Aprovado em 21º lugar no concurso CGU para o cargo Auditor Federal De Finanças e Controle
Controladorias/Gestão (CGU, CGE, STN, EPPGG)“Eu até montei uma mesa de estudos nessa chácara para não deixar de estudar mesmo quando íamos para lá. Enquanto todos curtiam a piscina em um sábado à tarde, eu estava lá na minha mesa estudando. Enfim, não há conquista sem sacrifício.”
Confira nossa entrevista com João Carlos Borba, aprovado em 21º lugar no concurso CGU para o cargo Auditor Federal De Finanças e Controle:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
João Carlos Borba: Eu me chamo João Carlos, tenho 32 anos e sou natural de Goiânia/GO. A minha graduação é em engenharia mecatrônica (USP) e também sou mestre em engenharia aeronáutica e mecânica (ITA).
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
João Carlos: A minha decisão de estudar para concursos está muito ligada à possibilidade de ter uma carreira em que eu pudesse trabalhar no eixo Goiânia/Brasília. Eu tinha o desejo de voltar de São Paulo – onde me formei e iniciei minha carreira – para Goiás.
No entanto, nessa região onde eu queria viver não havia oportunidades na iniciativa privada na minha área. As melhores opções estavam no setor público. Como minha esposa já estudava para concursos há um tempo, ela me incentivou a começar também.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
João Carlos: Nos meus primeiros sete meses de estudo, eu fiquei em dedicação exclusiva. Nessa época eu estava me preparando para o concurso da SEFAZ-GO (2018), para auditor fiscal. Terminado esse período sem ter obtido a aprovação, resolvi procurar um trabalho. Desde então, tenho conciliado trabalho e estudo.
Para isso, considero importante ser bem disciplinado com a rotina, de forma a aproveitar o máximo de tempo para o estudo. Eu acordava 05h e estudava até as 07h. Voltava do trabalho e estudava das 18h até por volta de 22h. Além disso, ouvia videoaulas no carro e durante o almoço.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado(a)? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
João Carlos: O primeiro concurso em que fui aprovado foi em 2016, para oficial do CBM-GO (28º lugar). Depois prestei SEFAZ-GO e SEFAZ-DF, mas não consegui aprovação. Em 2020 passei para a agente da PF (362º lugar).
Já em 2021, fiquei em 1º lugar na prova objetiva de analista do TJ/GO, mas acabei caindo para 44º devido à discursiva. Por fim, no mesmo ano fui aprovado em 8º lugar para Analista Administrativo do IBAMA.
Quanto a continuar estudando, não pretendo. A CGU é um órgão incrível, que tem carreira e remuneração excelentes. Minha intenção agora é fazer carreira no órgão.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
João Carlos: A vida social era a mínima possível. Aos sábados eu almoçava com meus pais e às vezes eu passava o fim de semana na chácara dos meus sogros. Era basicamente isso.
Eu até montei uma mesa de estudos nessa chácara para não deixar de estudar mesmo quando íamos para lá. Enquanto todos curtiam a piscina em um sábado à tarde, eu estava lá na minha mesa estudando. Enfim, não há conquista sem sacrifício.
Nesse período de estudos, eu usei muito pouco as redes sociais, porque são fonte de distração. A única que mantinha mais ativa era o YouTube, para acompanhar eventos e notícias de concursos.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
João Carlos: Eu sou casado e tenho um filho de dois anos. O apoio da família foi fundamental para a minha aprovação, em especial o apoio da minha esposa. Foi ela quem me incentivou a começar a estudar e quem mais acreditou que eu era capaz ao longo de todo o processo. Durante toda a minha preparação, ela cuidou da casa e do bebê praticamente sozinha, me deixando mais livre para estudar. Tenho certeza que sem isso eu não teria obtido o mesmo resultado.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
João Carlos: Até setembro de 2021, meu foco era a Receita Federal. Eu tinha praticamente fechado o edital e estava fazendo mais de 80% nos simulados. Acontece que o concurso da Receita esfriou e não tinha mais perspectiva. Na mesma época, o concurso da CGU foi autorizado. Eu fiquei em dúvidas sobre mudar de área, mas analisei o último edital da CGU e vi que dava para aproveitar muito do meu estudo. A partir desse momento eu foquei 100% na CGU, de forma que, quando saiu o edital, eu já tinha praticamente todo o conteúdo do edital anterior estudado.
Manter a disciplina é muito difícil, principalmente quando há pouca perspectiva para os editais que você quer. O que funcionou para mim foi me manter fazendo provas, ainda que não fossem exatamente na minha área principal. Obtive resultados incríveis em provas em que não tinha estudado grande parte do edital, veja: agente da PF (passei sem ler uma lei específica); analista do TJ/GO (fiquei em 1º lugar na objetiva sem ler o regimento do tribunal) e analista administrativo do IBAMA (passei em 8º lugar sem ler uma lei ambiental). Tudo isso só foi possível porque estava muito forte nas bases que formei nas áreas fiscal e de controle. Esses resultados intermediários foram ótimos para me manter estudando e aumentar a motivação.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? (Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?)
João Carlos: Minha preparação foi muito longa, então posso dizer que experimentei praticamente tudo. Os materiais que mais usei foram os PDFs, fazendo grifos para reler depois. Usei bastante as videoaulas também, mas de forma selecionada para os assuntos mais difíceis.
Uma prática que tinha desde o início era elaborar minhas próprias leis secas: grifadas, comentadas e cheias de mnemônicos. Eu fazia meus resumos no próprio arquivo word da lei seca. Assim, na revisão eu conseguia ler a lei, os esquemas e comentários de uma só vez.
Por fim, não posso deixar de citar duas ferramentas que usei muito e foram de primeira importância: o sistema de questões e um bom portal especializado em jurisprudência.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
João Carlos: Eu conheci por meio de amigos que passaram em outros concursos usando o material do Estratégia.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente? (Caso tenha estudado direto conosco, pode pular esta pergunta e a próxima)
João Carlos: Eu passei no meu primeiro concurso usando as tradicionais apostilas impressas para concursos. O estudo não fluía bem porque o material era incompleto e desorganizado. Eu precisava complementar fazendo pesquisas na internet.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia? (Pode citar uma ou mais ferramentas que mais te ajudaram na preparação).
João Carlos: O Estratégia tem PDFs muito bem escritos e completos. Há uma preocupação enorme em garantir que todo o conteúdo do edital seja contemplado. Além disso, a quantidade de conteúdos extras é incrível. São simulados, mapas mentais, aulas de reta final, hora da verdade, marcação dos aprovados, entre diversos outros. Só para a CGU, se não estou enganado, foram 14 simulados. Eu nem consegui fazer todos, pois não havia tempo.
Além de todo esse volume de materiais, a qualidade no geral é muito boa. Há grandes professores na equipe do Estratégia, e isso faz diferença.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)
João Carlos: O meu estudo era por ciclos. Em média, eu estudava 3 matérias por dia, sendo cerca de 2 horas para cada. Nos fins de semana eu conseguia estudar um pouco mais que isso, alcançando até 9 ou 10 horas líquidas.
Meu planejamento era semanal, geralmente às sextas-feiras, quando eu estabelecia, hora a hora, cada disciplina que seria estudada na semana. As matérias mais dominadas recebiam menos horas no plano, e aquelas que eu estava iniciando apareciam mais vezes.
Para cada disciplina, eu preparava uma sequência priorizada de assuntos para estudar. Assim, chegada a hora de estudar aquela matéria, era só pegar o material do assunto de maior prioridade e iniciar o estudo. Achei que fazendo essa organização prévia passei a perder menos tempo e evoluí mais rápido.
Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)
João Carlos: De tudo o que testei ao longo dos anos, o que mais foi eficaz foi preparar os resumos no texto da lei seca, direto no word. Minhas leis secas têm grifos, comentários e mapas mentais feitos com SmartArt. Para a CGU, eu apliquei essa mesma técnica para as normas de auditoria e o material específico de políticas públicas. No mês da prova eu imprimi todo esse material e reli quantas vezes foi possível.
Outra prática que eu fiz e gostei foi estudar jurisprudência recente por meio de perguntas e respostas. Eu transformava as jurisprudências em perguntas do tipo: “A conduta X é constitucional?”. Ao lado da pergunta eu colocava a resposta: “Não/sim e o porquê”. Nas revisões eu tampava as respostas e tentava responder com minha memória. Aquilo que errava eu marcava para voltar depois. Era como estudar por flashcards e o resultado é conseguir acertar questões que a grande maioria erra.
Por fim, no pós-edital eu fazia simulados todos os domingos e produzia de uma a duas redações por semana.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
João Carlos: Resolução de questões acaba se tornando um hábito. Elas ajudam a manter o conteúdo na cabeça e mostram o estilo de cobrança da banca. Não sei ao certo quantas questões fiz na minha preparação, mas acredito que algo em torno de 50 mil questões ao longo desses anos. Na preparação para a CGU, eu fiz todas as questões da banca para as matérias do concurso dos últimos 5 anos.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
João Carlos: Eu tinha dificuldades em contabilidade, apesar de gostar da disciplina. O que me ajudou a melhorar os acertos foi reestudar a matéria de trás para frente, ou seja, do último PDF para o primeiro. Isso foi interessante porque a parte mais complexa é saber os CPCs, que são ensinados por último. Nesse estudo eu fazia apenas 1/3 das questões do PDF, para conseguir avançar mais rápido.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
João Carlos: Segui a dica do Samuel Wolf, coach aqui do Estratégia que me deu apoio na reta final. Ele orientou que assistisse todos os vídeos de hora da verdade. Eu assisti tudo em velocidade 2x, para ganhar tempo. Foi uma ótima revisão.
Além disso, nas 2 semanas anteriores ao concurso reli todo o meu acervo de leis secas esquematizadas. Nesse período, eu me concentrei mais em relembrar os conteúdos e deixei as questões um pouco de lado. Busquei fazer revisão ativa, escrevendo tudo o que lembrava de determinado assunto em um papel antes de consultar os resumos. Depois eu ia ao material e conferia o que estava esquecendo.
Estratégia: (Se não houve prova discursiva, pularemos esta pergunta) No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
João Carlos: Na preparação para a discursiva eu contratei o Estratégia Platinum para ter acesso às correções ilimitadas. Assim, toda semana eu mandava meus textos e pegava o feedback das professoras, que por sinal eram ótimas. Foi uma boa experiência, recomendo.
Apesar disso, a discursiva foi o meu ponto fraco. Caí posições por causa da minha nota. Percebi que, para provas da FGV, é importante tentar colocar o máximo de conteúdo que você souber no papel, ainda que extrapole um pouco do que foi perguntado. Se eu tivesse reduzido o tamanho da minha introdução, feito uma letra menor, e colocado mais detalhes de tudo o que foi perguntado, teria obtido uma nota ainda melhor. Fica essa dica para quem está se preparando para a banca.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
João Carlos: Um dos meus principais erros foi demorar para ficar realmente bom nas matérias básicas (Administrativo, Constitucional, Contabilidade). Certa vez ouvi a professora Nelma dizer que o que nos faz passar é o nosso nível de preparação nas básicas. Segundo ela, as específicas só determinam a sua classificação. Eu vivi isso na prática na minha prova da SEFAZ-GO. Na ocasião, eu gabaritei direito tributário e legislação tributária, coisa que nem os primeiros colocados fizeram, mas isso não significou aprovação no concurso. Eu fui mal em constitucional, administrativo e contabilidade, e isso me fez ficar de fora. A partir do momento em que dominei essas disciplinas comecei a passar, inclusive em concursos em que eu nem sequer li a parte específica, como PF e IBAMA.
Outro grande erro foi demorar para perceber a importância dos simulados. Hoje vejo que é mais importante incluir simulados na preparação do que necessariamente fechar o edital.
Quanto aos acertos, acredito que o maior de todos foi a resiliência e a persistência, focando naquilo que eu podia controlar. Há inúmeras coisas que nós não temos domínio: se e quando o edital vai sair, se a banca vai pesar a mão em alguma disciplina, se vai haver uma reforma administrativa, se alguém vai colocar o seu concurso na justiça, entre inúmeras outras coisas. A partir do momento que passei a confiar a Deus essas coisas e me concentrei naquilo que realmente estava ao meu alcance, obtive paz para seguir em frente e alcancei meu objetivo.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
João Carlos: Pensei em desistir inúmeras vezes, especialmente quando os editais ficaram bem escassos. O que me motivou a seguir foram os desejos de dar uma melhor condição de vida para minha família e de ter mais tempo para me dedicar a ela. A estrutura e a organização das carreiras públicas sempre me atraíram também. Era algo que eu realmente queria para minha vida profissional, por isso não desisti.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
João Carlos: Minha mensagem é que vai parecer impossível até o último dia, mas acredite, é possível. Haverá inúmeras dificuldades, frustrações, desafios que parecem intransponíveis. No entanto, somente quem permanece no caminho chega à vitória ao final. Então, se é isso que você realmente quer, dê o melhor de si naquilo que estiver ao seu alcance e confie a Deus aquilo que não estiver. Assim, com uma rotina intensa de estudos e também de oração, você logo estará tomando posse no cargo que você deseja, ou até mesmo em outro, que você possa nem ter imaginado, mas que Deus preparou para você! Deixo um grande abraço e desejo muita força aos que permanecem nessa batalha! Ela é dura, mas muito recompensadora.