Aprovada em 7° lugar no concurso TRF-3 para o cargo de Técnico Judiciário - Área Administrativa do TRF-3
Concursos Públicos“[…] Tente adaptar esses e outros conselhos para a sua realidade, pois cada um tem uma vivência diferente. Nem eu consegui seguir todos os que citei. Não busque a perfeição, faça aquilo que você consegue e tente dar o seu melhor […]”
Confira a nossa entrevista com Natalia Lomeu Ribeiro Campos, aprovada em 7° lugar no concurso TRF-3 para o cargo de Técnico Judiciário – Área Administrativa do TRF-3:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Natalia Lomeu Ribeiro Campos: Meu nome é Natália, tenho 26 anos e nasci em Cataguases/MG, mas há quase 10 anos moro em Juiz de Fora/MG. Sou formada em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e pós-graduada em Direito Processual Civil pela Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Natalia: Algumas pessoas da minha família também fizeram concurso público e eu sempre me identifiquei com as funções exercidas por elas e pelo estilo de vida. Então, desde antes de começar a faculdade de Direito, eu já sabia que queria ser servidora pública.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Natalia: Não trabalhei durante o período, apenas estudava. Porém, durante esses anos de estudo, também atuei como advogada voluntária do Núcleo de Prática Jurídica da UFJF e, em alguns momentos, era difícil conciliar. Tentava concentrar as atividades como advogada em apenas um dia da semana para poder me dedicar exclusivamente aos estudos durante os outros dias.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Natalia: Eu fui aprovada no cargo de Analista Judiciário do TRF2, Analista Judiciário do TRF3, Técnico Judiciário do TRF2, Técnico Judiciário do TRF3, Oficial do MPMG, Oficial de Justiça do TJMG e Analista Judiciário do TJES. Ainda não decidi se continuarei estudando após tomar posse em algum.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Natalia: Durante esse período, foi difícil balancear as diferentes áreas da vida. Apesar de não conseguir estar tão presente na vida dos meus amigos e da minha família como antes, sempre tentava encontrá-los quando podia. Acredito que é natural diminuir a frequência dos encontros, mas nunca deixei de me divertir e espairecer, porque a saúde mental também é muito importante nessas horas.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Natalia: A minha família sempre foi a minha principal motivadora, desde o início. Fui apoiada por eles na escola, na faculdade e também na preparação de concursos. Eles sempre me motivaram a buscar o caminho para uma vida digna, honesta e de qualidade por meio dos estudos. Esse apoio aconteceu de diversas formas, já que sempre me deram conselhos e direcionamentos, entendiam as minhas ausências e me sustentaram financeiramente, sem qualquer tipo de pressão ou cobrança. Os meus amigos também foram muito importantes nessa jornada, porque sempre estavam disponíveis para me escutar nos momentos em que precisei e me deram forças para acreditar que era possível chegar aonde eu desejava.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Natalia: Estudei de forma direcionada para o concurso de Técnico Judiciário do TRF-3 desde abril de 2024 e o que me fez manter a disciplina durante esses meses, foi o pensamento de que já tinha formado uma boa base nos anos anteriores e que agora era a hora de me dedicar para o concurso que sempre foi o meu objetivo.
Fiz estágio na Justiça Federal em 2018 e, desde então, a minha meta era passar em um concurso de TRF, porque adorei o ambiente, as funções exercidas e as matérias dos processos. Ainda não tinha tido um concurso de TRF desde que eu me formei em 2021 e havia boatos de que diversos TRFs fariam concurso em 2024, então, esse era o momento de focar naquilo que sempre almejei.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Natalia: A base da minha preparação foram os PDFs do Estratégia. Além disso, lia as leis pelo meu Caderno de Estudos da Lei Seca ou pelo site do Planalto, lia os informativos de jurisprudência pelo site Dizer o Direito e fazia as questões dos PDFs do Estratégia ou pelo Estratégia Questões. Também sempre assistia às videoaulas de Reta Final e Hora da Verdade que o Estratégia disponibilizava, o que foi muito importante nas semanas anteriores ao concurso. Isso me possibilitava fazer uma revisão focada naqueles pontos mais importantes que a banca cobrou e no direcionamento dos professores. Durante a minha preparação, não participei de aulas presenciais, não li livros de doutrina e raramente assistia às videoaulas dos cursos regulares. Acredito que a principal vantagem de estudar dessa forma, foi conseguir passar por quase todos os pontos de todas as matérias, já que foi um estudo bem completo. Por outro lado, as principais desvantagens foram o tempo que demorei para construir essa base e a dificuldade de fazer revisões.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Natalia: O Estratégia sempre foi uma referência para mim e, assim que eu me formei e decidi começar a estudar, já assinei o Estratégia voltado para Tribunais, por indicação de conhecidos que já tinham passado em algum concurso.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Natalia: Depois que assinei o Estratégia e comecei a ler os PDFs, senti que estava estudando de verdade e conseguindo absorver o conteúdo. Também pude sentir a evolução que eu tive com o passar do tempo, à medida que melhorava o meu desempenho nas provas. Acho que o diferencial dos materiais do Estratégia, é a organização da plataforma, além da completude das apostilas, a didática dos professores e as diversas ferramentas disponíveis.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Natalia: Eu tentava estudar por ciclos de seis matérias até finalizar cada uma. Lia a letra de lei de uma matéria na parte da manhã, lia as apostilas de outra matéria na parte da tarde e fazia questões de outro assunto na parte da noite. Ou seja, estudava até três matérias diferentes por dia. No início, isso foi muito importante e deu muito certo. Depois que eu finalizei as matérias principais e maiores, estudei uma matéria por vez até finalizá-la, como foi o caso de Tributário, Previdenciário e Ambiental.
Exemplo: No início, estudei Constitucional, Administrativo, Civil, Processo Civil, Penal e Processo Penal. Na segunda-feira de manhã, eu lia a Constituição, de tarde, lia o PDF de Administrativo e de noite, fazia questões de Civil. Na terça-feira de manhã, lia o Código Civil, de tarde, lia a apostila de Penal e de noite, fazia questões de Constitucional. Fiz isso até finalizar essas seis matérias principais. Depois, me dediquei a Tributário, Previdenciário, Ambiental e demais matérias, separadamente. Porém, atualmente, vejo que deveria ter me dedicado mais às revisões e às práticas de discursiva. Já em semanas anteriores a um concurso, fazia revisões pelas videoaulas de Reta Final e leitura da lei.
As horas líquidas estudadas variaram. Nunca me preocupei excessivamente com horas líquidas. Geralmente, colocava metas do dia, independentemente das horas estudadas. Por exemplo, se eu conseguisse ler 50 artigos de uma lei, 50 páginas de um PDF e 25 questões de uma matéria, já poderia finalizar o dia. A meta de números de artigos, páginas e questões por dia também variava conforme a dificuldade que eu tinha naquela matéria. Mas, acredito que quatro horas líquidas por dia já era suficiente.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Natalia: Sempre tive dificuldade de fazer revisões, talvez esse tenha sido o meu maior ponto fraco. Mas, geralmente fazia revisões pelas videoaulas de Reta Final, leitura da lei e anotações de pontos importantes. Não tinha costume de fazer resumos extensos, apenas anotava aquilo que achava difícil de lembrar e me fazia errar questões.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Natalia: Nunca anotei o número de questões que já resolvi, mas foram muitas. Geralmente, tentava fazer todas que estavam no PDF da matéria e, por isso, variava bastante. Sempre achei importante para solidificar o conhecimento e perceber quais pontos eram mais cobrados. Talvez um tópico que eu li rapidamente no PDF era um dos detalhes mais cobrados pelas bancas. Então, além de testar o conhecimento, também era essencial para identificar os pontos mais cobrados daquela matéria.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Natalia: Sem dúvidas, Direito Civil. Nunca gostei muito de direito privado e sempre preferi as matérias de direito público, como Constitucional, Administrativo, Tributário e Previdenciário. Aprender Direito Civil ainda é um desafio, talvez pela redação dos artigos do Código Civil, mas tento fazer questões da matéria para solidificar o conhecimento e revisar os pontos que mais erro.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Natalia: Na semana que antecede a prova, eu dou preferência para assistir às videoaulas de Reta Final e Hora da Verdade disponibilizadas pelo Estratégia. Já no dia pré-prova, gosto de assistir à Revisão de Véspera do Estratégia, que sempre me garante alguns acertos. Acho que dessa forma, consigo revisar os pontos mais importantes das matérias e apenas me aprofundar naquilo que vejo que ainda tenho dúvidas e que é relevante para a prova.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Natalia: Acho que é importante separar pelo menos uma hora da semana para treinar discursivas, seja redação ou estudo de caso. Em alguns certames, a nota da prova discursiva pode ser até mais importante que a nota da prova objetiva para a classificação final. É um “detalhe” que irá definir se você será nomeado ou apenas aprovado. Acho que a melhor forma de se preparar para essa etapa da prova, é praticando a escrita semanalmente por meio de temas e assuntos inéditos ou que já caíram em outras provas similares no passado.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Natalia: Se eu pudesse voltar no tempo, diria para não estudar por material escrito, pois isso dificulta a atualização, principalmente de lei e jurisprudência. Também diria para manter uma rotina mais firme e não pular nos finais de semana, porque acho que turnos de descanso são mais eficientes do que tirar dois dias inteiros de descanso na semana (foi o que passei a fazer em 2024 e que gostaria de ter feito antes). Além disso, diria para focar no meu cronograma e não me preocupar em estudar para uma prova que eu sei que ainda não estou preparada (acho que isso me atrasou algumas vezes, me desconcentrou e bagunçou a minha rotina). Por último, diria para incluir mais videoaulas no meu estudo, já que sinto que consigo fixar mais um conteúdo, se tenho esse contato direto com um professor.
Acredito que acertei em várias coisas, como: sempre fazer a leitura das leis antes de ler o PDF da matéria, porque isso agiliza e facilita o entendimento. Também acertei em colocar os PDFs como base principal do meu estudo, pois isso possibilita um conhecimento mais completo da matéria. Acertei em sempre fazer as questões selecionadas ao final dos PDFs. Acertei em não fazer resumos manuais extensos ou ler livros de doutrina muito extensos, uma vez que o custo-benefício é baixo. Enfim, faria novamente todas essas técnicas que citei.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Natalia: Desistir nunca foi uma opção para mim. Apesar de gostar de advogar, não queria entrar na iniciativa privada, então sempre soube que concurso público era o que eu realmente buscava. O que me motivou foi ter a esperança de que, se eu continuasse me dedicando de forma comprometida, uma hora ou outra iria conseguir alcançar o meu objetivo. Várias vezes pensei que seria impossível e, por um período, quase perdi as esperanças. Mas, tive a sorte de ter uma família, namorado e amigos incríveis que sempre me motivaram e mostraram que era, sim, possível. E, apesar de parecer clichê, algumas frases me motivaram, como: “o que muito vale, muito custa”, “é melhor a dor da disciplina do que a dor do arrependimento”, “é só uma prova que tem que dar certo”, “é melhor feito do que perfeito”, entre outras.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Natalia: Tenho vários conselhos para dar para quem está iniciando:
1) Tenha foco em uma área específica;
2) Sempre leia a lei;
3) Faça anotações de doutrina e jurisprudência importantes embaixo do artigo da lei;
4) Dê importância para a Jurisprudência;
5) Faça questões;
6) Pratique prova discursiva;
7) Estude também as matérias de Conhecimentos Gerais;
8) Tenha um material completamente virtual;
9) Esteja atento às atualizações das leis;
10) Tenha uma rotina agradável;
11) Pratique exercícios físicos;
12) Estude todos os dias;
13) Tenha turnos de descanso;
14) Priorize a saúde mental;
15) Não desista.
E o mais importante de tudo: não se compare. Tente adaptar esses e outros conselhos para a sua realidade, pois cada um tem uma vivência diferente. Nem eu consegui seguir todos os que citei. Não busque a perfeição, faça aquilo que você consegue e tente dar o seu melhor. A jornada de concursos é feita de altos e baixos, dias produtivos e não produtivos, períodos bons e ruins, mas o mais importante é que, apesar das dificuldades, uma hora dá certo se você persistir com determinação.