“Eu fiquei anos esperando por uma prova que não tinha previsão de sair, que há anos não era realizada e que parecia só uma promessa de governo, era muito difícil. Minha motivação foi a fé que todos tinham em mim, todo mundo tinha certeza de que era possível e eu acreditei nessas pessoas”

Confira nossa entrevista com Maria Eduarda Notarangeli Correa, aprovada em 2° lugar no concurso PCMS no cargo de Perito Criminal Oficial Área 4 (Engenharia Civil):

Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?

Maria Eduarda Notarangeli Correa: Sou de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, formada em Engenharia Civil no ano de 2016 e tenho 30 anos recém completados.

Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?

Maria Eduarda: Sonho. Durante a minha faculdade eu estagiei em um instituto de perícias extrajudiciais e tive a ‘certeza’ que era isso que eu queria.

Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?

Maria Eduarda: No começo sim. O que me ajudava muito a conciliar e manter uma rotina de preparação eram as cabines de estudo. Nos momentos em que eu estava por lá, o foco era todo voltado para as aulas e os livros. Eu sabia que se eu fosse para a casa eu faria tudo, menos estudar.

Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?

Maria Eduarda: O primeiro concurso na minha área de formação em que obtive aprovação foi para professor no IFMS. Logo em seguida, obtive aprovação, dentro das vagas, para Escrivão de polícia da PCMS. Um pouco depois fui aprovada na PCRS, no mesmo cargo.

Recentemente obtive aprovação no Depen, também dentro das vagas. E, por último, PCMS para Perito Criminal Oficial Área 4 (Engenharia Civil).

Como dito anteriormente, meu sonho sempre foi a perícia, eu sempre esperei por esse concurso (a última prova havia sido em 2013!) e quando finalmente saiu, eu sabia que eu teria só uma chance. Não digo que vou parar de estudar porque acredito que o estuo é inerente ao cargo, estarei sempre estudando!

Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?

Maria Eduarda: Eu me privei de muitas coisas. Muitas festas, viagens… Faz dois anos que minha família construiu uma piscina em casa, eu entrei nela pela primeira vez semana passada! Tinha dias específicos para ver os amigos e sempre demandava muito planejamento, horário para ir, para voltar, sem bebidas para conseguir estudar no outro dia.

Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?

Maria Eduarda: Não sou casada e não tenho filhos. Eu tive a sorte e ter tido uma rede e apoio maravilhosa nesses últimos 3 anos. Meu avô era concursado e ele era a minha maior referência e meu maior incentivador, mas ele morreu de Covid e não chegou a ver meu sonho virando realidade, mas ele sempre sonhou junto comigo.

Meus pais eram a maior torcida que eu tinha, me apoiaram financeiramente quando eu precisei e nunca questionaram as minhas ausências nos momentos de família.

Meu namorado, que não é da área, tomava matéria, me cedia o escritório quando eu precisava… com a Covid eu tive que sair das cabines de estudo e me isolar em casa e, com isso, enfrentava dificuldades com silêncio e com a rotina da família.

Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?

Maria Eduarda: Eu sempre estudei direcionada para esse cargo, o que acontecia era adaptações para novos editais, mas eu nunca desisti daquilo que eu queria. Eu sou a pessoa mais insuportável com disciplina: tenho hora para acordar, hora para almoçar, horário para treinar para TAF… Tentava ao máximo não sair o cronograma. Acordava todo dia às 5 da manhã, quando era 7 eu já estava estudando (e assim foi nos últimos anos). Meu dia era dividido por matéria, por metas… e ele só acabava quando todo o cronograma estava cumprido.

Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? (Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?)

Maria Eduarda: Eu descobri o meu método e estudo logo no início, uma vantagem em relação a muita gente que demora anos até entender o que dá certo. Eu funciono com papel e caneta. Assistia videoaulas do Estratégia e resumia tudo, tenho um fichamento que, para mim, vale uma fortuna aqui em casa (rsrs).

No finalzinho, eu passei a usar algumas doutrinas que eu pegava do meu amigo que estuda para magistratura. Eu sou de exatas e a forma que eu escolhi estudar Direito foi transformando o conteúdo em algo lógico, com esquemas e mnemônicos, como se fosse tudo uma enorme fórmula matemática…

Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?

Maria Eduarda: Eu já era aluna da Adriane Fauth, do Thallius, da Janaina e do Ranielison. No mesmo dia que foi anunciado que eles estavam no Estratégia eu nem pensei duas vezes, fui também! Já conhecia e gostava do material em PDF das aulas gratuitas e resumos de leis especiais que encontrava na internet, e eu tive a certeza de que com os meus professores, lá o cursinho ficaria ainda melhor.

Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?

Maria Eduarda: Como dito anteriormente, eu estudava em outro cursinho. Não tenho reclamações, pois os meus professores eram, e ainda são, os melhores que existiam no mercado. O que passou a me incomodar era a ‘administração’ do cursinho.

Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?

Maria Eduarda: Sim, meu primeiro concurso na área policial que eu obtive aprovação foi no cursinho anterior.

Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?

Maria Eduarda: A plataforma está sempre com aulas novas e com conteúdo sempre atualizado. Lembro que quando saiu o pacote anticrime, em poucos dias já tinha videoaula sobre o assunto. Mas, para mim, sem dúvidas, o maior diferencial do Estratégia é a equipe pedagógica!

Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)

Maria Eduarda: Meu dia era bem definido. No período da manhã eu fazia a preparação para o TAF e estudava uma matéria do grupo das ‘básicas’ (Português, RLM e Informática). De segunda a quart o período da tarde era dividido nas matérias de direito e quinta e sexta eu estudava o conteúdo específico de Engenharia Civil. Aos sábados eu usava a minha manhã para fazer atualizações, lendo jurisprudências e fazendo questões, e no período da tarde eu fazia simulados.

Eu nunca contei hora líquida de estudo, eu tinha metas diárias e se elas fossem cumpridas o estudo estava feito. Meu ciclo de estudos era 50 minutos de leitura para 10 minutos de descanso (ir ao banheiro, comer alguma coisa, responder alguém no celular…).

Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)

Maria Eduarda: Fichamento e questões.

Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?

Maria Eduarda: Atualmente eu tenho 37.096 questões resolvidas no site de questões, sem contar simulados e questões resolvidas em livros. É extremamente necessárias as resoluções, tanto para colocar em prática aquilo que você vem estudando, quanto para conhecer a sua banca e focar os estudos no que geralmente é cobrado.

Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?

Maria Eduarda: Direito Administrativo sempre foi muito complicado para mim, e esse mérito, de conseguir superar essa dificuldade, é do Thallius!

Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?

Maria Eduarda: Eu me isolei no escritório do meu namorado, com algumas folhas em branco, uma caneta, algumas fichas importantes, muito café e MUITA questão. Ficava lá de segunda a sexta e lembro que terminava o dia às oito da noite. No sábado eu não fiz absolutamente nada, e no domingo de manhã (a prova foi à tarde), eu li meu resumo de legislação institucional, pois era uma matéria que eu precisava de uma memória recente em alguns pontos.

Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?

Maria Eduarda: Como dito anteriormente, eu tive a sorte de descobrir meu método de estudo muito cedo e isso me ajudou muito. Mas sem dúvidas, o meu maior erro foi negligenciar a simulação de prova, depois que passei a focar nos simulados e a realizá-los como se fossem dias de prova (com horário cronometrado, local em silêncio, sem eletrônicos por perto…), o meu desempenho melhorou absurdamente.

Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?

Maria Eduarda: Sim, várias vezes. Eu fiquei anos esperando por uma prova que não tinha previsão de sair, que há anos não era realizada e que parecia só uma promessa de governo, era muito difícil. Minha motivação foi a fé que todos tinham em mim, todo mundo tinha certeza de que era possível e eu acreditei nessas pessoas.

Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Maria Eduarda: Parece clichê, mas a palavra é resiliência. Eu lembro que esse era o nome da primeira sala de cabine que eu estudei, no começo eu não fazia ideia da força que ela carregava. Se adaptar nas dificuldades, se adaptar aos estresses, ser forte após as derrotas (acredite, isso vai acontecer) e o mais importante, lembrar todo dia do porquê você começou!