Aprovado em 2° lugar para Procurador no concurso PGM Sorocaba
Concursos Públicos“A minha orientação é levar a preparação para concursos a sério. As provas são cada dia mais profissionalizadas e os candidatos igualmente […]”
Confira nossa entrevista com Gabriel de Jesus Ruivo da Cruz, aprovado em 2° lugar no concurso PGM Sorocaba para o cargo de Procurador:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Gabriel de Jesus Ruivo da Cruz: Tenho 26 anos, sou formado em direito, natural de Itapetininga – SP e atualmente sou procurador jurídico.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Gabriel: Meus pais são servidores públicos e assim que tomei conhecimento do instituto do concurso rapidamente me identifiquei e orientei minha formação para a carreira pública.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Gabriel: Durante boa parte dos meus estudos apenas estudei. Após assumir o meu primeiro cargo eu passei a conciliar. Como era um cargo de procurador eu procurava conciliar estudando de forma aprofundada os casos que chegavam e também aproveitando o dia a dia com podcasts jurídicos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Gabriel: Das aprovações que renderam nomeação (ou ainda irão render por estar dentro das vagas):
1° PGM Itapira/SP
1° PGM Ilha Comprida/SP
2° Advogado da Unesp – região Araquara
8° Analista jurídico da PGERS
1° PGM Piracicaba/SP
4° PGM Ribeirão Bonito /SP
16° PGM Novo Hamburgo
6° Câmara Municipal de Jundiaí/SP
2° PGM Sorocaba/SP
Não pretendo mais estudar para concursos, mas tenho boas opções que devem render nomeações a partir das quais pretendo escolher meu cargo definitivo.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Gabriel: Boa parte do meu estudo se desenvolveu na Pandemia, então pouquíssima vida social. Mesmo após a nomeação continuei abdicando bastante em prol dos estudos.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro?
Gabriel: Entenderam. Apoiando financeiramente (pois não trabalhava) e com muito apoio emocional em momentos difíceis.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Gabriel: Eu estudava direcionado para a área das Procuradorias, não necessariamente para um concurso. Desde pelo menos 2022 não me dedico a um edital específico, mas sim as disciplinas que são objeto de 90% das provas de Procuradoria, as quais permitem um aproveitamento muito grande do conhecimento para os diversos concursos.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Gabriel: No começo utilizava videoaulas e PDFs para uma primeira compreensão estrutural dos assuntos. Mais avançado nos estudos procurava focar nos precedentes (tanto a leitura integral como os informativos Tribunais superiores) e trabalhar na resolução de questões de concursos anteriores.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Gabriel: Propaganda na internet.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Gabriel: O que mais ajuda é a possibilidade de alternar entre professores e ter um curso estruturado sem se preocupar em decifrar o edital sozinho.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Gabriel: Procurava observar e copiar boas práticas de aprovados que conhecia, dentre outras formas, por entrevistas no Youtube. Tentava identificar o que fazia sentido e poderia ser replicado.
Com base nisso, estudava na média de 4h-6h líquidas por dia, com um ritmo um pouco mais leve nos sábados para descansar. Poucas vezes passei disso, até porque começava a não me sentir bem fisicamente e atrapalhava o desempenho no dia posterior.
Quanto às disciplinas, separava em média 4 por vez para trabalhar. Provas de Procuradoria costumam cobrar 12-16 disciplinas, porém, o estudo concomitante delas não me deixava evoluir, pelo menos foi esta minha impressão, razão pela qual reduz o número e funcionou melhor.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Gabriel: Notadamente revisava através de flashcards digitais.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios?
Gabriel: Fiz milhares de questões durante a preparação. Apenas no aplicativo tinha mais de 33 mil questões realizadas, fora os simulados que adquiri e fiz gratuitamente em diversos cursos e as provas que não estavam no aplicativo de questões, mas tive acesso por intermédio de outros colegas concurseiros.
Se tiver algum sucesso estudando, considero que ele se deve à realização de questões. Revisava e evoluía o aprendizado com elas, sem contar a tendência de repetição considerando a cobrança de conteúdos que mais tem importância teórica.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade?
Gabriel: Se cuidando de provas da Procuradoria nas quais só caiam questões jurídicas, eu tive pouca rejeição às disciplinas. Diria que a maior dificuldade se deve a matérias como direito ambiental e civil, que possuem conteúdo muito extenso e de difícil assimilação e memorização. Sem falar na enorme cobrança de conteúdo de legislação local que não se aproveita de concurso a concurso.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Gabriel: Como eu costumava trabalhar com muitas provas ao mesmo tempo, pouco ligava para a pré-prova. Sempre buscava me preparar da melhor forma e com certa densidade teórica para evitar a repetição de conteúdos que já poderiam estar “dominados”. Logo, o dia anterior à prova e o dia posterior eram bastante parecidos em questão de estudo.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame?
Gabriel: Tive muita dificuldade nas diversas provas discursivas que realizei, razão pela qual não me sinto habilitado a dar conselhos. Contudo, em exercício até de ousadia, eu diria que a prática aliada ao conhecimento mais aprofundado de jurisprudência pode fazer diferença.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Gabriel: Acertos:
Fazer muitas questões
Fazer revisões todos os dias
Ter paciência e me aprofundar nos conteúdos
Encarar concurso como projeto de longo prazo
Erros:
Falta de treinamento específico em discursivas
Dificuldades em apreciar a jornada.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir?
Gabriel: Quando começaram a sair os primeiros resultados das provas que fiz, algumas boas surpresas, mas várias derrotas. É bastante difícil assimilar derrotas quando você não se sustenta financeiramente e apenas estuda. Não cheguei a pensar em desistir, mas realmente vivi momentos complicados e de desilusão até a primeira nomeação.
A principal motivação para seguir era a ausência de 2° opção clara. Eu orientei toda a minha formação desde o início da faculdade no sentido do concurso público, de forma que não vislumbrava alternativas, senão insistir com as provas.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Gabriel: A minha orientação é levar a preparação para concursos a sério. As provas são cada dia mais profissionalizadas e os candidatos igualmente. A preparação a sério implica sempre tentar ser melhor, procurar melhores práticas e principalmente olhar para dentro de seus erros.
Pra mim a falha mais grave em qualquer reprovação é a ausência de investigação dos motivos que levaram à reprovação. Toda reprovação tem um motivo e no mínimo serve como diagnóstico e às vezes os concurseiros parecem ter medo de olhar para seus diagnósticos, o que normalmente cobra caro depois.
No final, também é preciso se acostumar com a rotina e com uma repetição imensa de dias iguais, buscando entender o propósito de cada dia estudado.