“A caminhada no mundo dos concursos públicos é muito árdua, solitária e cheia de incertezas. As derrotas, geralmente, são maiores em número e em intensidade, porém, basta uma só vitória para fazer valer a pena todo o sacrifício. Façam uma leitura do que lograram até o presente momento.”
Confira a nossa entrevista com Luís Fernando Rosa, aprovado para Juiz de Direito no concurso TJ AC:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Há quanto tempo se formou em Direito? Qual sua idade e cidade natal?
Luís Fernando Rosa: Sou o Luís Fernando Rosa, natural de Mococa (SP), mas resido há 13 anos em Uberlândia (MG), cidade em que me graduei em Direito pela UFU em 2014.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Escolheu seu curso superior já pensando em fazer concurso ou chegou a advogar?
Luís: O estágio que fiz já nos primeiros anos da graduação foi decisivo na minha escolha pela carreira da Magistratura Estadual. Por meio de aprovação em processo seletivo, tive a oportunidade de estagiar no Gabinete da 9ª Vara Cível de Uberlândia, onde aprendi muito com todos que à época lá trabalharam.
Desde muito pequeno eu dizia que cursaria Direito (antes mesmo de saber o que significava). Acabou que realmente optei por este curso, mas a ideia de prestar concurso público surgiu um pouco depois, com o estágio acima mencionado. Eu também estagiei em escritórios de advocacia e advoguei por aproximadamente um ano e meio. Embora tenha exercido a advocacia por pouco tempo, foi um período bastante intenso e de muitas experiências com peticionamentos, audiências e acompanhamentos de relevantes e complexas diligências. Aprendi muito advogando.
Estratégia: Sempre fez concursos para carreira jurídica?
Luís: Sim, nunca prestei um concurso para outra área.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Luís: Sim, sempre trabalhei e estudei. Durante toda a graduação eu estudava e fazia estágios remunerados para ajudar meus pais com os gastos, pois venho de uma família humilde (pai pedreiro e mãe cuidadora de idosos) e tenho muito orgulho disso.
Quando me formei eu já estava empregado em escritório de advocacia e eu já me enveredava nos estudos para concurso no período da noite, ainda que fosse meia ou uma hora diária.
Todavia, quando assumi o cargo de Assessor de Juiz do TJMG e alcancei total independência financeira foi que passei a me dedicar com mais afinco aos estudos para a Magistratura. Fui aprovado em processo seletivo para o cargo em comissão de Assessor de Juiz em agosto de 2015. Em janeiro de 2016, adquiri os livros jurídicos que eu precisava para aprimorar minha preparação e, em 2017, comecei a fazer provas.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Luís: Oficial de Justiça do TJMG (Colocação 51); Procurador da Câmara Municipal de Orlândia (Colocação 21) e Juiz de Direito do TJAC (Colocação provisória 21 – aguardando apuração dos títulos, fase não eliminatória). Ainda não me decidi a respeito de continuar estudando para concursos públicos, mas tenho certeza que, além da Magistratura, pretendo investir na carreira acadêmica e na docência.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Luís: Como sempre foquei em concursos para a Magistratura Estadual, desde 2017, quando eu já tinha um material de estudos formado e passei a fazer provas.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Luís: Sempre usei livros. Como já mencionei, eu adquiri manuais e cursos das disciplinas constantes do edital da magistratura e resumi, a mão, um por um deles. Levei praticamente um ano para concluir os meus resumos.
As principais vantagens foram: – ter confeccionado o meu próprio material, então eu o conheço muito bem; – ter resumos manuscritos de todas as disciplinas, o que facilita bastante nas revisões e nos transportes dos materiais nos dias de prova; – posteriormente, eu cheguei a fazer um resumo dos meus resumos, o que me ajudou bastante nas revisões de véspera e nas 24 horas que antecedem a oral.
As principais desvantagens foram: – ter levado muito tempo para confeccionar os resumos; – ter resumido temas que não são muito cobrados nos concursos; – meus resumos se desatualizam com muita rapidez e não é muito prático atualizá-los; – quase ter machucado minha mãe depois de tanto escrever durante um ano inteiro, rs.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Luís: Pela internet, através das amplas divulgações a respeito dos cursos, e por meio de colegas de concursos.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Luís: O concurseiro é uma “espécie” que tem muita curiosidade a respeito de materiais de estudos e sempre tem uma tendência a achar que o outro é melhor que o dele. Comigo não foi diferente, já consultei materiais de outros cursos, mas sempre tive como base o que eu mesmo elaborei.
Todavia, ler o blog do Estratégia sempre foi uma constância em meus estudos. As postagens são excelentes, sempre atualizadas e com o conteúdo ideal para responder o que as bancas têm cobrado.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Luís: Quando fui convocado para a prova oral de Juiz do TJAC, senti a necessidade de organizar minha preparação para essa fase bastante peculiar do concurso. Foi aí que me matriculei no curso de prova oral do TJAC oferecido pelo Estratégia.
No curso eu tive acesso a material em PDF com várias dicas para essa fase, mas o grande diferencial foram as orientações dadas pelos professores, por videoconferência, e as arguições muito bem simuladas. A equipe das arguições contou até com fonoaudiólogas e psicólogas.
As orientações dos professores, desde a organização para a viagem para a prova oral, a preparação do material, a revisão das 24 horas e, por óbvio, sobre a maneira de estruturar as respostas e se portar perante a banca foram essenciais para a minha aprovação.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Luís: Durante a minha preparação o plano se alterou algumas vezes, mas sempre busquei seguir o estudo de duas matérias por dia (a maior pela manhã e a menor à noite), de forma que eu passava por todas as disciplinas em uma semana.
Durante a maior parte do tempo de preparação eu estudava aos sábados (era o dia que eu mais estudava) e aos domingos de manhã (geralmente resolvia provas de 1ª e segunda fase, a depender da fase em que eu estava no concurso).
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Luís: Leitura dos resumos que eu confeccionei e resolução de exercícios.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Luís: Confesso que nunca gostei muito de resolver exercícios de provas objetivas, talvez porque seja meu calcanhar de aquiles (caio em peguinhas, gasto tempo brigando com questões difíceis etc), mas reconheço a importância disso para toda e qualquer aprovação. Quando passei a resolver essas questões com mais velocidade, acreditando mais na primeira impressão que eu tinha acerca delas, meu desempenho melhorou.
Não me recordo muito bem de quanto exercícios cheguei a resolver (zerei uma vez o QC e não me recordo com exatidão de quantas questões eu já tinha), mas creio ter sido em torno de 9 mil. Considero um número baixo perto de outros colegas.
Lembro que na preparação para a segunda fase do TJAC eu resolvi muitas questões dissertativas e escrevi muitas sentenças penais e de improbidade administrativa (não pratiquei muito sentenças cíveis, pois trabalho diariamente minutando sentenças dessa natureza).
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Luís: Como fui aluno do curso para a prova oral, vou considerar esta fase em específico.
Foi uma semana de muitos treinos com os colegas e com os professores do Estratégia.
Nessa etapa, considero que treinar seja mais importante do que revisar. Na última fase do concurso, é comum sabermos ao menos o básico a respeito de várias temas. Então, considero que o diferencial está em apresentar o básico de uma maneira objetiva e clara e, se tiver algo a mais para mostrar, mostre, mas o faça com técnica, observando a forma devida, para não soar arrogante perante a banca.
O dia pré-prova (dia do sorteio) foi de muita revisão. Leitura rápida sobre os temas mais importantes do meu tema sorteado.
Segui a orientação do Prof. Rodrigo Vaslin e criei um grupo no WhatsApp com três amigos “anjos” que ficaram responsáveis por me ajudar na revisão de disciplinas específicas, enviando-me os materiais que eu não tinha e resumindo por mensagens e áudio os pontos mais relevantes. Isso foi fundamental para eu manter a tranquilidade e conseguir focar em temas relevantes para o dia da prova.
Estratégia: Concursos para carreira jurídica são compostos por várias fases. Como foi sua preparação para a prova discursiva? E para a prova oral?
Luís: A preparação para a segunda fase foi de muito treino. Acho que não há outra receita a não ser redigir muitas repostas e escrever o máximo de sentenças que puder. Eu imprimia a folha de respostas para otimizar o treino. É importante respeitar as margens, ter uma boa letra e não incorrer em vícios redacionais, preciosos pontos podem ser descontados por isso.
O curso para a prova oral oferecido pelo Estratégia foi excelente e eu o recomendo muito. Geralmente a fase oral é a mais temida e a menos conhecida. Por isso, é essencial contar com a experiência dos professores do Estratégia.
As orientações passadas no curso foram muito significantes para mim. Eu segui todas e só tenho a agradecer. Viajei com antecedência; hospedei-me em um lugar muito confortável e com boas condições para estudo (iluminação, internet, mesa ampla, café da manhã etc); levei apenas o material que eu julgava mais relevante; portei-me como recomendaram no sorteio (apesar de ter ficado com um ponto extenso e complexo, fiz cara de que era o ponto que eu mais desejava); organizei-me para não desperdiçar tempo de revisão nas 24horas; criei grupo de socorro no Whatsapp com os amigos “anjos”; respondi as perguntas com assertividade e confiança, embora estivesse tenso e nervoso.
Todas essas condutas foram mencionadas pelos professores durante o curso.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Luís: Difícil especificar um e outro. Todavia, tenho certeza que ambos, cada um ao seu modo, conduziram-me à aprovação.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Luís: Assim como vocês, já li vários relatos de candidatos aprovados e sempre ansiei pelo dia de dar o meu. E, graças a Deus, esse dia chegou. Eu garanto que o de vocês também chegará, cada um ao seu tempo. Enquanto esse dia não chega, persistam! A caminhada no mundo dos concursos públicos é muito árdua, solitária e cheia de incertezas. As derrotas, geralmente, são maiores em número e em intensidade, porém, basta uma só vitória para fazer valer a pena todo o sacrifício. Façam uma leitura do que lograram até o presente momento. Se o saldo for positivo, continuem com a estratégia. Do contrário, não tenham medo de repensar o método de estudos ou até a carreira jurídica almejada. Mas não desistam jamais.
Espero ter contribuído minimamente com a preparação de cada um e que, em breve, vocês experimentem a mesma emoção que eu senti ao comemorar a minha aprovação com as pessoas que tanto me amam e que sempre acreditaram em mim.