Aprovado no concurso PCPA no cargo de Investigador
Policial (Agente, Escrivão e Investigador)“Manter-se disciplinado é o segredo. Existem dias que você não terá cabeça, muito menos vontade de chegar perto de qualquer coisa relacionada ao estudo. Mas entender que aquilo é necessário para você chegar a uma finalidade, faz você ir lá e fazer. Com o tempo, se torna um hábito e você fará naturalmente sem demandar tanto esforço”
.
Confira nossa entrevista com Maycon Wendel Favacho De Oliveira, aprovado no concurso PCPA no cargo de Investigador:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Maycon Oliveira: Bom, me chamo Maycon, sou formado em direito, tenho 30 anos e sou de Macapá – Amapá.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial/Segurança Pública?
Maycon: Desde que iniciei a faculdade, meu sonho sempre foi um dia me tornar delegado de polícia. Então sempre visei às carreiras policiais e, depois de alguns anos advogando e atuando em outras áreas do direito, só me fez confirmar o que eu sempre quis. Por isso decidi começar pelas carreiras de entrada – em tese – (investigador/escrivão) e depois pretendo continuar a buscar meu cargo dos sonhos.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Maycon: Inicialmente eu trabalhava e estudava. Sempre deixava para estudar no final do dia, quando chegava em casa, sempre conseguia render mais à noite. Porém, na pandemia foi o período que dediquei o meu tempo integralmente aos estudos.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo?
Maycon: Já fui aprovado em três concursos, todos de carreiras policiais: PM-AP, PC-AP (agente de polícia) e agora PC-PA (investigador).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Maycon: É uma sensação única, que senti em pouquíssimos momentos em minha vida. Mas, sem dúvida alguma, o sentimento que se sobressai é o de dever cumprido. Lembrar-se dos dias de luta e dos finais de semana abdicados por aquela fração de segundo em que você vê seu nome na lista de aprovados é impagável. Tudo valeu a pena.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Maycon: Antes da pandemia eu diversificava, no pré-edital eu levava o estudo com menos rigorosidade – mas com bastante disciplina. Estudava em média de 2 a 4 horas líquidas por dia, nos finais de semana eu dava um gás, mas deixava o domingo para a família e tirava alguns sábados à noite para ver os amigos. Quando veio a pandemia tudo mudou, ficava literalmente o dia todo em casa e isso me ajudou a estudar mais (tive a sorte de poder estar, sei que muitos não tiveram a mesma possibilidade). Tentei maximizar meu estudo durante esse período, o que me rendeu bons frutos. Mas também foi um momento de muita dificuldade, em que tive que lidar com grandes perdas muito próximas. Foi difícil, mas era necessário parar e reajustar o psicológico. Foi uma época de muito autoconhecimento. Nessas horas o apoio da família é fundamental.
Estratégia: Como era seu local de estudos? Realizava em casa? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Maycon: Como disse, meu local de estudos era na minha casa. Ainda moro com minha mãe, que foi a peça fundamental para que tudo desse certo. Seu apoio, em todos os aspectos, foi de extrema importância. Além disso, também contava com o apoio incondicional de minha tia-madrinha que, de igual maneira, sempre me apoiou e deu suporte quando precisei. Ademais, também tive apoio de minha noiva que nos momentos difíceis era meu ombro amigo, conselheira e incentivadora. Sou muito grato a elas, sem elas não teria conseguido.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Maycon: Creio que sim, principalmente nesse momento de pandemia em que várias áreas estavam paradas. Desde que o concurso meio possua significativas matérias em comum com o concurso fim almejado, acho que vale muito a pena fazer outros e de outras áreas. Funciona bastante como teste também. Pois por mais que você tente simular o dia da prova nos simulados, na “hora H” a coisa é bem diferente.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Maycon: Aproximadamente 2 anos. Porém, como dito, já havia formação em direito, o que me ajudou bastante. A minha batalha mesmo era com matérias que não são da minha área de formação e que são a nova tendência da área policial (como Contabilidade, Estatística, Informática).
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Maycon: Pouco tempo sem edital. Menos de 3 meses. Depois que saiu o edital foi mais uma batalha. Isso porque houve muitas suspensões em alguns concursos que estava inscrito. Devido à pandemia, o edital se estendeu por quase um ano. O que deu tempo para estudar com edital aberto por longo tempo. Isso foi bom, mas também foi uma prova de fogo e paciência. Também teve seu lado ruim, com o edital aberto por tanto tempo todo mundo tem tempo para se preparar melhor, o que elevou bastante as notas de corte.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Maycon: Nas matérias que tenho afinidade, utilizava apenas PDF. Nas matérias exatas e as demais que não são de minha área de formação, realizava um primeiro estudo por videoaulas e, após isso, seguia para o PDF. Caso sentisse dificuldade, voltava às videoaulas nessas aulas pontuais.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Maycon: De início, procurei bastante como era a fórmula do sucesso de muitos aprovados. Acabei chegando à conclusão de que não existe (rs). Mas muitos deles e professores, aconselhavam a dividir as matérias em ciclos. Primeiro iniciei montando os ciclos de matérias densas (que chamam de núcleo-duro), que são as matérias sempre cobradas na maioria dos concursos (Direito Constitucional, Administrativo, Português, Raciocínio Lógico-matemático). Depois que estudava o PDF, realizava questões e seguia em frente. Nas revisões, testei o método do grifo. Porém o que me dei melhor foi com o caderno de questões. Sempre pegava todas as questões no fim do PDF e refazia como forma de revisão. As que errava, procurava encontrar o porquê. E caso fosse necessário, voltava na matéria.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Maycon: Com certeza. Creio que todo mundo tem seu calcanhar de Aquiles. Os meus eram as exatas e as matérias que não são de minha área de formação. (Contabilidade, Estatística, RLM, Informática). Eram as que eu dedicava mais tempo para estudar, pois nas provas que fiz elas possuíam grande peso (maior até que algumas matérias de direito, como, por exemplo, Direito Administrativo). E só tem um jeito de conseguir aprender e melhorar: estudando e resolvendo questões.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Maycon: Na reta final eu dei o gás que eu já não tinha (Rs_. Tentei diminuir todas as distrações e cancelei todos os compromissos marcados. De domingo a domingo eu só me dedicava ao estudo. Mas sempre tirava metade de um dia da semana de descanso (isso fazia eu manter a saúde mental, que faz parte da preparação). Na semana da prova e na véspera fui o mais intenso que consegui, tentava passar pela maior parte do conteúdo, para tentar guardar tudo que desse na memória de curto prazo. Passava principalmente pelos assuntos que tinha mais dificuldade e menor percentual de acerto.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Maycon: A minha preparação discursiva era fazendo redações. Pegava as aulas de temas do professor Rodolfo Graciolli, e os temas do PDF para ver e rever. Fazia uma ou duas na semana. E foi primordial para a minha aprovação. Vale a pena dedicar um tempo para elas. Acredite.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Maycon: Eu já tinha o costume de praticar exercícios. Então sempre tirava 30 minutos no dia para fazer uma corrida, sabia que não podia chegar totalmente fora de forma na etapa física. E também me ajudava bastante a manter a concentração nos estudos (oxigenar o cérebro). Era o momento que tirava para pensar no plano de estudo, o que eu poderia melhorar e no que eu estava errando. Sempre voltava com ótimas ideias.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Maycon: Acho que para acertar tudo, você precisa errar algumas coisas primeiro. Não existe a fórmula perfeita e nem o método perfeito. A gente vai adequando nas nossas peculiaridades. E é normal errar. Creio que o meu erro foi ficar muito tempo tentando melhorar em assuntos que poderia ter passado adiante. No planejamento do ciclo de estudos também acabei errando na quantidade de tempo dedicado a algumas matérias. Mas com o tempo fui ajustando. O ciclo de um mês pode não ser adequado no outro, por isso é bom sempre analisar individualmente.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Maycon: No início a motivação te leva sem precisar de muito. Mas com o passar do tempo, o mais importante é a disciplina. Se você for contar só com a motivação, eu sinto muito, pois acredito que é impossível se manter motivado durante toda a caminhada. Manter-se disciplinado é o segredo. Existem dias que você não terá cabeça, muito menos vontade de chegar perto de qualquer coisa relacionada ao estudo. Mas entender que aquilo é necessário para você chegar a uma finalidade, faz você ir lá e fazer. Com o tempo, se torna um hábito e você fará naturalmente sem demandar tanto esforço.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Maycon: Em primeiro lugar é a busca de um sonho. E, após isso, é a vontade de mudar. E eu sabia que isso só dependia unicamente de mim.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Maycon: Não ouse desistir de tudo o que você sonhou.