Aprovado no Concurso da PRF
“Durante a preparação, a PRF se transformou em um sonho. Coloquei fotos das viaturas na tela do computador e quando estava cansado, sem querer estudar, eu olhava para elas. Pensava no meu objetivo, na minha família, na minha namorada, nos meus amigos e falava para mim mesmo: eu vou chegar lá!”
Confira nossa entrevista com Pedro Wendt Farias, aprovado em 1º lugar no concurso da Polícia Rodoviária Federal para o estado da Bahia (provas objetiva e discursiva):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Pedro Farias: Gaúcho de sangue e baiano de coração, tenho 31 anos e sou biólogo.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Porque a área Policial?
Pedro: Meu dindo, concurseiro pioneiro na família, meu grande incentivador. Em 2013 fiz uma viagem com ele e, após muitos dias de conversas, ele me convenceu que era um caminho produtivo a se seguir.
Além dele, minha ex namorada, Manuela, foi uma pessoa importante no início dessa jornada. Quando a conheci, ela estava iniciando os estudos e me influenciou nesta caminhada.
Meu objetivo nunca foi ser policial, mas sim Policial Rodoviário Federal. Essa instituição faz meus olhos brilharem.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Pedro: Em 2013, quando decidi estudar para concursos, larguei tudo e fiz um curso presencial. Decidi que, se era para estudar, eu iria focar em um dos cargos mais cobiçados do país: Auditor Fiscal da Receita Federal.
Passei quase 2 anos me enganando, fingindo estudar. Apenas comparecia às aulas no turno da manhã e depois partia para a praia surfar. Até que Manuela decidiu que estudaria para o concurso do INSS e eu entrei na onda.
Após alguns meses, passei em um concurso municipal de Salvador e comecei a conciliar o trabalho com os estudos. Em dezembro de 2015 saiu o edital do INSS e meu pai foi demitido, ele sustentava a família e foi um momento muito difícil.
A partir disso a “chave virou”, Coloquei na cabeça que passaria em um concurso com um bom salário para poder me sustentar e ajudar meus pais.
Assim aconteceu! Fui abençoado com a aprovação em um dos concursos mais concorridos do país, cargo que exerço atualmente (Técnico do Seguro Social).
Após a posse no INSS, a história mudou completamente. Passei a morar a 400km do mar, longe de tudo que eu gostava. Apesar da felicidade da aprovação, da estabilidade, do salário, fiquei bastante insatisfeito.
Percebi que o trabalho sentado, no ar condicionado, não é para mim. A maior parte da preparação para PRF foi conciliando muito trabalho e estudos.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Pedro: Fui aprovado em 2 concursos: Prefeitura Municipal de Salvador, em 42° (eu acho); e no INSS (14° para a gerência de Juazeiro). Além deles, fiquei em 10° no concurso da PCBA de 2018, mas não entreguei um exame médico obrigatório e fui eliminado.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Pedro: Foi indescritível, uma sensação difícil de externar por palavras. No entanto, sempre fui muito “pé no chão”, sei que foi apenas a primeira etapa.
Além disso, ao mesmo tempo que transbordava felicidade pelo meu nome estar na lista de aprovados, tive uma tristeza profunda em não ver o nome da minha namorada (Aline Braunstein), a qual se esforçou e se sacrificou igual ou até mais que eu.
Ela fez 85 pontos e ficou de fora. Mas tenho absoluta certeza que no próximo, seja em 2020, seja em 2024, o nome dela estará no topo.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Pedro: Durante minha preparação para os concursos anteriores, eu tive uma vida social normal: saía com amigos, surfava, viajava, curtia bastante.
Entretanto, em dois momentos adotei uma postura radical: após a publicação do edital do INSS e a autorização do concurso da PRF. Nesses dois momentos eu abdiquei completamente do convívio social.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro(a)? Se sim, de que forma?
Pedro: Eu gostaria de ter disponível um livro em branco para responder essa pergunta, talvez assim eu pudesse chegar perto de explicar como foi importante a presença da minha namorada Aline e do apoio da minha família.
Eu namoro com ela desde dezembro de 2017. Não tenho filhos e moro sozinho desde os 21 anos. Minha família sempre me apoiou, obviamente que houve puxões de orelhas e críticas mas, no geral, só tenho a agradecer meus pais pelo apoio incondicional.
Escolhi reservar um parágrafo para falar sobre o apoio da minha namorada nessa caminhada para o concurso da PRF. Aline Alem Braunstein, esse nome, sem dúvida, deveria estar no topo da lista de aprovados (repito).
Se foi o meu que apareceu lá, posso dizer que ela o colocou. Investigadora da Polícia Civil da Bahia, guerreira, determinada, inteligente, honesta, futura PRF. A mulher que tenho a sorte de ter conhecido e me apaixonado.
Sinceramente, não existirão palavras para definir a minha gratidão por todo apoio, companheirismo, amor e incentivo que ela me deu na preparação para a PRF.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Pedro: Acho importante fazer outros concursos, desde que não tire você do objetivo. Ou seja, concursos que tenham matérias semelhantes. A prática de prova é tão importante quanto o estudo. Acredito ser indispensável.
Esse é o concurso dos meus sonhos. Ao longo da preparação para a PRF, fiquei apaixonado pela instituição.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Pedro: Estudei pouco mais de 2 anos para a PRF.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Pedro: Sim. Concurso público atualmente se profissionalizou, não há chance de aprovação (na minha opinião) estudando só após o edital publicado.
O que me motivou a manter a disciplina foi a insatisfação do cargo atual e o sonho de vestir o uniforme da PRF.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Pedro: Utilizei PDF’s e videoaulas. Na minha opinião, aulas presenciais são pouco eficientes, fazem você perder tempo com deslocamentos, distrações e assuntos que você não precisaria se dedicar tanto.
Em relação aos livros, acredito que para a maioria dos cargos públicos, não são necessários (com exceção dos concursos para magistratura, promotoria, defensoria).
Para mim, PDF’s e videoaulas são as melhores ferramentas, estas apenas para complementar aqueles.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Pedro: Conheci o Estratégia por indicação de amigos concurseiros. Por volta de 2013, tive aula com um cara “pouco conhecido” nesse meio, Ricardo Vale (rsrs). Eu não era um aluno dedicado. Só pensava em surfar, após 8 horas de aula de comércio internacional com esse monstro.
Infelizmente, não aproveitei a grande oportunidade de conhecê-lo pessoalmente.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Pedro: Separava, em média, 4 matérias para estudar por dia e prosseguia o caminho estudando matérias do edital, em um ciclo semanal. Nunca gostei de fazer resumos, utilizava os pós aulas do Estratégia e fazia pequenos apontamentos, de assuntos específicos.
Sobre exercícios e teoria, em um primeiro momento eu focava mais na teoria, em um segundo, teoria + exercícios e, na reta final, exercícios até “sangrar os olhos”.
Até a autorização do concurso, fazia uma média de 4 a 5 horas por dia. Depois de autorizado, passei a fazer de 5 a 6 horas. Em dezembro, com edital na praça, tirei férias e fiz uma média de 9 horas líquidas por dia.
Em janeiro, voltei ao trabalho e acordava 4:30h para conseguir fechar 7 horas de estudos.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Pedro: Sim, tive muita dificuldade em física e matemática. Ao longo da preparação, eu separava de 3 a 4x mais horas de estudo para essas matérias. O resultado foi a nota máxima nas duas disciplinas.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Pedro: A reta final foi uma loucura. Foi um mês de muito trabalho, poucas horas de sono e muitos sacrifícios. Na semana anterior, eu mantive a mesma rotina, em média 7 horas líquidas de estudo com muitos exercícios.
A véspera de prova foi dia de descanso. Tema polêmico (rsrs), mas eu prefiro descansar.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Pedro: Foi o primeiro concurso em que eu precisaria fazer uma redação de 30 linhas (e apostei muitas fichas nessa etapa). Eu acreditava que a nota da redação faria toda diferença. Por isso, dediquei 4 horas semanais para treinar.
Foram 2 redações por semana, por alguns meses. Meu conselho é escolher um professor e seguir os ensinamentos dele, além de treinar bastante. Hoje você encontra dezenas de professores, cada um com seus próprios métodos, e um erro que cometi foi ficar estudando por vários deles. Nesse período, meu aproveitamento na discursiva não evoluiu.
A partir do momento que escolhi um profissional e o segui, vi claramente minha produtividade aumentar. O resultado foi quase uma nota máxima: 19,87 de 20.
Estratégia: Como está sendo sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Pedro: Sempre gostei de atividade física, mas após entrar no INSS (devido ao trabalho e estudo), fiquei sedentário. Por sorte, a memória muscular existe e eu estou voltando às atividades com certa facilidade.
Não estou tendo uma preparação específica, apenas tentando correr umas 2x na semana e malhando.
Estrategia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Pedro: Com certeza, meu maior erro foi ficar pulando de concurso em concurso. Fiquei 2 anos fingindo estudar e fazendo tudo que aparecia. Hoje tenho consciência que escolher um concurso ou uma área, iniciar a preparação com antecedência e estudar com materiais de qualidade, faz você ser aprovado.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Pedro: Essa caminhada foi muito difícil. Quem é concurseiro de verdade sabe que é uma montanha russa de sentimentos. Tem dia que você está motivado, estudando igual uma máquina. Mas tem dia que você não quer nem olhar para o computador, não aguenta mais e só quer desistir.
Gosto da comparação entre o estudo para concursos e a maratona: nos dois a parte mental faz toda diferença e é ela que vai fazer você chegar onde quer.
Como citei anteriormente, durante a preparação, a PRF se transformou em um sonho. Coloquei fotos das viaturas na tela do computador e quando estava cansado, sem querer estudar, eu olhava para elas. Pensava no meu objetivo, na minha família, na minha namorada, nos meus amigos e falava para mim mesmo: eu vou chegar lá!
Tentava fazer minha mente entender que, para realizar um sonho, é necessário sacrifício. Confesso que algumas vezes eu largava tudo e ia assistir Netflix (rsrsrs), não me julguem por isso.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Pedro: Minha principal motivação foi a insatisfação no atual cargo. A constatação de que ficar sentado em uma mesa, no ar condicionado, não servia pra mim.
Além disso, a grandiosidade da PRF e sua atuação. Acredito que serei muito feliz exercendo o cargo de Policial Rodoviário Federal. Isso fez eu seguir em frente.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Pedro: Eu aconselharia: disciplina, determinação, paciência e perseverança. Mais do que isso, eu diria para escolher um cargo em que você seja feliz exercendo-o. Salário e estabilidade não fazem alguém feliz. Pelo seu bem e pelo bem dos cidadãos que pagarão seu salário, escolha uma instituição que você se orgulhe de trabalhar.
A partir desse momento, após ter a certeza da farda ou uniforme que quer vestir, dedique-se ao máximo. Dê tudo de si, esforce-se, sacrifique-se pois, dessa forma, a vitória terá muito mais valor.
Por fim, gostaria de deixar uma mensagem de Fernando Pessoa que muito eu mentalizei nesses meses de preparação: “Pedras no caminho? Guardo todas. Um dia construirei um castelo. ”
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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Abraços,
Thaís Mendes