Aprovada em 3° lugar no concurso CNJ para o cargo de Técnico Judiciário - Área Administrativa
Concursos Públicos“Se você está começando agora, aprenda a ter autonomia nos seus estudos, veja o que funciona para você. Ouça várias ideias e opiniões, mas teste e entenda como você aprende e absorve o conhecimento […]”
Confira a nossa entrevista com Nicolly Gleisy Pereira da Silva, aprovada em 3° lugar no concurso CNJ para o cargo de Técnico Judiciário – Área Administrativa:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Nicolly Gleisy Pereira da Silva: Meu nome é Nicolly, moro no DF, tenho 26 anos e sou formada em Engenharia Civil.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Nicolly: Depois que terminei a faculdade, comecei um negócio próprio criando galinhas, tinha uma granja com quase duas mil galinhas e vendia ovos para supermercados. Mas, depois de dois anos, vi que ser empreendedora não é tão fácil quanto eu imaginava. Então, decidi vender tudo e comecei a estudar para concursos.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Nicolly: Passei seis meses trabalhando na granja e estudando, comecei no início de 2022. Eu tinha um funcionário, então, ele cuidava das galinhas durante a manhã e eu ia para a biblioteca estudar. Foi uma época bem complicada, não era todo dia que eu conseguia estudar e, às vezes, passava várias semanas sem pegar no caderno. Mas, em agosto de 2022, vendi meu negócio e me dediquei 100% aos estudos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Nicolly: Fui aprovada nos seguintes concursos:
Jan/2023 – Analista PPGG (DF) (609° geral / 90° cota)
Jan/2023 – Técnico Seagri (DF) (757° geral / 105° cota)
Março/2023 – Auditor Fiscal de Atividades Urbanas (DF) (34° geral / 4° cotas)
Dez/2023 – Auditor de Controle Externo TCDF (75° geral / 11° cotas)
Pretendo continuar estudando e fazendo provas até tomar posse no TCDF (cruzem os dedos). Esse ano está ótimo para os concursos e a ideia é colocar o nome no máximo de listas que eu conseguir.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Nicolly: A minha vida social sempre foi tranquila, sou uma pessoa caseira, então, não precisei abrir mão de muita coisa. Só no início dos estudos que eu parei de ir para academia e fiquei fazendo exercícios em casa para ter mais tempo, mas acabei voltando depois de três meses. Nos finais de semana, também costumo estudar menos e me dedicar mais à família e à igreja.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Nicolly: Sim! Meus familiares tinham mais confiança em mim do que eu mesma. Meus pais me sustentaram durante todo esse tempo e sempre me incentivaram nos estudos. Meus amigos também sempre torceram e oraram por mim, sou muito grata a todos!
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Nicolly: Eu não estudei para essa prova, na verdade. Eu estava focada na segunda fase (discursiva) de Analista do MPO. A prova do CNJ foi dia 30/06 e a do MPO dia 07/07. Então, eu só revisei alguns assuntos na própria semana da prova, de Direito Constitucional e Arquivologia, principalmente. Mas, foi só isso. Fiz essa prova de Técnico com a bagagem de estudos que adquiri nesses dois anos.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Nicolly: Usei principalmente os PDFs. A vantagem do PDF é que ele é mais prático para estudar, então você “mata” um assunto mais rápido. Na maior parte das vezes, eu lia o PDF enquanto fazia um resumo no caderno (tinha um caderno para cada matéria). Mas, para matérias menos importantes, eu imprimia um resumo já pronto (que vem no final do PDF) e ia fazendo observações nesse resumo conforme lia o material.
No entanto, para algumas matérias que eu tinha mais dificuldade, como Estatística e Economia, assistia videoaulas. Também assisti videoaulas de Direito Tributário e Português, porque me apaixonei pelas aulas do professor Fernando Maurício e da professora Adriana. Isso acontece às vezes: você gosta tanto do professor que prefere ouvi-lo explicando, a ler o PDF.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Nicolly: Um amigo que foi aprovado no TCU me indicou, disse que era o melhor no mercado. Eu acreditei nele e deu certo!
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Nicolly: No começo dos estudos, eu fazia, no mínimo, 6 horas líquidas por dia. Depois que passei bem colocada no primeiro concurso, diminuí para 4h / 6h por dia. Mas, confesso que nunca me preocupei muito em medir o tempo. Percebi que nem sempre quantidade é qualidade. Além disso, é muito mais fácil você se manter constante e, principalmente, com a saúde mental em dia, se optar por estudar menos.
Quanto ao plano de estudos, quando comecei a estudar, passava dias na mesma matéria, às vezes até semanas. Terminei várias matérias difíceis nesse esquema, como Direito Tributário, Auditoria e Contabilidade. Por um tempo, mudei e adotei o ciclo de estudos, mas nunca consegui me adaptar. Havia muitas mudanças de matéria por dia, estudar só 2h de uma matéria não era muito eficiente para mim. Então, mudei para 4h por matéria, mas vi que eu não seguia o tempo nem a ordem das matérias que estavam no ciclo e larguei de mão.
Depois disso, quando entrei no meu primeiro pós-edital, meu método para organizar as matérias era: 1. Imprimir o edital; 2. Estudar os assuntos que não vi ainda; 3. Nas últimas semanas, revisar os assuntos que já estudei, dando preferência para as matérias de maior peso. E assim eu fazia, não parece muito organizado, mas funcionava para mim. Como eu estou desde o ano passado estudando praticamente em pós-edital para vários concursos, sempre funcionou.
Outra observação é que nunca paro um assunto pela metade. Se eu começo a estudar uma aula de Administração, por exemplo, eu termino. Esse foi um dos motivos por eu não ter me adaptado ao ciclo de estudos: muitas vezes, nas 2h que estavam marcadas no ciclo, eu não tinha estudado nem um terço do PDF. Seguir o ciclo cortava meu raciocínio e ainda me obrigava a estudar outra matéria totalmente diferente, que também ficaria pela metade. Por isso, até hoje costumo estudar um dia ou dois a mesma matéria, mesmo quando estou revisando-a. Assim, estabeleço uma continuidade no assunto que estou estudando, invés de picá-lo em vários intervalos de tempo.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Nicolly: Durante o estudo teórico, eu sempre faço resumo, por dois motivos: primeiro, é uma forma de fixar a matéria e, segundo, é um material de consulta para o futuro. Como mencionei antes, para matérias menos importantes, uso resumos já prontos, fazendo algumas anotações. Já para aquelas de maior peso, faço resumos escritos à mão.
Depois disso, para revisar, eu resolvia questões com meus resumos do lado, complementando-os à medida que um novo assunto ou “pegadinha” surgia. Se durante a resolução das questões eu percebesse que estava fraca naquele assunto, eu relia o resumo, assistia videoaula etc.
Para matérias mais importantes, também usei o Passo Estratégico para revisar os assuntos que mais caem. Outras vezes, quando eu não tinha tempo para estudar toda a matéria antes da prova, eu já ia direto ao Passo Estratégico e via quais matérias mais caiam (no Passo tem essa análise) e concentrava meus estudos nelas. Fiz isso para Direito Civil, Penal e Empresarial, que caíram no concurso do TCDF, e consegui garantir algumas questões na hora da prova.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Nicolly: Resolver exercícios é essencial para fixar o conteúdo e conhecer a banca. Ter experiência com as questões de determinada banca pode ser o diferencial entre candidatos com o mesmo nível de conhecimento. Por já ter estudado o modelo de cobrança do Cespe, por exemplo, achei a prova do CNJ tranquila.
No total, eu resolvi em torno de 15 mil questões, não é muito se você comparar com outros concurseiros profissionais, mas sempre que via alguma cobrança nova, um novo detalhe, eu anotava no meu resumo. Sempre achei mais importante aprender com a questão do que somente respondê-la.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Nicolly: Tenho dificuldade em Estatística e Contabilidade. Para Estatística, eu assisto videoaulas e tento ir a um ritmo mais lento. Eu evitava Probabilidade e Estatística desde a faculdade. Nunca imaginei que esse monstro iria aparecer de novo. Daí tento não me exigir muito e ir mais devagar, porque tenho uma antipatia natural por essa matéria. Aos poucos estou aprendendo…
Já Contabilidade, eu maratonei os PDFs, lendo, fazendo resumos e resolvendo questões. Eventualmente, eu assistia alguma videoaula. E, assim, passei pela matéria, sem me aborrecer quando não entendia algo perfeitamente – tentei apenas seguir em frente. Depois que vi a matéria toda uma vez, não voltei do início, mas comecei a resolver questões e revisar pelo Passo Estratégico. Deu certo!
Acho que o segredo é você não se desesperar e pensar que se é difícil para você, é difícil para muitas outras pessoas também. Mas vai ficando menos complicado quando você decide encarar o problema.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Nicolly: Eu estudei para prova só na semana que antecedeu, estava focando em outro concurso (Analista do MPO), cuja prova foi na semana seguinte. Então, para o CNJ eu apenas revisei o que deu, resolvendo questões de Administração, Direito Constitucional e Arquivologia. Sobre a carga horária, estudei como sempre estudo, de 4 a 6 horas por dia.
No dia da prova, fui tranquila, não esperava que fosse ficar bem colocada, nem criei muitas expectativas, porque sabia que não tinha estudado especificamente para ela. No fim das contas, acho que isso me ajudou a manter a calma.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Nicolly: Eu sempre fui meio preguiçosa quando o assunto era treinar discursiva. Mas, a segunda fase para Analista do MPO, englobava quatro questões discursivas, então, tive que me dedicar. Por sorte, os estudos de redação do MPO serviram para o CNJ. Na prova de Técnico do CNJ, eu só sabia a resposta de uma das três questões da prova, mas com as técnicas que aprendi fiz 36 pontos, de 40.
Para obter um bom resultado na redação, eu aconselho fazer um curso específico para discursivas, que foi um diferencial para mim. O curso é importante para:
– entender como estruturar os diferentes tipos de redação (questão, dissertação, parecer etc);
– aprender a não cometer erros gramaticais (que às vezes nem imaginamos que são erros);
– ter algumas redações corrigidas por um especialista e saber quais seus vícios;
– aprender a “chutar” (isso me ajudou demais!);
– ter sugestões de temas que podem cair na sua redação;
– E saber como fazer o examinador gostar do seu texto.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Nicolly: Acho que errei ao não ter começado a estudar antes, mas entendo que foi importante ter passado por cada uma das fases que passei na vida.
Quanto aos acertos, acredito que ter iniciado os estudos mirando em concursos maiores foi muito positivo para mim. Sempre foquei em concursos “difíceis” (com salários + R$20mil), encarando várias matérias complicadas no começo da preparação. Por exemplo, em 2022 comecei estudando para auditor da RFB. Na prova, que foi alguns meses depois, não passei nem para o cargo de analista, mas os estudos me serviram para ser aprovada como auditora fiscal aqui do DF. Portanto, acho válido focar em um concurso muito bom logo, porque: 1. Quando você começa pelo mais difícil, o resto fica fácil e 2. Nada impede que você faça outras provas na mesma área de conhecimento. Um ponto muito interessante também é que se você começa com foco em um concurso “escada” (mais fácil), esse mesmo concurso pode ser uma armadilha quando você tomar posse. Isso acontece, porque a rotina de um concurseiro concursado é bem mais difícil e, além disso, com o salário caindo todo mês na sua conta (mesmo que não seja tão alto), você tem grandes chances de se acomodar.
Mas, no fim, tenho certeza que meu principal acerto foi ter colocado Deus em primeiro lugar na minha vida. Ele endireitou todos os meus caminhos, me deu força para seguir firme nos estudos e me deu tranquilidade para fazer cada prova.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Nicolly: Nunca pensei em desistir, só ficava cansada às vezes ou ansiosa, com medo de demorar muito até eu passar em alguma prova. Mas, minha família sempre me tranquilizou e me deu todo o suporte que eu precisava. No começo é difícil, mas quando você começa a colher os frutos, percebe que é só questão de tempo.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Nicolly: Se você está começando agora, aprenda a ter autonomia nos seus estudos, veja o que funciona para você. Ouça várias ideias e opiniões, mas teste e entenda como você aprende e absorve conhecimento. Adapte cada dica e cada instrução para o seu modo de aprender, de acordo com a sua personalidade. Seja autêntico!
E se você quiser ter paz e alegria durante sua jornada de estudos, busque primeiro o Reino de Deus e todas as demais coisas lhe serão acrescentadas. Um abraço!