Aprovado em 1º lugar no concurso DEPEN para o cargo de Agente de Execução Penal
“Sempre conciliei trabalho e estudo. Até o ano passado, ainda cursava faculdade, o que dividia ainda mais a minha atenção, fazendo com que eu achasse brechas para o estudo no horário de almoço, nas horas vagas e principalmente nos fins de semana. Era difícil conciliar as diversas tarefas, mas era necessário e certamente isso ajudou a construir um senso de urgência que me auxiliou no decorrer da preparação.”
Confira nossa entrevista com Kaique Souza Martins, aprovado em 1º lugar no concurso DEPEN para o cargo de Agente Federal de Execução Penal:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Kaique Souza Martins: Eu sou tocantinense, tenho 22 anos, nasci em uma pequena cidade no interior do estado chamada Taguatinga e atualmente resido na capital Palmas. Também sou graduado em administração pela Faculdade de Palmas e estudo direcionado à área policial há 3 anos.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Kaique: Tudo começou com o concurso da PM-TO em 2018, o qual vários conhecidos meus iriam fazer. Até então eu não havia pensado em ingressar no serviço público, porém resolvi tentar a sorte, já que não havia estudado adequadamente. Durante esse período, identifiquei-me muito com a área policial ao pesquisar sobre as carreiras que a compõe, sobretudo com a PF e a PRF. Foi aí que eu tive certeza do queria fazer: ser policial federal e nada mais.
Estratégia: Durante sua caminhada como concursando, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Kaique: Sempre conciliei trabalho e estudo. Até o ano passado, ainda cursava faculdade, o que dividia ainda mais a minha atenção, fazendo com que eu achasse brechas para o estudo no horário de almoço, nas horas vagas e principalmente nos fins de semana. Era difícil conciliar as diversas tarefas, mas era necessário e certamente isso ajudou a construir um senso de urgência que me auxiliou no decorrer da preparação.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Kaique: Fiz poucas provas durante minha preparação, mas foi o suficiente para eu obter a aprovação em algumas delas. Fui classificado para o cargo de agente penitenciário de Goiás, em 2019, dentro das vagas, mas optei por não prosseguir no certame. Também na mesma época, logrei êxito no processo seletivo simplificado do IBGE para temporários, em segundo lugar – função pública na qual estou investindo atualmente. Neste ano, consegui obter a classificação na PRF, fora das vagas, mas reprovei no teste de aptidão física. Logo em seguida, passei em quarto lugar na PM-TO, concurso que ainda está em andamento. Depois disso, prestei o concurso para agente federal de execução penal do Depen, e, atualmente, ocupo o primeiro lugar na lista de classificação.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Kaique: No começo da minha preparação fui bastante rigoroso, pois, devido ao pouco tempo disponível durante a semana, teria que compensar o tempo perdido nos fins de semana e feriados. Com o passar do tempo, fui avançando nas matérias e, ao mesmo tempo, passei a tirar períodos de descansos maiores, pequenos “presentes” pelas metas de estudo cumpridas, o que certamente me ajudou na preparação a longo prazo.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Kaique: Atualmente estou solteiro e moro sozinho desde que me mudei para Palmas. Minha família entende a minha decisão. Sempre me apoiou como pôde, moral e financeiramente. É claro que os pais querem ver os filhos longe do risco, porém a temática policial foi se incorporando a eles de forma gradual e não foi difícil explicar a eles os meus porquês.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Kaique: Existem diversos outros concursos que me agradam e quase todos são da área policial. Comecei os estudos tendo a PRF como meta, mas a PF tomou conta do posto com o passar do tempo. Há também a Polícia Civil do Distrito Federal, que certamente é uma das melhores polícias do país, se considerarmos estrutura de trabalho, prestígio social e remuneração. O cargo de auditor fiscal da Receita Federal me parece ser a única opção fora da área policial que eu consideraria estudar, mas não tenho uma decisão tomada.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Kaique: O estudo de forma direcionada ocorreu por cerca de 8 meses, pois cheguei a interromper os estudos para o Depen quando o concurso foi adiado em fevereiro, retomando-o uma semana antes da prova. Isso no que tange aos conteúdos de execução penal, pois as outras matérias, quase todas em comum com as da PF e da PRF, foram mantidas no meu ciclo de estudo.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Kaique: Em 2018, comecei a estudar sem edital aberto, tendo apenas como norte o último da PRF, em 2013. Estudar sem edital à vista é algo que te força a manter a constância nos estudos, pois não há a urgência requerida em um pós-edital. O motivo de eu estudar diariamente e sem falha era cobrir o máximo de conteúdo até a publicação do edital, pois o conteúdo programático é enorme e não aconselho estudar apenas com edital aberto.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Kaique: Nunca fiz curso presencial, pois os melhores materiais estão a uma tela de distância. Utilizei como fonte primária os PDFs e, caso não entendesse de fato determinado tópico, partia para as videoaulas. Com o PDF, eu consigo progredir mais rápido, já que tenho um bom ritmo de leitura, porém, como desvantagem, não conseguia compreender alguns conteúdos de exatas. Já as videoaulas não prendem tanto a atenção do aluno, fazendo com que este tenha às vezes que assistir a aulas mais de uma vez, e isso torna a progressão nas matérias mais lenta. Como ponto positivo, é bastante útil quando se está diante de conteúdos de difícil absorção, pois é onde a didática do professor atua de forma a clarear o entendimento ao aluno.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Kaique: Durante a preparação, é natural os alunos discutirem material de estudo e isso passa diretamente por um curso preparatório. Já ouvia falar do Estratégia e, durante aulas disponibilizadas na plataforma aos não assinantes, comecei a me interessar mais pela didática dos professores e pelos PDFs que cumpriam muito bem o papel a que se propunha. Foi aí que resolvi adquirir a assinatura e fiquei satisfeito com os resultados obtidos a partir de então.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Kaique: Utilizei ciclo de estudo durante toda a minha preparação. Gostava de intercalar matérias que tinha mais afinidade com aquelas que eu odiava estudar. No começo, utilizei resumos como fonte de revisão, porém comecei a abandoná-los quando percebi o tempo que se demorava para fazê-los. Assim, tive mais tempo disponível para fazer questões e avançar mais rapidamente nas matérias. Na montagem do meu plano de estudos, eu procurava dar pesos às matérias de maior importância e estudá-las mais vezes durante a semana. Em relação à carga horária, variava bastante, mas costumava estudar cerca de 3 horas durante a semana e 6 ou 7 nos feriados e fins de semana.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Kaique: As matérias de exatas sempre foram uma pedra no meu sapato. Porém, como representava muitas questões na minha prova, tive de aprendê-las. Para isso, costumava demorar muito mais tempo em um tópico só até passar para outro. Somente após eu me sentir totalmente seguro quanto a um assunto (o que chegava a durar mais de um mês), é que eu avançava para o próximo. Funcionou bastante e hoje as exatas não me tiram o sono.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Kaique: Como eu havia abandonado execução penal em fevereiro, na semana que antecedia a prova, eu só a revisei. Não estudei mais que 3 horas diárias, pois havia estudado bem esta matéria no ano passado e tudo que precisei foi reler textos de lei e fazer questões pontuais. Estudei no sábado normalmente, pois foi o dia de decorar prazos e regras que eu precisaria saber no dia seguinte.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Kaique: Confesso que negligenciei a discursiva. Por ter afinidade com o português, não possuía muitas problemas com a redação. Preferi estudar os tópicos que podiam cair como tema de prova do que realmente pôr em prática a discursiva. Tive a benção de ter estudado parte do tema proposto na redação e foi relativamente simples colocar as ideias no papel.
Estratégia: Como você está se preparando para o TAF e demais etapas?
Kaique: Eu já vinha me preparando para o TAF da PRF e, como o do Depen é menos exigente, estou conseguindo cumprir com os índices estipulados. Em relação às demais etapas, apenas os exames médicos que eu estarei fazendo muito em breve, haja vista que alguns podem demorar a sair.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Kaique: Os erros foram fazer resumos desnecessários e tentar gravar todas as decorebas quando nem se tinha edital à vista. Isso não é viável em longo prazo e me prejudicou em algumas ocasiões. Como acertos, eu consideraria a mudança de videoaula para PDF, a quantidade excessiva de resolução de questões e a tentativa de ser autodidata, sempre buscando por mim mesmo os porquês de algumas controvérsias em algumas matérias e não aguardando passivamente a resposta por quaisquer que sejam os meios.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, o que te motivou a seguir em frente?
Kaique: O mais difícil para mim foi não perder a cabeça em meio a tantos adiamentos de provas que ocorreriam em período pandêmico. É frustrante se preparar para fazer uma prova em certa data e tê-la adiada nos instantes finais. Por causa do meu bom aproveitamento em questões, eu nunca questionei minha capacidade de resolver prova e não cogitei em desistir em nenhum momento. Era algo que eu fazia bem e estava há 120 questões de mim. Não há como parar quando se tem um uniforme preto te esperando à frente.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Kaique: Foi algo maravilhoso, pois não esperava estar no topo da lista. Ver o resultado de muitas madrugadas em claro dá tranquilidade e reforça a autoconfiança, e isso faz com que a ansiedade e o descontrole vá se afastando cada vez mais do aluno. É um atestado de confiança.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Kaique: Quero desejar a vocês que não se assustem com a quantidade de conteúdo que está por vir. Estude de pouco a pouco e verá o resultado aparecendo. É um processo gradual e muitas pessoas já abandonam a preparação na página dois. Gostaria também de mencionar a importância da constância, pois ela é extremamente crucial nas fases iniciais. Estudar é como escovar os dentes. Estude o máximo de dias que conseguir e repita isso na próxima semana. O passaporte para a academia de polícia é construído na segunda de manhã.