Aprovado em 1° lugar no concurso Prefeitura de São Paulo para o cargo de Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental
Concursos Públicos“Diria que é muito importante buscar conhecer a si próprio ao longo da preparação. Cada um possui uma forma específica de estudar, que funciona melhor em sua rotina e para seu perfil. Creio ser essencial testar diversos métodos de estudo e ir avaliando se está funcionando ou não […]”
Confira nossa entrevista com Luiz Marcelo Michelon Zardo, aprovado em 1° lugar no concurso Prefeitura de São Paulo para o cargo de Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Luiz Marcelo Michelon Zardo: Olá! Tenho 25 anos, sou natural de Joaçaba, no interior de SC, mas há algum tempo resido em Porto Alegre. Sou graduado em Relações Internacionais pela UFRGS e fiz mestrado na mesma área na Suíça. Atualmente curso doutorado em Estudos Estratégicos Internacionais, também na UFRGS.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Luiz: A minha formação é bastante voltada a estudos políticos e sobre o Estado, então sempre tive a intenção de ser servidor público. Além disso, o biênio 2023-2024 trouxe uma combinação sem precedentes de concursos na área de políticas públicas e gestão governamental. Por ser uma oportunidade ímpar, decidi começar a estudar e prestar esses certames, muitos dos quais ocorreram depois de uma temporada muito longa sem editais.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Luiz: Não trabalhava, porém cursava doutorado, o que impedia que eu me dedicasse exclusivamente à preparação. Busquei delimitar horários específicos para cada uma dessas atividades. Também aluguei uma cabine em uma sala de estudos para me concentrar melhor e separar os estudos para o doutorado daqueles para os concursos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Luiz: Fui aprovado no concurso para APPGG da Prefeitura de São Paulo, em primeiro lugar, e também no concurso para técnico de planejamento e pesquisa (TPP) do Ipea, tendo obtido a nona colocação (AC) na área em que prestei. Como o Ipea era a minha prioridade, não pretendo continuar estudando.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Luiz: Como eu tinha de conciliar a preparação com o doutorado, além de ter começado a estudar com pouca antecedência (algumas semanas antes do edital, no caso de APPGG, e apenas no pós-edital, no caso do Ipea), acabei restringindo um pouco os eventos sociais. Mas é importante ressaltar que, embora em menor ritmo, mantive momentos regulares de folga e lazer. Busquei encontrar um ponto de equilíbrio.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Luiz: Eu morava sozinho à época da preparação, mas todos foram muito compreensivos e flexíveis – tanto com minha escassez de tempo quanto com as inseguranças que tive ao longo do processo.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Luiz: Para o concurso de APPGG, iniciei os estudos há cerca de três meses e meio antes da primeira fase, de modo que, na data de realização da segunda etapa, eu já tinha mais ou menos seis meses de preparação. Para o certame do Ipea, mantive um estudo focado por cerca de dois meses; contudo, acho importante ressaltar que é uma prova com um formato bastante peculiar, então arrisco dizer que minha formação acadêmica prévia acabou sendo mais determinante que o estudo direcionado para a prova.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Luiz: Usei sobretudo cursos em PDF e exercícios. Recorri a videoaulas em casos específicos, principalmente em matérias mais quantitativas nas quais eu encontrava maior dificuldade. Especificamente para o concurso do Ipea, que tem um formato mais acadêmico, também usei alguns livros e artigos científicos.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Luiz: Conheci o Estratégia pela internet e também recebi recomendações de amigos e colegas.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Luiz: Acredito que os materiais do Estratégia foram muito importantes em minha aprovação para APPGG. Em primeiro lugar, porque são bastante completos, o que faz muita diferença na hora de questões mais detalhistas, algo bem comum para bancas de perfil conteudista. Os PDFs eram de excelente qualidade, tanto na primeira leitura quanto nos momentos de revisão. Gostei muito do fato de oferecerem a versão completa e também a simplificada do material, já que frequentemente preferia o PDF maior no primeiro contato com o conteúdo e o reduzido para realizar releituras e revisões. Embora eu tenha recorrido mais ao material escrito, as videoaulas também eram muito boas, e os professores bastante didáticos.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Luiz: Confesso que não montei um plano de estudos, o que pode ter sido um dos grandes erros da minha preparação. Meu estudo era bem caótico, e não raro eu acabava decidindo o que estudar e como na hora mesmo… Devido ao doutorado, meus horários eram bastante variáveis conforme o dia da semana, e confesso que evitava monitorar meu ritmo de estudos segundo o número de horas líquidas. Eu avaliava a minha evolução pelo número de assuntos do edital estudados e pela quantidade de questões realizadas – além do percentual de acertos, claro.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Luiz: No caso do concurso de APPGG, antes da prova objetiva, revisava sobretudo através da resolução de exercícios, mas também fazia revisões teóricas de forma habitual (principalmente por meio de releitura de tópicos sublinhados). Para a prova discursiva, fiz alguns simulados e também elaborei alguns resumos compilando informações cuja memorização poderia se fazer útil na redação das respostas. Na prova do Ipea, que é mais específica e para a qual havia um banco de questões mais diminuto, foquei em revisões teóricas através da releitura de diversos materiais de estudo.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Luiz: Extremamente importante, diria que foi o elemento mais determinante em meu estudo para APPGG. No pós-edital, cheguei a fazer mais de cem questões por dia, sempre com um foco na banca do meu certame.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Luiz: Tive bastante dificuldade com as disciplinas de TI, pois era uma realidade muito distante da minha, comecei totalmente do zero… O início foi bem desafiador, e eu me perdia com frequência. Infelizmente não há mágica para superar essa “trava”: tive de dedicar a TI proporcionalmente mais tempo que às outras disciplinas, com muita releitura e prática de exercícios para fixação. Além disso, buscava assistir às aulas gravadas nos tópicos em que o conteúdo do PDF “não entrava na cabeça” de jeito nenhum.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Luiz: Nos últimos dias antes da prova, busco diminuir o ritmo, focando em rever algumas questões em que encontrei dificuldade e também em fazer uma revisão teórica rápida das matérias mais complicadas. Tento encontrar um ponto de equilíbrio entre não estudar (que gera uma sensação de culpa por estar parado) e estudar demais (que acirra o estresse e a ansiedade, além de causar exaustão física e mental).
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Luiz: Assim como para as provas objetivas, praticar é essencial. Busquei resolver simulados e provas antigas, o que foi indispensável sobretudo para a redação. Também fiz revisões teóricas, focando em informações relacionadas a temas que eu considerava “quentes” ou “candidatos a cair”.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Luiz: Creio que meu grande acerto foi ter praticado bastante, já que resolvi muitos exercícios ao longo de toda a preparação. Isso é indispensável tanto para adquirir familiaridade com o estilo de cada banca mas também para antecipar os tópicos cuja cobrança é mais provável – e como ela pode ocorrer. Meu maior erro foi a falta de organização ao longo dos estudos, já que não mantive um cronograma ou escala por tópico e disciplina, o que acabou prejudicando a constância/regularidade de minha preparação.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Luiz: Não pensei em desistir. Buscava controlar a ansiedade e manter o otimismo pensando na preparação como um processo longo e gradual, que inevitavelmente demanda bastante paciência e perseverança.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Luiz: Diria que é muito importante buscar conhecer a si próprio ao longo da preparação. Cada um possui uma forma específica de estudar, que funciona melhor em sua rotina e para seu perfil. Creio ser essencial testar diversos métodos de estudo e ir avaliando se está funcionando ou não. A preparação para concursos é algo bastante individual, não há “certo” nem “errado”.