Aprovado no concurso PC DF para o cargo de Agente em 24° lugar
“Eu sempre busquei criar mecanismos para manter a rotina. Acho que a maior armadilha para a procrastinação é a falta de planejamento. Domingo eu sempre planejava a semana e tinha aquilo como uma obrigação a ser cumprida.”
Confira nossa entrevista com Roberto Cesa, aprovado no concurso PC DF para o cargo de Agente em 24° lugar:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Roberto Cesa: Olá! Primeiramente gostaria de dizer que é um prazer poder estar contando um pouco da minha jornada até essa aprovação e agradecer ao Estratégia pela oportunidade. Sobre mim, sou formado em Direito, tenho 27 anos e moro em Florianópolis-SC, mas natural de Porto Alegre-RS.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Roberto: Eu sempre tive uma queda pela área policial, desde novo. Sempre gostei de brincar de bombeiro e policial. No ensino médio até pensei em outras possibilidades de faculdade, mas no final sempre veio na cabeça fazer concurso para a polícia, principalmente o da Polícia Federal. Ao longo dos estudos de faculdade e concurso fui refinando essa vontade e percebendo que a grande vontade mesmo é poder ajudar as pessoas através do serviço policial. Infelizmente não temos a possibilidade de fazer um “estágio” antes de passar no concurso, mas sinto cada vez mais que quero ajudar as pessoas que estão em situações diversas de vulnerabilidade, enfrentando o que a maioria não teria coragem de enfrentar.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Roberto: Durante minha trajetória de estudos tive a oportunidade de ficar em casa estudando, graças aos meus pais, que sempre abraçaram meus sonhos e me deram a liberdade de escolher os meus passos até a realização desse sonho. No último semestre da faculdade de Direito, eu emendei os estudos, montei meu cantinho no meu quarto e só parei recentemente.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Roberto: Desde que comecei a estudar, fui aprovado em 6 concursos, alguns para cadastro de reserva e outros nas vagas. Primeiro passei para escrivão da PCPR em 2018 para o CR, depois PMSC para soldado em 2019 nas vagas, DEAP-SC para agente penitenciário em 2019 nas vagas, PF para agente estou no CR, agora para agente da PCDF nas vagas e, por último, estou aguardando a nota da redação do concurso da PCPR para investigador, o qual estou confiante que também fiz uma boa prova.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Roberto: A sensação é realmente de missão cumprida. Eu sempre fui pé no chão, tracei metas e tive certeza que uma hora iria acontecer. Tudo depende do tempo e o concurso é que escolhe você. Sinto uma leveza cada vez maior a cada resultado dos concursos que vão saindo, mas a ficha só vai cair mesmo quando sair alguma convocação de curso de formação, eu acho. Sinto também uma enorme gratidão por todos que me rodearam ao longo desse tempo de estudos, desde amigos, pai, mãe, irmãs e minha namorada, até grandes professores que tive o privilégio de acessar materiais e ver videoaulas.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Roberto: Não diria que fui radical, mas com certeza me privei de muitas coisas e momentos. Os estudos sempre estiveram na prioridade máxima, a 01. Sempre fui de planejar a semana toda antes de ela acontecer, então qualquer evento que aparecesse depois do meu planejamento estaria de fora da minha agenda, salvo raras exceções. Então sim, me privei de saídas, amigos, jantares, convites e família, mas quando dava de encaixar na minha “agenda” e eu julgava importante naquele momento, eu fazia. Acho que devem existir momentos de relaxar e fazer algo diferente, ficar todos os dias e todas as horas estudando nunca foi uma opção.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Roberto: Eu moro com meus pais e tenho namorada. Minha família sempre me apoiou em todas minhas decisões, nunca questionaram nenhuma delas. Tive o privilégio de ter todo apoio para somente ficar estudando, sem precisar trabalhar e sem ouvir qualquer crítica, o que foi um privilégio imenso. Tive total compreensão da minha namorada também, a qual sou eternamente grato por entender quando eu tinha que fazer simulado em final de semana e quando eu não poderia vê-la nas retas finais das provas.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é e se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo).
Roberto: Eu acho que vale a pena sim, desde que tenha alguma correlação forte entre as matérias que são cobradas. Não existirão editais iguais, mas quando a semelhança é grande, vale a pena fazer como teste e até motivação para seguir na caminhada e ganhar experiência em todas as etapas. Essa experiencia que digo é válida principalmente nos concursos policiais, em que é composto de muitas etapas eliminatórias.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Roberto: Difícil definir um tempo exato. Mas acredito que focado nas matérias do “estilo PF” que surpreendeu a todos com a divulgação do edital, deu um ano.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Roberto: Comecei a estudar para escrivão da PCDF logo após minha reprovação na PRF em 2019. Foquei uns 8 meses de pré-edital e no pós-edital ainda teve a pandemia e a suspensão. Quando saiu PCDF para agente com todas aquelas matérias diferentes eu pensei: vou fazer meu máximo e quem sabe um dia tenho a oportunidade de aproveitar e fazer PF (nem imaginava que sairia o edital da PF). Aí foquei para agente da PCDF, saiu PF e foi tudo acontecendo de uma forma que eu não esperava, mas que me deu cada vez mais motivação e chances de ser aprovado.
Eu sempre busquei criar mecanismos para manter a rotina. Acho que a maior armadilha para a procrastinação é a falta de planejamento. Domingo eu sempre planejava a semana e tinha aquilo como uma obrigação a ser cumprida. Criei calendários e colei na parede para ir riscando os dias durante os períodos de pós-edital e até mesmo na pandemia. Li também muitos livros sobre disciplina, etc. e aprendi muitos mecanismos para “enganar” o cérebro quando ele está nos convidando para o caminho errado.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Roberto: Sempre foquei muito nos PDF’s do Estratégia desde o começo, complementando com sites de questão, videoaulas, muitos simulados e Google. Utilizei videoaulas de forma complementar, mais para sanar dúvidas e estudar disciplinas específicas. Entre videoaula e PDF, depois de muito tempo percebi que cada uma tem a sua função específica. Não é errado estudar por uma ou por outra, basta você saber a hora certa de utilizar a ferramenta. Eu sempre usei mais videoaulas para sanar dúvidas ou estudar pontos das matérias que eu tinha muita dificuldade, mas nunca estudei uma matéria inteira por vídeo. Acho que o PDF facilita o avanço dos estudos e auxilia na retenção do conteúdo. Além da facilidade de ler e já ir marcando o PDF no computador, o que já se torna automaticamente um “resumo” para ser revisado quando necessário.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Roberto: Conheci logo no começo dos estudos, quando fui mergulhar de cabeça e encontrar o melhor curso preparatório online. Acho que foi vendo vídeos no Youtube e reviews que decidi.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Roberto: Eu já cheguei a estudar mais de 5 matérias por dia. Mas nos últimos meses percebi que valia mais a pena focar em no máximo 3 matérias por dia e estudar focado, aí meu desempenho foi melhorando. Eu sempre estudei matérias mescladas por dia e fiz revisão programada, que inclusive aprendi com o programa de coach do estratégia que fiz por um período de 6 meses, logo no início dos estudos. No início tentei fazer um caderno para ir resumindo todas matérias, mas percebi que demoraria demais e resolvi ir marcando os PDF’s mesmo, mas tinham exceções.
Desde o começo dos estudos comprei um quadro para o meu quarto e utilizava ele para decorebas temporárias e até para “dar aula” para mim mesmo em alguns assuntos que eu estava com dificuldade, só com isso e uns 3 papéis A4 colados na parede foram suficientes.
Sobre exercício e teoria, eu sempre preferi ler teoria uma vez e depois só resolver exercícios, mas como já disse, cada ferramenta tem sua hora, e se tinha alguma dúvida eu sempre voltava na teoria em pontos específicos. Meu plano de estudos nos últimos tempos foi baseado no meu desempenho em simulados. Eu já tinha exaurido toda teoria possível e questões ao longo desses quase 4 anos de estudos, por isso achei que estudar só minhas falhas e dificuldades reveladas pelos simulados seriam suficientes e deu certo.
Sobre as horas de estudo, eu era um pouco flexível, não tinha um tempo exato para cada matéria e revisões, eu deixava minha dificuldade me levar: enquanto houvesse dúvida naquele ponto a ser estudado eu ia buscando mais material e mais questões. Mas em média, em todos esses anos de estudo, creio que tenha estudado umas 5 horas liquidas por dia.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Roberto: Diversas disciplinas me desafiaram. Português, informática e TI, estatística, contabilidade, inglês, matemática e física acho que foram as principais. Superei a maioria com muita questão, videoaula, alguns resumos e resiliência.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Roberto: Reta final eu sempre prezei por revisões. Duas ou três semanas antes da prova eu já começava a juntar todos materiais, organizar as minhas maiores dificuldades por grau de prioridade, as decorebas e os cadernos de erros das questões para tentar fixar aquilo que estava difícil de gravar. Na véspera da prova eu sempre optei por pegar leve, mas nunca fiquei totalmente relaxado. Gostava de ver aulas ao vivo sobre possíveis temas de redação, revisar algumas fórmulas difíceis e só.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Roberto: Para prova discursiva aconselho o treino e o estudo de temas com pertinência temática para o cargo e órgão pretendido. Foi isso que fiz e foi isso que deu certo. Acho que fiz umas 70 redações ao longo de todos esses anos de estudo. Não há outro caminho para a aprovação.
Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Roberto: Eu sempre fui de fazer esportes, então estou relativamente tranquilo para o TAF. Já consigo bater alguns índices máximos e alguns estou melhorando para fugir do mínimo. Mas nunca é demais treinar e garantir que nenhum imprevisto me surpreenda no dia da prova, ainda mais com o clima do DF que é bem diferente do clima aqui de SC.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Roberto: Meu erro foi deixar meu estudo muito engessado. Por mais de dois anos eu sempre fui de achar que teria que estudar todas as matérias todas as semanas, mas acho que foi um erro. A melhor maneira de estudar é identificar suas falhas e dificuldades e focar nelas, não tem motivo para estudar uma matéria que você está muito bem. Já meu acerto foi justamente o que aprendi com esse erro. Comecei a focar muito mais esforços nas dificuldades e matérias que eu estava mal, sem perder tempo com coisas que já estavam fixadas na minha cabeça. Aprender a fazer essa autoanálise foi fundamental para melhorar meu desempenho.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Roberto: O mais difícil pra mim acho que foi passar pela atual pandemia. Até então tudo estava acontecendo, concursos autorizados e tudo mais. Mas quando veio a pandemia, tudo ficou nebuloso. Eu tinha certeza que estava no caminho e que uma hora a aprovação viria, mas a pandemia atrasou um pouco muitas aspirações minhas e me trouxe uma incerteza que eu nunca tinha experimentado. Em nenhum momento pensei em desistir, nunca me passou na cabeça outra coisa que não fosse ser policial ao longo do processo. Apesar de parecer prepotente de minha parte, desistir nunca foi uma opção.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Roberto: Minha principal motivação é a vocação. Sinto que estou aqui nesse plano para isso e só pararia quando desse certo. Em segundo lugar, acredito que a vontade de pertencer as melhores polícias do país também foi uma grande motivação. Por fim, poder ter uma vida digna e poder proporcionar uma vida digna para a minha futura família.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Roberto: Diria que o principal conselho é ter fé, resiliência e humildade suficiente para buscar diariamente o autoconhecimento. O caminho dos concursos é uma escada que você só para de subir se parar de caminhar. Mas além de caminhar, tem que caminhar com consciência, percebendo, sentindo e corrigindo tudo que for necessário para evoluir a cada dia. Posso afirmar que com certeza valerá a pena cada hora de dedicação. Não desista dos seus sonhos, jamais.