“Não desista! Nem sempre você terá bons resultados na primeira tentativa. Com o tempo, você vai acumulando conhecimento e a cada nova tentativa você terá mais segurança. […]”

Confira a nossa entrevista com Márcia Maria Moraes Silva, aprovada em 1° lugar (CR) no concurso MP-AM para o cargo de Agente Técnico – Especialidade Assistente Social:

Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?

Márcia Maria Moraes Silva: O meu nome é Márcia Maria Moraes Silva, tenho 43 anos e sou natural de Vargem grande/MA. Ainda adolescente, vim morar em Manaus/AM, pois meus pais, mesmo não tendo concluído o Ensino Fundamental, nunca mediram esforços para que seus seis filhos tivessem acesso à educação. Diante do cenário na minha cidade natal, que possui um dos piores IDHs do Brasil, eles acharam melhor que eu e mais dois irmãos viéssemos para Manaus. O objetivo era estudarmos e ingressarmos em uma Universidade pública e, graças a Deus, deu certo. Formei-me em Serviço Social pela Universidade Federal do Amazonas, em 2003. Continuei a minha jornada acadêmica com uma especialização e, posteriormente, um mestrado. Sempre fui apaixonada pela educação e sou a prova que ela pode mudar a história de uma pessoa. Nessa trajetória, lecionei por alguns anos na graduação e na pós-graduação. Esse período em que lecionei me ajudou a continuar estudando e a me manter atualizada.

Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?

Márcia Maria: Decidi estudar para concursos quando tinha 21 anos. Na época, estava no estágio curricular obrigatório e percebi o quanto a estabilidade era importante. Sendo assim, comecei a prestar concursos ainda na faculdade, tanto que, quando concluí o curso, já havia sido aprovada em dois concursos: Manaus Energia – Empresa do Grupo Eletrobras e Tribunal de Justiça do Amazonas. Fui nomeada pela Eletrobras somente em 2006, empresa na qual passei 14 anos.

Enquanto corria o processo de preparação para a privatização, voltei a estudar para concursos e obtive algumas aprovações, tendo sido nomeada em dois concursos antes da conclusão da privatização (EBSERH e SES). Não assumi o cargo na EBSERH, pois havia conflito de horários com a Eletrobras. Preferi aguardar a convocação da Secretaria Estadual de Saúde, que ocorreu em 2016. Na SES, tinha a certeza que “estava passando apenas uma chuva” e continuei estudando. Mesmo trabalhando 12 horas por dia, consegui ser aprovada no concurso da Defensoria Pública do Estado do Amazonas, sendo nomeada em 2021, onde permaneço até hoje.

Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava? 

Márcia Maria: Sim, sempre estudei conciliando com um ou até mesmo dois empregos e isso nunca atrapalhou. Na preparação para o último concurso, eu trabalhava até às 14h e, às 15h, já iniciava a rotina de estudo. Dedicava-me, no mínimo, seis horas diárias.

Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?

Márcia Maria: Fui aprovada e nomeada algumas vezes, nunca deixei de estudar para concurso.

Concursos em que fui nomeada: 

Manaus Energia – Empresa do Grupo Eletrobras – 2 º Lugar 2006;

Tribunal de Justiça do Amazonas – 4º lugar (2007) – Analista Judiciário (Serviço Social);

Secretaria Estadual de Saúde-28º (2016) – Assistente Social;

Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH – 6º lugar (2016) – Assistente Social;

Defensoria Pública do Estado do Amazonas -3º lugar (2018) – Analista Social de Defensoria – Serviço Social;

Tribunal de Justiça de São Paulo – Assistente Social Judiciário -Capital  -26 º lugar (2023);

Concursos aprovada: 

Secretaria Municipal de Saúde – SEMSA – Assistente Social – 42º lugar (2022);

Tribunal Regional do Trabalho 11ª Região – Analista Judiciário – Área de  apoio – Esp Serviço Social –  (2024) – 6º lugar;

Ministério Público do Amazonas – Agente Técnico–Especialidade Assistente Social (2024) – 1º lugar;

Pretendo continuar estudando, estou aguardando o concurso do Ministério Público da União.

Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?

Márcia Maria: Às vezes, é necessário fazer sacrifícios e, por isso, precisei reduzir os meus  compromissos sociais. No entanto, nunca deixei a minha vida social 100% de lado. É fundamental respirar e encontrar o equilíbrio. Inclusive, a fé sempre foi muito importante para mim. Por exemplo, na Reta Final da preparação, enquanto muitas pessoas não fazem mais nada além de estudar, eu fazia questão de participar dos cultos da minha igreja. 

Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma? 

Márcia Maria: Sempre tive muito apoio e considero isso fundamental. As minhas amigas mais próximas, sabiam que eu estava focada, então nem insistiam para que eu comparecesse a eventos, entre outros compromissos. Já a minha família, apesar de querer a minha companhia, compreendeu o momento e me ajudou nas tarefas para que eu tivesse mais tempo para me dedicar aos estudos. Meu noivo, por exemplo, era responsável por imprimir e encadernar os PDFs e chegou a me presentear com assinaturas de sites de questões. 

Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?

Márcia Maria: Só consegui começar a estudar após a publicação do edital. No meu caso, foram apenas 30 dias, pois eu estava focada nos estudos para o concurso do TRT11. No entanto, consegui manter a disciplina porque, desde o início, estabeleci uma rotina de estudos com metas diárias. Cada vez que eu avançava, sentia-me motivada a continuar.

Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?

Márcia Maria: É importante lembrar que, com tempo, a gente acaba criando um método de estudo próprio para concursos e, aos poucos, vai aprimorando. Vamos descobrindo o que funciona melhor. No meu caso, especificamente, não gosto de aulas presenciais, pois acho que perdemos muito tempo com deslocamento. A última vez que usei livros foi para o concurso do TJSP, pois a banca costuma cobrar conteúdo direcionado, mas no geral uso videoaulas, faço questões e os PDFs.

No início, até frequentava aulas presenciais, mas isso há muito tempo. Depois que conheci preparatórios como o do Estratégia, nunca mais fui a uma aula presencial. A facilidade de poder estudar no horário que tenho disponibilidade me deu liberdade e a desculpa que não ter horário para estudar, acabou. Porém, é preciso saber se organizar, caso contrário, a gente se perde nas videoaulas e não consegue estudar o conteúdo do edital. Por isso, dependendo da matéria, eu lia somente os PDFs ou fazia somente questões para revisar. Nas disciplinas em que não tenho domínio ou nunca estudei, assistia as videoaulas, especialmente nas de legislação específica. É fundamental conhecer as suas deficiências e habilidades para estabelecer um método de estudo eficaz.

Para mim, uma das maiores vantagens são as videoaulas. Ás vezes, eu assistia duas até três vezes a mesma aula, colocava na velocidade 2.5x para otimizar o tempo. 

Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos? 

Márcia Maria: Conheci o Estratégia em um grupo de concurseiros que sempre elogiavam as aulas e a qualidade do material em PDF. 

Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?

Márcia Maria: Sim, já usei materiais de vários outros preparatórios, mas uma das coisas que mais me irritava, era a qualidade dos professores. Inclusive, cheguei a fazer reclamações do conteúdo apresentado por alguns deles, pois havia professores que simplesmente só liam o conteúdo e não eram capazes de direcionar o que a banca costuma cobrar. Isso aconteceu principalmente em conteúdos específicos do serviço social. Outra questão, eram os conteúdos desatualizados, que eram apenas incluídas como parte da ementa cobrada no concurso, enquanto os professores comentavam questões de outras bancas. Para mim, isso é perder tempo.

Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?

Márcia Maria: Tive aprovações, mas não com resultados tão bons. Sei que isso depende de uma série de fatores, mas a confiança no material é muito importante. É importante ressaltar que nem tudo é 100%, então procurei materiais de outros preparatórios como apoio para algumas disciplinas, quando não conseguia entender direito ou achava que estava faltando algum conteúdo do edital, entre outros motivos. 

Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?

Márcia Maria: A maior diferença é no direcionamento dado tanto nos PFDs quanto nas videoaulas. Otimizar o tempo é o objetivo de todo concurseiro, então um material enxuto e direcionado, faz toda a diferença.

Estratégia: Como montou seu plano de estudos?

Márcia Maria: Para o concurso do MP-AM, eu vinha estudando uma média de 6 horas líquidas por dia, exceto aos sábados e domingos. Com o tempo, você percebe que não adianta ficar 10, 12 horas estudando, porque o rendimento cai e você não consegue absorver o conteúdo. Ou seja, a qualidade do estudo tem muito mais impacto no resultado final, do que a quantidade de horas estudadas.

Estratégia: Como fazia suas revisões?

Márcia Maria: Fazia as minhas revisões resolvendo questões, estabelecendo uma meta diária. Isso me ajudou muito a fixar o conteúdo e a entender como a banca cobra.

Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?

Márcia Maria: A resolução de questões é a principal forma de passar em concurso. Você precisa treinar, não há como você se direcionar somente pelo edital, pois perde-se muito tempo se você não entende o que e como a banca costuma cobrar. Acredito que já tenho feito mais de 10 mil questões. Para os dois últimos concursos, fiz 2 mil questões só de específica (serviço social).

Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?

Márcia Maria: O meu grande erro na maioria dos concursos, foi dedicar a maior parte do tempo da preparação, aos conteúdos específicos da minha área, passando a maior parte do tempo nela e relegando as demais disciplinas em segundo plano. Eu tinha a crença de que o peso da prova específica me aprovaria, mas com o tempo, percebi que o que me tirava dos primeiros lugares, não era o conteúdo de específica e, sim, o de conhecimentos gerais. A legislação era o meu tormento. Para reverter isso, comecei a me dedicar mais ao estudo das legislações: fazia quadros mnemônicos, resumos, lia os PDFs, fazia questões e, assistia videoaulas. O Tiago Zanolla era um dos que escutava repetidamente.

Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?

Márcia Maria: Na semana anterior à prova, geralmente, bate aquela insegurança, mas aproveito para revisar conteúdos que são mais específicos do órgão e aproveito também para continuar resolvendo questões.

Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?

Márcia Maria: O meu principal erro era não me preparar adequadamente para todas as disciplinas, sempre negligenciava uma ou duas. O meu principal acerto hoje, é a organização da rotina de estudos e, claro, o controle emocional.

Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?

Márcia Maria: Na verdade, nunca pensei em desistir. Lógico que, quando temos um resultado ruim, ficamos tristes, mas sou consciente e autocrítica para entender que: o que depende de mim, eu preciso fazer. 

Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Márcia Maria: Não desista! Nem sempre você terá bons resultados na primeira tentativa. Com o tempo, você vai acumulando conhecimento e, a cada nova tentativa, você terá mais segurança. Não se deixe influenciar pelos comentários negativos de familiares, amigos. Não perca o foco, tenha definido aquilo que você quer, porque a sua hora chegará.