“Em primeiro lugar, eu aconselho a qualquer pessoa que encara essa decisão como um projeto de mudança de vida e que, portanto, merece uma atenção especial […]”

Confira nossa entrevista com Jefferson Fonseca Toledo, aprovado em 1° lugar no concurso ALESC para o cargo de Analista Legislativo III – Administrador:

Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?

Jefferson Fonseca Toledo: Meu nome é Jefferson Fonseca Toledo. Sou natural de Curitiba/PR e bacharel em Ciências Aeronáuticas, além de Administrador. Profissionalmente, exerci a função de Oficial da Aeronáutica, mais especificamente como piloto militar, por aproximadamente 10 anos. Depois, segui na iniciativa privada, atuando na atividade empresarial, até que me tornei Gestor de Investimentos credenciado pela Comissão de Valores Mobiliários, passando a exercer essa função, em escritório próprio, em Natal/RN. Atualmente, moro em Laguna, interior de Santa Catarina, e apenas estudo para concursos.

Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?

Jefferson: À medida que fui envelhecendo, hoje tenho 46 anos, fui dando cada vez mais importância a aspectos como estabilidade e qualidade de vida. Isso pesou muito em minha decisão de começar a estudar para concursos, além obviamente das remunerações atrativas do setor público. Atualmente, percebo também, ouvindo depoimentos de servidores, que é totalmente possível obter realização e satisfação profissional na iniciativa pública. Isso também se tornou um grande motivador.

Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava? 

Jefferson: Quando eu resolvi estudar para concursos, eu fechei o meu escritório de Gestão de Investimentos e permaneci com alguns clientes, atendendo a partir de casa. Isso permitiu que eu reduzisse minha carga de trabalho, mas, como consequência, diminuiu os meus ganhos, o que fez com que eu tivesse que reduzir os meus gastos para não utilizar minhas reservas. Dessa forma, eu pude me organizar, podendo trabalhar apenas em um período, à tarde, e estudar nos demais, de manhã e à noite.

Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?

Jefferson: Fui aprovado no cargo de Analista em Administração do Ministério Público de Santa Catarina em 24º lugar (cadastro de reserva), no cargo de Administrador da Procuradoria Geral do Estado de Santa Catarina em 4º lugar (cadastro de reserva), no cargo de Analista Judiciário – Área Administrativa do Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina em 52º lugar (cadastro de reserva), no cargo de Analista Legislativo – Técnico em Material e Patrimônio da Câmara dos Deputados em 56º lugar (cadastro de reserva) e no cargo de Analista Legislativo III – Administrador da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina em 1º lugar (dentro das vagas). Saliento que pretendo continuar estudando até a minha posse definitiva, porém com uma carga horária menor de estudos.

Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?

Jefferson: Minha vida social era mais restrita. Saía muito pouco, mais nos finais de semana, sendo que minha carga horária de estudos abrangia todos os dias, inclusive, sábados e domingos.

Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma? 

Jefferson: Sim. Um fato interessante foi que me separei após um casamento de 20 anos aproximadamente, já com os filhos adultos e criados. Isso me fez sair de Natal/RN, onde eu morava, e vir para Laguna/SC, morar com uma tia. Sempre contei com a compreensão e o apoio dela, o que me permitiu estabelecer uma rotina interessante e o foco necessário para cumpri-la.  

Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?

Jefferson: Por volta de 6 meses. Para mim, o que mais contribuiu para a minha disciplina foi estabelecer um cronograma de estudos detalhado e com objetivos bem definidos. O cumprimento dele tornou-se um compromisso diário, como se fosse um trabalho.

Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? 

Jefferson: Usei principalmente as aulas em PDF, a Trilha Estratégica e o Sistema de Questões. Secundariamente, as videoaulas e o Passo Estratégico. Como vantagens, a Trilha Estratégica e o Sistema de Questões merecem destaque. A primeira por apresentar um planejamento completo, incluindo, eventuais revisões, e o segundo pela facilidade em se montar cadernos para a resolução de questões e simulados. Como desvantagens, saliento o fato de a Trilha ser genérica, o que é natural, pois não se trata de um planejamento personalizado, exigindo do concurseiro que a adapte à sua realidade em termos de necessidades, deficiências etc.

Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos? 

Jefferson: Por meio de pesquisa na internet.

Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente? 

Jefferson: Não.

Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?

Jefferson: Desde o início, eu me preparei utilizando os materiais do Estratégia. Como já mencionado, usei principalmente as aulas em PDF, a Trilha Estratégica e o Sistema de Questões.

Estratégia: Como montou seu plano de estudos?

Jefferson: Montei por ciclos, estudando várias matérias ao mesmo tempo. Para o concurso da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina foram 16 disciplinas. Eu costumava estudar 5,5 horas líquidas por dia.

Estratégia: Como fazia suas revisões?

Jefferson: Primeiramente, eu efetuava marcações nas aulas em pdf, quando no estudo da aula, e nas questões que tinha maior dificuldade ou que errava, quando na sua resolução. Depois, nas revisões diárias e semanais, costumava rever os pontos mais importantes e/ou as questões marcados dentro do tempo estipulado. Nas revisões mensais, priorizava as questões, e nas duas últimas semanas os pontos mais importantes e os simulados. Nessas duas últimas semanas, costumava focar na Hora da Verdade, nos Simulados e na Revisão de Véspera. Como para o concurso da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina houve apenas a Revisão de Véspera foquei nas minhas anotações, nas questões já resolvidas e no Passo Estratégico.

Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?

Jefferson: É fundamental a resolução de exercícios e principalmente da Banca Examinadora do concurso. Como principais vantagens pode-se citar a identificação objetiva de lacunas na preparação, a facilitação no processo de memorização e o conhecimento do estilo utilizado pela banca para a cobrança do conteúdo. Não sei ao certo, na verdade nem faço ideia, mas com certeza está na casa das milhares de questões resolvidas.

Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?

Jefferson: Foram as disciplinas que eu tive menos contato durante toda a minha jornada de preparação. Para o concurso da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, destaco Informática, LINDB, Processo Legislativo, Regimento Interno e Gestão Ambiental. Para superar essa lacuna, destinei mais horas a essas matérias em meu planejamento e, inclusive, utilizei videoaulas para melhor compreender pontos que não ficaram muito claros no estudo das aulas em pdf. Além disso, priorizei realizar mais questões para entender melhor o conteúdo mais cobrado e o estilo de cobrança.

Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?

Jefferson: Na semana anterior à prova, eu mantive a minha rotina normal de estudos, porém totalmente voltada para as revisões. No dia anterior à prova, como eu precisei me deslocar para Florianópolis (local da prova), então eu priorizei assistir a Revisão de Véspera somente das disciplinas que eu tinha mais dificuldade. Encerrei os meus estudos no fim da tarde e procurei me desligar totalmente à noite, alimentando-me bem e dormindo cedo. 

Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?

Jefferson: Preliminarmente, a preparação para a discursiva deve constar efetivamente no Planejamento de Estudos, como uma das matérias mais importantes na distribuição da carga horária. Essa importância deve estar relacionada com o peso da prova em relação à pontuação total e com o grau de dificuldade da pessoa em escrever textos. Além disso, julgo ser muito importante a aquisição de um curso preparatório com o serviço de correção incluso.

Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?

Jefferson: Como principais erros ressalto a demora para incluir um processo de revisão eficiente em meu planejamento e para focar os estudos em um concurso específico. Em relação aos acertos, destaco a utilização do material do Estratégia desde o princípio e as renúncias que eu tive que fazer em minha vida para poder manter uma constância de preparo adequada. Lembrando que eu iniciei os meus estudos para concurso em 17 de janeiro de 2022. 

Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?

Jefferson: Sim, em alguns momentos. Minha principal motivação foi não estabelecer um Plano B para a minha vida profissional e isso, inclusive, é muito importante para quem decide prestar concurso. O fato de não ter um Plano B fez com que a desistência não fosse uma alternativa. É importante mencionar que muitas dificuldades terão que ser enfrentadas e superadas durante o processo, mas isso é o que o torna ainda mais gratificante.

Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Jefferson: Em primeiro lugar, eu aconselho a qualquer pessoa que encara essa decisão como um projeto de mudança de vida e que, portanto, merece uma atenção especial. Em segundo lugar, que o entenda como um processo de longo prazo (dois, três, quatro anos ou mais) e que, por isso, requer planejamento, disciplina, determinação, renúncia, constância, aprendizado etc. Por fim, que o coloque como única alternativa profissional para que a vontade de desistir não seja uma opção diante das diversas dificuldades que aparecerão.