Aprovado em 11° no concurso SEFAZ AP para Auditor Fiscal
Fiscal - Estadual (ICMS)“As pessoas vão te julgar, muitas delas vão torcer contra a sua conquista e, quando você passar, vão dizer que foi sorte, pois só veem a vitória, e não a batalha. Estude por você, não por elas, a não ser que pensar em poder futuramente deixá-las com inveja de ti te dê mais motivação. Quando ficar desanimado, pense na realidade que você viverá quando estiver no cargo que almeja, nas pessoas que você ama e no que vai poder fazer para deixá-las felizes.”
Confira a nossa entrevista com Luiz Roberto Andrade De Araújo Filho, aprovado em 11° no concurso SEFAZ AP para Auditor Fiscal:
Estratégia: De onde você é? Qual é sua idade? E sua formação?
Luiz Roberto Andrade De Araújo Filho: Sou natural de Goiânia-GO, mas vivi minha infância em Ceres, no interior de Goiás. Tenho 30 anos. Sou Engenheiro de Controle e Automação graduado pela Universidade Federal de Itajubá – MG.
Estratégia: Você chegou a trabalhar na sua profissão? O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Luiz Roberto: Atuei na iniciativa privada durante 6 anos. Foram duas empresas, uma multinacional americana de Engenharia de Petróleo e uma varejista francesa do ramo de construção, acabamento e decoração.
O principal aspecto que me levou a começar a estudar para concursos foi a possibilidade de o serviço público trazer mais conforto para mim, minha esposa e futuros filhos, quando se fala em remuneração e regime de trabalho.
Estratégia: Como foi a escolha pela área fiscal? O que pesou mais para você quando teve que definir esse foco de estudo?
Luiz Roberto: Enquanto eu ainda analisava as diferentes carreiras no serviço público, um colega de graduação foi aprovado em um concurso para a área fiscal. Conversamos e, com base em seus relatos, vi que essa seria a melhor alternativa para mim, tanto na preparação (pois eu já tinha alguma experiência com parte das disciplinas), quanto em relação ao ofício que exerceria quando aprovado, visto que a rotina do auditor envolve um trabalho administrativo-investigativo, o que me deixava animado, além do fato de que eu poderia contribuir com a formação da receita do ente, recurso que seria utilizado para prover serviços e estrutura à população. Ou seja, eu traria uma vida melhor para a minha família e, ao mesmo tempo, contribuiria com a sociedade.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava?
Luiz Roberto: Durante toda a minha preparação, conciliei trabalho e estudo. Nos primeiros 18 meses, eu atuava na iniciativa privada, com uma rotina de aproximadamente 44 horas semanais, trabalhando em todos os sábados e, às vezes, aos domingos.
Nessa época, para conseguir manter uma carga horária de estudos favorável, algo entre 25 e 30 horas semanais, eu acordava bem cedo, por volta de 4:30h, estudava antes do horário de trabalho, na hora do almoço e após retornar do trabalho. O grande segredo para manter esse volume de estudo e trabalho era a consistência e a disciplina. Eu não me propunha a estudar 40-50h semanais, como via muitos fazerem, mas sempre atingia o que eu me programava para fazer.
Ainda sobre essa rotina, algo indispensável para a minha aprovação foi o apoio da minha esposa, que aceitou bem o fato de que eu estaria mais ausente, além de ter passado a realizar a maior parte das tarefas domésticas que eram de minha responsabilidade.
Depois que fui nomeado para o cargo de Auditor do ISS Araguaína – TO, o qual ocupo atualmente, minha carga de trabalho foi ligeiramente reduzida, mas mantive o mesmo volume de estudos, prezando sempre pela consistência e passando a executar novamente as minhas tarefas de casa, hehehe.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Luiz Roberto: Com aproximadamente 6 meses de estudos, fui aprovado no concurso para Auditor Fiscal do ISS Araguaína – TO, realizado em abril de 2020, cargo que ocupo desde maio de 2021, até o presente momento.
Em relação ao concurso para Auditor da Receita Estadual da Sefaz-CE, ocorrido em 2021, sou o 72º colocado.
No concurso da Sefaz-ES, fui o 23º colocado na prova objetiva, mas, por interpretar de forma errônea uma das questões dissertativas e por errar um item da outra, fui desclassificado por não ter atingido o mínimo de 40% no somatório dessas duas questões.
No concurso da Sefaz-AP, de 2022, sou o 11º colocado para Auditor Fiscal e 53º colocado para Fiscal de Tributos.
Sobre as reprovações, gosto de citar que no meu primeiro concurso (ISS Uberlândia), atingi a posição nº 798. Além disso, não atingi o mínimo de 60% na prova da Sefaz-DF, de 2021, além de não ter sido classificado para a correção da dissertativa da Sefaz-AL, de 2021.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Luiz Roberto: Desde que comecei a estudar, sempre mantive a mesma carga de estudos, independentemente da presença de edital, salvo nas duas semanas prévias às provas, em que eu dava aquele sprint final. Para manter a disciplina sem editais em aberto, eu tentava imaginar que estar estudando naquela época seria uma espécie de antecipação aos meus concorrentes, o que seria mais um diferencial em relação a eles.
Outra forma que eu utilizava para manter o foco era todo domingo definir o cronograma de estudos para a semana subsequente (horas para cada uma das matérias que compunham minha rotina). Um fato curioso era que eu me dava a “colher de chá” de poder não cumprir 5% dessa rotina, ou seja, de 1h a 1:30h, dependendo da semana. Isso me ajudava a sentir menos a pressão de ter que cumprir integralmente aquele cronograma e, quando eu deixava de estudar alguma disciplina, tentava deixar para trás as que menos contribuiriam para os resultados nas provas.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Luiz Roberto: Por meio de pesquisas na internet e de relatos de ex-alunos com quem tive contato antes de começar a estudar.
Estratégia: Qual diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Luiz Roberto: Para mim, o maior diferencial do material foi abranger com excelente grau de previsibilidade o que cairia nas provas, além de ser didático ao ponto de nos fazer entender a matéria sem que, na maioria das vezes, fosse necessário recorrer às videoaulas.
Estratégia: Recomendaria o Estratégia para um amigo que está começando os estudos?
Luiz Roberto: Recomendaria sim, sem dúvidas.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso?
Luiz Roberto: Inicialmente, utilizei predominantemente os PDFs do Estratégia e as leis secas, enquanto eu montava meus “cadernos de cortes”, que continham apenas as partes mais importantes das aulas, que eu utilizava quando precisava revisar alguma matéria. Depois de um tempo, somente fazia questões e, quando necessário, recorria aos meus cadernos de cortes.
Quanto às videoaulas, era um recurso que eu utilizava quando realmente não conseguia entender a explicação do professor no PDF.
Estratégia: Quantas horas por dia costumava estudar?
Luiz Roberto: De 3 a 5 horas líquidas por dia, aproximadamente, de segunda a sábado. Sem edital na praça eu não estudava aos domingos. Com edital, estudava domingo de manhã e descansava o restante do dia.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Luiz Roberto: Em relação à divisão das disciplinas, meu cronograma diário era dividido em tantas matérias quantas horas eu tinha. Se eu tinha 5 horas líquidas de estudo, seriam 5 disciplinas, uma hora para cada uma, iniciando pela que eu mais tinha dificuldade e encerrando com a que eu tinha mais facilidade, intercalando entre as diferentes áreas, como Direito, Contabilidade, Matemática.
Em relação ao material para revisão, eu não costumava confeccionar resumos, e sim cadernos que continham as partes das aulas que eu considerava importante revisar. Eventualmente eu fazia um ou outro esquema, além de alguns post-its que eu fixava na parede em frente à minha mesa de estudos com temas que eu tinha muita dificuldade para memorizar, os quais eu lia semanalmente.
Após terminar a teoria de uma disciplina, eu passava a focar praticamente em fazer exercícios nos sistemas de questões, revisando os conceitos com base nos comentários dos professores e dos colegas, que eram adicionados aos cadernos de cortes, para enriquecê-los.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais?
Luiz Roberto: Inicialmente, por não ter qualquer experiência na área, as disciplinas da área de Direito como um todo eram novidade para mim, mas a maior parte não chegou a ser tão desafiadora. As matérias que mais me tiraram o sono foram contabilidade (com a qual depois de um tempo acabei me acostumando), Economia e Direito Civil, especialmente porque essas duas últimas são muito extensas, com pouco peso nas provas, mas que eram necessárias. Entretanto, minha própria mente criava um bloqueio em relação ao estudo delas em virtude do baixo custo benefício.
Eu vi muitos colegas deixarem de estudar as disciplinas de que não gostavam, somente lendo algum resumo na véspera da prova. Porém, no meu caso, ainda que eu tivesse dificuldade ou não gostasse de alguma matéria, eu não fugia dela, batia de frente mesmo, pois sabia que na prova ela estaria lá, só me aguardando. Vi também muitas pessoas que praticamente fechavam Direito Tributário e LTE, mas que subestimavam as demais matérias. Tentei não fazer isso, dando a devida importância a cada tema que fazia parte do meu cronograma/edital.
Estratégia: Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Luiz Roberto: Sou casado há 3 anos, mas já moramos juntos há 6 anos. Não temos filhos, mas planejamos ter o primeiro no ano que vem.
Minha esposa foi a principal responsável pela minha decisão de passar a estudar para concursos. Na verdade, ela é que me convenceu, apresentando-me as vantagens do serviço público. Quando passei a estudar, ela começou a me dar total apoio em casa para que eu tivesse mais tempo e energia. Isso foi, sem sombra de dúvidas, algo muito importante para essa conquista.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Luiz Roberto: Antecipo que não tem como ter muito equilíbrio na vida de alguém que trabalha e estuda para a área fiscal.
Enquanto eu ainda estava na iniciativa privada, com uma rotina mais densa de trabalho e de estudos, eu praticamente não saía ou praticava atividades físicas. Acabei até me distanciando de boa parte dos meus amigos, de muitos deles sem nem dizer que estava saindo menos porque tinha passado a estudar para concursos, pois eu não queria sentir a pressão de ter um grupo de pessoas interessadas em saber se eu passaria ou não nas provas. Curiosidade: só contei para os meus pais que eu tinha feito a prova de Araguaína-TO quando saiu o resultado da aprovação. Quanto ao Amapá, eu ainda nem contei que fui fazer a prova, hahaha, acho que vou esperar a nomeação, desta vez.
Deixando as brincadeiras de lado e voltando a falar em falta de equilíbrio: olhando para trás, ela foi, em grande medida, fruto da minha ansiedade por querer passar logo, algo que trouxe consequências muito negativas, como o fato de eu ter ganhado 12 kg (os quais eu já perdi, felizmente), além de ter deixado amigos para trás, que mesmo após eu voltar a sair, se distanciaram, sem contar as possíveis consequências à minha saúde.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Luiz Roberto: Como eu vim da iniciativa privada, contexto em que os indivíduos vão escalando em suas carreiras, enxergava a minha jornada de estudos como uma escada. Portanto, acredito que fazer provas de concursos menos concorridos sejam um excelente caminho, mesmo que não sejam do cargo que o indivíduo realmente pleiteia, desde que sejam certames que tenham alguma relação com a vaga realmente desejada (eu não misturaria provas de carreiras policiais com as da área fiscal, por exemplo). No meu caso, passei primeiro para Auditor de ISS, cargo municipal.
Depois que fui aprovado nessa prova, passei a fazer somente as relacionadas a cargos que eu aceitaria permanecer até a minha aposentadoria, como é o caso da Sefaz-AP. Portanto, se eu for nomeado, provavelmente pararei de estudar, até porque eu e minha esposa temos ambições profissionais além da carreira no serviço público, as quais poderão se concretizar se eu ocupar o cargo de Auditor da Sefaz-AP, morando em Macapá. Outro aspecto é o fato de que, nos últimos 5 anos, nos mudamos de cidade 4 vezes: já estamos cansados. Então, caso ocorra a nomeação, provavelmente será esta a minha última parada. Até lá, continuo estudando.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Luiz Roberto: Preciso ser sincero. Quando saiu o edital da Sefaz-AP, eu já estava me preparando para a prova da Sefaz-MG há cerca de dois meses. Então, acabei estudando para a prova de Fiscal de Tributos da Sefaz-AP somente durante os 3 dias anteriores à sua aplicação, sem grandes expectativas.
Quando cheguei a Macapá-AP, um casal de amigos que mora lá, e que me hospedou, me apresentou a cidade, as oportunidades que eu e minha esposa poderíamos ter ao viver lá, e eu gostei bastante de tudo que vi. Com isso, fiquei bastante motivado para a prova de Auditor. Na semana entre as duas provas, estudei como se não houvesse amanhã, corrigindo as falhas cometidas na prova de Fiscal, o que me garantiu a 11ª posição na prova para Auditor, ante a 53ª colocação na que realizei primeiro.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Luiz Roberto: Sensação de que todo o esforço vale a pena. Felicidade por ter percorrido mais um passo em busca de um futuro melhor para mim e para a minha família.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Luiz Roberto: Em relação à semana anterior à prova, eu havia me programado no trabalho para não tomar a frente de qualquer atividade. Foi uma semana muito intensa, em que eu praticamente só comi, dormi e estudei, diferentemente das anteriores, nas quais eu tentava manter algum equilíbrio na rotina. Na minha opinião, a última semana é a mais importante, sendo aquela em que terminamos de assimilar e memorizamos aqueles conhecimentos que logo serão esquecidos, embora seja importante não negligenciar as anteriores, que são indispensáveis para criar-se uma base teórica sólida, com tudo aquilo que, em muitos casos, nem precisará ser revisado nos dias que antecedem a prova.
Quanto ao fatídico dia, acabo utilizando os momentos anteriores ao início da prova para revisar aqueles assuntos que precisam ser decorados, como prazos, códigos, alíquotas, tentando não me cansar para não perder performance na resolução das questões durante a prova.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Luiz Roberto: Em relação à rotina, em si, um erro grave foi negligenciar totalmente a minha saúde em busca da aprovação, i.e., ter literalmente abandonado as atividades físicas e, muitas vezes, ter passado várias semanas sem ver os amigos ou sem sair com a minha esposa.
Quanto aos estudos, um erro foi retornar demais à teoria e demorar a dar foco às questões e resoluções. A prova é feita de questões, e ter experiência e malícia na hora de resolvê-las é, sem dúvidas, um diferencial, este que só é conquistado com o tempo, experiência, tentativa e erro.
A respeito dos maiores acertos, com certeza foi não fugir das disciplinas com as quais eu tinha dificuldade, encarando-as de frente. Outra estratégia que deu certo, especialmente na Sefaz-AP, foi utilizar os erros para otimizar a performance. Sempre que eu fazia uma prova, analisava todas as questões que tinha errado, além da teoria relacionada a ela, para nunca mais errar.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Luiz Roberto: O mais difícil, sem dúvidas, foi conciliar trabalho e estudo. Acordar cedo, tentar suprimir as preocupações do trabalho para não interferirem nos estudos, abster-me de me divertir, passar tempo com as pessoas que amo. Porém, em nenhum momento cheguei a desistir, pois coloquei na minha cabeça que a aprovação era o único final possível para essa história. Olhava para o presente e comparava com o futuro que eu vislumbrava, e isso me dava energia. Pensava na possibilidade de dar um futuro melhor para a minha família, e isso me dava ainda mais energia.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Luiz Roberto: Sem sombra de dúvidas foi buscar uma vida melhor para mim, minha esposa e futuros filhos.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Luiz Roberto: Caro estudante, concurseiro, concursando, como prefira ser chamado. A jornada para a aprovação é bastante desafiadora. As pessoas vão te julgar, muitas delas vão torcer contra a sua conquista e, quando você passar, vão dizer que foi sorte, pois só veem a vitória, e não a batalha. Estude por você, não por elas, a não ser que pensar em poder futuramente deixá-las com inveja de ti te dê mais motivação. Quando ficar desanimado, pense na realidade que você viverá quando estiver no cargo que almeja, nas pessoas que você ama e no que vai poder fazer para deixá-las felizes. Caso vá mal em uma prova, saiba que sempre haverá uma próxima oportunidade, e pense nessa reprovação como uma forma de aprendizado. Estude bastante, e o faça de forma inteligente: planeje, depois execute, só não planeje demais. Por fim, peço que não se esqueça da sua saúde, pratique atividades físicas, se alimente de forma adequada e mantenha por perto as pessoas que querem o seu bem.