Aprovada em 12º lugar no concurso CGE-MS para Auditor do Estado - Auditoria Geral
Controladorias/Gestão (CGU, CGE, STN, EPPGG)“Tenha disciplina e tente praticá-la em outros campos da sua vida, não só nos estudos. Ser disciplinado é mais importante que motivado, eu diria. E não se cobre em querer fazer perfeito desde o início, estudar para concurso é um processo de aprendizado constante.”
Confira a nossa entrevista com Lidiane Andrighetti, aprovada em 12º lugar no concurso CGE-MS para Auditor do Estado – Auditoria Geral:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Lidiane Andrighetti: Me chamo Lidiane, tenho 31 anos, nasci em Concórdia, no oeste catarinense, mas cresci em Lages/SC e morei em Florianópolis, então Santa Catarina toda é meu lar. Tenho duas graduações, a primeira foi em Engenharia Florestal, mas nunca atuei. A segunda foi em Letras, pois já dava aulas de inglês desde a faculdade, e também trabalhava como tradutora.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Lidiane: A busca por sempre querer algo melhor, condição financeira e estabilidade. Ano após ano, eu sempre fazia “minhas resoluções de fim de ano” para procurar evoluir profissionalmente no ano seguinte. Até que no fim de 2019 me mudei de Floripa para morar no Acre, acompanhando meu então namorado, que havia sido aprovado na PF. Estudar para concursos já sondava minha imaginação quando via ele estudando pra PF. Com a mudança, isso aflorou ainda mais e, inspirada nele, comecei minha jornada em janeiro de 2020, focada na Receita Federal.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Lidiane: Como perdi meus alunos com a mudança, ao chegar no Acre e decidir estudar para concurso, optamos, meu noivo e eu, que eu ficaria só estudando. Ele super comprou a ideia e sempre me apoiou nesse sonho.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Lidiane: A CGE/MS é minha primeira aprovação, Auditora Geral do Estado, em 12º lugar. Foi, na verdade, uma grande surpresa. Eu não esperava passar, pois seria só mais um teste no meio do caminho. Pretendo continuar estudando pro grande objetivo: Auditora Fiscal da Receita Federal.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Lidiane: Como eu estava em uma cidade nova e longe dos familiares, a vida social naturalmente ficou mais reduzida. Meus novos amigos eram todos da PF, amigos do meu noivo e, como eles já haviam passado por essa fase de estudos, entendiam e apoiavam minha jornada. Além disso, 2020 foi o primeiro ano da pandemia, em que todos deviam ficar em casa, o que oportunamente favoreceu meu processo.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Lidiane: Estou noiva, mas já moramos juntos há 3 anos e meio. Não temos filhos ainda. Ele, meu noivo, é meu grande apoiador e incentivador, por já ter passado por isso. É ele quem já enxugou muitas lágrimas e aguentou muitos dos momentos estressantes comigo. Minha família e amigos, no geral, também me apoiam e acreditam em mim. Acho que quando tem alguém que já deu certo nesse caminho, todos a sua volta veem sentido naquilo e acabam te apoiando também.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Lidiane: Direcionado à CGE/MS, especificamente, foram duas semanas, mas eu já havia estudado por 3 meses para a CGU, e os editais eram praticamente os mesmos. Antes disso, já vinha estudando há 2 anos para a RFB. A minha disciplina era construída na base do planejamento, seguindo uma agenda de estudos. Claro que há altos e baixos, mas no pós-edital não tem como não ter disciplina. No meu caso, o grande catalisador foi o fato de ter migrado da área fiscal para área de controle, e ter decidido isso no pós-edital da CGU. Primeiramente, a CGU era pra ser só um teste, pra ver como eu me saía em uma concurso grande, mas acabei levando mais a sério e comecei a querer chegar competitiva. Com isso em mente, eu não pensava em outra coisa, eu tinha que correr atrás das matérias que não eram afins com a área fiscal. No fim, não deu CGU, mas acabei colhendo frutos na CGE.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? (Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?)
Lidiane: 90% dos estudos foram baseados nos PDFs. Lá no início, eu tinha uma “pira” de, além de ler todo o PDF, querer assistir a todas as aulas. Mas com o tempo, e também seguindo dicas que eu via dos professores, comecei a focar apenas nos PDFs e mapas mentais/resumos prontos, recorria às videoaulas apenas se não entendia algum assunto. A grande vantagem é o ganho de tempo. Também nunca senti necessidade de buscar livros específicos. A linguagem que os professores usam nos PDFs e a maneira como o conteúdo é organizado e abordado supriram bem minhas necessidades para concursos.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Lidiane: Por meio do meu noivo, que já havia estudado para concursos.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Lidiane: A variedade de ferramentas para o concurseiro escolher a que melhor se adapta é um diferencial. Eu optei pelos PDFs, mas sempre utilizei os mapas mentais e os resumos prontos que vinham nos PDFs, e ainda sabia que podia contar com as videoaulas e fórum de dúvidas se as tivesse.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)
Lidiane: Meu noivo me auxiliou bastante nessa parte, então foi uma combinação das orientações dele com dicas que os professores compartilhavam nas redes, e com a própria experiência que fui adaptando para o que dava certo pra mim. Eu mantinha um ciclo de 5 matérias, sendo uma fixa todos os dias (geralmente alguma que eu tivesse mais dificuldade) e alternava as outras quatro de 2 em 2 a cada dia. Então todos os dias eu estudava 3 matérias novas, 1 hora e meia cada uma. O restante do tempo usava para revisões. Em tempos normais, minha média diária líquida era de 6 horas de segunda a sexta, sábado e domingo eu fazia um estudo mais livre, para suprir lacunas do planejamento da semana. Já o pós-edital foi bem insano, eu chegava a fazer mais de 9 horas líquidas em alguns dias, estudava de segunda a sábado e usava o domingo para simulado.
Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)
Lidiane: Esse é um aspecto que fui adaptando e modificando ao longo do tempo. Lá no início, eu tinha mania de escrever e fazer os próprios resumos, que ficavam gigantes, e baseava minhas revisões neles. Com o tempo vi que não era muito efetivo, então comecei a focar mais em questões, e mesclava com matéria e anotações quando ficava com dúvida. Fui combinando as duas coisas: questões + anotações. Fui fazer simulados apenas esse ano, quando adquiri o Rodada de Simulados para a CGU, o que me ajudou bastante.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Lidiane: Não faço a menor ideia da quantidade, certamente foram milhares. Para mim, foi fundamental. Quando comecei a focar minhas revisões em questões foi quando vi com o que eu estava lidando. Não adianta, precisamos treinar para fazer uma prova, e uma prova é feita de questões. Não basta saber as matérias, é preciso saber como encarar as questões, os macetes, as formas como as bancas cobram, tudo isso vai além de – apenas – saber a matéria.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Lidiane: Os Direitos, especialmente constitucional e administrativo. Sempre tive facilidade com exatas, mas lidar com Direito Constitucional e Direito Administrativo foi um grande desafio para mim, e também foram as matérias que demorei mais para terminar. Recorri às videoaulas várias vezes e mantinha contato constante com elas, mesmo após terminá-las.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Lidiane: No caso da CGE/MS, foi relativamente tranquilo. Eu tinha acabado de fazer CGU e passado por um período intenso de estudos. Duas semanas separavam uma prova da outra. Como eu já havia ido mal na CGU, não estava com muitas esperanças pra CGE/MS, então peguei mais leve e apenas ajustei os estudos, mantendo as revisões. Talvez, o fato de ter pegado mais leve foi o que me ajudou na prova, com certeza estava bem mais tranquila na prova da CGE do que estava na da CGU.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Lidiane: Bom, quando eu vi que havia ido bem na prova objetiva, resolvi me dedicar pra discursiva com mais atenção. Eu já havia treinado discursivas com as Rodadas. Então continuei treinando com questões específicas e temas de redações da própria banca e, além disso, contratei uma professora para corrigir minhas composições. Também mantive as revisões, dessa vez focadas em matéria mesmo, e não em questões, pois a prova teria 3 questões sobre assuntos específicos. Nesse quesito, as revisões foram cruciais. Lembro de estar revisando AFO no sábado à noite antes da prova e ver exatamente o mesmo assunto em duas das 3 questões da prova. Para quem tem questões específicas, manter as revisões até o último segundo pode salvar a prova.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Lidiane: Erros: lá no início, quando tinha o preciosismo de querer assistir a todas as aulas, mesmo quando já havia entendido bem o assunto, e quando queria fazer resumo à mão desde a primeira leitura do PDF. Sem dúvida, fazer resumo à mão foi meu maior erro, eu gastava muito tempo escrevendo e o “resumo” era quase uma reescritura do PDF, totalmente inviável. Acertos: sempre ter uma agenda de revisões e um ciclo de matérias novas, isso me ajudava a ter uma rotina já pré-estabelecida. Com o ciclo, eu não perdia tempo pensando o que ia estudar naquele dia, e com a agenda de revisões, as matérias iam rodando e, de tempos em tempos, eu revia o mesmo assunto. Assunto revisado é assunto gravado.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Lidiane: Sim, após a derrota na CGU. Foi o primeiro concurso para o qual eu havia encarado o pós-edital de verdade, então foi bem frustrante. Mas não deu muito tempo de ficar desmotivada, pois duas semanas depois eu teria a prova da CGE/MS. Então, foram 2 dias de luto, indagando o que eu estava fazendo da vida. Depois disso, lembrei daquele primeiro dia que me propus a estudar para concurso, do meu objetivo final, e de tudo o que já havia percorrido até ali. Não dava para desistir. Juntei o material e voltei aos estudos. Ter motivação é relativo. Se dependesse apenas dela, eu já teria desistido há muito tempo. O que realmente me segura e me move é manter a disciplina e ter um objetivo final.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Lidiane: Estudar para concurso é uma decisão a ser ponderada e planejada, e tem que querer muito aquilo. Então uma vez que decidiu estudar e quer mesmo isso, acione essa proposição para si mesmo, comprometa-se com ela. Procure se programar, estar ciente que é um investimento de tempo, de dinheiro, de energia, planeje-se e busque orientação se achar necessário. Busque materiais de qualidade e voltados para concursos. Esteja sempre consumindo algo sobre o assunto, mesmo que seja no tempo livre, afinal todos os professores estão nas redes sociais. Tenha disciplina e tente praticá-la em outros campos da sua vida, não só nos estudos. Ser disciplinado é mais importante que motivado, eu diria. E não se cobre em querer fazer perfeito desde o início, estudar para concurso é um processo de aprendizado constante. Então, uma vez decidido, acione e comece com o que tiver em mãos, um dia de cada vez, sempre com o objetivo final em mente.