Aprovada em 4° lugar para Analista Legislativo - Direito no concurso ALE TO
Concursos Públicos“Não desista, independentemente da realidade que se apresente agora para você. Pode não ser fácil, suas condições podem não ser as melhores, outras pessoas podem passar antes de você, mas não desista […]”
Confira nossa entrevista com Maria Eduarda Nazareno Aires, aprovada em 4° lugar no concurso ALE TO para o cargo de Analista Legislativo – Direito:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Maria Eduarda Nazareno Aires: Tenho 25 anos, sou natural do Distrito Federal e formada em Direito pela Universidade Federal do Tocantins – UFT.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Maria: Como muitos que partilham do mesmo caminho, o que mais me atraiu foi a possibilidade de ter uma vida estável e tranquila, sem as instabilidades do setor privado.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Maria: Sim, sempre trabalhei e estudei. Quando comecei a levar os estudos para concurso à sério, trabalhava em um escritório de advocacia como advogada. O ritmo era bem intenso: chegava cedo todos os dias e, muitas vezes, não tinha hora pra sair. Eu tentava manter um ritmo de no mínimo duas horas de estudo por dia, que encaixava no meu horário de almoço e à noite, após os treinos (uma coisa que me ajudou muito nesse percurso foram os exercícios físicos).
Depois de um período conturbado e quase um burnout, decidi que eu precisava priorizar os estudos de alguma forma (e também me priorizar, porque estava esgotada). Fiz um processo seletivo para residente jurídico do Ministério Público do Tocantins (estágio de pós-graduação) e passei. O salário era praticamente metade do que eu conseguia ganhar como advogada, mas era a chance de conseguir ter tempo e tranquilidade para me dedicar aos estudos. Por um tempo fiquei relutante, porque sempre ajudei com as despesas de casa, mas, graças ao apoio dos meus pais, tive o privilégio de poder pedir as contas do escritório e trabalhar como estagiária de pós-graduação, com uma carga horária de 6h diárias.
Detalhe, nesse meio tempo eu também fiz uma pós-graduação em Direito e Processo Administrativo, área que escolhi justamente em função dos concursos.
Como estagiária, minha vida era um pouco mais tranquila. Entrava no estágio às 12h e saía às 18h, então conseguia estudar pela manhã e à noite (sempre após os treinos).
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação?
Maria: Minha primeira aprovação foi aos 20 anos, ainda durante a faculdade, no concurso do IBGE, para Agente Censitário Operacional, no qual fui aprovada em 15º lugar (eram 15 vagas imediatas). Trabalhei no IBGE durante 2 anos e terminei minha faculdade de Direito nesse período, mas nunca parei de estudar, mesmo que não de forma rotineira. Depois de um hiato em provas, fui aprovada no concurso do Conselho Regional de Farmácia, em 5º lugar, e no Conselho Regional de Medicina, em 17º lugar, ambos para o cargo de advogado.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Maria: No começo, confesso que me isolava bastante e saía pouco. À medida que o tempo foi passando e as provas acontecendo, percebi que essa estratégia não era viável a longo prazo, então passei a tentar separar essas coisas e não negligenciar minha vida social / familiar.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira?
Maria: Minha família sempre me apoiou nos meus estudos e escolhas profissionais, desde criança. Nos estudos para concurso, isso só continuou. A maior forma de apoio foi quando eles me incentivaram a trocar o cargo de advogada em um escritório consolidado para o cargo de estagiária, mesmo sabendo que isso iria interferir na nossa renda mensal, só para que eu pudesse focar nos meus estudos.
Dos meus amigos, sempre tive muito suporte. Como boa parte deles também está na caminhada dos estudos para concursos, nos apoiamos mutuamente.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Maria: De estudo direcionado, apenas o pós-edital, que durou algo entre 4 e 5 meses. Tinha outras provas para conciliar nesse período, então tentei otimizar o meu tempo o máximo possível. Para manter a disciplina e ter uma noção de tempo de estudo, usava o método pomodoro e tentava conciliar os estudos com outros tipos de leitura, para descansar a mente.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Maria: Sempre dei preferência aos PDFs, especialmente pela rapidez da leitura, possibilidade de grifar e rapidez para revisar. Contudo, em situações pontuais, as videoaulas eram muito necessárias. Gostava de estudar por videoaulas para entender assuntos sobre os quais não tinha um bom domínio, ou até mesmo quando a mente cansava de tanta leitura.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Maria: Conheci na época da faculdade de Direito. Desde aquela época tive contato com colegas que estudavam para concursos e o cursinho sempre foi bastante popular.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos?
Maria: Sim, já testei outras plataformas. Acredito que a qualidade dos PDFs era o que mais me incomodava. Como sempre priorizei o estudo pela leitura, me sentia frustrada quando me deparava com PDFs longos e desorganizados, que mais pareciam doutrinas.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovada?
Maria: Sim, fiz, mas era um concurso para carreiras jurídicas, não estava estudando com foco para passar nele, apenas para testar os meus conhecimentos. E não, não fui aprovada.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Maria: Sim, senti bastante. Acredito que me tornei uma concurseira mais consciente e direcionada. A objetividade dos materiais da plataforma me ajudou bastante.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Maria: Eu usava bastante as trilhas estratégicas, mas tentava adaptá-las para a minha realidade. Eu tinha algo entre 2h e 3h horas líquidas diárias para estudar, então tentava estudar entre 2 a 3 disciplinas por dia. Às vezes conseguia, às vezes não, mas o importante era definir o objetivo.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Maria: Questões da banca. No pós-edital da ALETO, tentei resolver o máximo de questões da FGV possível, mesmo sobre os assuntos com os quais tinha pouca ou nenhuma afinidade. Conhecer o estilo da banca definitivamente me ajudou bastante.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Maria: Sem sombra de dúvidas, a resolução de exercícios foi a parte mais importante da minha preparação. Não consigo mensurar a quantidade específica para o concurso da ALETO, mas no meu painel de questões, desde que o zerei pela última (há mais ou menos 1 ano) até a última vez que estudei (abril, pouco antes da prova) tem mais ou menos umas 7 mil questões contabilizadas. Isso sem contar aquelas resolvidas nos próprios PDFs, que não são contabilizadas.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Maria: Passei sufoco com disciplinas que não tinham relação com a minha área de formação, como raciocínio lógico. O restante, apesar de assustar pelo volume, era mais tranquilo de estudar.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Maria: Durante a semana pré-prova tentei manter uma rotina mais tranquila, voltada às revisões direcionadas à banca. No dia que antecedeu a prova, priorizei o descanso, mas tirei 1h para revisar a legislação institucional.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Maria: Acredito que errei muito ao pensar demais em como eu estava estudando e não tanto no que eu estava estudando. Achava que estava ficando para trás em relação a outros concurseiros por não usar o método X ou não pagar a plataforma Y. Ou, ainda, por não conseguir alcançar Z horas líquidas de estudo. No fim das contas, estudo é algo muito subjetivo e cada um precisa aprender aquilo que funciona melhor para si próprio. O pior erro é se comparar com outras pessoas. Primeiro, cada um aprende de forma diferente, não existe método milagroso. Segundo, as realidades de vida de cada concurseiro são únicas. Sempre somos nós contra nós mesmos e não contra outra pessoa.
Por outro lado, acredito que acertei em dar preferência a métodos “preguiçosos” de estudo, como ir direto para as questões ao invés de antes ler toda a teoria. Infelizmente, nessa caminhada aprendemos por bem ou por mal que concurso não é questão de inteligência ou capacidade, mas sim de técnica e estratégia.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Maria: Sim, em momentos de pressão é normal que esse pensamento cruze a nossa mente, mas nada que umas horas de descanso ou uma boa noite de sono não resolva. Apesar da necessidade de manter a disciplina, é muito importante que saibamos ouvir o nosso corpo.
Além do suporte da família e amigos, algo que me motivou bastante foi lembrar de tudo que abdiquei em prol desse projeto. Sempre tentei prosseguir com o pensamento de que não seria uma questão de “se vou ou não conseguir”, mas sim de “quando irei conseguir”.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Maria: Não desista, independentemente da realidade que se apresente agora para você. Pode não ser fácil, suas condições podem não ser as melhores, outras pessoas podem passar antes de você, mas não desista.
Além disso, fuja de quem não te apoie, de quem te compara com os outros, de quem diminua as suas conquistas. Ainda que a nossa mente tenha um papel crucial, o ambiente que nos cerca também tem sua parcela de importância.