Aprovada em 5° lugar no concurso IPEA para o cargo de Políticas Públicas e Sustentabilidade
Concursos Públicos“[…] Minha sugestão é focar na vaga que mais deseja e estudar intensamente para ela […]”
Confira a nossa entrevista com Michelle Marcia Viana Martins, aprovada em 5° lugar no concurso IPEA para o cargo de Políticas Públicas e Sustentabilidade:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Michelle Marcia Viana Martins: Olá, pessoal. Sou Michelle Márcia Viana Martins, tenho 32 anos e sou de Teixeiras – MG. Sou economista, mestre em economia, doutora em economia aplicada e, atualmente, professora de economia na Universidade Federal de Viçosa – MG.
Gostaria de enfatizar que fui aprovada no concurso (5º lugar) do IPEA, mas não classificada dentro das 3 vagas disponíveis. Espero ser convocada dentro do prazo de validade do concurso.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Michelle: Eu não tenho um perfil de concurseira, mas o concurso do IPEA me interessou pela área de trabalho, que é a pesquisa. Como acadêmica e professora, desenvolvo e oriento pesquisas e o IPEA é o órgão de referência em pesquisas econômicas no Brasil. Por isso, é desejo de muitos cientistas econômicos com carreira acadêmica ingressarem na Instituição. Este foi o primeiro concurso nos moldes do IPEA que tentei.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Michelle: Enquanto estudava para o concurso, conciliei um mês de preparação com o trabalho. Estudava à noite, durante as horas de almoço e todo o final de semana. Tirei um mês de férias para me dedicar exclusivamente aos estudos. Neste período, conseguia estudar, em média, 14 horas por dia.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Michelle: Apenas concursos para carreira de magistério superior. Não pretendo continuar estudando para outros concursos. Como mencionado, dediquei-me ao concurso do IPEA por ser uma oportunidade de trabalhar na área em que já atuei e gosto. Não há outros concursos que me atraiam como o do IPEA.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Michelle: Almoçava com a família aos domingos e encontrava os amigos nas noites de sábado. Minha rotina não foi substancialmente alterada, pois, como professora e pesquisadora, já tinha uma alta carga horária de trabalho e estudos. Abri mão de algumas atividades físicas, como academia, porque interrompiam o período de estudos.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Michelle: Totalmente. No Carnaval, por exemplo, decidi não viajar nem encontrá-los para poder estudar. Eles apoiaram e respeitaram a minha decisão, sempre me motivando a seguir firme no meu objetivo.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Michelle: Estudava, em média, 14 horas por dia quando dedicava o dia todo aos estudos. Nas ocasiões em que trabalhava, estudava 6 horas. Não tinha descanso. Às vezes, almoçava enquanto lia um PDF, mas isso não é novidade para mim. Tenho facilidade em me manter focada por longos períodos e em conciliar tarefas.
Sempre fui disciplinada com os estudos. Na pós-graduação, a carga horária era igual ou até maior, então isso não foi algo novo para a minha rotina. O que realmente manteve a minha disciplina foi a vaga. Eu almejava muito ser aprovada no IPEA.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Michelle: Basicamente, utilizei cursos em PDF e resolvi exercícios, ambos do Estratégia. Também busquei muitas referências em artigos acadêmicos. Já tenho o hábito de consultar artigos, então, tive certa facilidade em encontrar o que precisava.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Michelle: Vi o PDF de uma aula de economia por meio de um amigo e achei o material bem completo, didático e objetivo. Como gosto de estudar a partir de leituras, isso me motivou a escolher o curso. Inclusive, os materiais são excelentes.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Michelle: Não, apenas o IPEA.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Michelle: Os materiais em PDF são excelentes. Durante a prova, lembrei-me das respostas de várias questões, graças às explicações bem detalhadas do material. Um diferencial é a atenção que os autores dão à importância de determinados temas em questões de concurso, além das questões comentadas.
Os comentários das questões ajudaram na revisão do tema e permitiram-me assimilar melhor a forma como o tema era abordado em provas.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Michelle: Diferente do que todos recomendavam, eu estudei por blocos. Primeiro português, depois estatística, economia brasileira e toda área de meio ambiente.
Eu prefiro dar continuidade nas categorias de estudo em vez de fragmentá-las. Ao estudar por blocos, os temas muitas vezes eram relacionados e eu conseguia assimilar um tema com o outro. Ao estudar a Política Nacional de Mudanças Climáticas, por exemplo, já associava com outras políticas e planos do governo que havia estudado, como a política sobre Pagamentos por Serviços Ambientais, que tem relação com as mudanças climáticas ao mitigar o desmatamento. Essa capacidade de associar temas me ajudou muito na redação.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Michelle: Uma semana antes da prova, refiz todos os exercícios dos materiais do Estratégia. Nesse período, revisei todas as fórmulas de estatística e garanti que havia decorado todas.
Além disso, anotava os pontos mais importantes de cada tema em post-its e os colava no guarda-roupa. Dois dias antes da prova, revisei todos esses post-its com uma amiga, que também tentou o concurso e discutimos os pontos principais para relembrar. Acredito que essa revisão foi fundamental para o meu desempenho na prova, pois conseguimos relembrar vários conceitos e pegadinhas.
Contrariando as recomendações feitas por colegas concurseiros, estudei até às 23h do sábado antes da prova. Reli algumas redações que havia feito para treinar às 7h da manhã de domingo (antes da prova) e revi alguns tópicos no horário do almoço (entre as provas da manhã e da tarde).
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Michelle: Fiz várias, não me lembro ao certo quantas, mas resolvi todas as que estavam nos PDFs e acessei muitas questões nos bancos de dados. Os comentários nos exercícios ajudaram bastante a sanar dúvidas e a captar determinados macetes.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Michelle: Estatística.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Michelle: Nessa semana, certamente estudei mais de 14 horas por dia. Dediquei todo o meu tempo livre aos estudos, incluindo os dias anteriores e a manhã da prova. Só senti o cansaço ao fim do concurso, mas durante o processo, como mantive um ritmo de estudos sem descanso, acredito que o meu corpo e a minha mente se acostumaram. Não recomendaria que outras pessoas fizessem isso. Como já disse, passei por essa experiência durante o mestrado e o doutorado, então, sabia dos meus limites e que daria conta. Mas, isso é algo que cada um deve refletir e considerar seus próprios limites.
Além disso, no período de recesso de fim de ano, descansei totalmente a mente para encarar a jornada de estudos que viria nos dois próximos meses.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Michelle: Tirei nota máxima nas duas redações. Durante a preparação, fiz algumas redações sobre temas atuais relacionados à área do concurso. No entanto, devo deixar claro que trabalho com pesquisa há bastante tempo. Tenho o hábito de escrever e ler muito e a área do concurso coincidiu com os temas nos quais desenvolvo pesquisas. Isso me ajudou bastante.
A minha estratégia na redação foi fornecer dados estatísticos que destacam a importância do tema. Como já pesquisava na área, algumas informações eram fáceis de lembrar. Também citei exemplos para reforçar a importância da temática e usei muitos termos técnicos relacionados ao tema. Na redação sobre cidades sustentáveis, por exemplo, o material do Estratégia sobre Urbanização forneceu alguns termos importantes que eu não conhecia, como auto segregação urbana e Plano Diretor. Acredito que mencionar esses termos tenha me permitido demonstrar domínio do tema.
Por fim, a proposta das redações era indicar políticas ou planos governamentais para resolver determinados problemas. Faço isso frequentemente nas minhas pesquisas e a minha experiência nessa área foi fundamental.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Michelle: Meu erro foi resolver algumas questões na prova com desatenção. Errei algumas, porque não li toda a questão e marquei a opção por impulso.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Michelle: Não. Quando saiu o edital, me organizei e me dediquei ao máximo.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Michelle: FOCO. No momento atual, vários editais vêm sendo lançados e novas oportunidades têm surgido de forma muito rápida. Acredito que isso possa atrapalhar os candidatos que desejam pleitear vagas e cargos diferentes. Minha sugestão é focar na vaga que mais deseja e estudar intensamente para ela.
Eu pensava que teria esse esforço por um momento, mas não para sempre. Por mais que eu me dedicasse só aos estudos por um tempo, depois eu poderia voltar à minha rotina.
Fui bem teimosa e estudei conforme achei que fosse melhor para mim. Não descansei na semana antes do concurso e não estudei intercalando os temas. Eu me conheço, conheço meus limites e pude determinar o que seria melhor para mim. Recomendo que as pessoas façam essa reflexão e decidam qual é o melhor planejamento para elas. Talvez o que funciona para todos, não funcione para você.
Agradeço a oportunidade de relatar o meu caso. Deixo claro que eu já tinha uma carga horária de estudo bastante alta, por causa do trabalho, o que certamente me ajudou a passar por essa fase sem grandes transtornos, mas cada pessoa é única e tem os seus próprios limites.