Aprovada em 14° lugar no concurso IPREM-SP para o cargo de Analista de Previdência - Área de Especialização: Previdenciária
Concursos Públicos“Pensei inúmeras vezes em desistir. A motivação era todo o conteúdo que eu já tinha e aprendia mais em cada prova que eu prestava.”
Confira a nossa entrevista com Debora Oliveira Rigo, aprovada em 14° lugar no concurso IPREM-SP para o cargo de Analista de Previdência – Área de Especialização: Previdenciária:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Debora Oliveira Rigo: Débora Oliveira Rigo, 51 anos e sou de Mauá, Grande SP.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Debora: Sempre fui concurseira. Quando me casei em 1993, eu trabalhava no antigo Bamerindus, na cidade de Mauá, onde nasci e morava. Mas mudei para uma cidade do interior, Miguelópolis e como não consegui a transferência do Banco, a cidade não tinha muitas oportunidades. Eu prestei um concurso para o IBGE, era para o censo demográfico. Era temporário, mas prestei mesmo assim e passei. Durou 6 meses. Depois, a prefeitura da cidade abriu concurso e passei para a área administrativa. Em 1997, nasceu o meu filho, Gabriel e foi o ano em que me formei em Licenciatura. Em 1999, comecei a lecionar.
Me divorciei em 2003 e voltei para cidade de Mauá. Trabalhei em uma empresa de Educação, mas tinha prestado um concurso para Nossa Caixa Nosso Banco no interior e passei, então, voltei para o interior em 2004, na cidade de Sales Oliveira, onde trabalhei até 2005, porque no período que voltei para Mauá, prestei um concurso para o Banco do Brasil, em 2003 e me chamaram em 2005, então, voltei para Mauá, e assumi o meu cargo no Banco do Brasil, em Diadema.
Em 2009, pedi exoneração para abrir uma empresa de telefonia com a minha irmã. Foi um período muito difícil, porque trabalhamos muito, mas as contas não fechavam, então fechamos a empresa após 5 anos, com muitas dívidas. Então, comecei novamente a pensar em concurso, porque é uma das poucas oportunidades que a idade não conta negativamente. Foi um período muito difícil, fazia só bicos para pagar as contas. Meu pai me ajudava financeiramente a manter as contas básicas, mas eu me sentia muito mal com isso, uma mulher de mais de 40 anos precisando de ajuda dos pais. Eu não queria arrumar um emprego CLT, porque queria um tempo para poder me dedicar aos estudos.
Em 2018, resolvi fazer outra faculdade, desta vez em Direito, porque já tinha começado a estudar novamente para concurso, mas não tinha muito tempo pra isso. Porque para mulher é sempre mais complicado, tem os afazeres da casa e muitas responsabilidades e tudo mais. Eu já tinha feito a inscrição na faculdade 2 vezes, mas sempre acontecia algo e eu trancava antes de começar. Mas em 2018, fiz a inscrição pela terceira vez. Enquanto eu estudava na faculdade de manhã, eu trabalhava à tarde, mas era um trabalho informal, com meu irmão que tem uma empresa de Mão de Obra e fazia outros bicos para complementar a renda. E tentava estudar para os concursos durante à noite e nos finais de semana. Fui prestando vários concursos, passei em muitos, porque passar nem é o problema, o problema é passar bem e conseguir uma boa colocação. Os concursos de hoje são muito disputados. Eu sei que a gente concorre mesmo com, no máximo 30% das pessoas que se inscrevem, mas são pessoas que estão muito bem preparadas. Tirando uma pontuação alta pra ficar em boa colocação.
Conheci o Estratégia pela internet, não lembro exatamente como, mas era o Ricardo Vale quem ministrava as aulas de Direito Constitucional e eu gostei muito. Contratei um plano em 2015 para estudar para o INSS, aprendi demais com o professor de Direito Previdenciário, Ali Mohamad Jaha. A prova era em Brasília, estudei bastante, estava até confiante, lembro que tirei 83 pontos, mas não peguei boa classificação para entrar. Continuei prestando outros, mas não me inscrevi para nenhum mais fora de São Paulo, porque fica muito caro e eu não queria ficar longe da família.
Me formei em 2022. Em 2021, eu prestei a OAB, porque acho que a pressão psicológica é menor antes de nos formar. Costumava falar que o semestre mais difícil é o 11°, porque aí não tem DP, é por nossa conta. Passei a primeira fase bem e para a segunda contratei o curso do Estratégia OAB, novamente os professores do Estratégia e o material me ajudaram muito. Mas, na prova da OAB, o único concorrente é você mesmo. Depois que peguei a carteira da OAB, fiquei muito na dúvida se parava de prestar os concursos ou focava na advocacia. Para focar na Advocacia, eu teria que parar com os concursos, porque é muito difícil focar nas 2 coisas, então, eu resolvi continuar com os 3, mas não dá pra focar em tudo, então continuei trabalhando informal, porque trabalhava de casa e pagava as minhas contas, e comecei a trabalhar em alguns processos e continuei estudando para os concursos.
Como o dinheiro era curto, não comprei mais cursos. Procurava tudo que fosse de graça, principalmente do Estratégia, assistia às aulas no Youtube. Muitas vezes estava limpando a casa e ouvindo aulas.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Debora: Sim, como mulher, a jornada não foi fácil. Casa, filho, obrigações diversas. Trabalho em casa, em alguns processos, já que me formei em Direito em 2022. E continuei com o freelancer com meu irmão, que é o que pagava minhas contas, porque o início da advocacia também não é fácil. E como não estava focando nisso, não quis prospectar clientes, só atendia quem me procurava.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Debora: Passei alguns. Fui concursada no IBGE, temporária – este, passei em 1 lugar – e, como era para o Censo Urbano e Agropecuário, a disputa era só entre as pessoas que queriam a vaga em determinada cidade. E, naquela época, era mais fácil. Depois, passei na Nossa Caixa Nosso Banco, no interior e no Banco do Brasil, em 2005.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Debora: Muito pouco vida social. Desde que eu e minha irmã fechamos a empresa. Primeiro, porque não tinha dinheiro pra sair e os meus finais de semana eram sempre para estudar. Sacrifiquei muitos momentos de lazer.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Debora: A família sempre apoiou sim. Meu pai sempre fez questão que os filhos estudassem. Perdi meu pai em 2021. Ele ficou internado um bom tempo, eu e minha irmã nos revezamos no hospital e eu levava sempre o notebook ou estava trabalhando ou estudando. Sempre falo que o nosso maior incentivo e desincentivo somos nós mesmos. Porque, muitas vezes pensei em desistir, aí pensava: Mas tudo que já aprendi, vou jogar fora? Percebemos que vamos evoluindo, na medida que vamos fazendo várias provas. Mas teve muitos momentos que fiquei cansada e pensava em parar e focar em uma coisa só e não podia ser só estudar, porque estudar não paga as contas.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Debora: Confesso que é muito difícil manter a disciplina. Como venho estudando há um bom tempo, foco só no pós-edital. Mas não paro de estudar entre um concurso e outro.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Debora: Aula presencial nunca fiz. Eram apostilas, baixava as leis, respondia questões de concursos anteriores, fazia meus resumos. Assistia aulas no Youtube.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Debora: Pela internet.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Debora: Nos primeiros concursos, só tinha apostila que comprávamos nas bancas de jornais ou na Central que tem em Santo André.
O Estratégia, eu conheci já na era “digital”. Vi uma aula do Ricardo Vale e gostei muito. Comprei o primeiro curso para o concurso do INSS, em 2015.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Debora: O material do Estratégia fez sim a diferença. Direito Administrativo, no início, para mim era muito difícil, estudava com um dicionário do lado, porque não sabia nem o significado de muitas palavras e as aulas são muito bem explicadas. O professor Herbert Viana fez toda a diferença.
Quando entrei na faculdade de direito, eu já tinha uma boa noção do conteúdo, o que facilitou muito a minha vida acadêmica, consegui aproveitar muito bem o conteúdo, porque nunca chegava nas aulas sem ter o mínimo de conhecimento das matérias.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Debora: Tentei várias estratégias: já tentei estudar 2 matérias por dia. Uma semana em cada matéria. Porque é tanto conteúdo, que às vezes ficava muito bem em uma matéria, ficava uns dias sem estudar aquele conteúdo e, quando voltava, já tinha esquecido uma boa parte. Mesmo porque, às vezes a semana era muito corrida e não estudava para os concursos. Aí quando retorna, fica mais difícil.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Debora: Aprendi a fazer os meus próprios resumos e fui aperfeiçoando à medida que sentia mais dificuldades nas provas. Porque nas questões das provas, eu nunca fui boa em chutar, as que eu não sabia, sempre ficava em dúvida em duas alternativas e muitas vezes a diferença entre elas acaba sendo um detalhe.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Debora: Fazer questões é metade do caminho. Fiz muitas questões.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Debora: Direito Administrativo, no início era difícil, mas quando você entende, fica mais fácil. Prestei alguns concursos na área fiscal, mas desisti, porque Contabilidade até aprendi bastantes coisas com o professor Silvio Sande, mas Estatística pra mim é mais difícil.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Debora: Na última semana da prova, tento focar em questões e aulas resumidas no Youtube. Hora da Verdade é muito boa para refrescar todo o conteúdo.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Sempre tive receio de provas discursivas, tinha medo de não saber responder. Nisso, o curso de Direito me ajudou bastante a me desenvolver.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Debora: O erro é não focar totalmente, mas eu não tinha muita escolha, quando você é jovem, não tem tantas responsabilidades, pode focar só nos estudos ou quando tem marido ou esposa e consegue manter a casa enquanto o outro estuda. Eu estudava em qualquer tempo que eu tivesse. Esse foi o meu acerto. Não saía aos finais de semana, pra ficar estudando.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Debora: Pensei inúmeras vezes em desistir. A motivação era todo o conteúdo que eu já tinha e aprendia mais em cada prova que eu prestava.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Debora: No início, eu me dei um prazo de 5 anos para passar em algum concurso, mas quando os 5 anos se passaram e eu não passei, achei que não era mais pra mim, que tinha passado o tempo. E assistindo uma das aulas, não lembro qual professor foi, porque eles não são bons somente no conteúdo, eles são bons em te fazer acreditar e sempre falam que: tem sempre um parente que quando te encontrar, faz a mesma pergunta: “E aí, já passou? Nossa, ainda não? Vai prestar até quando? Não é melhor desistir?” E este professor, falou que a resposta deveria ser: “Vou tentar até passar”, então essa era a frase que eu sempre repetia quando eu esmorecia.