“[…] Resolver muitas questões, e nunca sair de uma questão sem saber o que está certo e o que está errado. E, por fim, entender que passar em um concurso é muito possível, desde que exista uma rotina de estudos.”
Confira nossa entrevista com Douglas Corrêa, aprovado em 1° lugar no concurso SAMAE/SC para o cargo de Advogado (Procurador):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Há quanto tempo se formou em Direito? Qual sua idade e cidade natal?
Douglas Corrêa: Meu nome é Douglas, tenho atualmente 33 anos e sou de Santa Catarina. Me formei em Direito em 2018, com 26 anos. Todavia, a vida de um recém formado não é nada fácil. Ao sair da universidade, logo comecei a trabalhar como advogado autônomo. A situação foi bem complexa, pois não tinha experiência alguma e também sem dispor de financeiro para investimento na carreira. Diante disso, em 2018, iniciei um novo trabalho bem distante da área jurídica. Isso me gerou muita frustração, pois além da cobrança externa dos familiares questionando sobre meu afastamento da carreira, havia também uma cobrança interna muito grande, me fazendo me sentir muito incapaz. No novo trabalho, decidi começar a estudar para concurso, mas minha rotina era extremamente exaustiva, com poucas horas vagas. Com isso, deixei o sonho de um concurso ficar adormecido por um tempo e, em seguida, a pandemia começou. Decidi então fazer uma reserva financeira para ficar um tempo estudando e pedi o desligamento do trabalho (em pleno auge da pandemia). Consegui estudar por alguns meses, mas sem qualquer expectativa de abrir concurso naquele período. As contas foram chegando e, então, a reserva financeira evaporou (bem rápido). Consegui uma oportunidade de trabalhar no judiciário, como comissionado, com a ideia de montar uma rotina de estudos e conciliar com o trabalho. A jornada de trabalho era tão exaustiva que não me permitia fazer isso, pois o trabalho exigia uma dedicação fora do comum. Mais uma série de frustrações para lidar. Depois de me desligar do judiciário, resolvi retomar a advocacia meio período, autônomo, e estudar meio período, ciente de que não seria fácil – financeiramente e também o volume de trabalho; mas ciente de que essa seria uma dinâmica possível e condizente com minha realidade. Comecei essa nova rotina em fevereiro de 2024. Eu tinha metas de estudo diária, organização e um material (graças ao estratégia), o que me conduziu para a aprovação. Em resumo, eu era uma pessoa com recursos financeiros extremamente limitados, lutando para me manter e, mesmo assim, consegui a tão sonhada aprovação.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Escolheu o seu curso superior já pensando em fazer concurso ou chegou a advogar?
Douglas: Eu comecei o curso ainda muito perdido, não sabia ao certo a carreira que decidi seguir, mas, quando comecei os estágios em órgãos públicos, vi que era uma possibilidade. A decisão, então, surgiu com as dificuldades que enfrentei após formado. Ser advogado, ao contrário do que muitos pensam, é muito desafiador. Principalmente, a falta de uma renda fixa e as limitações que essa falta de dinheiro ocasiona. Com isso, a ideia de concurso se tornou cada vez mais presente.
Estratégia: Sempre fez concursos para carreira jurídica?
Douglas: Não. O Estratégia foi o pioneiro para mim e me auxiliou muito. Teve matérias que tive que reaprender, começar do zero.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Douglas: Meu dia era extremamente organizado, eu estudava pela manhã, iniciando às 8h, terminando às 12h. À tarde, depois do almoço, iniciava o trabalho e só terminava quando concluído (às vezes às 22h, às vezes 23h). Às vezes, no decorrer da tarde, eu resolvia algumas questões ou revisava conteúdo.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Douglas: Eu tinha uma projeção/ideia de que talvez iria começar a ter aprovações depois de 6 meses estudando. Iniciei em fevereiro os estudos e, então, fiz uma prova para Prefeitura Municipal de Imbituba (minha cidade natal) para analista jurídico, em 05/05/2024. Consegui aprovação e fiquei na 8º posição. Em 12/05/2024 fiz o concurso para Procurador do SAMAE (Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto), também de Imbituba, com aprovação e posição: 1º lugar.
Com a aprovação em primeiro lugar, parei de estudar para curtir um pouco a vida de procurador. Ainda em análise se vou estudar para outro concurso e qual seria.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Douglas: Iniciei em fevereiro de 2024, depois do carnaval. A prova ocorreu no dia 12/05/2024.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Douglas: Eu sou muito disperso, muitas vezes não consigo focar muito tempo no mesmo assunto. Então, utilizava as videoaulas e sempre buscava fazer um resumo enquanto assistia (na velocidade máxima). Em seguida, quando revisava a matéria, utilizava os PDFs para complementação do resumo. Quando resolvia questões, complementava o material com comentários do professor ou alunos na plataforma de questões. O resumo, ao final, era quase uma doutrina.
Para prender a atenção, sempre dividia meu tempo de estudos. Exemplo: 1 (uma) hora de estudos para constitucional, 1 (uma) hora de estudos para português, etc. A escolha de matérias diferentes era essencial, pois me ajudava a me manter focado e sempre vendo algo novo. Evitava fadiga.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Douglas: Conheci o Estratégia quando fiz a OAB, por intermédio de uma indicação de uma amiga. Obtive aprovação na 9ª fase do curso de Direito com a ajuda do Estratégia. Nossa história é antiga.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Douglas: Já estudei com outros cursos, fiz aulas experimentais, e o diferencial do Estratégia é a dinâmica, a forma de estruturar as matérias.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Douglas: Além do material e conteúdo muito completo das aulas, o Estratégia tem de diferencial: Adriana Figueiredo, Brunno Lima, Nelma Fontana, Herbert Almeida. Esse time de professores é imbatível. Eles são demais. Aprendi português quase do zero com a Adriana, por exemplo.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Douglas: Estudava no mínimo duas matérias por dia. E sempre matérias bem diferentes, para me manter focado.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Douglas: Eu fazia um resumo das aulas, complementava o resumo com o PDF do Estratégia e com os comentários de questões. Além disso, revisava a matéria usando o filtro de matérias para resolver questões.
Fazia, de igual modo, simulados. Com isso, criei uma estratégia de resolução de provas.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Douglas: Não consigo mensurar a importância dos exercícios e simulados. Um mês antes das provas, eu tinha uma meta de resolver 200 questões por dia, de todas as matérias do edital. Tinha dias que resolver 200 questões era difícil. Caso ao longo do dia não fosse possível resolver, à noite, antes de dormir, eu concluía a meta.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Douglas: A semana que antecedeu segui estudando no mesmo ritmo, tentando não mudar muito a rotina para evitar ansiedade e etc. No dia anterior à prova, estudei à tarde, até às 18h. Depois fui descansar.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Douglas: Posso dizer que meu erro principal foi ter desistido no início por pensar ser incapaz de passar no concurso. Caso eu tivesse organizado minha rotina antes e realizado tudo de forma mais estratégica, talvez já tivesse sido aprovado.
Outro erro, foi cair em pegadinhas de questões de prova, por falta de praticar questões.
Acertos foi contar com o Estratégia de estruturar e organizar o estudo. Com isso, entendi que passar em concurso tem muito mais relação com organização e estratégia (que geram segurança) do que qualquer outra coisa.
Por fim, fazer terapia é muito importante no período de preparação. Concurso não é apenas vencer edital, mas também é vencer seus limites, é organização.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Douglas: Estruturar os estudos, organizar os horários. Não podemos medir nosso progresso com a régua de outra pessoa. Tentar sempre ajustar a rotina de estudos com aquilo que é possível encaixar na realidade do estudante. Fazer metas irreais ou que não se encaixam com a realidade do estudante tendem a fracassar. Resolver muitas questões, e nunca sair de uma questão sem saber o que está certo e o que está errado. E, por fim, entender que passar em um concurso é muito possível, desde que exista uma rotina de estudos.