“Estudar deve ser um hábito e um compromisso consigo mesmo. A disciplina surge com o passar do tempo, ao ver as evoluções e ao aprender com os erros. Escolher uma estratégia de atuação e uma área de estudos é muito importante para evitar desvios. Todo esforço vale à pena quando se tem certeza do que se busca.”
Confira a nossa entrevista com Alessandra Jardim da Costa, aprovada em 17° para Oficial de Justiça no concurso TJ PI:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Alessandra Jardim da Costa: Sou formada em Direito (conclui o curso em 2020, com formatura em 2021), tenho 24 anos e sou natural de Teresina, no Piauí.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Alessandra: Sempre fui uma pessoa determinada e esforçada, que gosta de organização e metas a cumprir, algo muito presente nos estudos para concursos. Ver meus pais, que são servidores públicos, felizes com suas funções me incentivou a seguir o mesmo caminho. Desde muito nova entendi que queria, um dia, poder dizer que também era servidora pública.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Alessandra: Não. Quando terminei a faculdade, já estava decidida a fazer concursos, então me dediquei totalmente a isso. Com o apoio e a compreensão da minha família, não precisei trabalhar, apenas estudar em tempo integral.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada?
Alessandra: Até o momento, fiz apenas 3 provas (todas para Analista Judiciário Área Judiciária, além de Oficial de Justiça no TJPI). Em 2021, foi o TJGO, em que, por pouco, não obtive a nota de corte necessária para a correção da minha prova discursiva. Em sequência, fiz o concurso do TJDFT e, pelas listas extraoficiais, estou na posição 201. O último concurso que fiz foi o do TJPI, em que estou na posição 123 para AJAJ e 17 para Oficial de Justiça. Pretendo continuar estudando para concursos de nível federal e, quem sabe, para a área de magistratura.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Alessandra: Foi bem difícil manter o contato com meus amigos. Procurei me afastar do celular e das redes sociais, pois consumiam muito meu tempo e eu perdia o foco nos estudos. Abri mão de muitos momentos importantes para mim e minha família, adaptei outros e alguns acabaram até sendo esquecidos. Meu namorado também estava trilhando o mesmo caminho que o meu, então o peso da distância, apesar de incômodo, foi compartilhado. Nos víamos apenas 4 vezes por mês, aos sábados à tarde, mas com o foco de mudar essa realidade o mais rápido possível.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Alessandra: Sim. Meus pais são servidores públicos, então entendem bem o que é se abster de alguns momentos em prol de algo também muito importante. O silêncio, os materiais, o apoio emocional de que precisei: tudo isso veio deles. Nada me faltou. Cada ausência ou cada adaptação em nossa convivência foi entendida, sem cobranças. Meu namorado também estava estudando para concursos da mesma área, o que ajudou bastante na motivação de um em relação ao outro, com muita paciência e fé de que venceríamos juntos. Não seria um tempo pedido, não seria um cansaço em vão, seria o compartilhamento de muitos conhecimentos e de uma vitória próxima. Ver meus amigos comprometidos com os mesmos objetivos também me ajudou muito, ainda mais a perceber que o caminho é árduo, e às vezes penoso, para todos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Alessandra: Vinha de duas provas grandes para analista judiciário: TJGO e TJDFT. Pouco tempo depois desse último concurso, saiu o edital do TJPI e, como vinha com ritmo de estudos de pós-edital, fiz as adaptações necessárias com base nas exigências da banca examinadora. Assim, posso dizer que minha bagagem foi iniciada em junho de 2021 e meu sprint para a prática de concursos começou com o pós-edital do TJGO. Já havia rumores de que o edital do TJPI estava próximo, então não quis esperá-lo. O intervalo de aproximadamente 3 meses entre o edital e a prova serviu, sobretudo, para acertar os detalhes, treinar bastante e aprender as legislações específicas exigidas. Ter duas provas antes foi muito importante, mas não as vi como “meio”, pois as encarei como duas oportunidades a mais de me tornar servidora pública. Para manter a disciplina, rezei bastante e confiei que eu estava fazendo o necessário para realizar um sonho. Sabia que dar o meu melhor todos os dias me ajudaria a alcançar tudo isso mais rápido. Ler as leis e a jurisprudência, mesmo cansada, e, todos os dias, treinar por questões, me ajudou a ver meu progresso e internalizar que estava no caminho certo.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Alessandra: Meu estudo se pautou quase 100% em PDFs (com o objetivo maior de fortalecer meus conhecimentos acumulados, já que não era a primeira vez que estudava os assuntos) e, quando estava muito cansada ou tinha dificuldades em alguma matéria, assistia videoaulas. O material escrito é bem selecionado pelos professores, ainda mais quando trazem esquemas, já que são um compilado de lei, jurisprudência e doutrina, o que facilita a vida do aluno por ter os pilares reunidos em um só material. Acabam sendo um pouco “pesados” nos dias em que se está mais cansado, já que a leitura se torna mais densa, mas para isso tem-se as videoaulas que são uma boa e mais rápida opção de se condensar o conteúdo.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Alessandra: Meu pai fez uso dos materiais em uma de suas preparações para concursos e, por isso, acabou por indicar a plataforma. Meu namorado também pesquisou os cursos de referência e optou por se tornar aluno do Estratégia, o que me incentivou a fazer o mesmo no mês seguinte.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Alessandra: Comecei meus estudos para concursos usando os materiais do Estratégia. Uma das coisas de que mais gostei foi a trilha estratégica semanal, que me ajudou na organização e no planejamento do que estudar, até conseguir maior autonomia, além dos passos estratégicos, que me ajudaram muito com as dicas fatais nas vésperas de provas.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Alessandra: Para o TJPI, não segui um cronograma muito fixo. Por ter feito duas provas nos meses anteriores, identifiquei com mais facilidade quais matérias me traziam maiores dificuldades e precisariam de maior dedicação. Procurei encaixar temas semelhantes, como Processo Civil e Civil, no mesmo dia, lendo jurisprudência dos temas e fazendo questões conforme o avançar das leituras. Estudava em média 4 das matérias básicas e acrescentava as que variavam de acordo com o Tribunal, como leis específicas e regimento interno. Todos os dias também fazia questões de português, matéria que passei a considerar complicada. Estudava em média entre 6 e 7 horas liquidas por dia.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Alessandra: No começo, investi tempo em reler meus resumos mais completos. Optei por não seguir nada muito detalhado, mas ao menos as partes teóricas mais básicas, que serviriam de base para os assuntos mais dinâmicos, deveriam estar claras na minha cabeça. Com o avançar dos estudos, fui refinando a minha capacidade de identificar o que realmente era mais cobrado pela banca e fui filtrando meu material, colocando tópicos e sub tópicos, como se fosse um esquema que poderia ser acessado mentalmente mais rápido quando precisasse resolver as questões. Não fiz muitos simulados, mas não me faltaram questões toda semana.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios?
Alessandra: Foi através da resolução de questões que puder averiguar se meu conhecimento de leitura, mais estático, seria suficiente para resolver os problemas práticos do dia da prova, que são todos diferentes entre si. Eu deveria ser capaz de encontrar, sem grandes dificuldades, a resposta e apenas a prática me deixaria o mais próxima possível do que enfrentaria no dia da prova. Resolver questões à exaustão também me preparou fisicamente para o cansaço do dia do exame. Fiz um pouco mais de 20 mil questões, pois repetia as que errava e incluía novas.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Alessandra: Acredito que, pelo tamanho da matéria e do foco dado no edital, a minha maior dificuldade tenha sido Direito Civil. Ao corrigir a primeira prova que fiz, notei que meu rendimento não foi satisfatório, ainda que, ao ler as questões com calma, tenha percebido que não eram tão complexas. Assim, o que me faltou foi firmeza no conteúdo aprendido, e isso se deve, principalmente, à leitura insuficiente da lei seca. Não adiantaria para mim, naquele momento, avançar para as questões sem uma base legal sedimentada. Por isso, estabeleci como uma das metas a leitura atenta de ao menos 30 artigos por dia, captando os detalhes e diferenças entre cada instituto. Diga-se que isso não foi cansativo por eu também ter me proposto a compreender tanto o Código de Processo Civil quanto o de Processo Penal, que são leis grandes, complexas e com diferenças importantes. Também investi tempo em português, resolvendo questões e assistindo às aulas da Professora Adriana Figueiredo, que são completas e me ajudaram muito a ter atenção ao enunciado das questões.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Alessandra: Investi na leitura das leis secas mais importantes, como os Códigos de Processo Penal e de Processo Civil, sobretudo no que me gerava mais dúvidas, em PDFS que abarcavam atualizações, nas minhas anotações e resolvi bastantes questões. Percebi que o crucial seria estar preparada para resolver 100 questões dentro do tempo proposto sem perder qualidade, ou seja, deveria estar consciente dos meus pontos fortes e fracos e montar uma estratégia para resolver a prova da forma mais eficaz possível. Justamente por isso, mantive a resolução cíclica de questões e, nos dias finais de preparação, foquei um pouco mais em revisões por vídeo, já que são uma forma de aprendizado mais passiva, em que os professores chamam atenção aos detalhes que não podem ser esquecidos.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Alessandra: Acredito que um dos principais erros tenha sido o medo de falhar. Isso, por um bom tempo, trouxe uma ansiedade desnecessária aos meus estudos, já que eu encarava o erro como uma fraqueza que me tiraria do concurso. Algo que também me atrapalhou foi não ter, no começo, um controle mais rígido do meu progresso, o que mascarou um pouco o meu desempenho e me fez ficar em uma posição de conforto que na verdade não existia. A partir do momento em que investi em cadernos de erros, anotações sintéticas, revisões mais diretas e selecionadas, foquei nos pontos de maiores dúvidas e resolvi mais questões, vi meu rendimento melhorar consideravelmente. Passei a analisar com mais veracidade se eu, de fato, estaria pronta para lidar com provas da área que escolhi, todas com muita concorrência.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Alessandra: Não pensei em desistir. Sim, fiquei bastante cansada e, até certo ponto, frustrada, temerosa, mas não pensei em desistir. Eu vi cada prova como um desafio novo e diferente que, caso eu me dedicasse ao máximo e encarasse com calma e seriedade, estando realmente preparada, não teria mais que enfrentar.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Alessandra: Esse caminho de estudos que escolhemos não é, nem pode ser, fácil. É através dele, do mérito de cada um que se propõe a estudar, que a alegria da aprovação chega, mas também o peso da responsabilidade de exercer uma função tão nobre. Estudar deve ser um hábito e um compromisso consigo mesmo. A disciplina surge com o passar do tempo, ao ver as evoluções e ao aprender com os erros. Escolher uma estratégia de atuação e uma área de estudos é muito importante para evitar desvios. Todo esforço vale à pena quando se tem certeza do que se busca.