Aprovado em 43º lugar no concurso da PF 2021 para o cargo de Agente
“O êxtase foi maior quando saiu o gabarito preliminar oficial, obtive 86 pontos líquidos; não esperava nem de longe essa nota, foi uma surpresa indescritível. A partir disso, a aprovação era quase certa, não importando a colocação. Ao sair o gabarito final, essa nota pulou para 92 + 12,8 de redação. Essas pontuações são gratificantes demais, pois denotam que todo o esforço imposto refletiu 100% na minha performance na prova, extraindo o máximo que eu poderia.”
Confira nossa entrevista com Victor Hugo Cardoso Mendes, aprovado em 43º lugar no concurso da PF para o cargo de Agente:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Victor Hugo Cardoso Mendes: Estou terminando a graduação em Ciência da Computação – UNIOESTE. 23 anos. Foz do Iguaçu – PR.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Victor Hugo: O determinante foi a pandemia. Em outras épocas já cheguei a pegar greves na faculdade que duraram 3-4 meses, e a sensação de impotência era grande, apenas aguardar, inerte. Em março de 2020, no início da pandemia, decidi que esse cenário não se repetiria, foi quando comecei minha preparação. Escolhi a área policial pois era a única que me atraia de alguma forma, principalmente pelo trabalho desempenhado, e, nesse primeiro momento, a motivação é o que determina o andamento dos estudos, dia após dia.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Victor Hugo: Durante os 6 primeiros meses fazia estágio remoto enquanto estudava, foi conturbado pois o concurso era o meu foco principal, o que prejudicava as outras atividades em detrimento do estudo. Nos últimos 6 meses me dediquei apenas aos estudos, conforme avançava no edital, ia ganhando confiança, tornando a rotina mais agradável.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Victor Hugo: O concurso da Polícia Federal foi minha segunda prova, a primeira foi a prova da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que ocorreu 2 semanas antes. Meu foco foi o cargo de Agente da Polícia Federal, obtendo a 43º colocação após recursos da discursiva. Além disso, também obtive aprovação no concurso da PRF.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Victor Hugo: O êxtase foi maior quando saiu o gabarito preliminar oficial, obtive 86 pontos líquidos; não esperava nem de longe essa nota, foi uma surpresa indescritível. A partir disso, a aprovação era quase certa, não importando a colocação. Ao sair o gabarito final, essa nota pulou para 92 + 12,8 de redação. Essas pontuações são gratificantes demais pois denotam que todo o esforço imposto refletiu 100% na minha performance na prova, extraindo o máximo que eu poderia.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Victor Hugo: Comecei a estudar para concurso no começo da Pandemia, em março de 2020, ou seja, o convívio com amigos e família já era restrito. Ainda assim, com o passar do tempo e medidas de flexibilização, ainda adotei a postura radical, abdicando do convívio social, apenas vendo minha namorada em dias específicos e amigos e família raríssimas vezes.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Victor Hugo: Apenas namoro, sem filhos. Meu pai faleceu quando ainda era criança, desde então minha mãe, Aparecida, criou eu e minha irmã, que sempre me deram total suporte em cada fase do certame, especialmente minha mãe, de todas as formas que se possa imaginar, tanto financeiramente, como moralmente; suprindo as necessidades domésticas, se informando das notícias do concurso, logística de viagem e tantos outros agrados e motivações para que eu pudesse focar exclusivamente em passar na prova objetiva, sem preocupações. Além disso, não posso deixar de mencionar o auxílio do namorado dela, Murilo, também Policial Federal, com sua avaliação sobre as fases do concurso e da minha preparação, de sua própria perspectiva. Por último, mas não menos importante, o apoio de minha namorada, Kauany, que durante tantas vezes teve que aguardar a finalização do meu dia de estudo, muitas vezes tarde da noite, e, além disso, no tempo “livre”, aguentou-me ouvir falar de apenas um assunto durante 1 ano (risos).
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Victor Hugo: Sem dúvida, a Polícia Civil do Paraná foi o meu concurso “escada”, mesmo sem fazer a prova, foi ele que me fez começar a estudar e realizar que era possível passar em concursos de maior concorrência, como o da Polícia Federal. Além disso, o concurseiro tem que fazer prova. Como a prova da PRF foi 2 semanas antes da prova da PF, sinto que a experiência de “fazer prova” que obtive nesse certame, que não era o meu objetivo final, contribuiu enormemente para o meu desempenho na segunda prova, emocionalmente falando.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Victor Hugo: Estudei cerca de 6 meses para o concurso de Polícia Civil do Paraná (prova que ainda não ocorreu até o presente momento), quando me dei conta que poderia mirar na Polícia Federal. O que levei do primeiro estudo foi mais o conhecimento das técnicas de estudo, visto que o concurso da Polícia Federal era uma banca diferente (CESPE), além de ter matérias completamente diferentes das que eu já havia estudado, como Contabilidade, Estatística, Tecnologia da Informação; e um peso ínfimo nas matérias de Direito (as que havia estudado com afinco). Assim, para o concurso da PF, estudei direcionado cerca de 6 meses.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter um edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Victor Hugo: Durante todo meu tempo de estudo sempre houve ou um edital aberto, ou na sua iminência, ou provas adiadas, o que me fez sempre estudar com muita garra, visto que os concursos em que mirava estavam a todo momento batendo à porta. Ainda assim, a melhor forma que achei para manter a disciplina é a rotina. Uma vez estabelecido horários e metas, o estudo torna-se apenas execução do cronograma estabelecido. Dessa forma, fica um pouco menos maçante e enjoativo, sempre com novas metas a serem cumpridas. Além disso, a organização do tempo, das disciplinas, dos materiais, das revisões, das atividades físicas foram fundamentais para me manter focado.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Victor Hugo: Usei majoritariamente cursos em PDF e videoaulas de reta final. Num primeiro momento, via o extensivo da matéria em PDF. Nunca vi o curso extensivo de nenhuma disciplina por videoaula, pois achava o conteúdo muito extenso e demorado. Entretanto, achei uma grande vantagem as videoaulas de revisão e/ou de reta final, as quais eu consumia assiduamente, pois traziam um conteúdo enxuto e rápido de se consumir, sempre focado na nas peculiaridades da Banca examinadora. Interessante notar que desde o começo do meu estudo sempre soube dessa “fórmula”, mas não conseguia aplicá-la (focava muito nas videoaulas), porém, com o tempo e a maturidade no estudo, eu consegui encontrar o jeito correto de encaixar essa dualidade pontualmente no estudo, absorvendo o conteúdo quase 100% apenas em PDF.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Victor Hugo: Acredito que por ser um dos maiores do mercado, acaba virando “senso comum”. O que me fez optar pelo Estratégia foi a qualidade do material escrito, com preços acessíveis.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Victor Hugo: Durante a semana, estudava, em média, 6 horas líquidas por dia, inclusive finais de semana e feriados (aumentando para 8,9 e, às vezes, 10 horas líquidas por dia, conforme se aproximava da prova objetiva). Estudava por meio de ciclos de estudos, uma forma bem flexível de ver as disciplinas (todas) durante a semana. De acordo com minha carga horária, peso no concurso, andamento da disciplina, dificuldade, balanceava as disciplinas: 4 – contabilidade, 4 – informática, 3 – estatística, 3 – português, 1-direito administrativo, 1- direito constitucional, e assim por diante. Dessa forma, não negligenciava nenhuma disciplina, e não priorizava nenhuma por “gosto pessoal”. Para revisão: usava a técnica de releitura de grifos nos PDFs, após, questões e, por fim, retroalimentação de meu material pessoal, que consistia em resumos e mapas mentais direcionados, ou seja, não da matéria inteira, mas de pontos específicos de dificuldade, ou de extrema relevância e, também, conteúdo que o material escrito não abordava.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Victor Hugo: Acredito que se houve, foi em Contabilidade. Quando em um simulado havia ficado com 2 pontos líquidos, de 24 (a segunda disciplina de maior relevância). Para superar, aumentei substancialmente a carga horária semanal dessa disciplina, além de buscar outras formas de estudar, diferentes professores, diferentes materiais. Entretanto, nunca gostei de rotular uma disciplina como “difícil” pois isso cria um estigma que, às vezes, é difícil de superar, causando um “bloqueio” e, consequentemente, tornando mais longa a curva de aprendizado.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Victor Hugo: Sempre tive a dúvida de “estudar muito” ou “descansar”. Acho que conforme vai se aproximando da prova, vamos sentindo como somos. Durante as semanas que antecederam, na véspera, e, inclusive, no dia da prova, minha rotina foi uma: estudar o máximo que eu conseguia, não de forma exaustiva, mas o suficiente até me sentir cansado, o que conforme vai chegando a prova, parece que ocorre cada vez menos.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Victor Hugo: A redação, o terror do concurseiro. Nunca gostei muito de escrever, mas sabia que isso faria a diferença no certame. Comprei um curso de correção de redação e, dessa forma, tentava escrever pelo menos 1 redação por semana, analisando minuciosamente os erros apontados. Acredito que com o tempo você se apega aos conectivos e a forma de argumentar, quando escrever começa virar algo natural. Nesse momento, entra outra fase, a de estudar os temas com profundidade para ter uma ideia concreta para usar no dia da prova, além de bons argumentos.
Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Victor Hugo: Durante a primeira metade da minha preparação frequentava academia, a qual já praticava há 3 anos. Ao sair o edital, abdiquei totalmente de qualquer atividade, fazendo corridas esporádicas na rua ou exercícios simples em casa. Após as provas objetivas, fui em busca de um profissional especializado que pudesse me preparar, além de começar as aulas de natação. Com cerca de 1 mês de preparação específica para o TAF, não tive muita dificuldade no dia, apenas o medo constante de “errar” alguma execução ou coisa do tipo. Dessa forma, apesar do nervosismo, consegui bons índices nos dois TAFs, inclusive na natação.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Victor Hugo: Inicialmente, o meu maior erro foi conhecer as “boas práticas” de estudo e não aplicá-las corretamente, o que me fez patinar muito no estudo, após isso, perder tempo com formas menos otimizadas de estudo. Ao final de minha preparação, eu estudava igual eu sabia que deveria ter feito desde o dia zero, por PDFs, questões, resumos pontuais; a diferença, é que dessa vez soube como usar cada técnica para sua finalidade específica, dessa forma, obtendo o resultado positivo de cada uma delas. Acredito que o meu maior acerto foi justamente isso, a experimentação de diferentes formas de reter o conteúdo até achar a “fórmula” perfeita que se amoldava a mim relativamente rápido. Creio que esse é um dos principais erros de quem estuda, sair consumindo o conteúdo do edital sem estratégia, sem técnica, consequentemente, não absorvendo a guardando as informações necessárias.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Victor Hugo: Acho que esse mal assombra todos os concurseiros. Várias noites mal dormidas, o medo da reprovação, distância dos amigos, da família, das atividades que gosta. O sentimento era de saturação, de não aguentar mais, mas desistir, jamais. Só de pensar quantos dias havia despendido nessa caminhada, quantas horas de estudo, de abdicação, era o suficiente para seguir em frente, uma vez que a desistência jogaria tudo isso no lixo.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Victor Hugo: Minha motivação vinha da ideia que concurso público é a principal forma de atingir, no Brasil, uma boa qualidade de vida para mim e para minha família, de forma “rápida”, mesmo muito novo. Além disso, depende umbilicalmente de nós mesmos, fruto do esforço individual. Além disso, a chance de pertencer à Polícia Federal, reconhecida como a instituição mais confiável entre os brasileiros, é motivo de orgulho para mim.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar onde você chegou!
Victor Hugo: Acho que não tem como fugir, aqui entra o clichê que finalmente eu tenho a chance de poder repetir. Estudar é um caminho árduo e ruim, não é um mar de rosas. Mas a aprovação recompensa infinitas vezes cada uma desses momentos. Passar em concurso não foi e nunca será fácil, mas é simples, basta pagar o preço da aprovação, o que muitos não estão dispostos (esses são os que ficam pelo caminho). O principal é acreditar no seu potencial. Cada um sabe onde o “calo” aperta, mas acredito que uma coisa é certa: qualquer um pode conseguir, desde que dê o seu melhor. Não é o melhor do melhor, apenas o máximo pessoal.