“O foco no objetivo final e a crença de que o mesmo possa ser conquistado com o seu empenho é fundamental e é a chave para a aprovação. Quando um sentimento de desistência vier à tona, deve-se deixá-lo de lado e seguir em frente mesmo assim.”
Confira a nossa entrevista com Ismael Stangherlini, aprovado em 1º lugar para Analista Judiciário – TI no concurso TRT 4
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Ismael Stangherlini: Sou formado em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), possuo 34 anos e sou de Caxias do Sul (RS).
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Ismael: Fatores como a estabilidade do serviço público e salários atrativos dos concursos federais atrairam-me para meus estudos. Eu já era Técnico Judiciário no TRT4 e desejava muito o cargo de Analist Judiciário – fator que me ajudou a criação do foco nos estudos.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Ismael: Trabalhava a estudava. Para conciliar, focava as horas restantes fora do trabalho a estudar, mas procurava fazer isso em ambientes diversos (cafeterias, por exemplo) e não apenas em casa. Sinto-me particularmente mais motivado se não fico enclausurado em um mesmo local estudando. Ao mesmo tempo, não deixava de fazer todas as minhas coisas: ainda fazia minhas atividades de lazer (academia / cinema / amigos) mas de uma forma reduzida. O objetivo principal sempre era o concurso.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Ismael: Já fui aprovado no concurso do Banrisul em 2013.
Também fui aprovado no próprio TRT4 em 2015 no cargo de Técnico Judiciário, na 10ª posição – cargo que assumi. Também fui aprovado na 20ª posição no cargo de Analista Judiciário do mesmo Tribunal.
Em 2019, fui aprovado no TRF4 na 14ª posição para o cargo de Analista Judiciário.
E agora, 2022, em 1º lugar no TRT4 para o cargo de Analista Judiciário.
Por ora, o que pretendo é continuar aperfeiçoando-me em minha área de atuação, aprofundando-me em conteúdos que acabam sendo cobrados em concursos por estarem relacionados diretamente ao trabalho desempenhado no dia a dia. Então, de certa forma, sim, continuarei estudando.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Ismael: Sim, continuava tendo uma vida normal. Esse era um dos meus “mantras”: não deixar de viver. Continuava frequentando academia, convivendo com a família nos finais de semana, praticando esportes ou eventos que me davam prazer. Porém, tentei diminuir a frequência dos mesmos e, nos dias em que fazia algo para meu lazer, reservava um tempo maior em algum momento de meu dia para compensar estudando.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Ismael: Tenho um namorado, não sou casado e não tenho filhos. Todos entenderam e apoiaram minha jornada, respeitando minhas escolhas ou negativas para convites a alguns eventos e afazeres que recebia. Isso em particular pude ter mais com meu namorado, que compreendeu que, mesmo aos finais de semana, eu precisava destinar boa parte de meu tempo para os estudos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Ismael: Estudei desde o dia em que saiu o edital até o dia da prova, totalizando cerca de 2 meses. Simplesmente “virei uma chave” em mim e foquei em meu objetivo, que era de passar nas primeiras colocações. Não queria simplesmente ser aprovado e habilitado: queria estar entre os 5 primeiros colocados. Não perdi tempo e comecei a estudar já nos dias seguintes ao lançamento do edital. Como tratava-se de um cargo que eu queria muito há vários anos e desde 2015 o TRT4 não fazia mais concursos, eu sabia que era uma chance de ouro. Por isso, mantive o foco e a prioridade nos estudos, até o último dia.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Ismael: Utilizei cursos em PDF, videoaulas, anotações de estudos minhas de outros concursos e muitos videos em inglês no Youtube de alguns assuntos mais técnicos do Edital e que estavam superficialmente abordados nos cursos que comprei.
Os PDF’s auxiliam para um aprofundamento do conhecimento de forma mais técnica e também auxiliam na revisão. Os videos auxiliam mais na compreensão das ideias, pois podem se utilizar mais de imagens e ideias, diferente do PDF que precisa muitas vezes ser mais formal.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Ismael: Através de um amigo, que sugeriu o curso quando soube que eu faria o concurso.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Ismael: Cheguei a usar um curso em paralelo ao do Estratégia, além de meus próprios estudos em outros fontes e vídeos afora. O que me incomodou um pouco no concorrente foi a dificuldade em encontrar textos escritos ou, por vezes, videos com explicações muito básicas de alguns conteúdos.
Porém, o curso da Estrategia também decepcionou em vários pontos, pois apesar de ter ampla gama de arquivos PDF’s com uma abordagem adequada dos conteúdos, eram MUITOs videos sobre os temas, com um tempo de duração acima do necessário, sendo extremamente difícil selecionar os melhores a se assistir. Na prática acabei praticando não assistindo nenhum. Mas eu precisaria de muito mais tempo do que o possível desde o lançamento do edital para assistir tudo que foi disponibilizado. Isso se torna um problema, pois fica ruim de filtrar o que é importante do que não é.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Ismael: Não. Esta foi a primeira vez que adquiri cursos para concurso.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Ismael: Existia uma dificuldade de encontrar os conteúdos de forma satisfatória por mim mesmo em fontes confiáveis quando eu tentava estudar sem um curso de apoio. De certa forma, através do curso, os conteúdos já estavam lá para mim, focados ao que o edital pedia e sem a necessidade dessa pesquisa (o que economizou um tempo considerável). Porém, mesmo assim, ainda em alguns momentos vi os conteúdos serem superficiais ou não contemplados de forma adequada, fato que me levou a fazer pesquisas próprias para complementar o estudo.
Os PDFs foram a melhor ferramenta do curso do Estrategia por contemplarem uma profundidade satisfatória dos conteudo e facilitarem no momento de revisão (ler é mais rápido do que assistir videos na etapa final).
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Ismael: Meu plano de estudos foi o de determinar quantos dias eu usaria para estudar os conhecimentos específicos, quantos para português e lógica e quantos dias reservaria para revisão. Dessa forma, eu ia riscando os itens do edital conforme os ia estudando. Isso me dava uma certa noção de progresso para vre se conseguiria estudar praticamente todo o edital.
Dentro dos conhecimentos específicos, que ocupou em torno de 85% de meu tempo reservado de estudos, eu tentei segmentar os conteúdos e destinar uma quantidade de dias para cada categoria, conforme o nível de profundidade que provavelmente seria exigido ou o meu nível de conhecimento naquele assunto. Assim, por exemplo, para assuntos que eu não tinha domínio ou conhecia pouco, eu reservava períodos maiores de tempo para estudo e tentava ter uma visão mais detalhada.
Não tentava misturar assuntos na hora de estudar. Focava nos conteúdos um por vez.. Destinava em torno de umas 3 ou 4 horas por dia, em média, para os estudos, mesmo nos finais de semana (que poderiam passar desse tempo). Havia dias da semana em que eu estudava menos horas, dependendo se havia algum afazer ou atividade que queria desenvolver como ir a academia ou ver esporadicamente algum amigo.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Ismael: Eu destinei a última semana de meus estudos antes da prova apenas para as revisões. Eu usei os slides de aulas e os PDFs do curso como modo de revisão. Neste momento, não assistia praticamente mais videos, por tomarem muito tempo. Nesta semana final, consegui revisar em torno de 80% dos conteúdos que estudei ao longo de 2 meses. Foi bastante produtivo para mim e foi uma semana de muito foco, onde pude relembrar pontos que já havia esquecido. Para os conteúdos que exigiam uma certa “decoreba” de valores e números, registrei imagens de tabelas com tais valores e os reli no dia da prova para ter fresco na memória.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Ismael: Muito importante. Resolução de exercícios faz você compreender melhor o estilo de cobrança da banca e o nível de aprofundamento da mesma em relação aos conteúdos abordados. Dessa forma, após estudar os conteúdos, eu tentava solucionar questões da banca sobre aquele tema, afim de que eu pudesse verificar se meu nível de aprendizado tinha sido superficial ou profundo o suficiente para resolver a maioria das questões.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Ismael: Legislação. Tenho uma certa dificuldade em memorizar os detalhes das leis e acho muito fácil errar, pois basta uma palavra diferente para mudar tudo. Por isso, deixei para estudar a legislação 8.112 no DIA da prova, para ir com ela bem fresca na memória para a prova.
Além disso, nos conteúdos de conhecimentos específicos que não tinha domínio ou conhecimento, reservei períodos maiores de tempo para estudo, com leituras em mais de uma fonte para ver diferentes da matéria.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Ismael: Destinei a minha última semana de estudos exclusivamente para revisão de todos os conteúdos (ou a maioria). Foi a semana mais intensa e importante de meus estudos, pois muitos detalhes eu já não lembrava. No dia da prova, acordei cedo e estudei a lei 8.112, que me garantiram 2 questões da parte de legislação. Eu optei por não estudar legislação para o concurso, pois eu sabia que se eu tivesse um bom diferencial nos conhecimentos específicos, isso faria muito mais a diferença. No final, eu estava certo.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Ismael: Eu sempre tive uma certa facilidade em escrever, desde quando cursava o Ensino Médio e quando fiz o vestibular. Acredito ter uma boa base também de gramática e das estruturas sintáticas para uma boa escrita. Então, meu tempo dedicado a este tópico foi mínimo (mesmo sabendo da importância da discursiva). Eu conhecia a estrutura e o formato correto de uma boa redação. Para mim, tudo dependeria do tópico abordado e da forma como eu exploraria os argumentos. Por isso, destinei 1 dia para ver algumas provas no Youtube da FCC que haviam tido nota próxima a 100. Foi dali que tive a inspiração de conhecer alguns filósofos para poder citar em minha redação. Estudei alguns brevemente e consegui citar dois deles, servindo como base para meus argumentos.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Ismael: Sinceramente, não acho que tenha errado em praticamente nada. Para mim, a fórmula de estudos e foco funcionou muito e senti que estava no caminho certo desde o início. A única coisa que teria feito diferente é destinado 1 dia a mais para estudar lesgislação, no dia anterior à prova. Digo isso pois eu estava acostumado à FCC destinar 5 questões de legislação e, neste ano, ela destinou 10. Eu praticamente não havia estudado nenhuma legislação (exceto a lei 8.112) e tentei não me desesperar na hora da prova quando vi que seriam 10 questões. Porém, mesmo assim, acertei 4 das 10 e meu desempenho em todas as outras matérias foi suficiente para me lançar à 1ª colocação. O que mostra que minha priorização de estudos estava correta.
Meu acerto foi focar os estudos nos conhecimentos específicos, que eram muitos e eu sabia que a maioria das pessoas não teria paciência e tempo de estudar a maior parte do edital em 2 meses. Além disso, para áreas que eu já tinha um bom domínio, como português, lógica e redação, destinei apenas uma revisão brevíssima de coisas que seriam úteis relembrar para a prova (regra da crase, por exemplo).
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Ismael: Não, nunca.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Ismael: Não desista! A aprovação no concurso é resultado de um acúmulo de fatores: a experiência de reprovação em concursos anteriores, foco, muito estudo e, por que não, um pouco de sorte às vezes. Um fator importante que auxilia no processo é conhecer as próprias dificuldade e priorizá-las no seu plano de estudos – sempre de forma alinhada ao nível de cobrança da banca.
O foco no objetivo final e a crença de que o mesmo possa ser conquistado com o seu empenho é fundamental e é a chave para a aprovação. Quando um sentimento de desistência vier à tona, deve-se deixá-lo de lado e seguir em frente mesmo assim.
E tudo isso deve ser feito sem você “abandonar o resto de sua vida”. Não acho que você deva se isolar completamente em um quarto fechado por meses a fio, sem ter seus momentos de lazer, interação social e cuidado com o corpo e a mente. Deve-se haver priorização, claro, mas não o esquecimento destas outras áreas, que são importantíssimas para que se possa mergulhar ainda mais de cabeça (e de forma mais satisfatória) quando se retornar aos estudos.
Confie, foque e a aprovação virá!