Aprovado no concurso IDAF AC
“A sensação é de tirar uma tonelada das costas. A gente começa a lembrar tudo o que passou, as sucessivas falhas até alcançar o objetivo. Um plano de longo prazo que finalmente deu certo. No caso do IDAF/AC foi mais especial ainda, pois no final da minha graduação estagiei na Instituição e gostei muito do ambiente de trabalho, vi que era aquilo mesmo que eu queria”
Confira nossa entrevista escrita com Marcelo Machado, aprovado no concurso IDAF AC:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Marcelo Machado: Sou natural de Rio Branco – AC, tenho 29 anos e sou Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal do Acre.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Marcelo: Mesmo antes de me formar, busquei emprego na minha área e vi que o mercado de trabalho local era relativamente escasso e a remuneração muitas vezes não era atrativa. Fiz algumas entrevistas para trainee, algumas até bem sucedidas, porém sempre selecionavam candidatos mais próximos dos grandes centros. Com isso, acabei desanimando com a iniciativa privada e buscando outras oportunidades em concursos públicos, onde vi maiores possibilidades.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Marcelo: Quando eu realmente decidi que queria meu cargo público, em meados de 2014, estava concluindo a graduação, mas dava os primeiros passos nos estudos para concurso. Como entrei na pós-graduação no ano seguinte, precisei conciliar a pós com os estudos para concurso, que não foi fácil no primeiro momento. Quando voltei a trabalhar, precisei reduzir a carga horária de estudo pra adequar à rotina.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Marcelo: Como disse anteriormente, em 2014 foi quando realmente tomei consciência de que queria ser servidor público. Nesse ano, fiz o Concurso da CONAB, no qual fiquei no CR, na 10ª posição. Desde então, prestei mais de 15 certames, a maioria apenas figurando na lista, mas acredito que os principais foram: Banco da Amazônia S/A em 2018, onde trabalho atualmente (Bancário/Nacional, 212º); Prefeitura Municipal de Vilhena/RO em 2019 (Fiscal de Vigilância Sanitária – 9º) e IDAF/AC 2020 (Engenheiro Agrônomo/Rio Branco,1º).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados(as)?
Marcelo: A sensação é de tirar uma tonelada das costas. A gente começa a lembrar tudo o que passou, as sucessivas falhas até alcançar o objetivo. Um plano de longo prazo que finalmente deu certo. No caso do IDAF/AC foi mais especial ainda, pois no final da minha graduação estagiei na Instituição e gostei muito do ambiente de trabalho, vi que era aquilo mesmo que eu queria.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Marcelo: Posso dizer que era meio termo. Sempre mantinha contato com amigos e familiares, e quando podia, saia para me distrair um pouco. Seja cinema, jantar fora, churrasco na casa de amigo e etc., no entanto, com moderação. Quando focava em estudar, raramente eu me dispersava.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Marcelo: Sou casado e tenho 2 filhos, Miguel e Manuela. Graças a Deus sempre tive o apoio de minha família, mesmo nos momentos mais difíceis e nas incertezas que essa vida de concurseiro traz.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Marcelo: Creio que isso seja relativo. Mesmo o concurseiro tendo um objetivo principal, dependendo da situação financeira, psicológica e etc., é necessário pôr na balança e avaliar se vale a pena prestar outros concursos “menores”. É claro, não é muito recomendável sempre fazer concursos de áreas muito diferentes, em que as disciplinas variam, mas se as matérias convergirem, não vejo problema. Estou muito satisfeito com minha aprovação no IDAF/AC (ficarei ainda mais quando tomar posse), porém ainda avalio a possibilidade de estudar para a carreira de Auditor Fiscal Agropecuário Federal.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Marcelo: O tempo de preparação pra esse concurso eu contabilizo da seguinte forma: os anos na faculdade de Agronomia, que certamente foram cruciais para minha aprovação; mais 4 meses de estudos (2 antes do edital, 2 pós-edital), sendo que apenas revisei as disciplinas que já havia estudado na graduação, e foquei em outras que não eram meu forte, em especial as básicas que muitas vezes negligenciei, assim como a legislação fitossanitária.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Marcelo: Estudei pouco mais de 2 meses sem ter um edital publicado, apesar de já ter uma certa bagagem de estudo na área. A disciplina vem com a necessidade, a vontade. Dificilmente alguém fica disciplinado em algo que não quer de verdade.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Marcelo: Em 2017, quando estava me preparando para o Concurso da Polícia Civil/AC, tive meu primeiro contato com a área do Direito, e naturalmente tive certa dificuldade. Procurando videoaulas no YouTube, encontrei muitas aulas, tanto gravadas quanto ao vivo. Não me saí tão bem, pois estudei pouco e não tinha adquirido material pro certame, mas foi aí que comecei a compreender os assuntos com maior eficiência, pela excelente didática dos professores do Estratégia e a forma de expor os conteúdos.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Marcelo: Usei PDFs e alguns livros que tenho da época da graduação. Para matérias que tenho um pouco mais de dificuldade, como Língua Portuguesa e Raciocínio Lógico, estudei por videoaulas também. Prefiro a leitura do conteúdo, pois é o que sempre funcionou para mim, apesar das videoaulas também serem muito importantes.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Marcelo: Primeiramente, eu faço uma breve análise do edital, separo os assuntos que tenho certo domínio, outros nem tanto, e outros que nunca ouvi falar. Verticalizo o edital e faço alguns “chutes conscientes” nos assuntos que tem alta/baixa/nenhuma probabilidade de aparecerem na prova (conforme histórico da banca). Com isso, você elimina alguns assuntos de maior dificuldade e com baixíssima chance de aparecer na prova. Importante salientar que fazendo isso, você enxuga bem o edital e deixa ele um pouco mais tangível, pois dependendo do concurso é humanamente impossível cobrir todos os tópicos do edital. Porém, para isso é interessante conhecer bem a banca, e eu já estava no 3º concurso seguido da mesma banca, além de ter estudado provas anteriores e analisado o estilo de questão e os assuntos cobrados para o mesmo cargo que prestei. Por exemplo: Vi que a banca cobrava mais a lei seca do que teoria, fazendo com que eu estudasse mais a legislação. Depois, eu faço um plano de estudo, com 2 matérias por dia, colocando 2 h/matéria, separando sempre os minutos finais para uma bateria de exercícios, entre 15 a 20 questões. No final de semana, eu revisava o assunto que era estudado durante a semana e aumentava a carga de exercícios. Dependendo do dia, estudava entre 4 e 6 horas. Nem sempre conseguia executar o programado, por um motivo ou outro, mas tentava compensar no dia seguinte.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Marcelo: Falando em específico do concurso do IDAF/AC, sem dúvida a Legislação. Tive que ler, reler, interpretar, fazer dezenas de exercícios (alguns criados por mim), para conseguir absorver as leis que tratam da defesa fitossanitária e relativos. Raciocínio lógico também tem sua parcela de dificuldade. Falando em Direito (quando ainda estudava), uma das disciplinas mais complicadas que encontrei foi Processo Civil. Certamente continuo passando longe dela.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Marcelo: Sempre que o dia de prova de um certame se aproxima, fico bastante ansioso, mais ainda nesse concurso. Na semana antes da prova, estava saturado das revisões e passei praticamente a apenas resolver questões. Na véspera, eu revisei boa parte do conteúdo durante o dia e apenas descansei à noite, pois queria estar bem disposto para fazer a prova. Mesmo assim, fiquei com uma leve insônia devido à ansiedade, mas deu pra fazer a prova tranquilamente.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Marcelo: Durante os anos de estudo no Ensino Médio e faculdade, sempre tive bons professores de Língua Portuguesa. Gosto muito de escrever e a pós-graduação ajuda muito a melhorar a escrita técnica e científica, de forma que facilita o desenvolvimento do assunto a ser abordado no tema. Particularmente, estudei pouco, apenas revisei algumas regras de redação, dicas e etc. O diferencial foi a leitura, a atualização de alguns tópicos que eu tinha estudado no passado. O tema da redação também favoreceu. Aconselho a observar os critérios de avaliação da banca e seguir exatamente o que está descrito, treinar muito a escrita e, principalmente, estudar, ler e se atualizar sobre um possível tema da redação.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Marcelo: Deveria ter começado a estudar para esse concurso do IDAF/AC muito antes. Como já estava trabalhando e sempre tinha uma coisa ou outra pra resolver, fui protelando até que chegou uma hora que não podia mais esperar, tive que iniciar os estudos. Acredito que errei também ao não dar o devido valor para a teoria específica da área, a qual apenas revisei e fiz poucos exercícios. Como acertos, apostei que a banca iria centrar na legislação e me dediquei mais nesse tema.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Marcelo: Como raramente apareciam concursos na minha área de formação, comecei a migrar para a área jurídica, vendo pela primeira vez diversos ramos que eu não fazia ideia que existiam. Meu auge da preparação foi em 2019, quando estudei como nunca para o concurso de técnico judiciário do TJ/AM. Fui fazer a prova muito confiante, mesmo sabendo que não seria fácil, porém sai desolado do local de prova. Fiquei tão frustrado, que pensei seriamente em parar e desistir de concurso público. Me senti incapaz, achei que concurso não era pra mim. Foi o mais próximo que cheguei da desistência. Fiquei pelo menos 4 meses parado. Depois que digeri essa reprovação, botei na cabeça que era só mais uma e que precisava seguir em frente, pois já era tarde para voltar atrás. Como dizem por aí, já tinha queimado os navios.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Marcelo: A estabilidade financeira que um cargo público pode oferecer. É claro que isso leva a outros desdobramentos, como prover melhor qualidade de vida para a família, realizar sonhos que antes estavam fora de alcance, fazer uma reserva para a aposentadoria, etc.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar onde você chegou!
Marcelo: Bom, primeiro de tudo, não se abalar com reprovações ou se frustrar com pequenas derrotas diárias. Se o dia não rendeu, o outro renderá. Também não se impressionar com a concorrência, pois há um abismo entre o mero candidato inscrito e o real concorrente. Levar o estudo a sério pois de nada adianta ter o melhor material, preparar o melhor programa de estudo, ter o melhor lugar para estudar e não seguir à risca o que foi planejado. É muito improvável que alguém passe em concurso público ou qualquer tipo de processo seletivo sem disciplina, foco, paciência e persistência. Poucas coisas na vida vêm sem seu devido esforço, portanto é melhor passar alguns meses (ou anos) “sofrendo” estudando, que passar o resto da vida insatisfeito num trabalho que paga pouco e muitas vezes, desprazeroso. O concurso público também não termina na homologação do resultado, a luta continua até a posse, bem como no efetivo exercício do cargo.