Aprovado em 17º lugar no concurso MPDFT para o cargo de Promotor
Concursos PúblicosJurídico - Promotor de Justiça“Inicialmente, para construção da base, as videoaulas foram fundamentais, por o professor conseguir chamar atenção para pontos chaves, e também por ser possível acelerar ou pausar aulas conforme fosse interessante. Cursos em PDF foram essenciais na reta final, pois permitem maior dinamismo, velocidade com os grifos, além de que, para quem como eu faz cadernos (físicos ou eletrônicos), permite a transmissão de pontos e atualização de material com mais facilidade.”
Confira nossa entrevista com Vinícius Almeida Bertaia, aprovado no concurso MPDFT para o cargo de Promotor:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Vinícius Almeida Bertaia: Sou natural de Campo Mourão, interior do Paraná, mas me mudei ao final do ensino médio para o Ceará, onde cursei Direito. Ainda concluí especializações em Processo Civil e Direito Penal na modalidade EAD, o que se mostrou uma opção útil para quem as concilia com o estudo para concurso.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Vinícius: Aproveitei uma greve na faculdade de agronomia que cursava à época para estudar para o concurso do INSS, indo no embalo dos demais colegas. Acabei me apaixonando pela ciência jurídica. Alcancei a aprovação no referido certame logo com 18 anos e decidi que mudaria de graduação para Direito.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Vinícius: Sim. Sempre trabalhei durante minha trajetória de concurseiro. Durante toda a graduação como Técnico do Seguro Social, depois Analista do TJSC. Para conciliar, sacrifiquei o tempo de sono, acordando muito cedo para conseguir ter uma “jornada” fixa de estudo por dia, já que trabalhei, em geral, no período vespertino. Sempre estudando durante a noite, mas de modo mais leve, já que o cansaço do trabalho impactava a qualidade do aprendizado.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Vinícius: Já fui aprovado no INSS (3º colocado na lista regional), Analista do TJSC (1º colocado da lista regional) e Analista do MPU (4º colocado da lista regional). Obtive outras aprovações para Procuradorias municipais como Curitiba/PR, Cambé/PR, Araquari/SC e Pomerode/SC. Por fim, obtive êxito no concurso de Promotor de Justiça Adjunto do MPDFT, com a 17ª colocação. Tenho ainda uma última prova oral para a Magistratura do TJPR e estarei me aposentando dos concursos.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Vinícius: Sempre de muita privação. Fiz bons amigos que sempre compreenderam a busca por esse sonho. As viagens e passeios sempre foram muito reduzidos, mas com qualidade, para compensar a ausência. Mas na reta final, sobretudo para a prova oral, a abstenção da vida social foi quase total.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Vinícius: Sim, desde o início do namoro já estudava para concurso. Tive a sorte de encontrar alguém que sempre me apoiou e me deu o suporte necessário, pois a conquista e a jornada não seria mais sozinha, mas coletiva. Acabamos nos casando e tive minha primeira filha 3 dias após a prova oral do MPDFT, e mesmo durante a gestação conseguimos conciliar os concursos com um momento tão especial na vida.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Vinícius: Bem, para o concurso do MPDFT o conjuguei com as provas da DPERJ, MPMG, TJPR e MPPR. Foi difícil manter a integridade em razão de certames tão diversos, mas a estrutura do raciocínio jurídico foi a base dos estudos. Nas quinzenas anteriores às provas imergia nas especificidades de cada concurso, mas a jurisprudência mais atual e as matérias principais sempre na ponta da língua. É possível dizer que foram 3 anos até passar nos concursos dessa envergadura, pois a eles me direcionei após a aprovação para Analista do MPU. Mas estudando para concursos públicos, com exclusão daquele para o INSS antes dos 18 anos, iniciou-se no último ano da graduação. Lá se vão 5 anos nessa jornada.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? (Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?)
Vinícius: Entendi que conforme amadurecemos como pessoas, também o fazemos enquando estudantes. A forma de estudar e, sobretudo, de aprender, se modificou com o passar dos anos, e me permiti mudar conforme meu desempenho indicava. Inicialmente, para construção da base, as videoaulas foram fundamentais, por o professor conseguir chamar atenção para pontos chaves, e também por ser possível acelerar ou pausar aulas conforme fosse interessante. Cursos em PDF foram essenciais na reta final, pois permitem maior dinamismo, velocidade com os grifos, além de que, para quem como eu faz cadernos (físicos ou eletrônicos), permite a transmissão de pontos e atualização de material com mais facilidade.
Nunca fiz cursos presenciais por nunca ter morado em locais que o permitissem.
Quanto a livros. Sempre tive minha doutrina de confiança. Mas apenas a título de complemento. Nunca como fonte principal de estudo.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Vinícius: Através de colegas que já estavam na caminhada da aprovação. Além da própria divulgação nas redes sociais.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Vinícius: Sim, já utilizei outros materiais. O que mais incomoda, sem dúvida, é ter materiais com informação desatualizada, que faz você por em cheque a credibilidade do conteúdo utilizado e se o método vai lhe permitir ser aprovado.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Vinícius: Sim, para o concurso do INSS. Mas a base daquele certame foi a leitura de lei seca, possibilitando contornar equívocos que o material teria causado.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Vinícius: Sim, sobretudo nos materiais de leis do estratégia. Os estudos em direito administrativo foram excelentes. A lei de licitações (ainda era a 8.666/93) sistematizada foi o momento chave de aprender o tema, pois é algo que afasta muitos concurseiros de tal ponto em Direito Administrativo e, usando tal material do Estratégia, acabei obtendo certa facilidade com o assunto.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)
Vinícius: Isso também mudou, conforme minha evolução. Para “aprender” um assunto “novo”. A princípio só estudava as matérias chave (Constitucional, Administrativo, Civil Processual e Material, Penal Processual e Material). Conforme fui inserindo os temas menores como Empresarial, Tributário… Estudava-os até acabar. Direito ambiental, vi por uma semana inteira. Depois o encaixava no ritmo ordinário. Com o costume com os assuntos, passei a ver 1 matéria grande e outra menor no mesmo dia. Assim foi a maior parte da minha trajetória. Mas, no final, tudo se alterou. Já era possível sentir os pontos de maior defasagem e neles focava, independente da colocação ao longo da semana. Isso levou muito tempo e autoconhecimento, mas para médio e longo prazo é impensável, melhor algo mais frequente como fazia antes.
Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)
Vinícius: Revisões sempre foram pelos meus cadernos. É chavão, mas eu consigo lembrar em que parte do meu caderno e com que cor está determinado assunto. É verdade. Na prova oral do MPDFT quando me foi perguntado sobre agentes públicos de fato e putativo, a página do meu caderno apareceu na minha mente de modo instantâneo. No mais, nos 2 últimos anos quase todo final de semana fazia simulados completos, já revisando todo o conteúdo.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Vinícius: Impensável dar um número, foram várias. As questões sempre me serviram apenas de norte quanto a fixação do conteúdo, um auto feedback. Também para saber quais os temas mais recorrentes em certa matéria e em certo assunto, mas não me prendia a número de questões por dia. O foco sempre foi qualitativo.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Vinícius: Penal e Processo penal, em razão de a graduação ter me deixado alijado de um estudo mais aprofundado. Passar a estudar direcionado para o MP me exigiu aprimoramento. Fazer pós-graduação em Penal e ler (boas) partes de doutrina desses conteúdos elevou a minha qualidade nos temas o que, curiosamente, permitiu que obtivesse a maior nota da prova oral no grupo de penal e processo penal no MPDFT.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Vinícius: Para a prova oral, foi de leitura do edital, observar pontos nele em que me via inseguro e neles focar, além de conhecer bem cada um dos examinadores, tendo ciência de seus pontos de predileção. No dia pré-prova, descansar. A tensão do momento e ansiedade fazem que este estudo de véspera seja caótico, então não deixei coisas preciosas para ler de última hora, mas aquilo mais leve, prazos, um termo de efeito. Nada que exigisse maior peso mental (como revisar a Teoria do Domínio do Fato).
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Vinícius: Sem dúvida, leitura e treinos. Não somos acostumados a escrever rápido e bem manualmente. Simular a prova discursiva exige todo um trabalho físico e mental bem coordenado, alinhado à velocidade. As provas estão exigindo muita profundidade, preenchimento de muitas linhas, e tempo exíguo. Além de muito treino, tentei ler muitos artigos jurídicos afetos à predileção do examinador (quando não de autoria do próprio). Tal situação lhe permite se antecipar àquela dissertação sobre algo “inesperado”. Mas, de modo geral, um aprofundamento doutrinário é imperioso para a fase discursiva.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Vinícius: Erros? Tentar muitos métodos até encontrar o meu. Acertos? Ter me permitido mudar conforme a vida exigia. A autopercepção de o que funcionava e aquilo que, embora todos indicassem, a mim não se aplicava, foi essencial para conhecer o que era melhor para o Vinícius aprender certo conteúdo.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Vinícius: Sem dúvida. Por muito tempo achei que não valia a pena o tamanho do sacrifício, ou mesmo que jamais conseguiria acumular tanto conteúdo. Mas a vida foi passando, as aprovações chegando e com elas a confiança. Evidente que a maior motivação, além das aprovações, foi a fé que os amigos e a família, principalmente da minha esposa, foram fundamentais para seguir adiante.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Vinícius: Sorte? Ela existe. Você quem a faz. Sim, ela é construída: aproximando-se de quem confia em você e no seu potencial, acreditando no processo, perseverando e sabendo que todo o esforço um dia será recompensado. Uma hora a fé ficará abalada, o cansaço chegará, e um ombro amigo, um abraço, um incentivo te manterá firme em busca de seus sonhos. Hoje tenho 28 anos, mulher, filha, aprovação num concurso dos mais difíceis dos últimos tempos. O que isso significa? Nada (exceto para mim)! Cada um tem seu caminho e sabe dos sacrifícios pelos quais passa. A jornada é árdua. Seja humano e sofra quando tiver que sofrer, chore quando sentir vontade, mas no final, a aprovação virá. A chave é PERSISTIR!