Aprovado em 18° lugar para Analista -TI no concurso BACEN
Engenharias e TI“Estude de verdade, dedique-se e você chegará onde deseja! […]”
Confira nossa entrevista com Roberto Cesar Gomes Magalhães, aprovado em 18° lugar no concurso BACEN para o cargo de Analista – Área: Tecnologia da Informação:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Roberto Cesar Gomes Magalhães: Tenho 31 anos e sou natural da cidade do Rio de Janeiro – RJ. Moro há 8 anos em Campinas – SP com minha esposa, e recentemente expandimos nossa família com duas filhas, nossas princesinhas. Trabalho com T.I. desde os 20 anos e atualmente sou bacharel em Sistemas de Informação.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Roberto Cesar: Desde que finalizei minha graduação, em 2020, surgiu o desejo de alcançar um cargo que exigisse nível superior. Tentei alguns concursos em anos anteriores, mas não me dediquei o suficiente aos estudos para chegar competitivo. Para 2024, percebi um grande movimento para novos concursos federais através dos comunicadores que acompanho e senti que deveria fazer algo para mudar minha situação. Tenho um perfil bastante competitivo e gosto de novos desafios. Portanto, juntei a percepção de muitas oportunidades, o desejo por novos desafios e a necessidade financeira com o futuro nascimento de minha segunda filha!
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Roberto Cesar: Sim, trabalhava e estudava. Estudava um pouco pela manhã e complementava à noite, após chegar do trabalho. Nos finais de semana, eu estudava praticamente o dia todo. O celular reproduzia videoaulas até enquanto eu cozinhava, lavava a louça ou tomava banho!
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Roberto Cesar: Comecei a fazer concursos desde a minha formação em técnico de informática. Em 2014, fui aprovado em dois concursos dentro das vagas do edital: como cabo da Marinha do Brasil e como programador Java na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Assumi o cargo na UERJ e, um ano depois, saiu um edital com 61 vagas para Técnico Judiciário do Tribunal Regional Federal da 15ª Região (TRT15), também para cargo específico da minha área de atuação. Fui aprovado em 76º lugar, fora das vagas, mas muitos não assumiram, e fui convocado junto com a última leva de novos servidores. Estou no TRT15 até hoje, e agora, com a aprovação e futura nomeação no Banco Central do Brasil (BCB), não pretendo me dedicar a novos editais. Mas o futuro só Deus sabe, né? Rsrsrs.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Roberto Cesar: Como dizia minha esposa: “Agora você só vive para concurso!!”. E realmente foi assim: TUDO era concurso público. Eu não fazia mais nada com meu tempo livre. Não digo que foi uma rotina saudável, mas tenho essa dificuldade em equilibrar as coisas: quando coloco uma ideia na cabeça, só quero viver aquilo intensamente até acabar. Utilizei minhas férias, meus fins de semana, qualquer minuto disponível eu usava para estudar. Até combinei com minha sogra para vir periodicamente do Rio de Janeiro ajudar minha esposa grávida enquanto eu estudava. Saía de casa o mínimo possível, mas não deixava de cumprir com as obrigações.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro?
Roberto Cesar: Sempre envolvi toda a família e minha rede de apoio desde o início. A primeira coisa que fiz foi sentar e conversar com minha esposa. Deixei claro todo o processo que havia planejado para estudar, e decidimos juntos algumas maneiras de otimizar tarefas e melhorar o tempo para estudos. Justamente por envolver minha família desde o início do processo, todos foram muito compreensivos e solidários. Estava com uma filha pequena de 1 ano e meio, esposa grávida e, posteriormente, uma neném nascida três semanas antes da prova. A cabeça estava a mil com tudo que estava acontecendo, e ainda assim tive garra para estudar. Só tenho a agradecer de coração por todo o apoio que recebi para conseguir me dedicar aos estudos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Roberto Cesar: Em outubro de 2023, ainda sem edital, comecei a estudar as matérias específicas de T.I., pensando no concurso unificado do TSE e do CNU. Decidi alterar meu foco para o BCB quando saiu o edital, pois muitos conhecimentos exigidos estavam alinhados com o que eu já vinha estudando. Em anos anteriores, eu já havia feito alguns sprints de 2 a 3 meses para alguns editais, e muitos conteúdos foram mais fáceis de assimilar por eu já ter tido um primeiro contato. A disciplina foi fruto de muita força de vontade e apoio das pessoas mais próximas. Nos dias em que eu não estava com cabeça para estudar, buscava motivação assistindo a entrevistas com aprovados ou com servidores do BCB, pesquisava o portal de transparência para ver os salários.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Roberto Cesar: Usei materiais em PDF e videoaulas. Prefiro estudar através do PDF, mas utilizei videoaulas para revisão e para matérias em que tinha mais dificuldade. As videoaulas foram muito importantes para uma melhor compreensão e também para estudar em momentos em que eu não conseguia estar na frente do computador.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Roberto Cesar: Conheço o Estratégia Concursos há muito tempo e adquiri meu primeiro material para o concurso do TST em 2017. Infelizmente, não me dediquei como deveria, e só após uma grande decepção com meu resultado no concurso da CGU/2022 tomei a decisão que mudou o jogo: da próxima vez, eu vou começar a estudar sem edital e só vou parar com uma aprovação.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos?
Roberto Cesar: Materiais completos, não. Pegava um ou outro conteúdo gratuito. E nenhum conteúdo gratuito se compara à organização e densidade do material do Estratégia.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Roberto Cesar: Fui aprovado em uma época com muitas vagas e menor concorrência real. Além disso, tive a sorte de os editais serem muito específicos para um conteúdo que estava fresco em minha memória. Eu havia acabado de me formar como técnico de informática com ênfase em programação Java, que era justamente o principal foco das questões dos editais em que fui aprovado. É um cenário muito difícil de acontecer atualmente, pois as bancas elevaram o nível de cobrança e diversificaram o conteúdo. Os editais atuais de T.I. são gigantescos. Portanto, julgo que atualmente o material do Estratégia Concursos é indispensável.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Roberto Cesar: Com toda certeza o material do Estratégia Concursos elevou meu patamar competitivo. É um material muito completo e didático. Dá para começar literalmente do zero e em qualquer disciplina. Sei que o Estratégia possui muitas ferramentas de apoio, mas sou “conservador” nos estudos e utilizo somente os PDFs completos, as videoaulas, os simulados e um pouco do sistema de questões.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Roberto Cesar: Eu tenho uma planilha onde acompanho meu progresso nas aulas de todas as disciplinas do curso do Estratégia. Lá, registro o dia e meu resultado nas questões objetivas presentes no PDF. Costumo estudar e responder cerca de 40 questões do PDF no mesmo momento do estudo. Para ganhar tempo, as aulas nas quais já tenho uma noção, eu pulo diretamente para as questões e verifico meu resultado. Se o desempenho foi bom, pulo a aula de estudos e deixo para um ciclo de revisão. Se tive dificuldades (por exemplo, acertei menos de 70%), volto desde o início para estudar o PDF. No geral, dou foco para matérias que tenho mais dificuldade e estudo no máximo três aulas seguidas (no mesmo dia ou em dias diferentes), mas não fico muito preso a isso. Quando canso de uma matéria, pulo para outra, sempre priorizando as mais importantes. A planilha de acompanhamento já fica ordenada das matérias que devo dar mais foco para as que devo dar menos. Assim que termino todas as aulas de todas as matérias que defini, crio uma nova aba e planejo o ciclo seguinte, repetindo o processo com foco nas aulas em que obtive os piores resultados. Não sei dizer quantas horas líquidas costumava fazer, mas dedicava em média 3 horas nos dias em que trabalhava e cerca de 12 horas em dias que não trabalhava.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Roberto Cesar: Vejo muitas pessoas tentando fazer tudo ao mesmo tempo (estudo, exercícios, revisão, cards, etc.), mas comigo fluiu um pouco diferente. Prefiro fazer um primeiro contato apenas prestando atenção na aula, seja PDF ou videoaula. Não anoto nada, apenas me dedico a compreender o conteúdo e depois faço as questões do PDF. Entendo que só é possível julgar qual conteúdo é mais relevante depois de ver o material completo. Em um segundo momento (segundo ou terceiro ciclo de revisão), entendendo meus pontos fracos na matéria e com mais bagagem para julgar a relevância do conteúdo para a prova objetiva e discursiva, preparo um resumo do conteúdo e um microrresumo focado em palavras-chave e conceitos a memorizar. Além das questões, fiz muitos simulados do próprio Estratégia e de provas anteriores da banca. Utilizada um domingo para simular o dia da prova para fazer objetiva mais discursiva.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Roberto Cesar: Resolver questões é essencial para fixar o conteúdo e treinar o modelo de questões da banca. Resolvia questões todos os dias de estudo e também treinava as discursivas em alguns fins de semana. Além disso, fiz muitas provas objetivas de concursos anteriores da banca, acredito que todas as provas mais recentes da minha área. Não sei dizer quantas questões já respondi, mas considerando que respondi cerca de 40 questões por aula, posso estimar que foram na casa das dezenas de milhares.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Roberto Cesar: Eu sempre tive dificuldades com ciência de dados, infraestrutura e redes. Me dava uma angústia pensar nessas disciplinas caindo na discursiva e eu sem saber o que escrever! Rsrsrs. Decidi mudar essa situação e focar principalmente nelas. Não tem muito segredo, só sentei e estudei. As videoaulas foram muito importantes nessa jornada, inclusive os materiais de rodadas avançadas e reta final. Não absorvia tudo de primeira, mas aprendi mais a cada novo ciclo de revisão. Também sempre tive dificuldades com memorização. Sempre gostei de estudar para compreender algo, mas nunca gostei de memorizar. Dos vários anos nessa jornada de concurseiro, finalmente compreendi que não dá para fugir da memorização e decidi que dessa vez eu precisava mudar. No fim, descobri que não era ruim com memorização, apenas tinha preguiça. Era muito mais uma barreira psicológica e emocional do que algo físico. No dia da prova, havia memorizado cerca de 10 folhas de texto, algo que acumulei ao longo dos meses de estudo. Basicamente, utilizei a Técnica John Place, que encontrei em alguns vídeos no YouTube. FUNCIONA DEMAIS!
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Roberto Cesar: Estava tudo perfeito e alinhado (só que não): minha esposa estava se recuperando do parto, a neném recém-nascida, outra filha de 1 ano e meio, e eu com sono o tempo todo por não dormir direito! Rsrsrsrs. Resumindo, a última semana foi complicada, mas foquei na memorização, nos meus resumos, nos vídeos de reta final e nas técnicas de dissertação.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Roberto Cesar: Para o conteúdo das disciplinas, estudei apenas com o Estratégia, mas para a discursiva estudei pelo Estratégia e por um outro material também adquirido. No BCB, a discursiva valia 40% da nota, ou seja, tinha um peso muito relevante. Inclusive, estou bem classificado justamente por quase gabaritar a discursiva. Foquei em estudar técnicas de discursiva somente nos últimos 2 meses antes da prova e comecei a praticar a cada 15 dias. Com o adiamento do concurso, parei as discursivas por um tempo e voltei a praticar nas últimas semanas. A prática foi superrelevante para avaliar se os textos estavam atendendo ao comando da questão, se seguiam a técnica correta e se eu conseguiria responder no tempo proposto. Minha esposa me ajudava com a correção e assim seguimos até o dia da prova. Corrigi muitos aspectos da discursiva com a prática e, com certeza, recomendo que qualquer um faça o mesmo. Mas o foco dos estudos deve ser no conteúdo das disciplinas, pois sem ele você não consegue dar corpo para a dissertação.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Roberto Cesar: Acredito que meus erros foram:
- Demorar tanto para começar a me dedicar de verdade para uma nova aprovação.
- Por muito tempo ter tido preguiça e bloqueio mental para enfrentar as matérias que tenho dificuldades.
- Ter dormido pouco (se bem que não tive muita escolha nas últimas semanas).
- Não ter feito exercícios físicos. Com certeza eu mudaria isso, pois ganhei novas dores que não gostaria de ter.
Já os acertos foram:
- Decidir começar a estudar com antecedência e só parar com uma aprovação dentro das vagas.
- Organizar um ciclo de estudos do jeito que eu gosto de estudar (já havia tentado algumas técnicas que me frustraram).
- Focar no conteúdo que eu sabia menos.
- Fazer muitas questões, simulados e provas anteriores.
- Estudar e praticar para a discursiva.
- Vivenciar o processo de corpo e alma, realinhando a rotina diária para focar nos estudos. Como muitos aprovados dizem que fazem isso, decidi testar e realmente deu certo!
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Roberto Cesar: Várias vezes. O processo é doloroso e ter força de vontade para prosseguir é essencial. Minha motivação vinha da possibilidade de oferecer um futuro melhor para a minha família. Nos dias mais difíceis, às vezes encontrava motivação ouvindo experiências sobre como é trabalhar no BCB, mas em alguns dias eu fechava tudo e encerrava. Assistia a um filme, passava um tempo com a família, etc. Acredito que não precisamos vencer cada luta individual, mas sim a batalha como um todo. Portanto, com certeza vamos deslizar em alguns dias, mas o mais importante é chegar no dia seguinte e tentar novamente.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Roberto Cesar: Estude de verdade, dedique-se e você chegará onde deseja! Vai ser difícil? Vai, mas com certeza você alcançará seus objetivos. Organize um plano de estudos, foque nas áreas onde você tem mais dificuldade, use técnicas de memorização, técnicas para discursivas e não hesite em ajustar sua estratégia conforme necessário. Nada nessa vida é fácil, nada vem de graça, e os frutos só serão colhidos depois de longos períodos de cultivo. Vejo que o concurso público é como uma segunda graduação que deve ser encarada com seriedade para se tornar competitivo. Portanto, se durante uma graduação tecnológica, por exemplo, a pessoa estuda por no mínimo 2 anos, a maioria dos que passam nos melhores cargos estuda por um período minimamente parecido com esse tempo. Meu esforço máximo foi em um tempo menor, mas não podem ser desconsiderados os vários esforços em anos anteriores e a bagagem profissional atuando em minha área. Por isso, estude, estude e estude! Nada muda tanto a vida das pessoas como o conhecimento, e através dos estudos a gente consegue chegar lá. Se eu consegui mesmo com tantos desafios nos últimos meses, tenho fé que você também conseguirá! Desejo sucesso para todos vocês!