Aprovado em 3° lugar no concurso STN para o cargo de Auditor Federal de Finanças e Controle - Econômico Financeira
Concursos Públicos“O principal conselho é um passo a passo muito simples, mas extremamente difícil de executar com disciplina. Primeiro, deve-se ter um objetivo muito claro e bem definido. Tendo esse objetivo, trace um plano com uma estratégia para alcançá-lo […]”
Confira nossa entrevista com Pedro Carvalho, aprovado em 3° lugar no concurso STN para o cargo de Auditor Federal de Finanças e Controle – Econômico Financeira:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Pedro Carvalho: Sou formado em Economia, tenho 35 anos e sou do Rio de Janeiro, capital.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Pedro: Dentre vários fatores, a principal motivação foi a mobilidade social proporcionada pelo concurso público. Em um país onde as oportunidades são amplamente desiguais e o ambiente de negócios não estimula o empreendedorismo, o concurso público certamente se destaca como uma porta para quem vem de baixo.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Pedro: Sim, sempre trabalhei e estudei. A rotina sempre foi muito puxada e, para manter a constância nos estudos, foi necessário muita disciplina e dedicação, principalmente quando o cansaço batia.
Um sacrifício que eu julgo pertinente para quem trabalha e estuda é tirar férias nos 30 dias que antecedem a prova para intensificar o ritmo no pós edital.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Pedro: PF – Agente (cargo atual)
STN – Auditor Federal de Finanças e Controle – 3º (vagas imediatas)
BACEN – Analista/Econômico-Financeiro – 28º (vagas imediatas)
TCDF – Auditor de Controle Externo – 51º (CR)
TCE-ES – Auditor de Controle Externo/Economia – 7º (CR)
TCM-SP – Auditor de Controle Externo/Economia – 29º (CR)
Por ora, “aposentei” a caneta.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Pedro: A vida social era limitada. No pré-edital, fazia alguns programas sociais e dedicava mais tempo à família. No pós-edital, eu aumentava as restrições, participando somente daqueles eventos de família que não dá para faltar, senão te crucificam (rs).
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Pedro: Sim, entenderam que era uma fase importante da minha vida e que eu precisava fazer o que tinha que ser feito.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Pedro: Especificamente para o concurso da STN, foram 2 meses, sendo que 1 deles foi imersão total, porque pedi férias no trabalho.
Na sequência do concurso da STN teve o BACEN, e aí já emendei os estudos para fazer os dois, conseguindo as duas aprovações.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Pedro: Eu gosto muito de conciliar livros com PDFs. Utilizava os PDFs simplificados e, como complemento dos assuntos/matérias mais importantes, livros direcionados. E, claro, muitas questões para reforçar o aprendizado.
A principal vantagem de utilizar o PDF simplificado é a rapidez com que se consegue fechar a matéria, ficando com uma boa base em tudo. A desvantagem é ficar algum ponto não muito bem compreendido ou algum “buraco” pontual. A solução para fechar essa lacuna são os complementos dos livros e as questões resolvidas, que vão direcionar naturalmente para o que é mais importante.
Uma outra vantagem dos livros é que também servem para aprofundar os assuntos vistos nas questões, que podem vir a ser cobrados novamente de outras formas. A desvantagem de estudar somente por livros é a escassez de tempo. Não é possível ver tudo do edital somente por livros, porque os conteúdos cobrados são muito extensos.
Apesar de gostar das videoaulas, nunca fui muito de assisti-las, porque para mim demora mais a fechar um conteúdo. Mas as utilizava pontualmente, principalmente mais para o fim da noite, quando estava cansado e tinha que continuar estudando.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Pedro: Conheci o Estratégia adquirindo os cursos online. Hoje, no mundo dos concursos, não há quem não conheça o Estratégia.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Pedro: PDFs simplificados: para o aluno intermediário/avançado foi uma grande inovação, porque permite fechar de forma muito mais rápida os conteúdos, em comparação com os PDFs completos.
Questões comentadas nos PDFs: excelente ferramenta que permite passar rapidamente por uma grande quantidade de questões, “pegando” o jeito que as bancas cobram os assuntos e visualizando os comentários sucintos, sem perder muito tempo.
Videoaulas: não utilizei muito, mas as que utilizei certamente contribuíram bastante, porque eram voltadas para resolução de exercícios. No meu caso, foi uma ótima parceira para os momentos de fadiga e cansaço extremo.
Reta Final e Revisões de Véspera: conteúdo altamente direcionado e que muito contribuíram para as minhas revisões finais, principalmente na última semana e para aqueles assuntos que não tinham um peso muito grande no edital e que deixamos para estudar de “última hora”.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Pedro: Eu dividi as matérias em 4 blocos, segregando em nível de dificuldade e importância: (1) importantes e difíceis; (2) importantes e fáceis; (3) não muito importantes e fáceis; (4) não muito importantes e difíceis.
O que era muito importante eu destinava mais tempo, com estratégia um pouco diferente entre as matérias difíceis e fáceis (as fáceis eu focava mais nos exercícios; as difíceis, mesclava teoria e exercícios).
O bloco de não muito importantes eu tinha estratégia parecida, porém, destinando menos tempo às fáceis e menos ainda às difíceis (já que eram difíceis e não muito importantes).
O critério de dificuldade era definido com base no meu “background” e o sentimento que eu tinha em relação àquela disciplina. O critério de importância era mais objetivo, definido com base no peso de cada matéria no concurso, considerando o que poderia ser cobrado na discursiva.
Eu estudava 3 ou 4 matérias por dia e tentava manter uma carga líquida de estudos de 4 a 6h por dia quando estava trabalhando. Quando tirei férias, aumentei a carga para de 8 a 10h líquidas por dia, incluindo finais de semana e feriados.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Pedro: Enquanto eu estudava, eu mantinha anotações em um documento word. Essa anotações vinham de todas as fontes de estudos, mas principalmente das questões. O fluxo principal era: fazer questões, pesquisar os assuntos nos materiais (PDFs e livros) e fazer “anotações” nesse word. Anotações simples, rápidas (muitas vezes era apenas um “print” de um esquema interessante). Um diferencial para esse esquema funcionar com agilidade é ter 2 telas (2 monitores), deixando o material de anotações em uma e os estudos em outra.
Nunca fiz simulados, mas reconheço a utilidade da ferramenta. Talvez, se for me preparar para alguma outra prova, vou incluir os simulados na rotina, pois considero bem importante apesar de não tê-los utilizado.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Pedro: Na minha opinião, se você tiver que escolher uma, e apenas uma ferramenta para estudar, escolha resolver questões da mesma banca, em ordem decrescente de tempo.
Eu não sou capaz de contar quantas questões eu resolvia, nem acho que o caminho seja resolver 100 mil questões, mas sim resolver uma quantidade considerável, passando por todo o conteúdo de todas as matérias e intensificando nas disciplinas mais importantes. Um misto de generalismo com resolução de questões.
Nas minhas resoluções de questões eu sempre priorizei a qualidade à quantidade. O mais importante, para mim, era ter um bom entendimento do assunto cobrado e dos possíveis assuntos que orbitam aquilo que foi cobrado na questão que resolvi.
Também utilizava os PDFs do Estratégia para ver as questões resolvidas, o que me ajudou a passar de forma rápida por várias questões, cobrindo grande parte do edital de algumas matérias.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Pedro: “Fazer o que tem que ser feito”. Esse deve ser o lema de qualquer pessoa que queira conquistar algo na vida, inclusive passar em concursos.
A principal divisão, para mim, era se a matéria era importante ou não para a prova, o que eu definia com base no seu peso no edital. O nível de dificuldade só determinava a quantidade de tempo que eu destinaria a mais ou a menos àquela disciplina.
O nível de dificuldade que você encontra nunca deve ser impeditivo para estudar. É o contrário! Quanto mais difícil for para você, mas deve se dedicar!
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Pedro: A semana pré-prova foi só de revisão, dando uma lida e cobrindo uma lacuna ou outra de alguns assuntos que eu julgava importantes para o cargo e ainda não estavam muito bem sedimentados. Utilizei o meu próprio resumo que havia construído com base nas questões realizadas e nas pesquisas que fazia (conforme explicado anteriormente) e assisti às aulas do Reta Final do Estratégia, no YouTube.
Na véspera da prova eu revisei algumas coisas mais importantes do meu próprio material e assisti à Revisão de Véspera do Estratégia.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Pedro: Eu julgo extremamente importante que o candidato já vá para a prova com uma estratégia bem definida. Ele pode não saber o que será cobrado, mas deve saber exatamente o que vai fazer para resolver a redação ou as questões.
Em função da falta de tempo (só estudei no pós edital), eu não treinei discursiva, mas fui para a prova com uma estratégia de resolução muito bem definida, já sabendo o passo a passo como resolveria. Isso ajudou muito a manter a calma e não se enrolar com o tempo.
O meu conselho é treinar discursiva, estudando com maior profundidade alguns assuntos específicos do edital que podem ser cobrados e tenham profunda relação com o cargo e nunca deixar para traçar uma estratégia de resolução na hora da prova. Vá para a prova já sabendo o que fazer, como você vai desenvolver o que será pedido, independente do que vier.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Pedro: Principais erros: muitas vezes não acreditar que seria possível ou que eu fosse capaz; não revisar na frequência adequada, apesar de construir material de revisão próprio; não estudar com antecedência.
Principais acertos: ter disciplina; estudar mesmo quando estava cansado/fadigado; me dedicar integralmente aos estudos quando saiu o edital, apostando meus 30 dias de férias a esse projeto.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Pedro: Não foi em “algum momento” que eu pensei em desistir, mas sim em vários! A preparação com seriedade para concursos de alto nível é uma jornada extenuante, muito cansativa. E quanto mais você estuda, mais você fica com a sensação de que tem que estudar mais e que não vai conseguir chegar ao dia da prova em um nível competitivo. Isso leva a um sentimento de incapacidade e desistência. O segredo é ser disciplinado, independente de qualquer coisa, e permanecer firme no objetivo, acreditando que vai dar certo. Independente do que sinta ou passe na sua vida pessoal, mantenha a disciplina e não desista!
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Pedro: O principal conselho é um passo a passo muito simples, mas extremamente difícil de executar com disciplina.
Primeiro, deve-se ter um objetivo muito claro e bem definido. Tendo esse objetivo, trace um plano com uma estratégia para alcançá-lo, levando em consideração as ferramentas que estão à sua disposição. Por fim, tenha muita disciplina e garra para seguir o seu plano e fazer ajustes ao longo da jornada, sem se abalar com “derrotas” pontuais.
Os sacrifícios terão que ser feitos, e isso é absolutamente normal. As derrotas também são normais e fazem parte do processo de aprendizagem.
Sei que é muito difícil se dedicar a uma prova e não conseguir a aprovação (já passei por isso!), mas não se deixe abalar por uma “derrota” momentânea. Essa reprovação pode ser a chave para a aprovação que está por vir, basta corrigir os erros, aperfeiçoar o processo e partir para a próxima prova. No final, tenha certeza de que valerá a pena e você contará sua história com muito orgulho!