Aprovado em 6° lugar no concurso ISS-SP para Auditor Fiscal Tributário Municipal – Gestão Tributária
Concursos Públicos“Um dos pontos que para mim foi mais importante nesse processo de estudos foi de não querer me comparar a ninguém. Eu apenas tinha que me preocupar em fazer o meu melhor, mesmo sabendo que o melhor costuma mudar de um dia para o outro […]”
Confira nossa entrevista com Jorge dos Santos Segundo, aprovado em 6° lugar no concurso ISS-SP para Auditor Fiscal Tributário Municipal – Gestão Tributária:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Jorge dos Santos Segundo: Meu nome é Jorge Segundo, sou formado em engenharia de petróleo pela Universidade Federal de Sergipe (final de 2015) e tenho 32 anos. Sou natural de Aracaju – SE e me mudei a trabalho para a cidade de São Paulo quando tinha 25 anos. Desde então, moro na maior selva de pedra do Brasil.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Jorge: Esse foi o ponto chave para mim. Eu venho da iniciativa privada e trabalhava numa ótima empresa. Contudo, alguns pontos me levaram a considerar a possibilidade de estudar para concurso público.
Primeiro, queria me testar em uma área totalmente diferente, pois eu não conseguia me ver no futuro trabalhando naquele tipo de atividade. Segundo, as longas jornadas de trabalho são comuns na iniciativa privada. Em comparação, é de se esperar que no setor público haja um equilíbrio maior entre as horas trabalhadas e o descanso. Nesse sentido, gostaria de ter mais tranquilidade e disponibilidade de tempo para me dedicar a outras coisas que eu goste (seja até a própria carreira). Também há a questão da estabilidade. Vi diversas demissões acontecendo, e notei que, especialmente quando se tem família e pessoas que dependem de você, é algo que gera uma preocupação bem grande. Por fim, os salários da área fiscal são muito competitivos, e isso certamente me chamou bastante a atenção.
De qualquer forma, antes de tomar uma decisão, conversei com muita gente. Conversei com meus pais, minha então namorada (hoje noiva), amigos que são do setor público, amigos que trabalham em empresas e amigos que empreendem. Quando abri o leque, tive a impressão de que o setor público poderia combinar pontos importantes para mim: bons salários, estabilidade e melhor equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Com isso em mãos, tive claro que era algo que eu precisava dar uma chance.
Junto a isso, quando iniciei os estudos e estava numa fase de vida em que tinha maior disponibilidade de tempo (morando só, namorada tinha ido fazer um mestrado fora do país), e não queria que se passassem mais anos e eu ficasse sempre olhando como algo que “poxa, devia ter tentado”, “como seria minha vida se eu fosse um auditor fiscal?”.
Lembro que quando estava prestes a começar a estudar, decidi fazer um arquivo de perguntas e respostas para garantir que toda aquela ideia era algo sólido. Coloquei perguntas como essa acima (por que começou a estudar?), desafios que saberia que deveria encontrar, piores coisas que poderiam acontecer ao decidir iniciar a trilha de estudos, o que fazer caso demorasse muito para passar, etc. Aquilo me deu mais confiança e me ajudou a confirmar que estudar para concurso era a escolha mais lógica que eu poderia fazer naquele momento.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Jorge: Sim, sempre trabalhei e estudei. No início, achava que não conseguiria conciliar, mas graças a Deus tive força, disciplina e resiliência para manter as minhas entregas no trabalho e ainda me dedicar aos estudos. Contudo, para conseguir esse feito, tive que abrir mão principalmente do meu momento de lazer e descanso.
Em regra, em dia de semana eu estudava de 30 a 60 minutos antes de começar a trabalhar. Quando trabalhava de home office, tentava estudar 30 minutos na hora do almoço. À noite era quando puxava um pouco mais, chegando a 2 horas de estudos (ou até 2 horas e meia). Sendo assim, um dia normal de semana, estudava em média 3 horas. Em um dia muito bom (que não era comum), estudava até 4 horas.
Sábado e domingo eram de dedicação exclusiva para os estudos, sendo que minha média era de 5 a 7 horas líquidas em cada um dos dias. Seguem abaixo minhas estatísticas:
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Jorge: Meu primeiro concurso teste foi o ISS BH em março/22, pouco mais de um ano após ter começado a estudar. Sabia que ainda não tinha a bagagem necessária para aprovação, mas quis me colocar numa situação de prova e entender o “bicho” que seria o pós-edital. A linha de corte para ter a discursiva corrigida era de 140 pessoas, mas por duas questões fiquei de fora.
O próximo concurso que fiz, que considero o meu primeiro concurso sério (já que já estava muito mais preparado), foi o da SEFAZ MG, quando eu já tinha cerca de 2 anos de estudo. Achava que seria o concurso da minha aprovação, já que eram 271 vagas! Havia até boatos de sair o concurso da RFB, mas como preferia morar em Belo Horizonte a arriscar cair numa fronteira, nem pestanejei e mantive o foco em MG. Na etapa objetiva eu fiquei próximo das vagas (posição 329), mas perdi colocações com a discursiva e acabei em 417. Dessa forma, apenas consegui beliscar o cadastro reserva.
Saindo da discursiva do SEFAZ MG em março/23, já entrei no pós-edital do SEFAZ MT. Eram poucas vagas (apenas 30), mas como a banca era a mesma do SEFAZ MG (FGV), decidi que fazia sentido já pular nesse outro pós-edital. Além disso, embora fossem apenas 30 vagas, seriam 120 discursivas corrigidas, e os boatos diziam que todos os 120 seriam chamados. Dessa forma, a minha briga era para ter a discursiva corrigida. Fiz a prova objetiva e fiquei em 65º. Contudo, a FGV colocou uma questão discursiva tão absurda que 75% das pessoas não fizeram o mínimo de 50% e foram reprovadas, incluindo eu.
Cerca de três semanas após a prova de MT, enquanto esperava o resultado da discursiva (que só saiu em setembro/23), decidi começar a estudar para o ISS SP. Então tive que entrar no meu terceiro pós edital seguido. Foi um pós-edital de 4 meses e, embora já bem desgastado, consegui a tão sonhada aprovação. Fiquei em 42º na etapa objetiva e, diferente de MG e MT, a discursiva em SP me jogou lá para cima, por isso terminei em 6º geral.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Jorge: A vida social foi uma das principais renúncias. Realmente saia muito pouco aos finais de semana e, quando saia, tentava ser bem comedido, pois no dia seguinte tinha que estudar. Minha família toda mora em minha terra natal, Aracaju, por isso também tive que visitá-los numa frequência muito menor (reduzi de 3 vezes por ano para 1 vez por ano, em média).
Felizmente meus sogros moram perto de um dos clientes do trabalho que eu precisava viajar para visitar toda semana, por isso dormia na casa deles (normalmente de quarta para quinta). Assim semanalmente tinha aquele momento mais familiar para recarregar um pouco da bateria emocional.
De qualquer forma, embora as saídas tenham sido poucas, elas aconteceram. Além disso, mantinha um contato bem frequente com minha namorada e familiares por telefone.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Jorge: Todos entenderam e apoiaram bastante. Eles sabiam que era um sonho que eu tinha, por isso entendiam as renúncias que eu tive que fazer, a exemplo de vê-los menos e de não participar de eventos familiares – ou participar menos.
Minha família e namorada também apoiavam me ouvindo, especialmente quando eu tinha dúvidas, estava cansado e por vezes pensava se conseguiria a aprovação. Aquilo funcionava como uma espécie de terapia, especialmente por ser em um espaço seguro.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Jorge: Para o concurso do ISS SP foram quatro meses, mas, como dito acima, já vinha de pós-editais anteriores. O que me ajudava a manter a disciplina era a vontade de ser aprovado. Eu sabia que estava cada vez mais perto da aprovação, mas ao mesmo tempo sabia que não podia baixar a guarda. Nem sempre conseguia estar motivado, mas sabia que tinha que estudar independente de motivação. E, quando as dúvidas ficavam mais fortes, voltava aos meus alfarrábios e motivos que me fizeram começar, e percebia que as razões eram sólidas e continuavam fazendo sentido.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Jorge: Comecei utilizando quando que 100% os PDFs (e questões dos PDFs). Conforme avancei nos estudos, lancei mão de videoaulas das matérias que tinha maior dificuldade (como contabilidade e economia).
Nos meus deslocamentos a trabalho sempre ouvia muita aula (sempre revisões). O nível de aproveitamento não é muito, mas costumo dizer que mais vale 20% de alguma coisa do que 100% de nada.
No pós-edital do SEFAZ MT comecei a usar o TEC como plataforma de questões, e isso me permitiu alavancar bastante o número de questões resolvidas. Cheguei também a utilizar o passo estratégico para matérias com maior peso, como direito tributário e legislação.
Por fim, as aulas de revisão do Estratégia (Reta Final, Revisão de Véspera, etc) eram o toque final, pois sempre havia dicas muito importantes.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Jorge: Pela internet. Antes de começar a estudar, um amigo me contou que havia algo chamado de mentoria, em que o professor organizava todo o esquema de estudos (ele tinha citado um concorrente). Com essa informação em mãos, comecei a procurar opções na internet, e ficou claro que o Estratégia, com a opção Platinum, seria a melhor opção para mim, pois já combinava a mentoria, a trilha de estudos e todo o material necessário.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Jorge: Negativo, já comecei com o Estratégia.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Jorge: Eu já comecei os meus estudos com o Estratégia. De qualquer forma, a qualidade do material e dos professores era tão grande que nem precisei buscar outros cursinhos.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Jorge: No meu primeiro ano de estudos, utilizei a Trilha de Estudos que meu mentor disponibilizava quinzenalmente de modo bem obediente, tendo uma média de 25 horas líquidas por semana. Não costumava estudar a mesma matéria mais de 1h – 1h15 por dia, então dia de semana conseguia estudar em torno de 3 matérias por dia, e finais de semana 5 matérias em cada dia. Tomava esse cuidado de manter esses intervalos menores por matéria por dia (próximos de 1 hora), pois, como meu mentor Bruno Bezerra uma vez me disse, mais vale dar várias voltas no mesmo assunto do que uma volta muito longa.
Estudava de 6 a 10 matérias por vez no pré-edital, mas no pós-edital não tinha muita opção, pois precisava estudar todas elas de uma vez só (para o ISS SP, por exemplo, foram quase 20 matérias).
Abaixo seguem algumas das minhas estatísticas:
Início dos estudos | 15-Jan-21 |
Prova ISS SP | 01-Oct-23 |
Dias de estudo até o ISS SP | 990 |
Anos de estudo até o ISS SP | 2,71 |
Total de horas de estudo até ISS SP | 3843:47:00 |
Média de estudo (horas/dia) | 3:52:57 |
Média de estudo (horas/semana) | 27:10:42 |
Número de questões resolvidas | 43.754 |
Média de acertos | 77,9% |
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Jorge: As minhas revisões eram feitas majoritariamente através de questões, mais especificamente de um grupo de questões que eu ia favoritando ao fazer os exercícios. Em regra, favoritava questões que, mesmo sendo fáceis, eram um bom resumo de determinado tópico. Também favoritava as que acertava, mas que com algum tipo de dúvida. Por fim, as que erravam certamente faziam parte dessa lista.
Além disso, construí alguns resumos na forma de post-its, destacando partes que precisava esquematizar de uma maneira mais amigável ou memorizar. Segue abaixo um exemplo de uma das páginas do meu resumo de Legislação Municipal para o ISS – SP:
Também costumava responder muitos simulados. Essa era uma forma de não só me colocar em modo prova, mas também de garantir que minha estratégia de resolução da prova estava inteligente (como para ver quanto tempo eu gastava, por exemplo). Por fim, não deixava de ser uma forma de ver pontos fracos em determinados assuntos.
Por fim, as revisões através dos vídeos divulgados pelo Estratégia tinham o seu espaço reservado. Sempre assisti todos os vídeos de revisão: Reta Final, Hora da Verdade, Revisão de Véspera, etc. Costumava acelerar o vídeo (1,5x, 2x ou até 2,5x, dependendo da complexidade do assunto).
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Jorge: Para mim, os exercícios são a melhor forma de fixar e revisar o assunto. No fim das contas, a prova “nada mais é” do que um apanhado de questões, então praticar através de questões, inúmeras delas, foi a forma mais eficiente e efetiva que encontrei para alavancar meus estudos.
Ah, e as questões inéditas criadas pelo Estratégia para a parte de Legislação Municipal eram mandatórias na preparação pós-edital, pois existiam muitos detalhes a serem decorados.
Ao longo dos 2 anos e 9 meses de estudo, fiz mais de 40 mil questões. No pós-edital do ISS SP, devo ter feito algo entre 6 e 10 mil questões.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Jorge: A disciplina que mais tive dificuldade foi contabilidade. Era repleta de assuntos e termos que eu nunca tinha visto, e mesclava uma parte decoreba com uma parte conceitual pesada. Não tinha outra forma de superar que não fosse colocando mais tempo e energia, por isso foi o que fiz.
Pelo gráfico abaixo, dá para notar que coloquei praticamente o dobro de tempo em contabilidade quando comparada com a segunda matéria que mais estudei (direito tributário). E, para assimilar o conteúdo dos famigerados CPCs, recorri aos PDFs (leituras e releituras), às videoaulas e à resolução de muitas questões.
Também tive dificuldade em economia. Contudo, como é uma matéria com uma menor importância, tive que dosar com mais cuidado o tempo que investia nela.
Por fim, TI também foi bem complexo, mas a única prova que fiz que caiu TI foi SEFAZ MT. Nem ISS BH, nem SEFAZ MG e nem ISS SP tiveram TI para o cargo que escolhi.
Estratégia: Como você se organizava antes de focar em algum Edital? E nos pós-edital?
Jorge: Em pré-edital, organizava meus estudos através das trilhas que o meu mentor me passava. Eram trilhas que ajudavam a construir a tão importante base de conhecimento para a área fiscal, focando mais na qualidade do estudo do que na velocidade. As cargas horárias eram, em regra, mais baixas (ficava em uma média de 25 horas líquidas por semana). Estudava de 6 a 10 matérias por vez, dependendo da complexidade e o quão avançado eu estava em cada.
Já em pós-edital, a carga horária aumentava para uma média de 30 horas líquidas por semana, sendo que por vezes chegava a 50 – 60 horas líquidas na semana que antecedia a prova, caso eu estivesse de férias (o que não aconteceu nas semanas que antecederam o ISS SP, pois já tinha gastado todas minhas férias com MG e MT). No pós-edital, fazia uma programação fora da trilha de estudos para as matérias que ainda não tinha estudado, como legislação específica, pois procurava acelerá-las bastante. Para as outras matérias que já vinha estudando, seguia o ritmo da trilha, fazendo as minhas adaptações para o que tinha mais dificuldade.
Uma das principais diferenças para o ISS SP é que, por minha bagagem já estar maior, meu foco em resolução de questões foi bem grande. Dessa forma, consegui conhecer bem a banca (Vunesp) e mapear meus pontos fracos.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Jorge: Na semana que antecedeu a prova, praticamente executei as três tarefas abaixo:
- Resolvi as questões do grupo de favoritas que tinha criado, que englobava:
- Questões que eram fáceis, mas serviam de bom resumo;
- Questões que eu tinha acertado, mas tinha dúvida;
- Questões que eu tinha errado;
- Lia os resumos que eu tinha criado;
- Assistia aos vídeos de revisão do Estratégia.
Na semana que antecedeu a prova do ISS SP, embora eu não tenha diminuído o ritmo (pelo contrário, eu aumentei), tentei manter uma rotina de não ir dormir tão tarde, assim eu já ia acostumando o meu corpo para o dia antes da prova.
No dia pré-prova, fazia as últimas costuradas, relendo os meus resumos, mas de maneira mais rápida, focando onde tinha dúvida, além de tentar memorizar as principais decorebas (prazos, alíquotas, etc). Também assisti à revisão de véspera do Estratégia (numa velocidade acelerada).
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Jorge: SEFAZ MG, SEFAZ MT e ISS SP tiveram discursivas. Para a SEFAZ MG, havia um descasamento de pouco mais de dois meses entre a etapa objetiva e a discursiva. Dessa forma, após a prova objetiva da SEFAZ MG, dediquei-me integralmente a estudar e praticar para a discursiva, que era composta de quatro questões.
Nesses quase dois meses de preparação, contratei diversos pacotes de correção de discursivas, e estimo que fiz mais de 150 textos (muitos deles de maneira bem esquemática, sem necessariamente escrever tudo). Para minha infeliz surpresa, caiu uma questão que eu não sabia a resposta (na verdade, achava que sabia) e isso me jogou para longe das vagas.
Para SEFAZ MT, como a objetiva e a discursiva eram no mesmo dia, e como eu já vinha de um estudo dedicado a discursivas para SEFAZ MG, quase não pratiquei discursivas. Em MT, embora eu tenha tido a discursiva corrigida (fiquei em 65º, sendo que apenas os 120 primeiros tiveram a discursiva corrigida), o desfecho foi ainda pior. Fui desclassificado por não fazer 50% na soma das duas questões discursivas (eu e quase 75% daquelas 120 pessoas!).
Finalmente, no ISS SP havia 4 questões na etapa discursiva, sendo 3 de assuntos técnicos e 1 redação. Para as 3 questões de assuntos técnicos, não pratiquei escrever, pois já me sentia treinado. Foquei apenas em ler as sugestões de temas que os professores passavam. Por outro lado, procurei treinar a redação, pois era algo que não me sentia seguro. Nos quatro meses de pós-edital, devo ter feito umas 8 redações de maneira séria, sendo que pelo menos 4 delas foram corrigidas pelos professores do Estratégia.
Felizmente a discursiva do ISS SP, diferentemente do que aconteceu em MG e MT, foi o que me jogou para uma colocação ainda melhor. Sair de 42º na objetiva para 6º com a discursiva, pois minhas notas foram muito boas.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Jorge: Meu principal acerto foi já ter começado com uma mentoria. Entendo que isso me permitiu já começar os estudos de maneira mais eficiente e efetiva, evitando vários dos erros que são tão comuns quando se começa a estudar por conta própria. Ter mantido meu foco na área fiscal todo o tempo de estudos e ter construído uma base mínima antes de entrar no primeiro pós-edital também me deram mais bagagem.
Com relação aos erros, notei que fazia resumos muito longos no início dos meus estudos. Era resumos que não aproveitava muito, e eram praticamente um Ctrl + C – Ctrl + V dos PDFs. Também aprendi a não me prender tanto a ter que entender todo o assunto na primeira vez que já estudasse. Percebi que o processo de assimilação para algumas matérias é mais longo, por isso era importante anotar as dúvidas, mas seguir adiante, não permitindo que elas me travassem.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Jorge: Por algumas vezes a dúvida sobre se estava escolhendo o caminho certo batia. Nesses momentos, respirava fundo e voltava aos motivos que me fizeram ter começado. Como os motivos eram muito sólidos, a clareza de que precisava continuar a jornada voltava. Além disso, perceber que estava evoluindo ao longo das provas me mostrava que a aprovação estava cada vez mais perto.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Jorge: Um dos pontos que para mim foi mais importante nesse processo de estudos foi de não querer me comparar a ninguém. Eu apenas tinha que me preocupar em fazer o meu melhor, mesmo sabendo que o melhor costuma mudar de um dia para o outro. Tem pessoas que “só” estudam, há aqueles que estudam e trabalham, também tem aqueles com filhos… ou seja, existem inúmeros tipos de situação. Querer me comparar a pessoas que aparentemente faziam mais do que eu não me deixava mais motivado. Dessa forma, foquei no que eu podia dar. Tinham semanas melhores, semanas piores, mas procurava sempre fazer o meu melhor dentro do que era possível.
Outro ponto importante foi ter claro o motivo que me fez começar a estudar, pois isso me deu mais resiliência e disciplina. Por fim, a organização que ganhei através das trilhas permitiu que meus estudos fossem mais eficientes e efetivos.
Dessa forma, para aqueles que desejam começar essa jornada, meus conselhos são:
- Faça o seu melhor com o que você tem, não se compare aos outros;
- Tenha claro os motivos que te fizeram começar essa jornada, eles serão importantes para quando as dúvidas vierem;
- Disciplina é mais importante que motivação. Por isso, mesmo sem estar motivado, saiba que precisará estudar. Novamente, saber o que te fez começar ajudará a manter o foco na maratona;
- Respeite o processo, trata-se mais de uma maratona do que de um tiro de curta distância;
- Cuide da sua saúde física e mental ao longo do processo, pois isso permitirá um estudo sustentável e de maior qualidade;
- Encontre seu melhor método de estudos, mas faça avaliações ao longo da jornada para garantir que está evoluindo. E, se possível, procure uma mentoria, pois isso ajudará na eficiência e efetividade dos estudos.
Tenho claro que aquele que quiser e colocar a dedicação necessária, será recompensado com a aprovação!