Aprovada no concurso TJRJ em 1° lugar para Analista Judiciário e em 10° lugar para Técnico Judiciário na 2ª Região
Tribunais
“A resolução de questões é uma das coisas mais essenciais na preparação para o concurso, porque além de você fixar aquilo que estudou, te ajuda a entender como as bancas gostam de cobrar aquele assunto, te ajuda a não cair tanto em pegadinhas. Além de você ter que saber bem o conteúdo, você precisa aprender a fazer prova e nada melhor do que fazendo muitas questões!!!”
Confira nossa entrevista com Christiane Sant’Anna, aprovada no concurso TJRJ em 1° lugar para Analista Judiciário e em 10° lugar para Técnico Judiciário na 2ª Região:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Christiane: Me chamo Christiane, tenho 28 anos e sou da cidade de Niterói, Rio de Janeiro. Assim que terminei o ensino médio minha mãe disse que eu tinha que escolher uma faculdade (foi uma imposição) e acabei optando pelo Direito. Entrei na faculdade aos 17 anos e passei na prova da OAB no 9º período; depois atuei 1 ano como advogada fixa em um escritório. Tinha acabado de me formar e queria meu dinheiro, ter essa experiência, mas meu sonho sempre foi o serviço público.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Christiane: Eu sempre tive o sonho de ser servidora pública, talvez pela minha mãe. Ela sempre falava muito sobre estudar para um concurso público, de ter estabilidade, não ter o risco de ser demitida e acho que absorvi isso. Sempre tive essa ideia fixa de concurso, mas nunca parei para estudar efetivamente (talvez pela imaturidade).
Eu fiquei 1 ano num escritório e do nada eles juntaram 50 advogados numa sala e dispensaram todos eles de um dia para o outro, inclusive eu. Quando me deparei com essa situação eu fiquei chateada, mas ainda tinha meus pais para me sustentar, então não doeu tanto em mim. Porém fiquei pensando: “olha quanta gente com filho, aluguel, contas para pagar! Não quero isso para minha vida.” Não queria chegar um dia em casa, olhar para os meus filhos e falar: mamãe foi demitida, ou do nada não ter como pagar minhas contas e sabe-se lá quando arrumaria outro emprego. Quando você é nova e tem alguém para te apoiar financeiramente? Ok. Mas e quando meus pais morrerem? A minha visão sempre foi realista para o futuro.
Essa demissão coletiva (risos) despertou em mim aquela vontade que eu sempre tive de efetivamente estudar e correr atrás da estabilidade.
Sai do plano teórico (aah quero ser servidora, mas não estudo), para o plano prático, de efetivamente sentar na cadeira e estudar.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Christiane: Depois que eu saí do escritório não trabalhei mais. Falava para mim todos os dias que só voltaria a trabalhar concursada. Levei o estudo como se fosse um trabalho, mas não foram todos os dias na minha jornada que me dediquei inteiramente. Tive períodos de crises de ansiedade sérias; desmotivada. Mesmo estando em casa só estudando, teve períodos que simplesmente não estudei nada.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação? Pretende seguir estudando ou “aposentou”?
Christiane: Passei em 6 provas.
Técnico Médio e Analista Processual DPE/RJ.
Técnico Médio e Analista Processual do MPE/RJ.
E, por último: Analista Judiciário do TJ/RJ: 1º Lugar e Técnico judiciário do TJ/RJ – 10º Lugar
Olha, confesso que o TJ RJ era um grande sonho e sempre falei que se eu passasse eu estaria mais que satisfeita, mas depois que a gente consegue uma boa aprovação a gente pensa: acho que posso mais. Tenho vontade de estudar para um concurso que pague mais (riso). Não decidi efetivamente se vou me aposentar com 28 anos. Antes estava me sentindo velha de não ter conseguido ainda, agora já acho que ainda estou nova para continuar.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Christiane: Não adotei postura radical durante a minha preparação. Apenas adotava uma postura mais radical pós edital. Eu só fiz concursos para o meu Estado e não era comum concurso toda hora.
Foram 4 anos, 4 concursos, 8 provas, 6 aprovações; (Sempre fiz analista e técnico do mesmo órgão no mesmo dia).
No meu caso não via necessidade de ser tão radical assim, pois tive que esperar um tempão de uma prova para outra, além disso tinha a semana toda livre.
Estudava dia de semana e final de semana esquecia estudos. Porém, pós edital eu me abdicava de bastante coisa, afinal estava mais perto do dia decisivo; Era preciso muito mais concentração e horas de estudo para absorção dos conteúdos a curto prazo.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Christiane: Não sou casada. Não tenho filhos. Cuido do meu pai idoso.
Quanto ao apoio é preciso separar minha jornada em duas fases. No início era tudo lindo: “ah está estudando para concurso, legal”. Porém os anos foram passando, tinha aprovações, mas sem chance efetiva de nomeação.
Depois de 4 anos só em casa estudando as pessoas começam a te olhar com outros olhos: ou te acham burra ou acham que você se acomodou em ser sustentada pelos pais e aquilo doía demais em mim.
Meu pai falou algumas vezes que eu tinha que procurar emprego, mas quando eu falava que queria realizar meu sonho ele foi parando de me cobrar e foi ele que me ajudou muito financeiramente.
Pessoas da minha família falavam que eu tinha que procurar emprego para entrar no mercado de trabalho pois estava ficando velha.
Alguns poucos amigos me apoiaram até o último momento, secaram minhas lágrimas algumas dezenas de vezes; outros eu nem tocava mais no assunto de concurso porque sentia que me olhavam como acomodada (esses nem sabem ainda que passei, risos)
Apoio mesmo eu tive de poucas pessoas que continuaram acreditando em mim até o final.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovada? Qual foi o segredo de manter a disciplina durante todo o período?
Christiane: As matérias dos concursos que fiz eram sempre bastante parecidas, então aproveitei bem de um concurso para o outro. Para o TJ/RJ especificamente comecei a estudar em 2020, porém o concurso ficou suspenso mais de 1 ano por causa da pandemia. Nesse período de pandemia eu não estudei. Desde que retomei os estudos até a prova foram 6 meses, mas eu já tinha uma boa bagagem.
O segredo para manter a disciplina nos estudos foi realmente querer sair da zona de conforto. Botei na minha cabeça que era meu sonho e que eu ia ser extremamente infeliz advogando. Criei trauma da advocacia. Eram crises de ansiedade e pânico mesmo. Todos os dias que estava desestimulada eu lembrava que ia ter que voltar a trabalhar em escritório. Isso me deu muita força para continuar, porque eu não queria voltar de jeito nenhum a advogar.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?
Christiane: Durante a minha jornada, já diversifiquei bastante. Já assisti muita videoaula e já li muito PDF. Curso presencial nunca fiz.
A vantagem da videoaula é que você pode estabelecer seus horários sem ter que se deslocar para o cursinho presencial e, também, no sentido de ouvir a explicação do professor, principalmente se você não tem noção nenhuma sobre aquele assunto. A desvantagem é que às vezes você perde muito tempo assistindo aos vídeos que poderiam estar sendo usados para aprender outros assuntos.
Já o PDF é mais objetivo e vai direto ao ponto. Você consegue em menos tempo ver muito mais matéria do que se estivesse assistindo videoaula, logo você consegue estudar mais conteúdos em menos tempo. No que se refere a desvantagens, não vi desvantagem nenhuma nos PDFS.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Christiane: Indicação de amigos e avaliações dos cursos na internet.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Christiane: Já usei outros materiais. O que mais me incomodava é que eu sempre achava muito incompleto. Parecia que não tinha 1/3 do que efetivamente eu tinha que saber para a prova. Então sempre parecia que estava faltando muita coisa para eu atingir bons resultados.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou em nosso material?
Christiane: Eu senti uma diferença muito grande quando comecei a ler os PDFs, meu desempenho nas questões melhorou muito.
Acho que por ser um PDF completo e com bastante informação, acabou ampliando o meu conhecimento na hora de fazer as questões e desenvolver os assuntos.
No início, os PDFs assustam com muitas folhas, mas depois fui vendo que tudo que eu precisava saber para a prova estava ali, era só eu tentar memorizar e entender o máximo que eu podia.
Teve uma questão nesse último concurso do TJ RJ que as pessoas acharam muito difícil, e eu não senti dificuldade nenhuma porque aquilo estava muito claro no PDF e como já tinha visto várias vezes o assunto para mim foi óbvio (amém).
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?
Christiane: Eu nunca gostei de estudar várias matérias ao mesmo dia. Era uma coisa muito pessoal minha. Eu achava que rendia muito mais vendo a mesma matéria por mais tempo até esgotá-la. O máximo que fazia eram 2 matérias por dia.
Eu separava os PDFS por dia. Hoje tenho que ler tantos PDFS, e cumpria.
Nunca contei horas líquidas. Sou muito ansiosa e parava e voltava aos estudos em questão de minutos rs. Então não achava vantajoso ficar contando horas líquidas. Eu observava mais se meu rendimento estava evoluindo ou não, independente do número de horas.
Estratégia: Como fazia revisões? Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?
Christiane: Eu revisava mais por questões; eu leio rápido, de repente por já ter muitos anos de estudo. Eu sempre acabava vendo o PDF todo de novo. Porém, dependendo do assunto eu fazia sim uns resumos com as minhas palavras tendo como material de apoio o PDF e a Lei Seca. Achava que me ajudava a memorizar melhor.
Simulados só fiz Pós Edital e simulava num domingo como se fosse o dia da prova mesmo.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Christiane: Olha, eu já devo ter feito mais de 50 mil questões rsrs (por baixo) eu sempre fui a doida das questões. Só pós edital do TJ RJ foram 9 mil questões em 2 meses.
A resolução de questões é uma das coisas mais essenciais na preparação para o concurso, porque além de você fixar aquilo que estudou, te ajuda a entender como as bancas gostam de cobrar aquele assunto, te ajuda a não cair tanto em pegadinhas. Além de você ter que saber bem o conteúdo, você precisa aprender a fazer prova e nada melhor do que fazendo muitas questões!!!
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Christiane: Eu sempre tive MUITA dificuldade em Português. Era uma dificuldade real. Mas eu precisava vencer essa batalha. Não adiantava gabaritar Direito e zerar português.
Inclusive achava que nunca ia conseguir por causa de Português.
Fui começando do zero cada assunto, cada tema. Do mais bobo ao mais difícil. Não adiantava chorar e reclamar; ou eu enfrentava a matéria ou não ia ser aprovada.
Se eu não entendesse um ponto específico, eu voltava a estudar ele várias e várias vezes até entrar na minha mente. Fazia muita questão para ir me adaptando com a forma que a banca cobrava aquilo e como as questões muitas vezes são parecidas, você acaba se adaptando e aprendendo.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Christiane: Eu sou uma pessoa extremamente ansiosa. Eu estava bastante esgotada. Acredito que esse foi meu pior edital. Tinha dias que eu chorava muito sozinha achando que não sabia nada e falava: vou desistir, não quero bater na trave de novo. Na semana da prova eu não consegui estudar na segunda e na terça feira e aquilo me deixava pior ainda. No decorrer da semana fui me acalmando e no sábado simplesmente esqueci os estudos. Fiquei vendo programa de comédia e levei minha dog para tomar banho. A mente precisava descansar. A minha nota foi resultado da minha jornada e, no meu caso, estudar um dia antes da prova só iria me deixar mais ansiosa. Então, preferi descansar.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Christiane: Olha, para a prova de analista do TJ/RJ teve redação e a minha nota foi a mais alta para a minha região (concurso regionalizado), mas eu tinha desistido de fazer essa prova porque houve uma redução significativa de vagas. Decidi fazer a prova no sábado às 21 horas. Simplesmente não estudei redação. Porém eu aconselho que se estude todas as técnicas.
Redação é um diferencial na nota. Acho que eu consegui um bom resultado porque eu dominava bastante a matéria, mas eu poderia ter sido reprovada e iria me culpar todos os dias por não ter estudado.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação, quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Christiane: Meu erro foi a cobrança excessiva, achar que tinha que saber TUDO. Se eu errasse uma questão me deixava ansiosa. Se eu deixasse de ver algum assunto específico me deixava ansiosa. Não precisamos saber tudo para conseguir ir bem na prova. Você tem que absorver o máximo de conteúdo que conseguir, mas não se culpar caso não consiga. Não somos máquinas. Temos que aprender a respirar. Se cobrar muito é um erro que afeta sua saúde mental.
Em relação aos acertos, acho que eu encontrei a minha forma de estudos. Eu mesma conseguia criar meus mnemônicos. Consegui criar uma maneira de gravar os assuntos e errar poucas questões. Eu aprendi a estudar sozinha e via que estava rendendo. Tanto é que foram 4 concursos, 8 provas e 6 aprovações. Eu sabia que estava estudando da maneira certa, só precisava fazer mais provas ou que aquela prova viesse para mim, como foi no TJ RJ.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Christiane: Eu pensei em desistir umas dezenas de vezes, não foram poucas. Era uma autocobrança excessiva, um medo de nunca conseguir, me achava burra e insuficiente por muitas vezes.
A minha maior motivação foi o trauma da iniciativa privada. Só de pensar em voltar a trabalhar em escritório me dava sérias crises de ansiedade, me agarrei muito nisso para não desistir do meu cargo público.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Christiane: Para quem está começando, eu queria dizer que muitas vezes a trajetória não vai ser fácil. Tem gente que consegue passar rápido, mas essas pessoas são exceções. Você precisa entender antes de começar que pode ser um processo demorado e dolorido para depois não se frustrar e desistir.
É preciso muita determinação, foco, disciplina. É preciso entender que não passar no primeiro, segundo ou terceiro concurso é a coisa mais normal do mundo, e você tem que continuar estudando, porque se você desistir aí mesmo que não vai passar.
É necessário colocar o concurso público como objetivo de vida e saber lidar com as derrotas.
É preciso seguir o seu sonho e ignorar todas as pessoas que vão de encontro a isso. Se eu fosse ouvir todo mundo que insinuava que era para eu fazer outra coisa, eu JAMAIS teria conseguido esse resultado e seguiria o resto da minha vida frustrada.
Eu pensei em desistir muitas e muitas vezes. Chorava sozinha e falava que aquilo não era para mim, mas eu só estou conseguindo esse resultado hoje PORQUE EU NÃO PAREI.
Meu conselho para todo concurseiro é: NÃO DESISTA, siga sua intuição, porque quando você consegue um excelente resultado é GRATIFICANTE DEMAIS! CONFIE.