Mateus Marins Correa de Sá
“Desde criança, viaturas, fardamentos, sirenes, operações televisionadas e filmes policiais sempre fizeram meu coração bater mais forte. Com o passar do tempo, esse sentimento foi amadurecendo, criando raízes, se expandindo e intensificando, até não deixar espaço para mais nada. O sonho passava a ser um só: ser policial.”
Confira nossa entrevista com Mateus Marins Corrêa de Sá, aprovado no concurso PC MA, PC MT e PF para o cargo de Delegado:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você. Qual sua idade? De onde você é? É formado em que área?
Mateus Marins Correa de Sá: Tenho 26 anos, sou natural de Curitiba e formado em direito pelo Centro Universitário Curitiba.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Mateus: Já no primeiro período da faculdade de Direito, tive a oportunidade de estagiar com uma Juíza criminal excepcional. Exemplo de pessoa e magistrada, que me introduziu no mundo jurídico e me ensinou a dar os primeiros passos dentro do complexo sistema de justiça criminal. A partir daí, nos demais anos da faculdade, tive o privilégio de trabalhar com outros profissionais fora de série, tanto no MPPR como no TJPR. Pessoas incríveis, que me fizeram acreditar nas instituições e a flertar com o Ministério Público e a Magistratura até o último instante.
Ocorre que tenho um encantamento pela atividade policial, desde que me conheço por gente. Desde criança, viaturas, fardamentos, sirenes, operações televisionadas e filmes policiais sempre fizeram meu coração bater mais forte. Toda essa mística e romantismo que envolvem a atuação policial, tanto ostensiva como investigativa, sempre estiveram muito fortes dentro de mim. Com o passar do tempo, esse sentimento foi amadurecendo, criando raízes, se expandindo e intensificando, até não deixar espaço para mais nada. O sonho passava a ser um só: ser policial.
Como o cargo de Delegado de Polícia consegue equacionar estas duas frentes (jurídica e policial), esse passou a ser meu objetivo.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Mateus: Advogava, mas atuava em poucos processos. A prioridade absoluta eram os estudos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Mateus: Fui aprovado para Delegado de Polícia Civil do Maranhão, do Mato Grosso, e, por fim, Delegado de Polícia Federal.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Mateus: A sensação é indescritível, com todo o peso da palavra. Um misto de sentimentos de dever cumprido, alívio, alegria, euforia. Mas, principalmente, a certeza de que tudo valeu a pena.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Mateus: Tentava manter uma vida social razoável (claro, dentro do bom senso). Praticava atividades físicas diariamente e saía com os amigos pelo menos 1x na semana.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Mateus: Durante minha preparação para concursos, oscilei entre períodos namorando e solteiro, e consegui alcançar bons resultados de ambas as formas.
Minha família foi absolutamente imprescindível, não só para as minhas aprovações em concurso, como para todas as conquistas que obtive na vida, independente da área. Devo tudo a eles.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é e se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo).
Mateus: Acho válido optar por um concurso meio (e, em tese, menos difícil) apenas se há uma clara necessidade financeira. Isto é, se não for possível se manter de nenhuma forma enquanto estuda para o concurso que constitui seu objetivo maior.
Caso contrário, acredito ser melhor focar direto no concurso fim.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Mateus: Obtive a primeira aprovação com 2 anos de estudo e a última com cerca de 3 anos.
Estratégia: Durante a fase pré-edital, como fazia para manter a disciplina nos estudos?
Mateus: Essa fase é sempre muito tensa. Muita especulação e boatos em torno do edital, datas, número de vagas, matérias e etc. Mas não há fórmula mágica, tentava acordar todos os dias e dar o meu melhor. Acho que isso era o mais importante. Por mais que os estudos não estivessem rendendo, eu sabia que estava dando o meu máximo, estava sendo a melhor versão de mim naquele dia e isso bastava.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Mateus: Na formação da minha base (leia-se, no primeiro ano de estudo para concurso), gostava de assistir videoaulas e ir acompanhando no material de apoio do cursinho. Depois de formar uma boa base, os estudos passaram a alternar entre muitas questões, lei seca e doutrina.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Mateus: Através de outros amigos concurseiros. Gostava de utilizar as apostilas do Estratégia para estudar alguns assuntos específicos que só costumamos ficar sabendo após a publicação do edital. (ex: constituição estadual, leis orgânicas, regimentos internos, história do estado, etc).
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Mateus: No início da preparação, enquanto estava formando a base, estudava apenas uma matéria por dia. Depois passei para duas, e, ao final, estava estudando 3 matérias por dia.
Estudava 8h por dia, de segunda a sexta, e 6 horas no sábado, religiosamente. Não me importava muito com a forma como distribuía esse tempo de estudo a cada dia, contanto que totalizassem 46h ao fim da semana.
Nunca tive o hábito de fazer resumos, pois achava que a elaboração demandava muito tempo. Distribuía meu estudo de forma bem equilibrada entre exercícios, lei seca e doutrina.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Mateus: Julgo ser esse um ponto decisivo na preparação para concurso. É de suma importância saber identificar as deficiências para, então, aplicar a metodologia necessária de acordo com o nível em que se encontra na matéria. Não adianta ter 40% de acertos em uma disciplina e só ficar fazendo questões, por exemplo, esperando que isso fará esse número aumentar, porque não vai.
Sempre tive muita dificuldade com direito privado em geral. Na época em que já tinha uma média de 70% de acertos na maioria das matérias, em direito empresarial, por exemplo, essa média não passava de 50%. Então, parei de fazer questões da matéria e me dediquei um bom tempo apenas à doutrina. Li, grifei e resumi em ficha pautada o curso de direito empresarial inteiro do Prof. André Santos Cruz. Só então voltei a fazer questões acerca da matéria e pude perceber um nivelamento desta com as demais disciplinas.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Mateus: Sempre estudei o máximo que pude nas semanas que antecediam o certame. 10h, às vezes 12h por dia. Contudo, os estudos fluíam de forma natural. Nunca era algo “forçado”. Me deixava à vontade para estudar o que julgava mais importante, temas mais sensíveis e/ou polêmicos no momento.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Mateus: Confesso que não realizava nenhuma alteração substancial nos estudos. Dava um pouco mais de atenção à doutrina e assuntos com maior pertinência temática de acordo com o cargo, deixava um pouco de lado as questões objetivas, mas a essência continuava a mesma.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF? E para a prova oral?
Mateus: Como sempre fui aficionado por esportes e atividades físicas em geral, sempre encarei o TAF sem maiores dificuldades.
Quanto a prova oral, fiz o curso de oratória Rogéria Guida, localizado no RJ, por duas vezes (uma antes da prova oral da PJC/MT e outra para a PF).
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Mateus: Acho que meu maior erro foi ter levado tudo de forma muito rigorosa, inflexível, como se estivesse participando de uma competição. Isso gerou um estresse tremendo de forma desnecessária. Se pudesse repetir, faria tudo de forma mais leve, com mais paciência comigo mesmo e menos cobrança.
O maior acerto, ao meu ver, foi ter decidido muito cedo o que queria, e desde então passado a mover meus planos e ações em função disso.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Mateus: A rotina intensa. A longo prazo vai ficando bastante difícil. Contudo, desistir nunca foi uma opção.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Mateus: O trabalho em si. A possibilidade de poder contribuir para o bem comum e impactar diretamente a vida das pessoas, por si só, já era uma grande fonte de motivação.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Mateus: Fernando Pessoa já dizia: “Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa.”
Portanto, seja inteiro neste sonho. Se entregue de corpo e alma deste objetivo. No fim, tudo valerá à pena!