Aprovado nos concursos SEFAZ ES e SEFAZ RR no cargo de Auditor Fiscal
Fiscal - Estadual (ICMS)“Não será tudo maravilhoso e nem será fácil, mas lembre que cada hora de estudo faz sentido e tem um propósito. Muitas pessoas desistem e o prêmio vem para quem continua na luta”
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Confira nossa entrevista com Vitor Mury, aprovado nos concursos SEFAZ ES e SEFAZ RR no cargo de Auditor Fiscal:
Estratégia Concursos: De onde você é? Qual é sua idade? E sua formação?
Vitor Mury: Sou do Rio de Janeiro, tenho 32 anos e sou formado em Engenharia de Controle e Automação.
Estratégia: Você chegou a trabalhar na sua profissão? O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Vitor: Cheguei a trabalhar alguns poucos meses na área. Porém, o momento econômico do país não era bom e as perspectivas não eram animadoras. Comecei a assistir pessoas tecnicamente boas e que eu admirava sendo demitidas. Muitas, pela idade, não conseguiram uma recolocação satisfatória no mercado até hoje. Decidi que não queria passar por aquela situação.
Ainda que nada nessa vida seja 100% seguro, optei por estudar para um bom cargo público e usar essa relativa estabilidade para me planejar de forma mais tranquila para alcançar algumas metas e objetivos mais a frente.
Estratégia: Como foi a escolha pela área fiscal? O que pesou mais para você quando teve que definir esse foco de estudo?
Vitor: Tinha um colega que era Auditor Fiscal aqui no RJ. Através dele conheci os detalhes e as atribuições do cargo, e percebi como aquilo fazia sentido para mim. A remuneração e o prestígio da carreira, sem dúvidas, também foram fatores importantes nessa escolha.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Vitor: No início, durante o primeiro ano, conciliei os estudos com algumas atividades acadêmicas. A partir do segundo ano, minha rotina foi integralmente dedicada aos estudos para a área fiscal.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Vitor: Já tive algumas aprovações nessa caminhada. Porém, aprovações que me levarão de fato à nomeação, foram duas, recentemente: SEFAZ-ES (9º lugar) e SEFAZ-RR (24º lugar).
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Vitor: Sem dúvida. A vida do concurseiro da área fiscal é estudar sem edital lançado. É muito penoso estudar para algo que ainda não é concreto. Não se tem a certeza de que o edital sairá, de quando sairá e de quais serão as matérias daquela prova (o que pode variar significativamente de um concurso para o outro). Porém, com o tempo a gente aprende que, quando sai o edital, “os aprovados já estão definidos”. Salvo raríssimas exceções, o período entre o edital e a prova não é suficiente para garantir um desempenho satisfatório sem uma preparação anterior. A grande maioria dos que serão aprovados já chegam preparados e o período pós-edital acaba sendo utilizado para ajustes no planejamento e no foco de uma matéria ou outra.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos? Qual o diferencial que encontrou em nosso material? Recomendaria para um amigo que está começando os estudos?
Vitor: Comecei os estudos com a orientação de uma consultoria para a área fiscal. Desde o início, a maioria dos materiais indicados foram do Estratégia. Foi assim que passei a conhecê-los.
Os exercícios de cada aula ajudam muito na fixação do conteúdo e o padrão de apresentação da teoria favorece bastante o planejamento dos estudos.
Hoje em dia, aluno aprovado que não estudou por algum material do Estratégia “é igual cabeça de bacalhau”. Ninguém nunca viu (rs). Portanto, recomendo.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? O que funcionava melhor para você? Videoaulas, PDFs, livros?
Vitor: No início, para algumas matérias (Português, Mat. Financeira, Estatística e Contabilidade) usei videoaulas, fazendo anotações que serviram como material definitivo de revisão. Para mim, as dicas e modos de resolução das questões eram mais facilmente compreendidos com os vídeos.
Para o restante das matérias (da área do Direito) usei o PDF, fazendo marcações que também serviram como material definitivo de revisão. Para essas matérias, a leitura mostrou-se mais proveitosa, pois economizou tempo, e a memória visual acabou ajudando na lembrança de artigos da lei e jurisprudência.
Estratégia: Quantas horas por dia costumava estudar?
Vitor: Na maior parte da preparação, minha dedicação foi exclusiva. Ficava o dia todo em função dos estudos, conjugando com alguma atividade física e pequenos intervalos. Apesar disso, em termos de horas líquidas, dificilmente passava de 7 horas estudadas. Na média, fazia de 5 a 6 horas.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?
Vitor: No começo a quantidade de matérias assusta. Mas o lado bom é que assusta as outras pessoas também. E muitas delas acabam desistindo. Então, não desistir é o primeiro passo.
No período pré-edital, minha semana era dividida em horas de estudos, de acordo com a disponibilidade daquela semana. Então encaixava as matérias básicas (comum à maioria das provas da área fiscal) dentro dessas horas, de acordo com o peso de cada matéria. Dessa forma, em cada matéria eu ia seguindo as aulas em PDF conjugadas com exercícios (50%/50%). Nos finais de semana, selecionava algumas matérias para ler anotações importantes que fiz e para fazer exercícios extras.
Quando saía os editais ou os projetos básicos com as matérias do concurso, ia aumentando a quantidade de horas na semana e acrescentava as matérias específicas daquele concurso, desta vez, ajustando de maneira mais precisa a questão dos pesos das matérias, de acordo com o edital.
Em relação ao material teórico, elaborei um “resumo” para aquelas matérias que estudei por videoaula. Na verdade acabou sendo uma transcrição de quase tudo que era passado. Como sabia que não voltaria a assistir aos vídeos novamente, o material precisava estar bem completo. Para as outras matérias, devido a quantidade de conteúdo, era inviável elaborar resumos, pois além de ficarem muito grandes, eu perderia muito tempo para isso. A solução foi grifar os pontos principais das aulas em PDF. A partir daí, toda vez que relia a aula, só lia os pontos destacados.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Vitor: Minhas maiores dificuldades foram em TI, Estatística e Direito Empresarial. A quantidade de conteúdo de Legislação Tributária também foi bastante desafiador. Não tive outra escolha. Ao longo do tempo tiver que intensificar o estudo dessas matérias até nivelar com o desempenho das outras. Porém, Estatística continua sendo meu calo até hoje. O lado bom é que geralmente o peso dessa disciplina não é tão grande.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Vitor: Tenho namorada e hoje moramos juntos. Porém, até o lançamento do edital, morava com meus pais. Como podem perceber, tive uma mudança bastante importante na minha vida no meio do pós-edital. Isso incluiu busca por apartamento, a mudança em si e demais contratempos. Digo isso para que se veja a importância de um estudo consistente e com antecedência. Percalços sempre existirão, mas a disciplina e a consistência acabam minimizando os efeitos negativos.
Minha família sempre me apoiou nesse processo. Sempre busquei conversar para que soubessem dos meus objetivos. Também gostava de atualizá-los do meu desempenho nas provas e dos próximos passos. Era uma forma que eu encontrava de desabafar um pouco e diminuir a ansiedade.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Vitor: Quando comecei, fui mais radical. Cortei praticamente tudo. Mantive basicamente a atividade física e alguns momentos de lazer com a namorada. Tentava, sempre que possível, deixar a noite de sábado e o domingo livres para isso.
Com o tempo, fui percebendo que a caminhada seria mais longa do que eu pensava e que precisava abrir mais exceções. Passei a destinar mais alguns momentos durante a semana para ficar com a família e encontrar amigos. Obviamente, era tudo planejado e sem excessos.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Vitor: Acredito que isso depende muito de cada pessoa. Às vezes a pessoa tem necessidade de uma aprovação mais rápida, ainda que não seja exatamente o que ela quer. Ocorre que, como a concorrência está muito grande em todos os concursos, talvez não seja mais fácil passar para outro cargo como se pensa. Então acho importante que pelo menos a área e as principais matérias não sejam muito diferentes.
Meu objetivo inicial era a Receita Federal. O concurso até hoje não saiu e com o tempo percebi que há órgãos tão ou mais atrativos dentro da área fiscal. Passei, então, a considerar qualquer concurso para Auditor no Brasil e, quando aprovado, decidiria encerrar os estudos ou continuar para tentar algum de minha preferência.
Atualmente estou aprovado no Espírito Santo e em Roraima e me planejando para conciliar os estudos para o Rio de Janeiro, meu estado.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Vitor: Foram 5 anos estudando para área fiscal. Especificamente para o ES e RR, foram cerca de 2 meses de preparação direcionada para cada um.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Vitor: A primeira sensação foi de surpresa. Por mas que eu tenha me dedicado e feito uma preparação intensa, a gente nunca sai da prova com aquele sentimento de que foi muito bem e de que estará dentro das vagas. Pelo menos comigo foi assim.
Passado esse “susto”, a mente começa a relaxar e curtir aquela sensação de que valeu a pena e de que o objetivo foi alcançado.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Vitor: Nas primeiras provas, intensificava os estudos na reta final de uma maneira que me deixava muito cansado e estressado. Repeti isso por algumas vezes até entender que não estava me fazendo muito bem e que não estava indo fazer a prova feliz. Só queria terminar a prova para me livrar daquela pressão. Passei, então, a reduzir bastante a carga de estudos nas duas semanas finais e, para essas duas últimas provas em que fui aprovado, só li algumas anotações e pontos importantes, com o ritmo bem reduzido mesmo. Na antevéspera da prova fui com uns amigos para um bar bater papo e na véspera dei uma caminhada na praia (em RR, foi na piscina….rs) e depois fiquei no quarto revisando alguns pontos da legislação.
Estratégia: No concurso SEFAZ ES, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Observei que a maioria das questões discursivas abordavam assuntos de Direito Tributário ou de Legislação Tributária e que a correção das bancas se preocupava mais com o conteúdo do que com a forma. Então, decidi que não treinaria mais redações ou questões discursivas e, em vez disso, passaria a fazer uma leitura mais atenta e abrangente da legislação e jurisprudência. Deu certo. Consegui abordar os pontos chaves nas questões discursivas e obtive a nota máxima no ES.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Vitor: Acredito que o meu maior erro foi achar que a quantidade de horas que estudava era suficiente. Como me sentia muito cansado no final do dia e meu desempenho nos exercícios estava aumentando, acreditava que estava tudo certo, que estava dando meu melhor.
Depois percebi que precisava estudar mais, com mais qualidade e que era capaz disso sim. Aumentei minha meta de horas diárias e passei a direcioná-las para matérias com maior peso na prova.
Outro erro que acredito ter cometido foi em relação à reta final, como já mencionei. Intensificava muito os estudos às vésperas da prova e isso não era bom pra mim.
Em relação aos acertos, o principal deles foi ter contratado uma consultoria de estudos para área fiscal. A organização e o planejamento que me proporcionaram foram muito importantes para conseguir dar conta da quantidade de matérias e não acabar desistindo. Digamos que fui poupado de muitos erros que teriam aumentado aquela lista ali de cima.
Outro ponto positivo foi que durante os estudos sempre tive bons hábitos. Nunca gastei muito tempo em redes sociais ou com distrações que podiam tirar meu foco e consumir minhas horas de estudo. Observo que esse é um erro muito comum entre os concurseiros. Há pessoas que gastam mais tempo assistindo vídeos no Youtube sobre concursos do que de fato estudando. E muitas vezes nem percebem.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Vitor: Não vou mentir. Muitas vezes pensava em desistir sim. Era como se, a todo momento, tivesse um botão “Desistir” a minha frente e eu optasse por não apertar.
Nessas horas, lembrava dos motivos que me levavam a estudar para um cargo público e via que nenhum deles tinha mudado. Lembrava também aonde já tinha chegado, o quanto tinha evoluído. Cheguei à conclusão de que carregar a frustração de não ter atingido meu objetivo poderia ser mais duro do que me esforçar mais um pouco e persistir.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Vitor: Diversos fatores me levaram a estudar para concurso. Entretanto, a minha principal motivação era a conquista do objetivo, aquela sensação de missão cumprida.
Não será a minha nomeação, a posse, o salário. Tenho certeza que, de toda a caminhada, o que me dá e dará mais orgulho é o fechamento de um ciclo que planejei, executei e concluí. Acho que essa é a melhor parte de tudo que a gente faz na vida.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Vitor: Aos colegas que estão iniciando seus estudos: Não tenha medo. Não desista. Não desanime. Defina uma rotina de estudos que você consiga cumprir e cumpra. Não pare. Faça adaptações, refaça. Não será tudo maravilhoso e nem será fácil, mas lembre que cada hora de estudo faz sentido e tem um propósito. Muitas pessoas desistem e o prêmio vem para quem continua na luta.
A aprovação pode demorar um pouco mais do que você imaginou. Pode demorar bem menos. Por isso, foque nas suas tarefas e na sua evolução. Não importa se você tem 25, 40 ou 50 anos. Atingir objetivos não tem idade. O sucesso estará sempre em moda.
Abraço a todos!