Aprovado em 16° no concurso PC SP para Escrivão
Policial (Agente, Escrivão e Investigador)
“Entenda que é um caminho árduo, será necessário abdicar de muita coisa nessa jornada. Tenha em mente que você está renunciando a certos momentos por um curto período, mas que trará uma conquista que você poderá desfrutar pelo resto da sua vida.”
Confira a nossa entrevista com Leonardo Pellegrino Evaristo, aprovado em 16° no concurso PC SP para Escrivão:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Leonardo Pellegrino Evaristo: Meu nome é Leonardo, tenho 26 anos, nascido em São Paulo, Capital, advogado formado pela Universidade São Judas e com Pós-Graduação em Direito e Processo Penal pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área policial?
Leonardo: Os principais fatores que motivam as pessoas a iniciarem os estudos para concursos públicos são as dificuldades enfrentadas na iniciativa privada.
Instabilidade, remuneração, desemprego, são questões que permeiam qualquer pessoa que trabalha ou já trabalhou como celetista ou autônomo.
Ter a consciência de que você detém estabilidade, poder fazer um planejamento financeiro para o médio e longo prazo, sem dúvidas, são os principais atrativos dos cargos públicos.
Especificamente com relação à área policial, sempre tive admiração pela carreira, além do fato de objetivar, em breve, prestar para o cargo de Delegado da PCSP.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Leonardo: Acredito que eu esteja inserido na estatística da maioria dos candidatos, que se veem obrigados a conciliar a rotina de estudos com o trabalho. É uma tarefa árdua, faz-se necessário abdicar de muitas coisas para que seja possível obter um bom aproveitamento na aprendizagem e nos resultados.
Meu horário de trabalho é das 09h às 18h, de modo que eu utilizava, pelo menos, 40 minutos do meu almoço para o estudo e, após chegar em casa, estudava das 20h até 23h. No dia seguinte, o ciclo se repetia.
Aos finais de semana, tentava manter uma rotina de 4 a 5 horas líquidas de estudo, tanto no sábado como no domingo.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Leonardo: Essa é a minha primeira aprovação em concurso público. No ano de 2021 havia prestado para escrevente do Tribunal de Justiça de São Paulo, obtive um desempenho de 84% na prova objetiva, mas, infelizmente, a nota de corte para a comarca da Capital ficou acima disso.
Com toda certeza pretendo continuar estudando, agora com foco em concursos jurídicos, como Delegado e, para o longo prazo, o Ministério Público.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Leonardo: Minha preparação para o concurso da Polícia Civil de São Paulo se deu pós-edital, em que aliado ao fato de trabalhar como celetista em horário comercial, tornou-se imprescindível abdicar da maior parte da vida social.
Claro que, por exemplo, no período noturno dos sábados e domingos, após concluir o cronograma diário de estudos, eu dedicava ao lazer, seja jantares com familiares, assistir a um filme ou ir a determinados lugares.
Contudo, é preciso ter em mente que para alcançar o resultado que a maioria não alcança, é necessário fazer o que a maioria não faz, e por mais que seja difícil renunciar a certos momentos por um curto período, a colheita dos frutos fará com a tenha valido a pena.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Leonardo: Sim, em especial os meus pais e minha esposa. Desde o início, tentei deixar bem claro para as pessoas mais próximas que seria necessário que eu me tornasse um pouco mais ausente para alcançar o que almejava, mas tive a sorte de estar rodeado de pessoas que não só compreenderam a situação, como também me apoiaram.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Leonardo: Minha preparação se iniciou na semana em que foi publicado o edital, mantendo uma rotina diária e programática de estudos.
Sempre tive em mente que a aprovação em concursos públicos decorre de dois grandes pilares: a disciplina e a metodologia.
Lembro-me de que quando prestei o Exame da Ordem, em 2020, ao analisar as estatísticas nacionais atinentes ao número de aprovações/reprovações em cada exame, pude concluir que muitas das pessoas que não logravam êxito decorria ou da falta de disciplina nos estudos ou da ausência de método.
A disciplina decorre de você se propor a cumprir um determinado cronograma e, de fato, cumpri-lo, independentemente das adversidades do dia a dia.
Já o método consiste em você conhecer a sua banca e as matérias que serão cobradas na prova, além de parâmetros como peso de cada uma delas, forma de cobrança e incidência em concursos anteriores.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Leonardo: Sempre fui adepto aos PDFs, acredito que a quantidade de conteúdo em que se consegue estudar nesses arquivos é superior quando comparamos às videoaulas, além da questão da revisão, que se torna muito mais fluída quando fazemos nossas marcações e grifos.
Não acredito que haja desvantagem em relação ao PDF, o aluno apenas deve ter em mente que a densidade do conteúdo é maior do que em uma videoaula, de modo que caso ele não tenha um cronograma delimitado e uma boa organização de seu tempo, poderá rapidamente se perder nos estudos.
No meu caso, por ter formação na área, a parte de direito estudei unicamente pela leitura da legislação. Contudo, entendo que as videoaulas são uma boa opção para aquelas pessoas que nunca tiveram qualquer contato com determinada matéria ou que tenham uma grande dificuldade em algum tema.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Leonardo: Desde antes de iniciar os estudos para concursos públicos, já conhecia o Estratégia como sendo referência no mercado, tanto pela qualidade dos materiais como pelo seu corpo docente.
Os materiais gratuitos no Youtube foram ao encontro daquilo que eu já conhecia, pois se aquilo que era disponibilizado sem qualquer cobrança pelo Estratégia já detinha uma qualidade altíssima, imagine o material pago…
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos?
Leonardo: Complementando a resposta acima, já havia estudado por materiais gratuitos de outros cursinhos, disponibilizados no Youtube.
Mas, em todos os casos, ou havia um problema na didática, ou no conteúdo, ou na abordagem. Diante disso, quando comecei a assistir aos conteúdos do Estratégia, em especial as aulas ministradas pela professora Adriana Figueiredo, pude constatar empiricamente a qualidade de vocês.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Leonardo: Sem dúvidas. A profundidade dos materiais do Estratégia, em especial dos PDFs, foram um fator essencial para não só estudar todo o edital, mas também melhorar as revisões e a absorção dos conteúdos estudados.
Diferenciais simples como, por exemplo, o resumo que consta ao final de cada PDF, facilitam muito a revisão da matéria.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Leonardo: Conforme já mencionado acima, ter um método de estudo é um fator essencial para obter um bom desempenho.
Antes de iniciar, o aluno deve se atentar a algumas coisas que constam no edital, como a banca organizadora, as matérias a serem cobradas e o conteúdo programático dentro de cada uma delas.
A importância de conhecer a banca organizadora decorre de como as questões serão abordadas na prova. Por exemplo, a banca “A” pode ter um perfil mais conceitual, ao passo que a banca “B” pode cobrar o conceito inserido em um caso prático. Pode parecer algo banal, mas isso muda radicalmente a forma que você deverá estudar e assimilar o conteúdo.
Já as matérias devem ser analisadas de uma maneira subjetiva, ou seja, com quais você possui uma maior facilidade ou dificuldade. Feito isso, deve-se verificar o peso de cada uma delas na sua prova. Não é produtivo distribuir em seu cronograma a mesma carga horária entre uma matéria em que serão cobradas 30 questões e uma que serão cobradas apenas 05.
É instintivo que as pessoas passem um tempo maior estudando aquilo que já possui facilidade, por ser mais cômodo e passar uma falsa sensação de evolução. Mas é primordial que o aluno seja pragmático nessa hora, entendendo que sua aprovação dependerá de um desempenho minimamente igualitário nas matérias.
No meu caso, montei um cronograma em que estudava todos os dias, com duas matérias de segunda a sexta, e três matérias aos sábados e domingos. A carga horária de cada uma delas eu considerei o número de questões na prova e a minha dificuldade nela.
Português, por exemplo, matéria com o maior peso no cargo de Escrivão, estava presente em 5 dos 7 dias da semana. Já informática, segunda maior matéria, estava em 3 dias. Matérias menores, como Criminologia, apenas uma vez na semana.
Durante a preparação entre a publicação do edital e a aplicação da prova objetiva e dissertativa, busquei estudar de 3 a 4 horas diárias durante a semana e, aos finais de semana, de 4 a 5 horas líquidas.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Leonardo: Como a maior parte do meu estudo foi através dos PDFs, minhas revisões consistiam na leitura dos grifos e anotações.
Para cada matéria, realizei revisões com métodos diferentes. Em informática, por exemplo, utilizei flashcards para memorizar determinados conceitos e fórmulas.
Já em português, achei necessário fazer alguns resumos em relação a certos tópicos, especialmente aqueles que possuíam muitas regrinhas gramaticais.
Em direito, as revisões consistiam apenas na leitura exaustiva da legislação. Ao longo da minha preparação, realizei dois ou três simulados, acredito que é de suma importância realizá-los, principalmente para verificar qual será a sua estratégia de resolução das questões no dia da prova.
Com base nisso, conclui que seria mais produtivo iniciar a prova pela matéria de raciocínio lógico (que geralmente é a última matéria do caderno de questões), pois além de exigir uma atenção maior, possuía um grande peso.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Leonardo: A resolução de questões é extremamente importante para qualquer concurso que se objetive prestar.
Dessa forma, o candidato poderá não só conhecer a maneira como a banca cobra o conteúdo, mas também os tópicos que ele possui maior dificuldade.
Não me recordo o número exato de questões resolvidas, mas separava diariamente pelo menos 30 minutos apenas para resolvê-las.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Leonardo: Raciocínio Lógico, sem dúvidas. Como um bom estudante de humanas, as matérias de exatas sempre foram a minha maior dificuldade rs.
Para compreender a matéria e conseguir um resultado satisfatório na prova, fiz um resumo com as principais regrinhas e resolvi muitas questões, sempre direcionando o estudo de acordo com a maneira que a matéria era cobrada pela Banca Vunesp.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Leonardo: Na semana da prova, aumentei a carga horária das revisões e da leitura da legislação, principalmente em temas que, a meu ver, possuía uma maior dificuldade para associar o conteúdo, sempre, repito, observando o peso de cada disciplina.
Já no dia antes da prova, deixei de lado o estudo ativo e fiz apenas o estudo passivo, assistindo pelo Youtube a revisão de véspera do Estratégia Concursos.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Leonardo: No ano de 2022, houve uma importante alteração no edital do Concurso da Polícia Civil de SP. A prova objetiva e a discursiva foram realizadas na mesma data.
Por mais que o conteúdo programático seja idêntico, a abordagem muda de maneira exponencial. Na discursiva, não basta o candidato conhecer o conteúdo de maneira superficial ou adotar o critério de exclusão de alternativas, como fazemos nas provas objetivas.
É necessário um domínio mínimo sobre a matéria, de modo que o estudo deve ser direcionado ao entendimento conceitual e a sua aplicação prática, para que seja possível desenvolver uma resposta concisa.
A tendência é de que os próximos concursos da PCSP sigam a aplicação da prova objetiva e discursiva na mesma data, de modo que seria aconselhável ao candidato não só fixar o conceito de cada tema, mas também treinar como o explicaria para o examinador em uma provável questão escrita.
Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o curso oral e as demais etapas?
Leonardo: Para essa etapa, meu estudo tem se resumido em aumentar a intensidade das revisões e treinamento oral para responder as questões.
Adquiri o material do Estratégia voltado para a prova oral desse concurso, em que além de vídeos explicando aspectos comportamentais para o dia da prova, também disponibiliza todas as questões feitas em concursos anteriores.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Leonardo: Meus principais acertos foram a disciplina nos estudos e o cronograma que desenvolvi, com delimitações diárias das matérias a serem estudadas e a carga horária.
O cenário ideal para o concurseiro é iniciar o estudo pré-edital, mas como no meu caso o início se deu apenas após, foi imprescindível fazer um cronograma organizado e com metas diárias. Dessa forma, sempre haverá um sentimento de dever cumprido a cada dia de estudo.
Erros sempre farão parte de tudo aquilo que você se propuser a fazer, mas o que determinará se, de fato, você logrará êxito nos seus objetivos, é ter a consciência que seus acertos deverão se sobrepor quantitativamente e qualitativamente aos erros.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Leonardo: Há dias em que o desânimo e o cansaço tomam conta, afinal, somos seres-humanos. Ninguém fica motivado 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Mas é necessário ter resiliência nesses momentos para compreender todo o seu percurso até aqui, tudo o que já foi superado, e que falta pouco para você alcançar o seu objetivo.
Há uma frase que, por muitas vezes, mentalizei para me manter firme nos estudos: “Se eu tivesse oito horas para derrubar uma árvore, passaria seis afiando o meu machado”.
Com isso, você aprende que não se deve apenas focar no resultado, mas também deve gostar do processo, pois ao final, terá valido a pena.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Leonardo: Acredito que todo mundo que esteja iniciando nos concursos públicos deve fazer uma análise de onde está e onde almeja chegar.
Entenda que é um caminho árduo, será necessário abdicar de muita coisa nessa jornada. Tenha em mente que você está renunciando a certos momentos por um curto período, mas que trará uma conquista que você poderá desfrutar pelo resto da sua vida.
Independentemente de suas escolhas, o tempo passará para todos, e daqui a um ano você desejará ter iniciado hoje.