Aprovado em 238° lugar no concurso TJ-GO Cartórios para o cargo de Provimento
Jurídico - Cartórios“Se continuar focado, ficará igual ao Forrest Gump correndo pelos Estados Unidos e irá para onde quiser.”
Confira nossa entrevista com Sócrates Arantes Teixeira Filho, aprovado em 238° lugar no concurso TJ-GO Cartórios para o cargo de Provimento:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Há quanto tempo se formou em Direito? Qual sua idade e cidade natal?
Sócrates Arantes Teixeira Filho: Tenho 43 anos. Nasci em Recife/PE, mas vivo em Brasília/DF desde os 5 anos de idade (praticamente um candango). Sou bacharel em Ciência da Computação (concluído em 2004) e em Direito (concluído em 2017), ambos pela Universidade de Brasília – UnB. Também sou Mestre em Poder Legislativo pela Câmara dos Deputados (concluído em 2020), e Especialista em Orçamento Público pelo Tribunal de Contas da União – TCU (concluído em 2012).
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Escolheu o seu curso superior já pensando em fazer concurso ou chegou a advogar?
Sócrates: Como morador do DF, minha relação com concursos públicos é bem antiga. Meu primeiro concurso foi em 2000 para Técnico Bancário da Caixa Econômica Federal, quando ainda estudava Computação.
Quando a gente estuda para concursos em que cai Direito Administrativo e Constitucional, às vezes, a “mosquinha” do Direito nos morde, e nos faz querer fazer a faculdade, e foi o que aconteceu comigo. Entrei no Direito na UnB em 2014, e me formei em 2017. Atualmente, sou Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados, na área de Finanças Públicas, e Advogado.
Estratégia: Sempre fez concursos para carreira jurídica?
Sócrates: Não. Minha jornada para concursos na carreira jurídica é recente, mas prestei diversos concursos ao longo de 20 anos, e só comecei a buscar cargos na área jurídica após me formar em Direito.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Sócrates: Sim, trabalhava e estudava. Sempre tive que conciliar, estudando nos horários livres, e à noite, geralmente tentando estudar entre 3 a 4 horas por dia. Nem sempre conseguia estudar isso tudo, mas fazia o que estava ao meu alcance para isso.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Sócrates: Entre os concursos que fui aprovado e nomeado, listo a seguir:
- 2000 – Caixa Econômica Federal – Técnico Bancário;
- 2005 – MEC – Analista de Sistemas;
- 2005 – SERPRO – Analista de Redes;
- 2005 – Eletronorte – Analista de Sistemas (1º lugar);
- 2005 – BNDES – Analista de Sistemas – Suporte;
- 2005 – INCRA – Analista de Sistemas;
- 2006 – CGU – Auditor-Federal de Finanças e Controle;
- 2007 – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo / Tecnologia da Informação;
- 2008 – Senado Federal – Analista Legislativo / Informática Legislativa;
- 2009 – TCU – Auditor Federal de Controle Externo / Tecnologia da Informação;
- 2012 – Senado Federal – Analista Legislativo / Administração;
- 2014 – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo / Consultoria / área IV – Finanças Públicas (2º lugar – meu cargo atual).
Quanto aos concursos da área jurídica, além da aprovação no concurso de Cartórios do TJGO, entre as 292 vagas, fui aprovado para Professor da SEE/DF, na área de Direito, mas ainda aguardo nomeação.
Não pretendo dizer quais são meus próximos passos. O futuro pertence a Deus.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Sócrates: Quando concluí minha graduação em Direito, busquei estudar para alguns concursos da área jurídica, mais especificamente para cartórios. Em 2019, prestei o concurso para o TJDFT, mas fui reprovado, por não ter escolhido bem os materiais, já que é um ramo do direito muito específico. Continuei seguindo os estudos, pensando em um eventual concurso de cartórios do TJGO, mas tive que suspender em 2020, em função da pandemia de COVID-19.
Ao longo do ano de 2020, saíram os editais do TCDF, para Procurador e Conselheiro-Substituto, o que me fez sair do hiato e retomar aos estudos na área jurídica. O concurso de Conselheiro-Substituto, que seria realizado em março de 2021, teve a data da sua prova objetiva adiada, e fui seguindo nos estudos, até que, em julho daquele ano, apareceu o edital do concurso de cartórios do TJGO, e havia um espaço de 20 dias entre a prova objetiva do TCDF e a do TJGO. Fui buscando estudar as matérias específicas de cada concurso, sendo que, após a prova do TCDF, focaria principalmente em fazer exercícios das matérias de Direito Notarial do TJGO.
Na prova objetiva do concurso do TCDF para Conselheiro-Substituto, fiquei fora da segunda fase (prova discursiva) por conta de um item errado, mas, na do TJGO, consegui êxito ao fazer 60 pontos, sendo que a nota de corte foi de 57 pontos.
Com essa aprovação, continuei me dedicando ao concurso focando para as demais etapas (prova escrita e prova oral), sem perder de vista alguns eventuais editais que pudessem aparecer, e meus estudos foram até junho de 2023, quando a prova oral foi realizada.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação
Sócrates: Minha experiência com concursos me mostrou que eu rendo mais lendo cursos em PDF e livros do que videoaulas. Ressalto que isso é uma questão pessoal e depende do grau de disciplina que cada um tem para estudar. Tem gente que rende mais vendo aulas em vídeo, mas não é o meu caso.
Para as provas objetivas, basicamente li os materiais do Estratégia Jurídica para o concurso de Cartório, focando principalmente para a parte de Direito Notarial, e fiz todos os exercícios, simulando como seria na prova. Não deixei de lado as outras disciplinas, mas já tinha usado o material do Estratégia para o TCDF, que ajudou bastante em algumas matérias que caiam na prova do TJGO, como Direito Administrativo, Direito Constitucional, e Direito Civil.
Os materiais de Direito Notarial foram essenciais, e me deram quase toda a base teórica que eu precisava na prova objetiva, escrita e oral.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Sócrates: Eu sempre ouvia falar do Estratégia quando estava estudando para os concursos do Senado Federal e da Câmara dos Deputados entre 2012 e 2014, mas só virei cliente quando comecei a estudar para a área jurídica, após me graduar em Direito.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Sócrates: Cheguei a usar materiais de outros cursos sim. Não vou citar os nomes, nem pretendo criticá-los, mas gostei da proposta do Estratégia de assinatura, em que você tem acesso a um acervo muito vasto de materiais para concursos, de forma rápida e prática, com um valor acessível.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Sócrates: Sim, fiz, e fui aprovado, por isso não faço nenhuma crítica a respeito deles.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Sócrates: Depois de muito tempo estudando para concursos, a gente aprende a ser autodidata, e tentar extrair o melhor do seu tempo e do material para que seus estudos rendam melhor. Um diferencial que me ajudou foi a organização do material de modo a combinar a teoria, e a prática, com uma lista de exercícios no final. A assinatura do Estratégia também permitia o acesso a materiais bastante atualizados de forma prática.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Sócrates: Em 2021, eu costumava ter em torno de 4 a 6 horas por dia para estudar, pelo fato de estar em home office no trabalho (que acabou a partir de novembro/2021), e fiz uma planilha que dividia para estudar entre 2 a 3 disciplinas por dia por até 2 horas cada, focando mais a teoria inicialmente, mas intercalando com exercícios. Aos finais de semana, tentava estudar pelo menos uma vez no domingo à noite, antes de dormir, por volta de 2 a 3 horas.
Após o retorno ao trabalho presencial, tive que adaptar minha rotina para estudar, entre 2 a 4 horas por dia, mas focando mais em praticar exercícios, e reler os materiais sobre os assuntos em que eu tinha mais dificuldade.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Sócrates: Normalmente, após ler uma aula teórica, eu deixava para fazer os exercícios na aula seguinte, de modo a tentar refrescar a memória com aquilo que tinha lido antes, e também para corrigir o que eu aprendi errado.
Ao responder as questões, anotava as respostas em um papel, e após olhar o gabarito, contava e anotava o percentual de acertos, e analisava qualquer erro que eu tinha cometido para saber o motivo de eu ter errado, para não cair na mesma casca de banana.
De vez em quando, eu pegava algumas provas de concursos anteriores e simulava para saber como teria sido o meu desempenho.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Sócrates: Resolução de exercícios para concurso é essencial para qualquer preparação. Não me lembro da quantidade, mas acabei fazendo todos os exercícios de prova objetiva de Direito Notarial dos materiais do Estratégia para o concurso, sem contar os das áreas de direito civil, constitucional e administrativo.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Sócrates: Eu tinha pouco tempo para estudar disponível, e tinha que me preparar em função da logística para ir a Goiânia para fazer cada uma das provas, pois é uma viagem de 200km de carro.
Pelo que me recordo, eu só deixei de estudar na véspera de cada prova, na prova objetiva e na prova oral. Na véspera da prova escrita, eu não resisti e ainda dei uma lida em algumas das peças que eu tinha preparado.
Na prova objetiva, a prova foi em domingo à tarde, e fiz uma viagem bate e volta, durante a ida. Parei apenas para almoçar, fui ao local de provas, fiz a prova, e peguei o carro para voltar pra casa logo em seguida. Na prova escrita e na prova oral, como a prova foi marcada para horário da manhã, eu tive que viajar no dia anterior e pernoitar para não perder a hora.
Estratégia: Concursos para carreira jurídica são compostos por várias fases. Como foi sua preparação para a prova discursiva? E para a prova oral?
Sócrates: Para o concurso de cartórios do TJGO, durante a prova objetiva, como estava ainda estudando para prova do concurso do TCDF, eu foquei em estudar mais a teoria antes do concurso do TCDF (realizada no dia 11/10/2021), e fazer exercícios até a véspera do concurso do TJGO (realizada em 31/10/2021).
Depois da prova, como vi que tinha sido classificado para a prova escrita, tinha menos tempo para estudar, mas segui relendo os materiais específicos de Direito Notarial, na parte de teoria, e, ao mesmo tempo, comprei um livro com os modelos de peças (conhecido, mas não citarei aqui o nome). Após ler o livro, fui treinando as peças e fazendo questões discursivas de concursos na área jurídica, até a realização da prova em março de 2022. A prova escrita foi um verdadeiro massacre, pois apenas 303 candidatos foram aprovados, e estava entre eles, tirando 5,1 pontos (o mínimo era 5,0).
Após a aprovação na prova escrita, continuei focando para estudar para a prova oral, relendo mais uma vez os materiais. Por conta de algumas questões judiciais, a prova oral demorou a ser marcada. Para não enferrujar, fui estudando para outros concursos da área que apareceram.
Depois de muito tempo, em 2023, a prova oral do concurso finalmente foi marcada para junho, e, nesse período, comprei alguns livros com exemplos de questões de prova oral, para tentar praticar. Confesso que eu não sou uma pessoa prolixa, e, às vezes, tenho uma dificuldade de pensar e organizar o raciocínio na fala, contratei uma mentoria para essa prova que me ajudou também, e me fez conseguir ser aprovado, apesar das minhas limitações. Infelizmente, não gabaritei a prova oral, como eu desejava, mas fui melhor do que eu imaginava, pois sempre achei que essa parte seria meu “calcanhar de Aquiles”.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Sócrates: Creio que os meus erros foram:
- na preparação da prova objetiva, ter dividido o meu tempo de estudo para mais de um concurso. Apesar de a gente sempre aproveitar algum conhecimento de uma prova para outra, os conhecimentos dos concursos do TCDF e do TJGO não tinham muita coisa em comum;
- ter treinado menos do que eu deveria para a prova oral, pois quem foi bem nela ficou muito bem colocado no concurso.
Meus principais acertos foram:
- aproveitar o tempo escasso para realização das provas para otimizar os estudos e focar naquilo que eu precisava estudar para conseguir o melhor resultado possível, dadas as limitações, e
- seguir com os estudos, mesmo com a longa jornada que está sendo esse concurso, pois, foram quase 2 anos estudando seguidamente desde a publicação do edital em julho/2021 até a realização da prova oral em junho/2023, uma vez que o resultado final somente saiu agora em fevereiro.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Sócrates: Estudar para concurso não é uma prova de 100 metros rasos, em que você dispara de uma vez e para em 10 segundos, mas sim uma maratona, que você deve seguir em um ritmo constante, dosando sua força, mas sem desistir, até chegar na linha de chegada. Se continuar focado, ficará igual ao Forrest Gump correndo pelos Estados Unidos e irá para onde quiser.