Aprovada em 65º Lugar no Concurso TJ SP para o Cargo de Escrevente Técnico Judiciário em São Paulo
Tribunais
“Acho que o Estratégia traz essa ideia de descomplicar o estudo, mostrar que não é um mundo de leis e teorias que o edital faz parecer infinitas. Dividir o conteúdo em aulas, ter o passo a passo e os bizus, abrange melhor aquilo que você precisa estudar e facilita para você traçar um plano concreto”.
Confira nossa entrevista com Paula Oliveira, aprovada em 65º Lugar no Concurso TJ SP para o Cargo de Escrevente Técnico Judiciário em São Paulo:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Paula Oliveira: Me chamo Paula, tenho 25 anos, nasci e cresci em São Paulo capital. Sou formada em Relações Públicas pela USP, há quase 2 anos. Já trabalhei em marketing em algumas empresas multinacionais, mas foi em um estágio no setor público que eu desenvolvi um grande interesse e admiração pela área pública e todas suas vantagens.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Paula: Depois de alguns anos como analista em uma empresa privada, estava muito frustrada com a evolução na carreira, que era extremamente subjetiva e desorganizada onde eu trabalhava. Além disso, os salários na iniciativa privada estavam cada vez menores em relação a quantidade de trabalho, o que me deixava desmotivada a tentar trocar de emprego entre empresas. Juntando esses fatores ao fato de eu já ter trabalhado como estagiária no setor público e ter tido muito interesse pela rotina de trabalho, carga de tarefas, benefícios, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, resolvi que era hora de uma mudança de área. O que foi muito incentivado dentro de casa, já que meu pai também foi servidor público e conseguiu uma boa qualidade financeira ao longo dos anos.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Paula: Quando decidi começar a estudar para concurso, tinha ciência de que seria uma dedicação em tempo integral para que eu conseguisse colher resultados de forma mais rápida, então a primeira coisa que fiz para começar esse ciclo foi pedir demissão do meu emprego, já que havia me planejado para isso durante cerca de 1 ano. Em razão disso, eu já havia juntando um dinheiro para poder fazer essa transição de forma financeiramente tranquila. A partir daí, foi um ano de pura dedicação.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação? Pretende seguir estudando ou “aposentou”?
Paula: Até o momento, o único concurso que prestei foi o que eu passei: o de Escrevente técnico judiciário do TJ SP (capital). A posição estimada de colocação é de 50º-70º. Enquanto não tomo posse, continuo seguindo a rotina de estudo para novos concursos que possam aparecer durante esse período que o TJ leva para homologar a prova. Depois da posse, ainda é uma incerteza se continuarei buscando outras vagas. Acho que vai depender muito da minha adaptação ao novo trabalho e de as possibilidades de crescimento ali dentro. Porém, penso, sim, em usar a experiência nesse concurso como trampolim para outros.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Paula: Como meu ano de estudos foi durante a pandemia, tinha uma rotina de saídas bem restritas, para não dizer inexistentes (risos). No entanto, eu compensava isso com chamadas de vídeo com alguns amigos, maratonas de séries e tempos de descanso em que eu podia fazer qualquer coisa ou nada. Acho que esses momentos de descanso e saber balancear o tempo de estudo e o tempo de descompressão foram ESSENCIAIS para o estudo, principalmente, para a memorização, e trouxeram um resultado melhor.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Paula: Embora não tenha filhos, moro com meus pais e com a minha irmã que entendiam e super apoiavam a rotina de estudos. Minha irmã também é concurseira e meu pai é servidor aposentado, então era legal ter alguém com quem falar sobre as matérias, sobre os estudos, sobre as angústias de todo o processo. Principalmente em relação às matérias, era interessante poder discutir com ela sobre pontos de dúvida ou de interpretação da lei, isso ajudava a sair de um estudo sozinho e “silencioso” para algo compartilhado e discutido, o que, na minha opinião, ajuda a aumentar e fixar melhor o conhecimento.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovada? Qual foi o segredo de manter a disciplina durante todo o período?
Paula: Ao todo, foram quase 10 meses de preparação. Acredito que o maior segredo tenha sido a disciplina de ter um cronograma de estudos e de tentar cumprir ele da forma mais correta possível. Ser dedicado e empenhado é muito importante, senão as escapadas viram rotina e o interesse se perde também. É importante ter uma visão mais realista de que nem sempre vai ser agradável ou fácil, mas é um caminho necessário para alcançar o que quer. Porém, ao mesmo tempo, também é importante ser gentil consigo mesmo. Via muito uma ideia de estudo para concurso como uma escravidão, e não precisa ser assim, e nem deve! Durante todo o processo, mantive o contato habitual com meu psicólogo e ele também me ensinou formas de estudo que poderiam ser mais efetivas, e todas essas formas reforçavam a importância de pausas e de momentos de descompressão para trabalhar certas partes cognitivas. Então, não me punia e me permitia alguns prazeres com a consciência limpa de que isso também era válido, pois me fazia descansar e ajudava a manter o foco. Por último, acho que foi muito importante pesquisar sobre metodologias de estudo, cognição e memória. O estudo não deve ser apenas das matérias em si, mas também da forma como você aprende, assim eu consegui potencializar tudo aquilo que eu via nas aulas.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?
Paula: Durante toda a preparação, usei quase todos os materiais do Estratégia, usando diferentes métodos em diferentes etapas. Para mim, a maior vantagem de ter vários materiais é você conseguir ser exposto a diferentes formas de ensino e diferentes formas de explicar a matéria. Não entendeu a apostila? Às vezes, ver o professor explicando em vídeo resolva. Ficou com dúvida na aplicação da lei? Fazer uns exercícios passados talvez ajude a entender melhor o “caso concreto” das questões, além de ter diferentes formas de fazer uma revisão. Acho que a desvantagem era em algumas apostilas, nas quais sentia que certos temas eram tratados de forma muito minuciosa, o que fazia abranger vários conteúdos que não necessariamente são o foco daquele concurso. Entendo a preocupação do cursinho de tentar cercar o concurseiro de tudo aquilo que pode vir a ser cobrado, mas, às vezes, gera um cansaço e uma demora em terminar certas partes da matéria que podem ser negativas para aquela pessoa que já está estudando com o edital aberto.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Paula: Conheci o Estratégia através da minha irmã, que já presta concurso há um tempo e já fazia uso da plataforma.
Estratégia: Depois que você se tornou aluna do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou em nosso material?
Paula: Com certeza, senti uma diferença enorme. Primeiro, acho que o Estratégia traz essa ideia de descomplicar o estudo, mostrar que não é um mundo de leis e teorias que o edital faz parecer infinitas. Dividir o conteúdo em aulas, ter o passo a passo e os bizus, abrange melhor aquilo que você precisa estudar e facilita para você traçar um plano concreto. Segundo, as próprias apostilas já facilitam muito o estudo para aqueles que não tem familiaridade com os temas. Eu, por exemplo, que não sou formada em direito, achava que nunca seria possível entender as leis, mas com a calma e com a explicação dos professores você consegue aumentar seu conhecimento e otimizar seu aprendizado muito mais rápido do que se tentasse destrinchar a lei seca por si só. Ter alguém que mastigue e ordene os conteúdos é essencial.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?
Paula: Montei meu plano com um formato de, em média, duas matérias por dia, para que meu cérebro pudesse desfocar de certos assuntos e focar em outros. Embora seja melhor colocar ciclos de matérias menores e mais matérias ao dia, sentia que não era tão produtivo e que eu não conseguia adiantar tantas coisas dessa forma. Então, a receita de duas matérias por dia foi o ideal para minha forma de aprendizado. Além disso, comecei meu estudo pelas matérias mais básicas que eu sabia que caiam em todo concurso, como Direito Constitucional e Administrativo. Como eu não tinha nenhum contato com direito antes, achava que essas básicas iam me fornecer o contato com coisas que seriam necessárias para outras matérias de direito mais específicas, o que deu muito certo. Também procurei focar bastante em português e matemática/raciocínio lógico, porque sabia que, no caso específico do TJ, essas matérias compunham uma parte grande e importante da prova. Minhas horas líquidas variavam de 4h a 6h, já que eu privilegiei um estudo de 1h-1h30 de foco e 15-30min de descanso.
Estratégia: Como fazia revisões? Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?
Paula: Sempre fui a pessoa que aprendia mais se escrevesse, então o meu primeiro contato com a matéria era seguido de um resumo da aula para explicar do meu jeito aquilo que havia entendido. Depois disso, sempre fazia uma rodada de exercícios e assistia às videoaulas. As revisões eu fazia brevemente quando voltava a ver aquela matéria. Lia as anotações que tinha feito da semana imediatamente anterior. Dessa forma, sempre começava o estudo da matéria daquela semana relendo o resumo da semana anterior. Após o edital ser lançado, comecei a revisar toda (ou quase toda) a matéria uma vez por semana, porém esse resumo não era mais de minhas anotações e, sim, da lei seca, pois sabia que no caso do TJ SP e da Vunesp, especificamente, a lei seca seria o mais cobrado. Então, manter a repetição da lei seca durante semanas me fez memorizar as partes mais importantes e mais cobradas e ter um ótimo desempenho nas partes que eram transcrições da legislação. Os simulados encaixei após o edital ser aberto para simular tempo de resolução e o cansaço da prova.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Paula: Sem dúvidas, os exercícios são uma das partes mais importantes. Considero que os exercícios são o momento em que você entende como aquela matéria, que é jogada na forma de teoria nas apostilas, é cobrada, de fato. Entender os estilos de questões, estilos de pegadinhas da banca e a repetição de padrões, te faz ir mais preparado e confiante no dia da prova. Lógico que há imprevistos e mudanças de estilo de um concurso para outro, mas, no geral, os exercícios te deixam atentos ao que você pode esperar. Outro fator extremamente importante, é que os exercícios te preparam para o tempo de prova! Além do conteúdo cobrado, a prova tenta te vencer pelo cansaço e pelo psicológico, então estar acostumado a resolver várias questões te treina para uma situação semelhante. Em média, eu fazia de 120 a 200 exercícios por semana, claro que de matérias diferentes. Porém, essa era uma média boa para me manter treinando sempre e refrescando o conteúdo. Uma coisa muito útil era o monitor de performance que te ajuda a ver o panorama geral da sua resolução.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Paula: Com toda certeza, Direito Processual Civil foi meu maior inimigo durante quase toda a trajetória de estudo. O que resolveu de fato foi ver as videoaulas com o Professor Torques que compensavam muito as dúvidas que podiam surgir na apostila. A explicação em vídeo era mais fluída e simplificada e esclareciam os detalhes nebulosos que a legislação processual civil tem. Outro ponto que, juntamente com a explicação em vídeo, me ajudou, foi ler e reler a lei seca. A leitura repetitiva e com atenção te faz entender todas as partes.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Paula: Nas semanas que antecederam a prova, minha rotina era, basicamente, de revisões repetitivas da lei de seca e resolução de questões com tempo cronometrado. Eu tentava pegar todos os temas, mas focava mais naqueles que ainda estava com menos acertos. De certa forma, eu estava bem calma, pois sabia que já havia revisado o conteúdo diversas vezes. No dia pré-prova, tinha estabelecido que ia estudar só na parte da manhã para descansar ao longo do dia. Por mais difícil que seja ignorar aquela vontade de pegar todos os conteúdos e revisar absolutamente tudo, me mantinha firme na ideia de que tudo já tinha sido feito e memorizado, e descansar era importante. Tentava não ficar lembrando das coisas constantemente e pensava que deixaria minha memória ser provocada (com a prova) para poder lembrar apenas das coisas necessárias e da forma mais tranquila possível.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação, quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Paula: Acredito que eu deixei para estudar atualidades muito para o final. Por sorte, tudo deu certo, porém não foi uma matéria que consegui revisar tão minuciosamente quanto as outras. Não precisa esperar o edital abrir para saber a janela de tempo cobrado, acompanhar uma vez na semana as notícias, como uma matéria normal, já te adianta muito o trabalho quando o edital for lançado. O outro erro que cito foi em Direito Penal, em que me ative muito ao estilo da Vunesp e esqueci de me preparar para outros tipos de questão, o que me pegou desprevenida na prova desse ano, em que houve uma mudança de estilo de questão para algo mais doutrinário e interpretativo. Considero meu maior acerto o estudo bem antecipado e bem regrado, porque tive tempo de entender e decorar o conteúdo de forma bem dosada, o que não ficou exaustivo, mesmo na reta final. Além disso, ter tido um enfoque bem grande na lei seca no pós-edital foi bem importante para ter tido um bom desempenho. É sempre ideal que você leia a lei seca depois de já ter visto o conteúdo em aulas, assim, você não vai decorar por decorar, mas vai estar decorando algo que você já entende e vê sentido, o que facilita muito a memorização. Por último, vou colocar como um dos acertos à adaptação do estudo ao estilo de concurso que você está prestando. Bancas e órgão diferentes cobram o conteúdo de formas diferentes. Ter percebido esses padrões e adaptado o meu estudo de acordo com a forma mais cobrada, me ajudou bastante.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Paula: Para falar a verdade, não! Como vim de uma experiência muito exaustiva no setor privado, eu não pretendia voltar para aquele mundo de excesso de jornada e salário desproporcional, me mantive firme em acreditar que o estudo daria resultado. Só achava que talvez não desse logo no primeiro concurso e que poderia levar mais tempo, mas sempre pensei que era melhor levar um tempo e alcançar algo que valesse a pena do que desistir e voltar ao ponto zero.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Paula: Meus maiores conselhos são: tenha dedicação, calma e entenda o jeito que você aprende. Tão importante quanto “o que” você estuda é “como”. Pesquisar metodologias de aprendizado e observar como você responde pode ajudar a otimizar seu estudo e ter um melhor resultado. Já em relação à calma, é saber que parte do estudo, e da prova em si, é 50% conteúdo e 50% psicológico. Muita gente boa para no meio do caminho porque acha que não vai conseguir, muita gente boa já foi eliminada por nervosismo e estresse. Ter alguém para conversar sobre esse processo (amigos, família, psicólogo etc.), treinar formas de se acalmar e trabalhar com expectativas e frustrações, podem te levar mais longe do que horas exaustivas de estudo que não serão retidas por um cérebro que está no limite.