Aprovado em 18° lugar no concurso PP AL para o cargo de Agente Penitenciário
Policial (Agente Penitenciário)Confira nossa entrevista com Rafael Jordão, aprovado em 18° lugar no concurso PP AL para o cargo de Agente Penitenciário:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Qual sua idade? De onde você é? Qual sua formação?
Rafael Jordão: Sou alagoano, formado em Direito e tenho 30 anos.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Rafael: Apesar de ter feito Direito, a advocacia nunca me encantou, então procurei me direcionar para o mundo dos concursos. Inicialmente, minha escolha foi pelo concurso de Auditor Fiscal do Trabalho – AFT, mas a prova nunca ocorreu por questões político-econômicas, então tive que abandonar os planos iniciais e tentar provas de outras áreas.
Estratégia: Por que escolheu a área policial? Tem algum parente policial que te inspirou?
Rafael: A oportunidade de fazer a prova da PRF de 2021 apareceu num momento oportuno e a preparação me fez aprender mais sobre a carreira policial e apreciar o trabalho das instituições de Segurança Pública. Além disso, tenho amigos da área que passam uma excelente imagem da corporação.
Estratégia: O fato de lidar com o crime no dia a dia gerou algum tipo de medo em você ou em sua família?
Rafael: A primeira reação da família foi de preocupação, mas com um pouco de conversa esclareci sobre as atribuições dos cargos que estava prestando (PRF, Oficial e escrivão da PC-AL) e recebi amplo apoio dos familiares para embarcar nesse desafio.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Rafael: No primeiro mês da preparação para PRF, tive que conciliar trabalho e estudo. Após isso, pude me dedicar exclusivamente aos estudos, totalizando 4 meses focado exclusivamente nos estudos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e colocação?
Rafael: Dentro das vagas, fui aprovado no concurso de Oficial CBM-AL (colocação: 18), Oficial PM-AL (9° lugar) e escrivão da PC-AL (21° lugar), PP-AL (18° lugar), todos em 2021. Antes disso, contei com aprovações no cadastro de reserva, no ano de 2017, para procurador municipal de três municípios de Alagoas, para o TJ-SP e alguns TRTs.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Rafael: Sentimento de que tudo valeu a pena. A ficha foi caindo aos poucos.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Rafael: No estudo para a PRF eu estudava durante as manhãs e tardes, deixando a noite livre para lazer com amigos e familiares, além de reservar um dia na semana livre. Após o baque da reprovação na PRF, passei a dedicar-me integralmente aos estudos, reservando apenas o final do domingo, após finalizar simulado e treinar redação, para descanso.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro(a)? Se sim, de que forma?
Rafael: Vivo em união estável com minha noiva. Recebi dela e da minha mãe apoio total para os estudos. Beijo, Evelyn!
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Rafael: Sim, visto que escolhemos o concurso dos sonhos com base em caricaturas que nem sempre correspondem à realidade. Muitas vezes, outras áreas podem surpreender positivamente e te assegurar tranquilidade para continuar os estudos sem a pressão da aprovação.
Além disso, no meu caso particular, o concurso dos sonhos sequer veio a ocorrer. Então se eu não tivesse adaptado os planos, eu estaria totalmente frustrado estudando para AFT sem nenhuma perspectiva de fazer a prova.
Penso em estudar para Delegado, mas vou analisar com calma antes de decidir, pois já estou bem satisfeito com o cargo de Oficial CBM-AL.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Rafael: Estudei para a prova do Tribunal de Justiça de São Paulo, em 2017, por cerca de 3 meses (antes disso havia estudado por um ano para AFT) e consegui me classificar no cadastro de reserva. Como o Tribunal possuía um histórico de sempre zerar a lista, havia quase a certeza de que eu seria nomeado, então relaxei dos estudos e voltei minha atenção para o mercado de trabalho. Nesse período aguardando a nomeação, trabalhei com meus pais no interior, advoguei como funcionário de escritório e até tentei emplacar um negócio próprio na área de trânsito.
Entretanto, faltando apenas 3 pessoas para ser chamado São Paulo, saiu um decreto proibindo novas nomeações por conta da recessão econômica do final do governo Dilma e, cerca de um ano depois, houve a pandemia do Corona Vírus. Por conta disso, o prazo do concurso foi encerrado sem haver nenhuma nova nomeação e o meu negócio, que começava a deslanchar, foi profundamente afetado pelos Lockdowns e também teve que ser interrompido.
Diante disso, tive que repensar o que faria para ganhar a vida. Abri novamente o leque de opções. Advogar estava fora de cogitação, pois a experiência em escritório havia comprovado que não era o que eu queria para mim. Estudei economia e mercado financeiro. Tive ótimas experiências no ramo, mas ainda não era uma profissão estável para ganhar a vida. Eis que então apareceu o edital da PRF com muitas vagas. Achei que ali estaria a minha chance de ouro. O concurso era muito bom e aproveitava vários conteúdos que eu lidava no manuseio do meu negócio. Estudei por 2 meses e fui fazer a prova.
A frustração veio forte quando meu desempenho não foi dos melhores. Fiquei cerca de 10 pontos longe do corte e, obviamente, percebi que o conhecimento adquirido nos estudos para o AFT e TJ-SP haviam praticamente se perdido nos mais de 3 anos afastado dos livros. Meu nível de prova estava extremamente baixo e o estilo de cobrança das bancas examinadoras havia mudado drasticamente. Porém, nem tudo estava perdido. Após a prova, três editais estavam abertos no meu estado: PM-AL, PC-AL e CBM-AL. Se eu conseguisse estudar corretamente, certamente teria chance de aprovação.
Fui atrás dos melhores materiais e professores e encontrei o Estratégia Concursos. Nele o aluno é inundado com excelentes aulas, PDFs e materiais de revisão. Tudo o que eu precisava. Além disso, analisei exaustivamente o depoimento dos primeiros colocados no concurso da PF e PRF para ver onde eu poderia melhorar minha preparação. Percebi que os primeiros colocados eram muito disciplinados e, em regra, faziam muitos simulados.
Adaptando o que achei que iria agregar na minha preparação para os meus estudos, iniciei a empreitada com foco total. Zero desvios. No total, estudei cerca de 2 meses para PRF e 2 meses para Oficial do CBM-AL. A aprovação para os demais cargos veio como consequência do estudo para o CBM.
Estratégia: Durante a fase pré-edital, como fazia para manter a disciplina nos estudos?
Rafael: Não estudei pré-edital para esses concursos que fui aprovado, mas sempre tentei tirar o peso do estudo como obrigação.
Adquirir e aperfeiçoar um conhecimento pode ser algo muito prazeroso se você treinar sua mente para achar isso. Algumas matérias, como inglês, eu incorporava no horário de lazer, assistindo vídeos no Youtube, filmes e jogos nesse idioma, além de fazer Duolingo todo santo dia. Física e Química eu assistia muitos vídeos de curiosidades no Youtube do canal “Ciência Todo Dia” (e outros) nos horários livres.
Isso alimentava o sentimento de que aquilo era hobby e não trabalho e de que era muito satisfatório aprender aquelas coisas para acompanhar aqueles vídeos que eram tão bons. Matemática eu assistia o canal “dicas de math” nos assuntos mais complexos e comprava a vibe de que era um desafio responder aquelas coisas. Isso alimentava meu lado competitivo e me deixava empolgado por cada “problema” que eu conseguisse resolver.
Repito, as coisas não eram prazerosas porque eu naturalmente achava isso, mas sim porque eu me condicionei a achar. Treino mental.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens de cada um?
Rafael: A maior parte da minha preparação foi com videoaulas aceleradas em 3x para aprendizado e PDFs para revisões. Nos assuntos que eu já tinha bom nível, treinava por questões e revisões pontuais. Depende do assunto também. Se for algum tema muito complexo, pode ser melhor ter um professor explicando ponto a ponto para formar uma base mais sólida.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Rafael: Pesquisando o material recomendado pelos primeiros colocados nos concursos da PF e PRF.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concurseiro é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Rafael: Eu organizava a semana fazendo um ciclo de estudos que cobria todas as matérias, dando especial atenção àquelas mais importantes e as que eu tinha mais dificuldade. Todo dia eu fazia questões de português pela manhã, religiosamente, prestando muita atenção na explicação das respostas. Não ligava muito para quantidade e sim para a qualidade.
Além disso, imprimia a parte da lista de questões do PDF do Estratégia para respondê-las durante o estudo do assunto, sempre anotando as questões que eu havia errado ou ficado com dúvida. Então, no estudo seguinte dessa matéria, eu voltava apenas para essas questões e as fazia novamente, anotando novamente as que errei ou fiquei com dúvida. Assim eu delimitava perfeitamente os pontos chave que eu estava com dificuldades e facilitava as revisões.
Quanto às horas de estudo, no caso dos concursos que fui aprovado, iniciava geralmente às 9h e terminava umas 21h, com pausas longas de descanso ao longo do dia.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Rafael: Como bom estudante de humanas, eu era péssimo em Física, Química, Matemática! Eu também estava mal em ética e inglês. Por isso, dediquei um espaço maior do meu tempo a essas matérias e tentei tirar o peso do estudo, ficando mais prazeroso aprendê-las.
No fim, viraram matérias que eu dominei bem. Não eram um bicho de sete cabeças no final das contas e me trouxeram muitas experiências ótimas que vou levar para a vida toda, especialmente inglês (consegui chegar no nível de ver filmes sem legenda é massa! :D) e química/física (muito interessante!!!!).
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana anterior à prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Rafael: Reta final foi um período de muita revisão. Preferi dedicar meu tempo às revisões de mapas mentais e à resolução de questões que eu havia marcado como problemáticas de PDFs e Simulados. Isso fazia com que eu revisasse exatamente o que eu tinha dificuldade, aparando as arestas da preparação. Não assisti nenhum aulão de revisão, pois considero que o conteúdo ministrado é muito amplo e apenas uma pequena parte é aproveitada.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha? (se não teve discursiva, pular esta pergunta)
Rafael: Vi algumas dicas no Youtube da professora Janaína do Estratégia e vi os depoimentos dos aprovados que tiraram nota alta na redação. Percebi que o Cebraspe premia com nota alta redações simples que passam muito conteúdo e respondem precisamente os tópicos. Isso tirou o bloqueio criativo que eu tinha ao tentar escrever algo maravilhoso para encantar o examinador.
Então busquei fazer uma redação todo domingo e entregava para minha noiva corrigir. Um texto bom deve ser o mais claro possível, de modo a agradar alguém que não seja especialista. Adicionar palavras desnecessárias e pausar demais as sentenças são vícios que prejudicam muito a leitura e avaliação do texto. O corretor detesta ler algo prolixo.
Aplicando essas estratégias, consegui fazer boas redações nas três provas. Como resultado, tirei nota na casa dos 19 pontos em todas elas, confirmando que eu havia lido bem a banca examinadora e que a minha preparação foi correta.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF? E como foi essa prova?
Rafael: Corria 4x na semana e instalei uma barra no meu quarto para prática diária. Após a aprovação, contratei um personal para auxiliar no meu treino.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Rafael: Meus maiores erros ocorreram na preparação para a prova da PRF. Estudei pouco achando que era muito e não dei atenção às matérias que não são do Direito. Meus acertos foram observar as boas práticas dos primeiros colocados e incorporá-las no meu estudo, aumentando o tempo de estudo e melhorando a mentalidade.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Rafael: Não ser chamado no TJ-SP foi um momento muito difícil. Pensei em desistir, sim. Estava quebrado por dentro. Mas, um passo de cada vez, consegui colocar a cabeça no lugar e pensar em novas formas de atingir meus objetivos.
Um segundo momento difícil foi a reprovação na PRF após ter achado que havia estudado bem. Ali percebi que meu nível de prova estava bem baixo e isso foi desanimador, só que não tive tempo para lamentações e segui apertando o ritmo até as provas seguintes. Fiz as três provas de segurança pública do meu estado e passei.
Porém, um terceiro momento complicado foi quando os três concursos que eu havia passado foram cancelados pelo governo sem prévio aviso. Tive que correr atrás dos meus direitos junto com os colegas aprovados e, ao mesmo tempo, tentar manter o foco nos estudos, o que não era nada fácil depois de uma frustração dessa magnitude.
Então fiz a prova da PPAL que teve em dezembro e também obtive êxito. Isso me trouxe tranquilidade, pois ao menos uma das aprovações não estava ameaçada de ser anulada. Depois as provas de Oficial CBMAL e Oficial PMAL retornaram na justiça. No primeiro, foi comprovado que não houve fraude e, no segundo, conseguiram isolar os poucos envolvidos e eliminá-los.
Aprendi a duras penas que o concurseiro só pode comemorar no dia da posse. Foi uma caminhada cheia de plot twists e frustrações, mas, graças a Deus, deu tudo certo.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Rafael: Atingir um grau maior de liberdade sempre foi meu objetivo. Trabalhar menos horas e em algo que me satisfaça. Acredito que uma pessoa seja muito mais do que apenas o seu trabalho, então ter tempo para usufruir com a família e amigos e condições financeiras para viver sem grandes preocupações era a minha meta.
Estratégia: O que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Rafael: Seja bom naquilo que as pessoas têm dificuldade, isso será um grande diferencial. Ser bom em Português é uma obrigação. Treine muito essa matéria. Seja esperto na escolha do cargo, às vezes cargos muito parecidos têm uma concorrência muito diferente. E, claro, nunca desista, sua hora vai chegar!