Aprovado em 1° lugar para Analista Judiciário no concurso TRT MT
Tribunais“Quando você menos esperar, as coisas vão acontecer. Se você não desistir, uma hora a conta fecha!”
Confira a nossa entrevista com Roberto César Bolsoni Fróis, aprovado em 1° lugar para Analista Judiciário no concurso TRT MT:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Roberto César Bolsoni Fróis: Nasci em Governador Valadares (MG), tenho 29 anos e sou formado em Engenharia Civil e Ambiental. Atualmente sou escrevente técnico judiciário do TJSP.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Roberto: Quando ainda estava na faculdade, eu já pensava em estudar para concursos. Eu me formei em 2015 e no início de 2016 comecei a estudar. Tomei essa decisão porque não via muitas oportunidades para a minha área na iniciativa privada, além do fato de não encontrar remunerações muito atrativas e também de não ter garantia de permanência no emprego.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Roberto: Inicialmente eu só estudava. Até ser nomeado no TJSP, eu me dediquei em tempo integral aos estudos. Depois que tomei posse e comecei a trabalhar, continuei estudando. Foi mais difícil, pois o tempo passou a ser mais escasso e o cansaço do trabalho influenciava nos estudos. Mas eu sabia que, com disciplina e persistência, eu poderia chegar lá.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Roberto: É uma longa história. Inicialmente a minha intenção foi prestar concursos para a minha área, de engenharia. Fiz os concursos do IBGE, para analista ambiental, e da Funai, para Indigenista Especializado, ambos em 2016. Fui reprovado no primeiro e fiquei em cadastro reserva no segundo. Com alguns meses de estudo, eu percebi que havia poucos concursos na minha área, enquanto os tribunais estavam a todo vapor. Pesquisei bastante e me identifiquei muito com o cargo de técnico judiciário, que exige apenas nível médio. Então, resolvi mudar totalmente o meu foco e, no final de 2016, fiz a inscrição para técnico judiciário no concurso do TRF2, que estava com edital aberto. Como já era esperado, passei longe da aprovação, pois nunca tinha tido contato com disciplinas do Direito, apenas uma parte muito básica de Direito Constitucional no concurso da Funai. No entanto, gostei do que eu havia estudado e decidi continuar nesse caminho de tribunais. Em 2017, fiz as provas do TJSP (para a capital e região de Campinas) e do TJMG, sendo reprovado em ambas. Porém, eu persisti e no início de 2018 fui aprovado em 2º lugar no TJSP para a região de Araraquara (concurso para as comarcas do interior do estado). Enquanto aguardava a minha nomeação, fiz os concursos do MPU em 2018 e dos TRFs 3 e 4 em 2019, todos para técnico, ficando em cadastro reserva no MPU. Até que em setembro de 2019, faltando uma semana para o fim da validade do concurso, fui nomeado pela Funai, por decisão da justiça, que obrigou a nomeação de todos os candidatos aprovados no cadastro reserva. Fui lotado no interior do Pará, mas, pela distância da família e a minha ânsia em ser nomeado pelo TJSP (pois fui aprovado dentro das vagas), pedi exoneração depois de dois dias de trabalho. Voltei para a minha cidade e depois de 2 meses, em novembro de 2019, fui nomeado pelo TJSP (1 ano e 6 meses após a realização da prova), órgão no qual estou hoje. Desde quando entrei no TJSP, eu já tinha a intenção de trabalhar em um tribunal federal, de preferência em um TRE. No entanto, aquela altura os concursos da Justiça Eleitoral estavam suspensos por questões orçamentárias, o que foi agravado pela pandemia em 2020. Mesmo assim, eu continuei estudando para estar preparado quando a oportunidade aparecesse, com foco em TREs. Então, nesse ano de 2022, começaram a ser publicados diversos editais excelentes, inclusive muitos TRTs. Fiz o concurso do MP-SC e fiquei em cadastro reserva. Eu queria fazer alguns concursos de TRTs para usar como teste para o concurso unificado da Justiça Eleitoral em 2023, e quem sabe conseguir uma boa classificação. Como eu não estudava Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, foquei no cargo de Analista Judiciário – Área Administrativa e vi que o concurso do TRT-MT não cobrava tais disciplinas para esse cargo. Resolvi prestar esse concurso e, para a minha surpresa, errei apenas uma questão e fiquei em 1º lugar. Eu já estava estudando as disciplinas cobradas no TRT-MT há bastante tempo, mas jamais imaginaria que eu pudesse errar somente uma questão em uma prova desse nível. Enquanto não for nomeado no TRT-MT, pretendo continuar estudando sim.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Roberto: Eu sempre fui muito dedicado e disciplinado com os estudos, mas sempre reservei momentos de lazer com a família e com os amigos nos finais de semana. Depois que comecei a trabalhar no TJSP, passou a ser mais difícil conciliar trabalho, estudos e lazer, mas eu sabia que essa situação seria temporária se eu continuasse me dedicando.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Roberto: Sim, minha família sempre me apoiou e me apoia até hoje. Meus pais nunca me cobraram para ser aprovado logo em um concurso, mesmo quando eu estudava em tempo integral. Por isso eu me dediquei para retribuir essa confiança e sou muito grato a eles pelo apoio que me dão.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Roberto: Como expliquei anteriormente, eu já estava estudando as disciplinas cobradas para AJAA do TRT-MT há bastante tempo (mais de dois anos). Portanto, depois que o edital saiu, eu aumentei o ritmo de estudos voltado exclusivamente para ele e aparei as arestas da minha preparação. Para manter a disciplina, eu defini como prioridade na minha vida ser aprovado para um tribunal federal. Eu coloquei na minha cabeça que o estudo era o caminho pelo qual eu poderia mudar a minha história. Acredito que só conseguimos manter a disciplina em nossa vida quando temos um propósito muito forte, um objetivo para o futuro que esteja relacionado ao nosso crescimento pessoal.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Roberto: Na minha preparação, utilizei principalmente os cursos em PDF do estratégia e a lei seca. Sempre imprimi os materiais porque eu gosto de fazer marcações e anotações fisicamente para ajudar na assimilação dos conteúdos. Também comprei livros para complementar os estudos nas disciplinas de Administração Financeira e Orçamentária e Gestão de Pessoas. Raramente eu utilizei videoaulas, pois sempre achei o material escrito mais completo, além de a videoaula exigir muito mais tempo de estudo. Muito importante destacar também que utilizei site de resolução de questões diariamente, o que foi essencial nas minhas aprovações.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Roberto: Conheci o Estratégia pela internet, quando eu buscava algum material no qual eu pudesse basear meus estudos.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Roberto: Não, o material do Estratégia foi o primeiro que eu utilizei.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Roberto: Sim, meus estudos alavancaram quando eu me tornei aluno do Estratégia, pois os cursos são bastante completos. Os materiais são grandes justamente porque englobam praticamente tudo o que é cobrado nas questões de concursos. Além dos materiais em si, existe o portal do aluno, onde podemos tirar dúvidas diretamente com os professores, o que auxilia muito na preparação.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Roberto: Meu plano de estudos sempre foi muito simples. Eu estudava de duas a três disciplinas por dia, dedicando no máximo duas horas para cada. Eu lia uma aula do material em PDF e resolvia muitas questões sobre o assunto em seguida. Quando avançava no conteúdo da disciplina, eu continuava a resolver questões dos assuntos que eu já havia estudado, sempre com a lei seca impressa do lado e fazendo revisões contínuas. Quando eu não trabalhava, estudava cerca de 6 horas por dia. Depois que tomei posse no TJSP, passei a estudar 4 horas por dia.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Roberto: Eu fazia as revisões a partir das minhas marcações e anotações nos materiais em PDF e na lei seca. Não fazia resumos sempre, apenas quando sentia dificuldade de assimilar algum assunto. Sempre gostei de me “familiarizar” com o material por meio das marcações e anotações, o que me ajudava a lembrar, na hora da prova, até a imagem do material que eu havia estudado.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Roberto: A resolução de questões foi essencial para a minha aprovação. Eu resolvia questões todos os dias, chegando a 68 mil até o concurso do TRT-MT. Considero essa uma parte indispensável da preparação, pois as questões são a melhor forma de treinar o conteúdo estudado. Ademais, o aprovado em concurso não é o mais inteligente, mas simplesmente aquele que acerta o maior número de questões da prova.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Roberto: Eu tive mais dificuldade em Administração Financeira e Orçamentária e Gestão de Pessoas, pois são disciplinas extensas e com aprendizado demorado. Para superar essa dificuldade, comprei livros para me aprofundar nos conteúdos e passei a dar mais prioridade a essas disciplinas, estudando-as com uma frequência maior durante a semana.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Roberto: Na semana anterior à prova, eu simplesmente revisei os conteúdos que eu achava que poderia não lembrar na hora da prova e continuei resolvendo muitas questões. No dia pré-prova, eu revisei especialmente prazos e conteúdos que eu sabia que deveria ter frescos na mente.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Roberto: Não houve prova discursiva para o meu cargo no concurso do TRT-MT.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Roberto: Acredito que o meu principal erro em concursos anteriores foi ter, em muitos momentos, reservado tempo excessivo para resolver questões em detrimento da revisão por meio dos materiais impressos. Eu senti que, em algumas provas, faltou lembrar mesmo do conteúdo da lei ou de algum assunto que eu sabia que já tinha lido nos PDFs. Quando decidi prestar o concurso do TRT-MT, reservei um tempo bem maior para a revisão da teoria, principalmente da lei seca. Cheguei a ler a Lei de Responsabilidade Fiscal (lei complexa e com muitos detalhes da disciplina de Administração Financeira e Orçamentária) diversas vezes, e acabei gabaritando a disciplina em que eu tinha muitas dificuldades. Portanto, acredito que o meu principal acerto na preparação para o concurso do TRT-MT foi ter reservado mais tempo para revisão da teoria, especialmente da lei seca.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Roberto: Diversas vezes. Acho que todo concurseiro vai pensar em desistir em algum momento. Estudar para concursos é uma decisão que envolve muito esforço, disciplina e muita renúncia. Temos que dizer não para a família e para os amigos em muitos momentos em que gostaríamos de dizer sim, sempre em prol dos estudos. E há momentos durante a preparação que o cansaço e o desânimo chegam com tanta força que parece que a vontade de desistir vai ser maior do que qualquer outra. No entanto, eu sentia que deveria apenas continuar estudando, apesar das dificuldades, pois sabia que a aprovação era questão de tempo se eu continuasse me dedicando com disciplina e constância.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Roberto: O que eu gostaria de dizer para quem está estudando é que continuem firmes nos estudos. Escolham uma área para estudar e sigam em frente. Não adianta ficar atirando para todos os lados, pois as chances de não ser aprovado em nenhum concurso serão altas. E também deve-se ter em mente que a preparação para concursos de alto nível é a longo prazo. São meses e até anos de estudos para conseguir se tornar competitivo a ponto de ter chances de conseguir uma vaga. Portanto, costumo dizer que estudar para concursos é um projeto de vida, de longo prazo. Sei que as dificuldades são grandes, como disse anteriormente, e que muitas coisas que acontecem em nossa vida podem dificultar essa batalha. Porém, a aprovação em um concurso é um acontecimento que transformará a sua vida para muito melhor, e para sempre. Por isso, é necessário definir os estudos como prioridade na sua vida, como propósito de ter um futuro melhor. As incertezas durante a caminhada são grandes, mas a luta diária e constante faz milagres. Eu jamais imaginaria que pudesse passar em 1º lugar para analista em um tribunal federal, muito menos em um TRT e em Mato Grosso. Como minha mãe sempre me disse: “Deus não vai lhe dar tudo o que você quer, mas vai lhe dar sempre o melhor”. Portanto, o que eu tenho a lhe dizer é: continue estudando, pois Deus tem planos maravilhosos para você. Quando você menos esperar, as coisas vão acontecer. Se você não desistir, uma hora a conta fecha!