Aprovado em 48° lugar para Escrivão de Polícia no concurso PCPE
Policial (Agente, Escrivão e Investigador)“[…] Poucas pessoas passam em concurso público simplesmente porque tem um talento ou uma inteligência acima da média. A maioria delas são pessoas normais, como eu e você, e que usaram da disciplina para tentar ter uma vida melhor por meio do estudo. […]”
Confira nossa entrevista com Rafael Almeida de Andrade, aprovado em 48° lugar no concurso PC-PE para o cargo de Escrivão de Polícia:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Rafael Almeida de Andrade: Sou formado em psicologia, tenho 26 anos e sou nascido e criado em Recife, Pernambuco.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área policial?
Rafael: Praticamente minha família toda é servidora pública: meus avós, meus pais e meus tios. E o que me chamava atenção foi a qualidade de vida que eles puderam proporcionar a toda a família justamente por serem servidores públicos e ter estabilidade. Eles passaram por vários momentos complicados no país, incluindo a COVID, onde muitas pessoas passaram por muitas dificuldades, mas que eles conseguiram se manter firmes justamente pela estabilidade, por ter seu dinheirinho certo no fim do mês. E com o tempo eu fui percebendo que eu também tinha esse perfil de querer ter um dinheiro mais certo no fim do mês, pra me organizar melhor independentemente de como tivesse o cenário externo do país. A escolha pela área policial se deu quando estavam especulando um possível concurso para a Polícia Civil daqui, em meados de 2022. Fui pesquisar como era a atuação do agente e do escrivão da policia e me identifiquei com o trabalho do escrivão, um trabalho mais cartorário, no computador, com uma rotina um pouco mais previsível do que o agente além de ter a oportunidade de participar de algumas operações externas eventualmente. Além disso, a remuneração era boa e a jornada de trabalho era plantão, o que permite que eu continuasse estudando nos dias de folga.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Rafael: Durante toda a preparação eu trabalhava e estudava. No começo da preparação no final de 2022 eu tinha uma carga horária de trabalho menor o que me ajudou a dedicar mais tempo aos estudos. Já no pós edital, a carga horária de trabalho era maior então o tempo que eu tinha depois do trabalho eu tirava pra estudar. Geralmente eu conseguia fazer duas a três horas de estudo em dia de semana e no sábado eu compensava estudando em torno de 6 horas. Eu ainda tirava uma parte do domingo pra fazer uma revisão dos conteúdos que estudei ao longo da semana.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Rafael: Em 2017, eu consegui ser aprovado no concurso de bombeiro militar, mas me lesionei e não pude fazer o TAF. Depois disso, em 2019 fui aprovado num concurso de nível médio de uma cidade próxima a Recife, assumi o cargo e fiquei um pouco mais de um ano lá. No início de 2022, fiz o concurso do IBAMA e passei no cadastro de reserva(acredito que foi o 6º lugar) para técnico ambiental. No mesmo ano fiz pra psicólogo da UFPE e fiquei no CR em 7º lugar. Depois fiz o concurso da SEE-PE pra psicólogo e tirei 1º lugar(estou atualmente trabalhando nesse cargo).
Em janeiro de 2023, fiz a residência multiprofissional da UPE e passei em 2º lugar. Em Abril do mesmo ano, fiz o concurso do MP-PB pra psicólogo e fiquei em 6º lugar no CR. Em Setembro fiz o concurso da Câmara de ipojuca e fiquei em 3º e 4º lugar(CR nos dois cargos). Por fim, fiz o concurso do CBM-PE e fiquei em 3º na prova objetiva(ainda esperando resultado final da discursiva) e agora fiz o da PCPE e fiquei em 48º lugar. Ainda estou na dúvida se vou continuar estudando, vai depender dos meus resultados no TAF pra confirmar se realmente eu fui aprovado no concurso.
Mas enquanto isso, estou estudando algumas matérias da PF que é um dos concursos que eu penso em fazer e não está muito longe de abrir.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Rafael: Minha vida social nunca foi muito movimentada mas durante a preparação eu saía sim com amigos, namorada e família pra fazer programações mais leves porém quando estava em pós-edital a frequência era menor. Eu saía mais no sábado e no domingo a noite e o resto do fim de semana eu tentava fazer revisões das matérias que eu vi ao longo da semana.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro?
Rafael: Como minha família trabalha no serviço público, eles compreendiam toda essa dinâmica de estudo pra concurso e sempre incentivaram meus estudos. Em alguns momentos, eles achavam que era um pouco de exagero trocar algumas saídas pra ficar estudando, mas na maioria do tempo eles apoiaram muito. Também tive muito apoio da minha namorada e dos meus amigos. Inclusive, alguns deles também estudam pra concurso, então nos juntávamos as vezes pra compartilhar um pouco as angústias que todo concurseiro passa na caminhada e pra incentivar um ao outro a continuar estudando.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Rafael: No fim de 2022 eu estudei por cerca de 3 meses direcionado para esse concurso da Polícia Civil pois tinha saído a autorização dele. Porém com a troca de governo, o concurso deu uma esfriada então eu parei de estudar para esse concurso específico. Depois só voltei a estudar novamente faltando um mês pra prova pois estava estudando pro concurso do CBM-PE e a prova foi um mês antes da prova da PCPE. Não tive dificuldade de manter a disciplina porque desde a volta do estudo pra concurso em 2021, eu já estudava de forma contínua e quando saiu o edital da PCPE só fiz adaptar o ciclo de estudo que estava fazendo, colocando as matérias da Policia Civil dentro dele.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Rafael: O material que usei na preparação foi exclusivamente os PDFs das disciplinas. Quando voltei a estudar em 2021, comecei com o concurso do Banco do Brasil e usei a trilha estratégica que já direcionava pro estudo pelos PDFs. Depois desse concurso, eu já estava habituado a estudar por eles e continuei os estudos de outros concursos também pelos PDFs, porém em algumas matérias como Contabilidade tive que recorrer às videoaulas pra entender melhor o assunto. A grande vantagem do PDF é a economia de tempo no estudo dos assuntos e também a alta qualidade desses materiais. A única dificuldade que encontrei nos PDFs foi essa questão de quando os assuntos eram muito difíceis de compreender, aí tinha que pegar o auxílio das videoaulas.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Rafael: Eu conheci em 2017 quando comentei com uns colegas que estava querendo estudar pro concurso de bombeiro militar de Pernambuco, aí eles me indicaram o estratégia. Daí, eu assisti algumas aulas no youtube e me apaixonei pela didática do estratégia e daí não larguei mais.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos?
Rafael: Eu cheguei a usar materiais de outros cursinhos para estudar para alguns concursos de psicologia já que o estratégia na época não tinha material e não gostei muito do material desses outros cursinhos porque eu estava acostumado a estudar por PDF e nesse curso os PDFs tinham 10 páginas e eram muito simples aí tinha que assistir video aula que também não eram tão boas. A sensação era de que eles não davam o assunto de forma completa.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Rafael: Cheguei a fazer dois concursos com esse outro material, fiquei em cadastro de reserva mas não ficava satisfeito justamente porque percebia que o material não era completo então na hora da prova tinha perguntas sobre assuntos que o professor nem tinha abordado nas aulas mas estavam no edital.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Rafael: Senti muita diferença do material do estratégia para o de outros cursos. O PDF do estratégia mesmo é sem comparação. Não tem no mercado, um material que chegue perto de abordar o tema da forma que o estratégia aborda nos PDFs. Também tem a ferramenta da trilha que eu usei pra estudar pro banco do brasil e foi o que me ensinou a melhor forma de estudar. Apesar de hoje em dia não usar mais trilhas, é nela que me baseio para montar meu ciclo e fazer minhas revisões e resolver questões.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Rafael: Como eu já tinha a experiência da trilha do Banco do Brasil, eu me baseei nela pra criar meu plano de estudo. Sempre estudava uma matéria diferente a cada hora de estudo. No concurso específico da PCPE, eu fiz um ciclo com 7 matérias, mas como eu trabalhava alguns dias eu não conseguia ver todas as matérias todos os dias. Nos dias em que eu trabalhava, eu estudava de duas a três horas por dia. Nos outros dias, geralmente eu estudava de 5 a 6 horas por dia.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Rafael: Eu fazia revisão todo dia da matéria do dia anterior e no domingo eu fazia revisão geral de todos os assuntos que eu tinha visto ao longo da semana. Nunca fiz resumos, mas no último mês antes da prova eu fazia os simulados das rodadas avançadas do estratégia duas vezes por semana, além de fazer caderno de questões do sistema de questões do estratégia nos outros dias.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios?
Rafael: Os exercícios ajudam a fixar o assunto de forma mais direcionada, selecionando aquilo que as bancas gostam de cobrar. Geralmente eu resolvia questões logo depois que terminava o assunto que estava estudando e na revisão do domingo como uma forma de testar se o assunto tinha entrado na minha cabeça da forma como as bancas cobram nas provas.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Rafael: A matéria que tive mais dificuldade foi a de estatística. Tinham muitos assuntos bem difíceis de aprender como regressão e teste de hipóteses. O que eu fiz pra superar a dificuldade foi assistir as videoaulas e voltar na teoria novamente pra ler com outros olhos e realmente entender a teoria. Cheguei a ler um PDF umas 3 vezes pra assimilar o que tinha lido.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Rafael: Na semana que antecedeu a prova a minha rotina se manteve igual as semanas que já vinham no pós-edital mas dei um foco em fazer questão e revisão dos assuntos mais cobrados. No dia pré-prova eu fui pra revisão de véspera presencial do estratégia e passei o dia inteiro pegando dicas dos principais assuntos de cada disciplina.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Rafael: Eu confesso que eu negligenciei o estudo da discursiva e não chegava a treinar muito redação o que fez eu despencar na colocação do concurso pois muita gente tirou nota boa na redação e acabou me passando. Como conselho, eu indico fazer uma redação por semana no estilo da banca e sobre os mais variados assuntos para não ser pego de surpresa na hora da prova.
Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Rafael: A próxima fase é a entrega de exames médicos. Já fiz a maioria deles e estou apenas esperando o dia chegar. Com relação ao TAF, eu contratei um personal pois o TAF do CBM-PE é bem difícil, porém a preparação está indo bem uma vez que comecei os exercícios desde novembro de 2023 e isso está ajudando na preparação porque muitos índices do TAF já estou batendo aí só preciso dar um foco maior nos outros que ainda faltam.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Rafael: Eu considero que meu maior acerto foi não ter parado de estudar desde 2021 até os dias de hoje porque quando o edital saiu e eu fui olhar o conteúdo programático eu fiquei muito animado porque já tinha estudado boa parte do edital então poderia focar mais em matérias que tinha mais dificuldade do que outras que já tinha estudado. E esse benefício se estende até hoje quando vou olhar editais de outros concursos e vejo que já estudei vários assuntos. Com relação aos erros, eu acho que o maior foi a falta de experiência no começo de estudo pra concurso: não sabia por onde começar ou o que estudar, nem como montar um ciclo de estudos e nem como fazer revisão ou resolver questões, nem se assistia videoaula ou lia PDF. Esse erro só foi consertado em 2021 quando comecei a estudar pela trilha estratégica e quando vi videos no youtube de aprovados falando como organizavam os estudos. Essa mudança fez total diferença no meu estudo e seria uma recomendação que eu daria a todos os concurseiros que estão começando agora: pesquisem formas de estudar e revisar que já vai adiantar uma boa parte da caminhada no mundo dos concursos. Com relação aos erros, o maior sem dúvida foi não ter dado a devida atenção para a prova discursiva o que acabou prejudicando na minha aprovação. Então, se eu pudesse voltar no tempo eu com certeza teria me dedicado mais a isso.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Rafael: Desde que eu entrei no serviço público, eu fui percebendo que eu me encaixava ali e que minha meta de vida profissional seria fazer mais concursos pra conseguir uma condição de vida melhor, então eu nunca pensei em desistir dessa vida de concurseiro mas confesso que existiram vários dias desanimadores ao longo do caminho e o que me mantinha firme nos estudos era a disciplina porque eu colocava o estudo como um hábito na minha vida assim como comer, dormir, ir pra academia… Então, independentemente de como eu estivesse me sentindo, eu sabia que tinha que sentar na cadeira e estudar. Sabia que não seria o mesmo rendimento que os dias em que estava mais animado, mas o que importava era dar meu máximo naquele dia do jeito que eu conseguisse. Além disso, eu tinha minha família como referência do que poderia conseguir sendo servidor público e, de vez em quando, eu olhava entrevista dos aprovados falando sobre suas trajetórias e isso me motivava porque mostrava que eu estava no caminho certo e que outras pessoas também passavam pelo que eu passei e conseguiram chegar aonde queriam.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Rafael: Ser aprovado em concurso público é possível e muito real, mas pra isso é importante ter consciência de que vai precisar abrir mão de algumas coisas e desenvolver a disciplina e a persistência nos estudos. Além disso, ter um bom material de estudo é fundamental, além de saber qual método de estudo melhor se aplica a você. Poucas pessoas passam em concurso público simplesmente porque tem um talento ou uma inteligência acima da média. A maioria delas são pessoas normais, como eu e você, e que usaram da disciplina para tentar ter uma vida melhor por meio do estudo. Tenha consciência de que vai ter dias muito difíceis e que o rendimento poderá ser abaixo do esperado. Mas tenha persistência e constância na caminhada de concurseiro que a recompensa virá, mais ou mais tarde, e você verá que cada minuto gasto no estudo para concurso terá valido a pena.