Aprovado em 4° lugar no concurso IPEA para o cargo de Planejamento e Gestão do Conhecimento e de Dados - Infraestrutura de Tecnologia da Informação
Concursos Públicos“[…] conforme avançamos nas disciplinas, resolvemos mais questões e melhoramos nossas posições em concursos, ganhamos confiança e continuamos a caminhada até a aprovação.”
Confira nossa entrevista com Plínio Andrade Passos, aprovado em 4° lugar no concurso IPEA para o cargo de Planejamento e Gestão do Conhecimento e de Dados – Infraestrutura de Tecnologia da Informação:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Plínio Andrade Passos: Meu nome é Plínio Passos, tenho 30 anos e resido em Feira de Santana, Bahia, há mais de 10 anos. Embora tenha crescido na cidade de Cansanção, também vivi alguns anos em Monte Santo, ambas localizadas no sertão baiano. Sempre fui um aluno “nota 7”, o que funcionou bem tanto no colégio quanto na faculdade… mas em concurso a história é outra. Posteriormente, cursei a graduação em Sistemas da Informação, a qual concluí no ano de 2015.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Plínio: O tema dos concursos públicos surgiu em minha vida quando minha esposa, na época minha namorada, engravidou. Recém-formado, eu estava em um emprego com baixa remuneração e poucas perspectivas de crescimento. Percebi imediatamente que, com aquela renda, não conseguiria proporcionar uma boa educação, plano de saúde, entre outros benefícios.
Vi nos concursos públicos uma excelente oportunidade de crescimento profissional, sem depender de ninguém, bastava “só estudar”. Além disso, naquela época, o Brasil enfrentava uma grande crise financeira e era comum ver colegas de trabalho sendo demitidos, o que me fez sentir vulnerável, pensando “posso ser o próximo”. O mercado de T.I era muito diferente do que é hoje.
Dessa forma, em meados de 2017, decidi que pagaria o preço que fosse necessário para ser aprovado em um cargo de Analista de Tecnologia da Informação.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Plínio: Sempre trabalhei e estudei. Conciliar os estudos para concursos com o trabalho é exaustivo, tanto física quanto mentalmente, mas não havia outra alternativa; eu precisava garantir o “leite da menina” rsrs… Para compensar a carga horária de estudo semanal, precisei sacrificar finais de semana, folgas, férias e feriados. Aproveitei cada momento possível para estudar e adicionar HBC (hora-bunda-cadeira), como durante o horário de almoço, após o expediente e em qualquer tempo ocioso. Cada minuto era precioso.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Plínio: Estudei intensamente por quase um ano sem edital ou provas, e após muitas horas de dedicação, obtive minha primeira boa aprovação e nomeação em 2018 para o cargo de Analista de Tecnologia da Informação no Instituto Federal da Bahia (IFBAIANO), onde trabalhei exatamente 12 meses.
Após essa primeira conquista, um grande fardo foi retirado das minhas costas, e continuei meus estudos. Logo depois, saiu o edital para o concurso do Ministério Público da Bahia (MPBA), que oferecia 1 vaga + Cadastro de Reserva para o cargo que eu desejava, com uma boa remuneração, um plano de carreira atraente e o prestígio de um órgão respeitado. Fui aprovado em 1º lugar, o que me deixou extremamente feliz e confiante.
Tomei posse no MPBA em 2019 e, desde então, atuo como Analista de Tecnologia. Atualmente, trabalho na Coordenação de Assessoramento em Segurança da Informação (CASI), função pela qual tenho grande apreço. Com menos de um ano de trabalho no MPBA, o mundo entrou em lockdown devido à pandemia, o que tornou o cenário dos concursos incerto. Além disso, como estava satisfeito com minha carreira, decidi pausar os estudos para concursos.
No entanto, quando vi uma postagem de um colega de concursos anteriores assumindo o cargo de Auditor da CGU, tive um lampejo e percebi que, se tivesse continuado a estudar, poderia ter concorrido a um cargo desse porte. No fundo, eu sabia que o preço para cargos de alto nível, como os do Ciclo de Gestão do Executivo Federal, seria alto, e eu estava confortável demais para enfrentar esses editais rsrs.
Em 2022, decidi retomar os estudos com consistência e mais profissionalismo, com o objetivo de conquistar cargos de maior responsabilidade, com remuneração acima de 20K. Uma das minhas primeiras estratégias foi participar de todas as provas na minha área, mesmo sem a intenção de assumir os cargos caso fosse aprovado. O objetivo era testar e traçar as melhores estratégias para provas, redação, discursiva, entre outros.
Um dos primeiros resultados foi a aprovação no Cadastro de Reserva do TRT 5, onde obtive a 33ª colocação para o cargo de Analista de Tecnologia. Recentemente, foram criadas 49 vagas para esse cargo, aumentando a possibilidade de futura nomeação. Além disso, fui aprovado em 4º lugar no concurso do CREA-BA para Analista de Sistemas e conquistei o 1º lugar no concurso do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) para Analista Judiciário (TI), o qual fui nomeado recentemente.
Além disso, fui aprovado para a segunda fase do concurso para Analista do Planejamento e Orçamento (MPO), mas optei por não comparecer à prova, pois preferi fazer o concurso para Auditor do Tesouro Nacional (STN), que ocorreu no mesmo dia e estou aguardando o resultado.
Recentemente, fui aprovado em 4º lugar em um dos concursos do Ciclo de Gestão do Executivo Federal, para o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), no cargo de Planejamento e Gestão do Conhecimento e de Dados – Infraestrutura de Tecnologia da Informação, com o mesmo subsídio de Auditor da CGU, CVM, BACEN etc.
A nomeação para o IPEA pode ocorrer a qualquer momento, mas ainda pretendo participar do concurso do BACEN e, assim, encerrar minha jornada de estudos para concursos neste ano de 2024.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Plinio: Minha vida de concurseiro é dividida em dois períodos: o primeiro, que vai do início dos estudos até as primeiras aprovações, e o segundo, quando retomei os estudos com o objetivo de conquistar cargos com remuneração 20K+.
No primeiro período, segui a filosofia ‘Estude enquanto eles dormem e trabalhe enquanto eles se divertem’ rsrs. O objetivo inicial foi alcançado, mas o custo foi alto, com privação de sono, vida social praticamente inexistente e atividade física substituída por mais uma hora de estudo. Como se diz aqui na Bahia, “subiu pra cabeça”. Hoje, percebo que é melhor manter um equilíbrio, incluindo vida social, atividade física e até um chopp de vez em quando.
No segundo período, fui mais consistente, mantendo uma carga horária semanal realista de 20 a 25 horas de estudo no pré-edital e algo próximo de 40 horas no pós-edital. Aproveitei férias e folgas para maximizar o tempo de estudo e me permitir algum tempo para socializar quando atingia minhas metas.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Plínio: Acredito que quem mais sentiu as ‘consequências’ negativas da preparação para os concursos foi, sem dúvida, minha esposa e minha filha. Inevitavelmente, o concurseiro acaba se isolando e se ausentando de eventos, jantares, churrascos, etc., o que, por tabela, também afeta os mais próximos. Com o tempo, as coisas foram se ajustando, especialmente quando os frutos do esforço começaram a surgir, e todos passaram a desfrutar desses resultados rsrs.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Plínio: Não fiz uma preparação específica para o concurso do IPEA, mas sim uma jornada contínua. Após retomar os estudos, foram dois anos de dedicação constante, e apenas nos meses finais concentrei os estudos especificamente para o concurso do IPEA.
A disciplina vem com a constância. Estudar todos os dias, mesmo que seja por apenas 30 minutos, faz uma grande diferença, especialmente para o psicológico.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Plínio: Já usei de tudo nessa vida rsrs… O que deu certo para mim foi o uso do ANKI (hoje tenho mais de 16 mil cards), resumos e anotações próprios no Evernote, e a resolução de cerca de 40 mil questões. Passei 99% do meu tempo estudando com PDFs e livros, focando em determinados assuntos e matérias. Usei videoaulas principalmente para as disciplinas de Estatística, RLM e alguns tópicos de T.I. A grande vantagem dos PDFs é a velocidade para avançar nos conteúdos, enquanto as videoaulas são mais úteis para matérias exatas.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Plínio: Em 2016, o Estratégia já era o líder de mercado e muito difundido entre os grupos de concurseiros. Após consumir alguns PDFs, percebi que a forma como os materiais são escritos facilitava bastante o entendimento, especialmente com esquemas gráficos e mnemônicos.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Plínio: Superficialidade do material refletia negativamente na resolução das questões.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Plinio: No início dos estudos, consumi o material por 6 meses e vi que era furada.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Plínio: O Estratégia permite ao concurseiro sair do zero até a aprovação ou nomeação. Dependendo da envergadura do concurso, ele pode levar o candidato a um nível competitivo, sendo necessário apenas lapidar o conhecimento adquirido.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Plínio: Usei a boa e velha planilha para organizar os assuntos, com colunas de acertos e erros para identificar os gaps de conhecimento. Para controlar as horas de estudo, utilizo o site/serviço ‘Clockify’.
Durante o pré-edital, minha carga horária de estudo girava em torno de 20 a 25 horas semanais. No pós-edital, aumentava para 30 a 40 horas semanais. Já fui do time que acreditava que quanto mais horas melhor, mas descobri que isso resultava em estafa mental; o máximo que consegui foi 12 horas líquidas de estudo, seguido por 2 dias sem conseguir estudar rsrs. Atualmente, minha carga horária produtiva é de 5 a 6 horas por dia, diluídas ao longo do dia, e faço um esforço maior próximo da prova.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Plínio: As revisões são a chave do sucesso, juntamente com a prática de questões. Gasto mais tempo com revisões do que com o estudo de novos assuntos. Para mim, são essenciais o ANKI (com cerca de 400 cards diários no pré-edital e mais de 1000 cards no pós-edital), além dos resumos produzidos no Evernote.
Durante as últimas preparações, fiz alguns simulados para simular o tempo de resposta das discursivas em conjunto com a parte objetiva.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Plínio: Questões são o oxigênio do concurseiro. Na primeira parte da minha trajetória, resolvi cerca de 24 mil questões, mas o contador do site travou e a única solução do suporte foi redefini-lo. Depois disso, resolvi mais 20 mil questões. No total, foram mais de 40 mil questões resolvidas, sem contar os PDFs e outros materiais.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Plínio: Administração Financeira e Orçamentária (AFO), Estatística e Ciência de Dados. Além de muita fé e paciência, coloquei essas disciplinas no primeiro momento de estudo, e nos finais de semana dava uma atenção maior.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Plínio: Nas semanas que antecedem a prova, diminuo a resolução de questões e foco exclusivamente na revisão. Meu objetivo principal é revisar todo o edital, com ênfase especial nos assuntos específicos do cargo, onde geralmente estão concentrados mais pontos.
Nos últimos concursos de grande porte, felizmente, as provas foram realizadas em todas as capitais, o que facilita bastante para o concurseiro. Se a prova do IPEA tivesse ocorrido apenas em Brasília, talvez eu não a teria feito.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Plínio: Em concursos de alto nível, com remuneração acima de 20K, percebo que as notas da prova objetiva dos primeiros colocados são geralmente muito próximas umas das outras, e o que realmente define o resultado é a nota da discursiva.
Ciente disso, treinei intensamente para as discursivas, contratando diversos serviços de correção de discursiva técnica, redação, estudo de caso, etc. A melhor estratégia que encontrei foi elaborar uma discursiva para cada item do edital dos temas específicos (em TI, por exemplo, são comuns discursivas técnicas sobre temas específicos).
Além disso, após enfrentar dificuldades com o tempo limitado em algumas provas, adotei uma estratégia que se mostrou eficaz: não fazer rascunho para a discursiva. Em vez disso, estruturam cada parágrafo com palavras-chave e escrevo diretamente na folha definitiva.
Um exemplo disso foi a prova do IPEA, que incluiu duas discursivas técnicas de 45 linhas cada, além da prova objetiva das disciplinas básicas, realizada apenas no turno da manhã. No resultado da prova objetiva, eu estava fora do cadastro reserva, na 14ª posição. Após a correção da discursiva (fiz 80% da nota), avancei para o 5º lugar. Posteriormente, com a fase de experiência profissional e títulos, fiquei em 4º lugar.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Plínio: “Principais erros:
- Achar que o mais importante da preparação é a quantidade de horas líquidas de estudo por dia.
- Deixar de fazer atividade física para estudar mais.
- Não ter o mínimo de vida social.
Principais acertos:
- Ter fé de que tudo vai acontecer na hora certa.
- Investir em muita revisão.
- Sempre procurar fazer mais questões.
- Utilizar ANKI (flashcards).
- Construir material próprio de revisão (usando o Evernote).
- Ler depoimentos e entrevistas de aprovados.”
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Plínio: O pensamento de desistência tende a ser mais forte no início da jornada, pois o caminho é mais árduo do que imaginamos. No entanto, conforme avançamos nas disciplinas, resolvemos mais questões e melhoramos nossas posições em concursos, ganhamos confiança e continuamos a caminhada até a aprovação.
Percebi que, quando tenho pensamentos de jogar tudo para o alto, isso geralmente vem acompanhado de exaustão mental após longos períodos de estudo. Nesses momentos, reduzo a carga horária semanal para menos da metade ou tiro um dia sem estudar. No meu caso, uma Heineken com a esposa costuma ajudar a resolver a situação rsrs.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Plínio: Além dos princípios fundamentais do concurseiro, como Persistência, Fé e Disciplina, deixo minha mensagem para aqueles que pretendem iniciar ou já estão no processo, especialmente para os concurseiros de TI. Para parafrasear o ‘Manifesto Ágil’:
Estudo de qualidade MAIS QUE quantidade de horas de estudo.
Dar seu jeito MAIS QUE procurar desculpas.
Resolver questões MAIS QUE assistir videoaulas passivamente.
Treinar questões discursivas MAIS QUE “na hora sai”.
Por fim, encerro com o trecho desta canção:
“Se é tão impossível, parece que não dá
Espera no senhor e confia
Espera, ele vem, confia, ele vem
E faz o milagre”
Agradeço todo o apoio, especialmente à minha esposa Cristina, aos meus pais Antônio e Salete, à minha filha Luna, à minha sogra Lourdes, e à minha irmã Késia, in memoriam, cuja memória sempre estará em meu coração.