaptando o que tinha que mudar, sair da zona de conforto e ir em direção ao descontável, aquilo que tinha que melhorar. E também conhecer muito bem a banca. Isso é essencial. Saber qual o estilo da prova ajuda muito e faz você aproveitar mais tudo o que estudou.
Estratégia: Pela sua experiência e contato com outros concurseiros, diga-nos quais são os maiores erros que as pessoas cometem quando decidem se preparar para concursos?
Michelle: Acho difícil falar em erros de outros concurseiros, porque eu mesma não tive ainda tanto tempo de concurseira, mas o que vejo que as pessoas não fazem muito é mudar a forma de estudo no meio do caminho. É desconfortável mudar o planejamento de estudo, mas eu acho necessário, porque, na minha opinião, cada fase é diferente. No começo, você precisa se familiarizar com as matérias, depois absorver, depois reter e depois treinar. Então, na minha cabeça, não dá para estudar da mesma forma durante essas fases todas. E outra coisa é que também muita gente não dedica tempo para analisar a banca e o estilo da prova. Eu li muito sobre o estilo de prova do CESPE e isso me ajudou muito.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? E qual foi sua principal motivação?
Michelle: O mais difícil foi o emocional com certeza. Foram muitos dias de choro, frustração e ansiedade. Quando isso acontecia, e aconteceu muito, eu buscava meus amigos e minha família. E minha maior motivação foi lembrar sempre do motivo de eu ter escolhido esse caminho – escrevi em um papel e deixava visível. Cada um tem o seu e o meu estava bem claro e foi o que me manteve com motivação ao longo dos dias.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar onde você chegou!
Michelle: Aconselho saber muito bem o motivo que te levou a escolher isso e a entrar 100% nesse caminho. Para concurso, não dá para estudar pela metade. Eu lembro que li um depoimento de um aluno do Estratégia em fevereiro e ele disse “Eu não tinha um plano B”. É tão desgastante estudar para concurso que realmente isso tem que ser seu plano A, B, C e D, porque seguir um plano secundário ou desistir sempre vai parecer mais fácil. E por fim, como qualquer outro objetivo que você queira atingir na vida, sempre achei que estudar para qualquer prova requer estratégia, não apenas um banco de horas estudando sem parar. Por isso, aconselharia reinventar sempre a forma de estudar, planejar, experimentar e analisar o que funciona melhor e se tiver que mudar mil vezes a forma como você estuda, mude.
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