Aprovado em 1° lugar (CR) para Pessoa Orientadora Fiscal Trainee no concurso CRP-PR
Concursos Públicos“[…] Cada um tem sua realidade, faça a sua parte. Foque em você e adapte seus estudos à sua realidade.”
Confira nossa entrevista com Roberto Esposito Sanches Junior, aprovado em 1° lugar (CR) no concurso CRP-PR para o cargo de Pessoa Orientadora Fiscal Trainee:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Roberto Esposito Sanches Junior: Olá, um prazer compartilhar esse momento de alegria. O meu nome é Roberto, tenho 29 anos de idade. Sou formado em Psicologia, e atuo como Neuropsicólogo, realizando avaliações e matérias do tipo, e também com a Psicologia Clínica, no método “tradicional” da Psicologia. Sou nascido em Santa Bárbara d’Oeste-SP, por onde residi muito pouco tempo. Atualmente, resido em São José dos Pinhais-PR, na Região Metropolitana de Curitiba.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Roberto: A graduação em Psicologia me abriu muito a cabeça para a aplicação da ciência fora das atividades comuns (como atendimentos clínicos, por exemplo). O interesse em agregar na saúde mental e organizacional da Administração Pública foi o maior motivador.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Roberto: Sim, eu trabalhava e estudava. Embora eu seja autônomo, não diminui meus atendimentos e trabalhos durante a jornada. A maior dificuldade da minha conciliação foi o fato de meus horários serem variados: às vezes eu trabalho mais em um dia do que em outros, os horários são “picados” por conta dos atendimentos. Portanto, qualquer encaixe que eu tinha nos intervalos de meus atendimentos, eu abria o material para estudar. Como não rendo muito bem pela noite, organizei-me de um modo que fosse condizente com minha rotina: comecei a acordar mais cedo do que de costume, e também a dormir mais cedo.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Roberto: Só bati na trave até então. O meu primeiro concurso foi a Polícia Federal para o cargo de Agente em 2021, concurso este que tirei uma nota relativamente boa para um primeiro concurso, mas não suficiente. Se não me falha a memória, foram 74 pontos líquidos.
Meu segundo concurso foi a Polícia Civil de Santa Catarina em 2023 para o cargo de Psicólogo Policial. Passei uma barra bem pesada nessa época, pois minha mãe e minha avó materna faleceram no período pós-edital, e velaram minha mãe no justo dia da prova. Tive que fazer a infeliz escolha de não ir e fazer a prova. Minha família apoiou minha decisão, pois eu estava me preparando há um bom tempo. Meu avó disse-me: “Juninho (é assim que ele me chama), vá fazer a prova e fique com as boas memórias que tem de sua mãe.”
Nessa prova, banca FGV, fiz 69 pontos, e não fui chamado para as fases subsequentes por conta do critério de desempate.
Alguns que tiraram a mesma nota foram selecionados.
Acho que se eu estivesse com a cabeça melhor, talvez teria tido uma nota melhor.
Fiz outros também para me manter praticando em matéria de prova, mas não eram meus focos. Meu último concurso foi o do Conselho Federal de Psicologia, estou em primeiro nos rankings de concursos por aí (uhul?!), mas ainda só estamos no gabarito preliminar, ainda há muito chão pela frente. Se não der, teremos outras oportunidades. Vamos ver… estou confiante!
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Roberto: Nunca me planejei em levar a vida de estudos de um modo extremamente pesado e fadigante. E não julgo quem faz. Não estou sugerindo a ideia de estudar “fofo”, como dizem por aí. Quando eu pegava, eu pegava firme mesmo. Contudo, eu diminui bastante minha rotina social. Muito mesmo! Só que, quando eu me sentia saturado e cansado de estudar, eu saía (ia pra algum barzinho com amigos, cinema, restaurante), só que ficava pouco e voltava cedo para casa. Na verdade isso me ajudava muito a manter minha cabeça saudável e energizada.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? Roberto: Meus amigos me apoiavam objetivamente sim, entretanto, minha família é uma incógnita. Nunca soube se eles me apoiavam ou não. Ponto positivo e que vale ressaltar é que: embora seja difícil dizer se eles apoiavam ou não, eles nunca me atrapalharam ou desmotivaram. A máxima “muito ajuda quem nada atrapalha” nunca fez tanto sentido assim. Antes de iniciar meus estudos, desde meu primeiro concurso, nunca fui atrás de apoio, pois acredito que a minha jornada tem que ser feita por mim. Não devo ser hipócrita em dizer que um apoio não faz bem, é claro que faz! Mas nunca corri atrás.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Roberto: Acho que foram 4 meses para o CRP-PR, pois as matérias básicas, consideradas “feijão com arroz” dos concursos eu já estudo há anos, como Direito Administrativo e Constitucional, Português, Estatística/RLM. A disciplina, como disse, era sempre estudar. Se eu tinha pouca energia, estudava menos, se eu tinha mais, estudava mais.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Roberto: Utilizei mais os PDF’s e questões da banca. Na preparação para o CRP-PR não foi ofertado pelo Estratégia o material direcionado para as Resoluções e Regimentos Internos do CRP, mas a Banca Quadrix cobra elas de forma literal, então, o jeito era abrir tais resoluções e decorar, sem segredo e sem mistério.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Roberto: Pelo Youtube! Não me lembro ao certo, faz muito tempo..
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos?
Roberto: Não diria de só de outros cursos em si, mas eu só consigo aprender com múltiplas fontes de aprendizado. O que gostei do material do Estratégia, fazendo com que fosse minha forma primária de material é a forma como são feitas as colocações, que não senti tão bem realizada em outros materiais que usei. Uma coisa que percebi de vários professores do Estratégia, mais especificamente do material em PDF, é que eles redigem um texto explicando e “conversando” com você, não ficando uma estrutura puramente teórica e conceitual, mas sim de fluidez, como se fosse em uma sala de aula, batendo um papo.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material?
Roberto: Não fiz concurso enquanto utilizava outro material.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Roberto: Eu sentia que eu andava e desenvolvia! Rs. E não simplesmente estudava por estudar, tinha uma direção, o que é ótimo.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Roberto: Primeiro vou descrever a questão de horas líquidas e planejamento estruturado: isso não dava certo na minha rotina. Como sou Psicólogo Autônomo, meus pacientes precisam dos mais variados dias e horários. Em regra, eu atendo de cinco à sete pessoas por dia, o que acaba sendo cansativo, até pela questão mais delicada do trabalho, pois alguns pacientes acabam demandando mais do que outros (os colegas de profissão sabem). Para exemplificar melhor, vamos lá: na minha rotina atual, às terças pela manhã eu trabalho integralmente, já na sexta, não, apenas uma parte. Então eu tinha que desenhar um planejamento conforme minha rotina, totalmente volátil em questão de dias e horários. Alguns dias eu tinha mais energia e tempo do que em outros, mas a questão principal é a disciplina e constância. Se eu tivesse apenas 1h para estudar em determinado dia, eu estudava, se eu tinha 5h em outro, eu estudava. O ponto é: eu estudava todos os dias.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Roberto: Eu fazia de uma maneira atípica e muito criticada. Eu gosto muito de ler, então eu priorizava mais as releituras do que questões, muito embora eu sempre fazia questões, todos os dias, nem que fossem 10. Eu fugia muito de matérias similares, como Direito’s’. Tentava ao máximo revezar os conteúdos e, nos dias em que eu estivesse menos disposto, estudava matérias ou tópicos nos quais eu encontrava mais facilidade. Soa confortável da minha parte, mas não há como eu estudar um tópico difícil (para mim) estando cansado. Até deixo um desafio: vá praticar interpretação de texto com sono e cansado… é humilhante! Rsrs.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Roberto: Ao todo, olhando minhas estatísticas, mais de 20 mil. A importância é justamente você chegar com um olhar técnico na prova, e é engraçado que tem algumas questões que, por mais que sejam “inéditas”, transmitem um ar de “eu já vi isso em alguma outra prova”… Hehe.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Roberto: Acho que leis e resoluções, pois não tem muito segredo… tem que ler e não há tanto o que se explicar conceitualmente na maior parte dos casos. A Quadrix, responsável pelo concurso do CRP-PR cobra basicamente a literalidade da lei/resolução, sem muito carnaval.
Ah! Controle de Constitucionalidade em Direito Constitucional não é de Deus não, mas isso não chegou a cair na prova do CRP-PR.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Roberto: Minha rotina de estudos na última semana foi de curtir um pouco a vida. Jogar videogame, descansar durante meus intervalos de trabalho, assistir TV, sair um pouco. Acho que a pressão na última semana já é suficiente para te preocupar e cansar, e estudar ou revisar neste momento só pioraria meu desempenho no dia da prova.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Roberto: Acho que o foco é o concurso do CRP-PR, que não teve discursiva, mas no do CFP e em alguns outros que fiz sim. Minha preparação foi sempre ler muito, acompanhar várias notícias e escrever (com caneta e papel mesmo). Saber os temas mais tendentes dos cargos e bancas ajuda bastante. Vão sempre elaborar alguma questão discursiva que seja inerente ao cargo, com um conhecimento que você precise ter.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Roberto: Alguns diriam que é um erro, mas eu gosto muito de fazer as revisões lendo e reaprendendo de alguma outra forma, portanto, eu mesclava um pouco a leitura com videoaulas e questões (principalmente comentários de outras pessoas), de modo que aquele conteúdo reverberasse na minha cabeça. Eu falo que pode ser um erro, muito embora não tenha sido um erro para mim, porque isso pode tomar muito tempo de estudo. Mas é o meu jeito e eu tenho que respeitar meu modo de funcionar.
Aprender de múltiplas formas é um máximo. Já parou para pensar que três pessoas diferentes podem te explicar que “1+1=2” de três modos diferentes?
Meus acertos foram os seguintes, o mais óbvio é fazer questões, acho que todo aprovado fala isso, mas acho que o mais interessante de todos foi aprender a criar uma barreira na hora da prova, ir pro concurso “blindado” da pressão dos outros candidatos. Quando eu faço prova de concurso, eu praticamente esqueço que há pessoas ao meu redor. Mas, para isso, é necessário ter coragem e se expor, mesmo que tu não tenha pretensão de passar em um concurso, vá fazer uma prova. Vá ver como é o ambiente e conhecer o clima do dia de concurso.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Roberto: Sim, principalmente o fato de você bater na trave algumas vezes. Mas gerava-me uma ambiguidade, de que eu poderia estar tão perto de alguma aprovação que o fator desistência seria um fracasso. Então eu seguia e seguia. Apanhava, mas levantava. Minha vida foi assim.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Roberto: Vou falar com o coração, ok?
Acho que o principal é o aluno saber que não é fácil, não vá com a ideia de que é fácil porque não é. Tem muita gente bem preparada no mundo dos concursos. Está profissionalizado. Se você estiver disposto a enfrentar a dificuldade e o processo, vá e faça. Sente e estude. Não procure fórmulas mágicas, elas não existem. Uma coisa é fazer um planejamento e utilizar bons materiais, outra coisa é querer um milagre. Hoje se vende muito soluções mágicas: “10 maneiras para isso”, “5 melhores jeitos para aquilo”. Gente, fujam das promessas por facilidades. Como dito anteriormente, adquiram um bom material, procure a melhor fórmula para você, explorem seus limites de aprendizado, mantenham-se constantes, e, mais do que tudo: DURMAM BEM!
Outra coisa é: não se comparem. Não compare sua rotina, seu processo de aprendizagem e seu tempo livre com os de outras pessoas. Cada um tem sua realidade, faça a sua parte. Foque em você e adapte seus estudos à sua realidade.