“[…] não há ditado melhor que aprendi: concurso é uma fila; e é mesmo; se você não continuar, você perde sua vez na fila; se continuar, vai chegar sua hora […]”
Confira nossa entrevista com Esron Pinho, aprovado em 10° lugar para Delegado Polícia Civil no concurso PC AL:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Há quanto tempo se formou em Direito? Qual sua idade e cidade natal?
Esron Pinho: Minha história é relativamente longa, mas, resumidamente, sou de uma família extremamente vulnerável, com uma pobreza absurda e, à época, enfrentando um problema grave de saúde. Tinha uma mãe que não hesitava em me obrigar a estudar; não me restava opção, em meio ao caos e a muito preconceito, a não ser estudar. Sou do interior de Alagoas, de uma cidade chamada Porto Calvo. Hoje tenho 39 anos e me formei em Direito em julho de 2018.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Esron: A decisão de estudar para concurso começou ainda antes de eu completar 18 anos, primordialmente devido às condições de vida e saúde que vivia. Antes de me formar em Direito, cursei Administração, mas não tive muitas oportunidades. Resolvi fazer Direito com a única intenção de prestar concursos, até porque não podia advogar, visto que já era servidor do MPU.
Estratégia: Sempre fez concursos para carreira jurídica?
Esron: Não. Como minha história de concurseiro é prévia ao curso de direito, já fiz inúmeros outros concursos, como na quinta pergunta abaixo.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Esron: Durante toda a minha vida de concurseiro, sempre trabalhei por causa da nossa condição de vida. Nunca é fácil trabalhar e estudar profundamente, mas sempre encontrei tempo nos horários menos corridos do trabalho, nas folgas, fins de semana e feriados. Para mim, ficou um pouco mais fácil conciliar, pois trabalhava com escalas (1 dia de trabalho por 3 de folga) a partir dos 20 anos. No início da trajetória, a jornada diária era um tanto maluca; eu não prezava muito pela minha saúde mental, mas depois percebi o quanto isso é crucial para a aprovação.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Esron: Já fui aprovado em alguns concursos, como: Escrivão da PF; Técnico Administrativo do MPU (2º lugar); Bombeiro Militar de Alagoas; Técnico da Sec de Estado da Educação de Alagoas (1º lugar); Ceal (Companhia elétrica de Alagoas); Oficial de Justiça Avaliador Federal do TRF (1º nas cotas e 5º na ampla, além de outros que cheguei muito perto de ser nomeado, mas não fui.
E agora, DELEGADO DE ALAGOAS (1º lugar nas cotas e 10 na ampla)
Como minha preparação era para MP, é possível que continue estudando; entretanto, com a carreira de delegado, no meu Estado, as chances de para de estudar para concursos são grandes.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Esron: O mais interessante desse último concurso é que não havia focado tanto nele. Cerca de dois anos antes (de 2020 a 2022), dei uma pausa nos concursos para me dedicar mais à saúde e à família. Um ano depois, voltei a estudar com foco em MPs. O concurso de Delegado de Alagoas foi suspenso e teve as inscrições reabertas algumas vezes; foi apenas nos últimos dias de inscrição que fiz a minha. Foi então que voltei a estudar especificamente para o concurso. Manter a disciplina sempre foi meu forte: minha história, minha necessidade de mudar de vida e minha realidade foram os principais motores.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Esron: Considerando que já tenho vários anos de experiência em concurso, só fiz uso de lei seca, jurisprudência e questões, APENAS, uma vez que a banca foi o Cebraspe; talvez não seja uma estratégia recomendada para que está iniciando nos concursos, visto que exige uma certa bagagem de estudos; não usei livros, aulas presenciais, videoaulas; a vantagem dessa abordagem é ir para a prova com o máximo de informações possíveis, a desvantagem é, um pouco, a argumentação nas provas discursivas.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Esron: O ESTRATÉGIA conheci ainda um pouco na sua origem, nos idos de 2013, em uma turma de amigos em Recife; mudou minha maneira de estudar; sai de materiais maçantes para algo objetivo; era do que precisava.
O ESTRATÉGIA foi crucial no despertar de um material que de fato otimiza os estudos; na maior parte da minha história de concurso usei os materiais do estratégia; acho que a ideia de todo concurseiro que começa a passar nos concursos é material enxuto, direto ao ponto, mas que não peca em não abordar os assuntos; traz o que é mais importante, mas não deixa de abordar todo o conteúdo de forma didática e objetiva.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos?
Esron: Cheguei a usar livros e outros cursinhos; mas videoaulas, livros e alguns cursinhos tinham uma abordagem um pouco prolixa não voltada para determinadas bancas.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material?
Esron: Na verdade minha carreira de concurso é anterior aos 18 anos; ainda nessa idade já passei na secretaria de educação de Alagoas; mas com esses outros materiais havia bastante dificuldade por causa da abordagem às disciplinas, conforme questões anteriores.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Esron: A grande diferença foi a objetividade da abordagem dos materiais; a grande maioria dos concursos são inúmeras disciplinas, isso exige otimização de tempo; além disso, a lei seca, os “fique atento” e as jurisprudências nos próprios materiais enriqueceram e objetivaram os PDFs.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Esron: Antes desse concurso, minha rotina era frenética. De 2013 a 2015, estudava em torno de 7 a 8 horas líquidas por dia, dedicando, no máximo, 1h30 por matéria. Assim, o número de matérias que eu conseguia estudar em um dia era alto. No entanto, a partir de 2021, comecei a perceber que essa rotina de muitas horas de estudo era prejudicial; concurso não é romântico, e passei a me preocupar com minha saúde mental. Em 2023, a meta mínima de estudos passou a ser 3 horas líquidas e a máxima, 5 horas, estudando no máximo 1 hora por disciplina. Foi então que comecei a perceber que, talvez, 1 hora de estudo de qualidade pode ser mais valiosa do que 2 horas sem qualidade.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Esron: Minhas revisões era ler novamente os materiais e resolver muitas questões; no começo dos estudos, eu exaurir todo o conteúdo do concurso; após isso, começava questões, mas sempre mesclando com o conteúdo e jurisprudência; mais perto da prova, tudo gira em torno de questões e jurisprudência.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios?
Esron: Não há como passar em concurso sem resolver questões; resolver questões é simplesmente ELEMENTAR. Por “trajetória de concurseiro”, entendo toda a minha vida dedicada aos concursos. Antes, na minha época frenética, resolvi dezenas de milhares de questões, acredito que mais de vinte mil. Resolvia todas as questões de uma determinada banca de Direito Constitucional, por exemplo, dos anos de 2022, 2021, 2020 e sucessivamente. Após 2021, passei a resolver questões não por ano, mas por disciplina, e o número continua sendo absurdo. Acredito que, só para o concurso de delegado, devo ter resolvido mais de 7 mil questões.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Esron: Semana anterior a prova é, pra mim, focar nas dúvidas e nos pontos mais inseguros, além de continuar resolvendo questões; então, eu tento sempre sanar aquilo que pode me fazer perder pontos.
Estratégia: Concursos para carreira jurídica são compostos por várias fases. Como foi sua preparação para a prova discursiva?
Esron: Acredito que, muito mais do que preparação, em determinadas fases, como discursiva, é controle emocional; porque, aqueles que passam na objetiva chegam bem demais nas demais provas; claro, os materiais ajudam demais, como os do Estratégia. Como falado acima, a objetividade dos materiais do Estratégia, leis secas, questões e jurisprudências os diferenciam.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Esron: Meu principal acerto, hoje, é o controle emocional, a saúde mental e o foco inabalável; meu principal erro, antes, foi não ter me preocupado com isso. O resto a gente consegue.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Esron: Estudar para concurso é uma jornada duríssima; solidão, insegurança, sensação de abandono dos amigos e familiares; gerir a parte psicológica é crucial nesses momentos; há muitos altos e baixos; mas uma coisa é fato: se você parar, outros continuarão e pegarão sua vaga; disciplina e confiança de que chegará nossa hora é crucial; até porque a hora chega; é só confiar e insistir; não há ditado melhor que aprendi: concurso é uma fila; e é mesmo; se você não continuar, você perde sua vez na fila; se continuar, vai chegar sua hora.
Não Pare!